Segunda Chance escrita por thatyna


Capítulo 4
Domingo Sem Empolgação




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 Londres

 

 A festa fora ótima acabou quando anoiteceu , os amigos de Anne compareceram e ela parou com as reclamações , realmente ela havia puxado minha mãe , fora um dia cansativo com tantos convidados para cumprimentar , ser a irmã da aniversariante dá trabalho.

Lílian e Jonas me acompanham ao quarto , onde os três conversávamos a vontade com coisas bobas. Jonas se despede e vai para o quarto , que era ao lado de Anne , idéia da mimada.

 

- Lílian pode se retirar também. Dizia pegando uma roupa confortável para dormir, indo para o banheiro me trocar , quando voltara Lílian não estava mais lá , e a cama se encontrava pronta para me deitar , deixando a muleta em seu devido lugar , me aconcheguei na cama espaçosa e entrei em um leve sono .

 

No quarto de Jonas .

 

O rapaz saíra do banho apenas de toalhas com o corpo um pouco molhado , vira que na cômoda que se encontrava o telefone uma lusinha verde piscava, se dirigindo ao aparelho apertou um botão , a secretaria eletrônica dizia :

Você tem uma nova mensagem ...

 

“Jonas ? Bom , aqui é o Pedro , puxa quanto tempo não é ? Gostaria de saber se aquele convite para visita –lo em Londres está de pé . quando poder me avise , um grande abraço”

 

Ao ouvir a voz do velho amigo se alegrou . – Não vou ligar agora , são 11 da noite , já está tarde amanha eu retorno a ligação . Anotou em um papel “ Ligar para Pedro amanha”.

 De seu guarda – roupa tira uma calça de moletom azul escura e uma regata branca , estava uma noite fresca , deitou – se na cama e adormeceu.

 

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O dia amanhece na residência onde Kaily morava , eram 8 da manha de um domingo , para Anne as aulas haviam acabado, não iria mais para o colégio onde passava o ano todo , onde tinha um dormitório que dividia com 3 pessoas , duas eram amigas , outra como dizia era uma bolsista qualquer que seu respeito não merecia, Anne acorda tirando o cobertor de cima e tirando a mascara dos olhos , estava feliz pois haviam feito uma festa com tudo que ela pediu.

Espreguiçando – se já de pé , pegou uma roupa mais descente para tomar café que seria servido logo , estava com roupas leves como um shorts branco e uma regata rosa, trocou por uma calça verde e camisa branca amarrando os cabelos loiros , saiu de seu quarto percebendo que todos ainda dormiam , voltou para o quarto e resolver mexer em seu laptop

 

Kaily acorda , virando – se para olhar o horário em seu relógio que marcava 9 da manha , ainda com um pouco que sono se revira na cama ouve a porta abrir , apenas com os olhos para fora do cobertor , vê Lílian que aprontava sua roupa para o café da manha.

- Menina , todos já estão de pé , troque –se de roupa e desça pra tomar café. Sem outra opção ,se levanta com ajuda da senhora indo ao banheiro lavar o rosto e se trocar.

 

Nunca me acostumei usar muletas ,era só uma desculpa para eu não fazer esforço , mais então do que adiantava a prótese q eu uso a dez anos ?Como eu fiquei de encosto na muleta a muito tempo , não conseguia ficar sem ela .

 

Com uma roupa mais apresentável , Lílian me guiou até a sala de estar onde uma mesa se encontrava ao centro com os moradores da casa . – Bom dia a todos . Sentei me na cadeira e me servi das delicias que estavam na mesa.

 

- Kaily , não se esqueça na terça nós vamos trocar essa prótese. Sinceramente naquele fim de semana era a primeira vez que minha mãe me dirigia a palavra .

 

- Certo mãe. Olhei pra ela que estava entretida em um livro qualquer, minha mãe e eu éramos muito distante a única das filhas que ela tinha mais afeição era Anne ,acho que por ser a mais nova. Como era Marina que restou para cuidar de nós ela tinha os negócios que fora deixado em suas mãos pelo nosso avô, os negócios com a fazenda era com Jonas .

 

Anne estava aprendendo a ser mais uma Marina , que se fechava o tempo todo , reclamava de mais e mimada . Agora nas férias estava sempre com a minha mãe no trabalho, estava na cara que em seu trabalho na empresa , seria substituída por Anne e ninguém mais , a fazenda seria deixada para mim e Jonas.

 

Falando nele , percebi que estava quieto tomando seu café , não me dirigiu a palavra nem meu bom dia respondeu , alias eu era um fantasma naquela casa , Jonas parecia estar distante. Se levantou e pediu licença , subindo as escadas e guiando para o seu quarto.

 

Jonas POV’

 

Acordei eram 8 da manha , como sabia que todos estavam dormindo peguei um dos livros na prateleira , com o título O SOL É PARA TODOS , estava com uma pequena impressão de estar esquecendo alguma coisa, mas não conseguindo lembrar o que poderia ser mergulhei na leitura daquele livro.

As 9 da  manha parecia estar todos de pé , troquei de roupa e desci para o café , o silencio reinava naquela casa , era diferente de onde morava com meus avós.

 

Estava me trocando , estava indo para cidade passear um pouco , quando alguém na minha porta estava batendo , trajava uma camisa pólo com uma calça e tênis , abri a porta para ver quem seria , era Anne aquela menina é pegajosa mais simpática isso quando quer.

 - Anne , o que faz aqui ? Olhava pra ela um tanto surpreso, ela ficou ruborizada por encara – la tanto.

- Vim saber se gostaria de fazer um passeio... E – Er. Confesso que era engraçado ver ela tentando me convidar para um passeio.

- Eu estou de saída , vou andar pela cidade quer me acompanhar Anne ? Não resisti aquela cara de por favor fale alguma coisa antes que caia dura aqui no chão , e a convidei para vir comigo , ela apenas acenou com a cabeça dizendo – Eu vou trocar de roupa então.

- Ok , te espero na entrada em 15 minutos. Fechei a porta e novamente me passou pela cabeça que tinha algo importante para fazer hoje , além de andar pela cidade a toa. Mas o que seria ?

 

 

Anne saiu correndo para o quarto , ficou com vergonha por perder as palavras na frente do Jonas , entrou indo direto ao guarda – roupa , tirando do mesmo uma camisa amarela e calça de jeans claro e tênis branco . Mas estava indecisa em deixar o cabelo solto ou preso .

- Hoje como é um dia simples vou com o cabelo amarrado , será que ele vai notar alguma diferença ? Definitivamente ela gostava do Jonas, mesmo se passando na cabeça que ele era onze anos mais velho que ela.

Saiu correndo para a entrada da casa , Jonas já a estava esperando,  abriu a porta do passageiro em seu carro para mim e indo para o lado do motorista, logo deu a partida e seguimos para a cidade.

 

Chegando a cidade , Jonas lembrasse que não convidou Kaily para o passeio, ficou se sentindo péssimo , pois sabia que aos domingos nada se tinha para fazer naquela casa.

Ele e Anne seguiram para um parque onde tinham varias pessoas , brinquedos apresentações e algumas barracas de lanche.

Seguindo para uma das barracas de lanche pega uma bebida e uma soda para a menina que lhe acompanhava. Sabia que não tinha tanta afinidade com a prima mais nova , mas tentaria se divertir passou o dia todo naquele parque indo em alguns brinquedos com a garota e tentando puxar um assunto para não ficar tão tenso o clima .

 

“esse domingo vai ser sem empolgação”pensou Jonas.

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Ainda na casa,  Kaily conversava com Lílian coisas sem muita importância , até que lembrou que Jonas havia lhe contado sobre um velho amigo.

- Lílian , Jonas te contou que foi visitar um amigo quando estava no Brasil ? Isso me despertou certa curiosidade. Lílian arrumava a cama da moça que estava sentada a frente de sua penteadeira , com pensamentos avoados e olhando a sua própria imagem no espelho.

- Não Kaily , não me falou nada, por que a pergunta ? Dizia a senhora sentando- se na cama arrumada .

- É que Jonas me contou que esposa e filhos desse homem morreram de Leucemia... Não sabia como continuar aquele assunto , mas bateu aperto no coração de imaginar como estaria o rapaz solitário.

 

Lílian segue para o quarto de Jonas e Kaily a acompanha , sentando – se na cama enquanto Lílian pegava as roupas espalhadas pelo quarto , até ela percebe um pequeno papel jogado no chão escrito “Ligar para Pedro amanha” e o coloca do lado do telefone com uma moeda de apoio , para não cair novamente.

Arrumando o quarto de Jonas , as duas vão para a sala assistirem televisão, até que sua mãe descendo as escadas de roupão, chama atenção da moça.

 

- Kaily,  quero que me acompanhe no almoço da empresa hoje , suba e vá se trocar. Dizia Marina subindo as escadas novamente.

 

*Não tenho outra opção* pensou a moça , subiu as escadas sem muita vontade e foi tomar banho. Seria um dia cansativo .

 

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No seu escritório improvisado ,ainda de pijamas  Pedro via na internet a passagem para Londres .O  avião pousaria em Londres e de lá pegaria um trem até chegar na cidade de Whinchester onde Jonas morava e  mesmo não sabendo a resposta do amigo , queria apenas conferir, ficou feliz por as mesmas estavam de acordo com seu bolso.

 

 

Como estava de férias , acordou tarde tomando apenas uma xícara de café e logo se sentando a frente do computador .

Mas logo decidiu sair um pouco de casa , indo até o mercado para comprar algumas coisas que faltavam na geladeira . Colocando uma regata preta e uma calça jeans escura e tênis , indo até o mercado mais próximo a pé já que era a dois quarteirões de distancia.

 

Com o tempo adquiriu o habito de beber, as noites em desespero eram regadas de vodka e  conhaque. Chegando ao mercado foi a seção de comida congelada , e as bebidas pegando uma garrafa de vodka , saindo com três sacolas com comida e bebida de lá , voltando logo pra casa. Eram 2 da tarde e nenhuma resposta do amigo , em Londres são três horas na frente do Brasil , agora seriam 5 da tarde na casa de Jonas.

 

- Esse domingo esta sem empolgação. Disse num suspiro de desanimo.

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O almoço fora tranqüilo , haviam muitas pessoas que só conhecia de distancia , já tinha vindo com minha mãe em almoços de negócios , mais quando Anne ainda usava fraudas.

Quando a mais nova nasceu Marina se apegou mais a ela, achava que eu era teimosa de mais como meu pai .

- Esse domingo esta sem empolgação. Disse deitada sobre os braços na mesa.

Lá havia um rapaz que não me era estranho nós éramos amigos de escola e também conhecidos como o casal mais bagunceiro da empresa , se tinha alguém que eu achava interessante era o Daniel , nossas mães trabalhavam juntas na empresa , junto a nós tinha  o Francis , motorista da mãe de Daniel que se metia em encrenca conosco , quando estava no hospital Daniel e Jonas me fizeram companhia , nunca me deixando sozinha ,Daniel depois da escola ia sempre me visitar.

 

 Fui em sua direção , percebi que estava acompanhado de uma moça, seria sua namorada?

Senti uma pontada de ciúme , não nos víamos desde que completamos o ensino médio.

- Daniel? Coloquei a mão em um dos ombros dele , quando direcionou seus olhos negros em meu rosto , senti que o mesmo estava corado, ao mesmo tempo senti ser observada pela moça a seu lado , e com certeza me comia com o olhar.

 

- Kaily, É você ? Ele me olhava surpreso.

-Quem mais poderia ser cabeça de bagre? Ele dava risada do apelido.

-Você não me chama assim desde os 16 anos. Percebi que ele ficou vermelho por ter chamado daquela forma , alias ele estava com a namorada , que logo deu um cutucão em seu braço. – Desculpa a indelicadeza , esta é Camile , Camile esta é a amiga de infância que mencionei. Damos as mãos como comprimentos .

- Você tem falado de mim ?Me senti surpresa . – O que tem falado ? espero que não tenha falado das nossas bagunças na empresa e também na escola . 

 

- É claro que falei , você foi minha melhor amiga, como poderia esquecer de tudo isso ? E alias ela me pergunta as vezes sobre a infância , e você é parte dela. Claro , faço parte do passado mais não do presente , o que eu estava pensando , estava ficando louca só por que não nos vemos a quase 6 anos não é desculpa para ciúme.

Passamos a tarde toda conversando os três numa mesa , percebi que Camile não era uma má pessoa , eu tenho titica na cabeça por estar com ciúme dela, e parece que ela não me direcionava mais o olhar gélido de antes , agora estava com um olhar calmo .

- Francis como esta Dani ? “Nossa que intimidade é essa ? é pedir pra Camile me estrangular de uma vez ...”

 -Ele se aposentou quando terminei o ensino médio , estava velho para o serviço , mais as vezes vem me visitar.

- Que pena , mais quando o ver novamente mande lembranças minhas certo ? Percebi olhares da minha mãe , isso queria dizer hora de ir embora . – bom , minha mãe esta me chamando , foi bom rever você Dani , ops Daniel .... minha advertência foi um tapa na testa de tão burra que sou , ele dera risada da minha atitude . – E foi bom conhecer você Camile. A cumprimentei do mesmo modo que no inicio e fui embora .

 

No carro eu e minha mãe fomos a maior parte do caminho em silencio , ela não tirou os olhos do caminho e começou uma conversa comigo .

- Você esta com uma cara mais alegre do que de manha , foi bom ter trazido você comigo. Disse ela passando as mãos em minha cabeça.

- É foi sim , não tinha me esquecido do Daniel , e a namorada dele é bonita não é mãe ? conversava mais não com muito entusiasmo.

- Isso porque você nunca mais veio comigo em almoços como o de hoje , desde que seu pai morreu , preferiu ficar trancada naquela casa , por isso Anne comparecia mais do que você, Daniel me perguntava de você as vezes , e sim a namorada dele é bonita.

 

Ta certo que depois que ela mencionou que Daniel perguntava de mim , eu fiquei mais surpresa ainda , uma conversa um pouco mais animada entornou e Marina começou a me contar do comportamento da Anne em festas da empresa , a pequena era casca de ferida , mimada do jeito que era , sempre reclamava das festas estarem paradas , e que varias vezes a fez passar vexame na frente dos empregados e varias vezes via as duas brigando em casa por algo ter acontecido.

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Anne esperava que algo mais pudesse acontecer naquele passeio como “eu poderia beija – lo ” , ou então “poderia me declarar e não ficar mais nessa situação”. Mas com receio , não avançou , apenas aproveitou a tarde que passara com o primo , já eram 5 da tarde e estavam voltando para casa .

 

- Gostou do passeio Anne ? A garota saia de seu transe não entendendo a pergunta .

- O que ?Desculpa não ouvi... seu rosto ficou corado.

- Perguntei se gostou do passeio!?!? Não tirando os olhos da estrada.

- A claro , e aquele restaurante que você encontrou a comida era ótima. Abaixou a cabeça para esconder o rosto rubro. – Posso ligar o radio Jonas ?

Ele indiferente respondeu – Fique a vontade.

 Na radio que Anne conectou tocava , I Remember You  do Skid row.

 

Aquela musica fazia Jonas lembrar das feições de Kaily , balançou a cabeça para tirar aqueles pensamentos da mente. Chegou em casa , e percebeu que o carro de Marina se encontrava na  frente da casa e estacionou a caminhonete 4x4 atrás do Porsh , e indo em direção ao passageiro abria a porta para Anne.

 

Entrando em casa , Jonas ouve a voz de Kaily e Lílian na sala , e vai até lá para dar um boa tarde.

- Olá Kah , como foi seu dia ? Dizia ele depositando um beijo na testa da prima.

- Foi bom , estava com Marina num almoço da empresa e encontrei um velho amigo , lembra se do Daniel ?Ela falava enquanto Jonas se ajeitava do seu lado no sofá.

- O garoto que você sempre chamava ele de cabeça de bagre ? Entonou uma alta risada.

-Ele mesmo.

 

Anne vendo a cena , abaixou a cabeça e subiu as escadas rumo ao quarto .

- Eu não tenho que ver essa cena , depois do dia que passamos juntos ele nem fala um “obrigado por me acompanhar”, ou  “também me diverti no passeio”.  Pelo que percebi , foi um dia cansativo para todos nessa casa.

 

- Anne , desça e fique conversando conosco . Dizia Marina trazendo consigo uma xícara de café.

A mais nova fez uma cara de cansada voltando se para a mãe. – Prefiro tomar banho .

- Como queira. Diz a mãe num tom de indiferença , vira se para os outros sentados no sofá da sala e começa a conversar , enquanto a menor sobe cabisbaixa rumo ao penúltimo quarto do corredor.

 

Na sala da casa.

 

Todos em uma conversa animada , até que Kaily interrompe falando para Jonas:

- Jonas encontrei um papelzinho em seu quarto estava escrito que tinha que ligar para alguém , e coloquei ele perto do telefone.

 

Jonas agora se lembra do que tinha de fazer ainda essa tarde , e sua advertência é um tapa em sua própria testa. “Então era isso” pensou

 

 


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