Segunda Chance escrita por thatyna


Capítulo 2
O Passado




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Londres – Inglaterra.

 

O vento batia lá fora ,estava frio, mas o sol brilhava com seus raios esquentando o pouco que fosse a janela do meu quarto. Admirava o pátio daquela casa ,era tão grande ,mas tão vazia.

Estava agitada a tarde , eram criados correndo para e para cá ,fazendo os preparativos ,para o aniversário de minha irmã mais nova Anne.

- Kaily , hora de sua caminhada matinal .Chamava- me a criada que cuidara de mim, desde pequena ,minha mãe ,não tinha muito tempo para mim, estava sempre trabalhando , Liliam era minha confidente ,quem eu podia contar em todas as horas, ao contrario de minha mãe.

- Já estou indo ,estou aqui na janela . Quando criança ,sofri um acidente de cavalo, cavalgava com meu pai,  o cavalo disparou com um deslize meu ,apenas um movimento brusco , o mesmo disparando e me jogando ao chão , ficando inconsciente. Com isso perdi uma perna,  com a pancada ,tive fratura exposta ,o que acabou me deixando aleijada.o Acidente acontecera a meus doze anos.

Hoje onze anos  depois , não me sinto bem em usar prótese.Mais enfim já que essa era minha vida meu destino ,que seja. Continuei a observar o movimento da janela ,sem perceber que Lílian adentrou meu quarto , pousando uma de suas mãos em meu ombro. – Vamos ?. Me entregava a muleta que usava como apoio.

Atrás de minha casa ,tinha um rancho que meu pai comprou , ele era um famoso jóquei , foi diretamente ai que me apaixonei por cavalos ,o vendo treinar sempre, desde meus cinco anos o acompanho em treinos ,corridas e tudo mais.

 

~>Flash Back<~

Em um dia chuvoso ,a pista desapropriada para aquela corrida , em meus doze anos, meu pai morre em um acidente de cavalo ,depois de sofrer um acidente e presenciar um ,nunca mais quis chegar perto de um cavalo. O cavalo não conseguiu fazer a curva e acabou indo para a cerca ,meu pai ,bateu a cabeça ,com a pancada morreu na hora.

~> Fim do Flash Back <~

 

Eu amava muito meu pai , era difícil estar ocupado ,sempre passeávamos juntos, me trazia lembranças de suas viagens ,cartões postais .

Minha estava muito empolgada com o dia , Corria pra lá pra cá ,fazia seus 12 anos, ela era filha de mãe com outro homem. Depois que alguém que você muito ama ,você deve procurar a felicidade e amar mesmo que seja pela ultima vez.

- Sua irmã esta muito empolgada hoje não é ? Lílian tentava puxar assunto, percebeu que esta distraída e não ouvi sua pergunta. – Kaily ? chamou meu nome algumas vezes até me ligar a esse mudo.

- Desculpe voando alto.Tentava entrar na conversa. – Do que falava mesmo?.

- Bom sua irmã Kaily esta hoje elétrica não é ?Chegamos ao estábulo , para observar os cavalos sendo treinados, e também meu primo Jonas montar um garanhão Árabe.

Ele tinha vocação pra isso,  morou com meus avós quando seus pais se divorciaram, após meus avós morrerem , ele veio para cá onde sempre foi bem vindo , como meus avós moravam no interior   ,criavam cavalos,  era uma fazenda tradicional. Hoje ele já era um jovem muito bonito , trabalhava na cocheira , e recebia muito bem por seus serviços, tinha a mesma idade que eu.

- Como vai prima ? Ele descia do cavalo vindo em minha direção.

- Muito trabalho ,com o garanhão árabe ? Me apoiava na cerca, ele colocava o chapéu em mim ,como se tivesse fazendo um convite para montar.

- Esse no começo deu bastante trabalho , mais um mês e ele ,pode correr ,faz três anos que estou treinando ele. Abria a porteira para que eu e Lílian passássemos. –Sabe mês que vem vai chegar um mangalarga mineira do Brasil.

- Puxa então quando chegar você me mostra ?. Me empolgava quando o assunto eram cavalos de raça pura ,mais a única coisa que me assustava era ter que montar em um deles.

- Kaily venha ver os potros que nasceram ontem. Me mostrava o caminho.

- Vamos então.  Me dando licença , e agarrando meu braço ,como se fossemos um casal passando no campo , Lílian nos acompanhavam.

- Ei menino Jonas ,por que ainda não foi se arrumar para o aniversario da pequena Anne ? Lílian nos  seguia com uma certa dificuldade ,também coitada já era de certa idade.

- Ah Lílian ,antes queria dar uma olhada nos cavalos , acabei me empolgando e montando num deles. Estávamos ,já na entrada do celeiro , Jonas abria o portão e mostrava para nós que era nos fundos ,que estariam os novos membros da família.

A égua estava com dois potros baia , eram realmente lindos.

- Quando estiverem bem treinados ,mais isso daqui três anos, eles vão ser vendidos para participarem de corridas.

- Kaily ,querida vamos subir ,você ainda tem que se arrumar ,para o aniversario da menina Anne. Lílian era realmente preocupada com relação aos horários ,não fazia nem vinte minutos que estávamos ali. – Sua mãe ,não vai gostar de saber que você não se arrumou ,para o aniversario.

- Ora Lílian ,deixe de besteiras , minha mãe da mais atenção aquela menininha mimada , é apenas um aniversario alias esta muito cedo ,são apenas 11 da manha.

- Vai  prima ,sobe ou então sua mãe vai dar uma bronca em você.Eu também daqui a pouco vou subir para tomar um banho.

Fiquei emburrada com isso queria ficar com meu primo ,aproveitar aquela pequena parte que restava das lembranças do meu pai e ainda ,meu mundo girava em torno daquela vida do campo ,era meu refugio ,como dizia meu primo.

Em pouco de dez minutos ,já estava no meu quarto ,Lílian me empurrando para debaixo do chuveiro, dizendo que estava suada. Passaria o dia inteiro ,mostrando ser uma pessoa que eu realmente não era , num mundo cheio de gente rica , mais sem liberdade , com falsos sorrisos. Mais enfim era o meu mundo.

A festa já começara , vários convidados estavam presentes ,Anne havia convidado mais seus colegas , daria mais bola a eles do que a família.

Desci para o pátio , com um pouco de vergonha ,Lílian me fez experimentar varias roupas .

- Kaily , pegue este vestido. Um vestido branco com babadinhos rosa. – Vai ficar uma graça.

- Lílian , nem minha irmã usaria isso no aniversario dela.Eu gostava de roupas que fossem simples mesmo , tinha que me sentir confortável , e não só porque o vestido ou qualquer peça de roupa é bonita que usaria ,também depende da ocasião.

Olhei pela janela ,minha irmã estava com um vestidinho verde tomara que caia ,bem cumprido.Eu mesma gosto de me analisar no espelho , se alguém escolher roupa para mim não me sinto bem.

Peguei um vestidinho  azul regata até os joelhos. , com uma sandália preta e um coque bem preso.

Acabava de prender meu cabelo ,quando batiam a porta.

- Kah ,  vim ver se você esta pronta. Só tinha uma pessoa que me chamava assim. – Posso abrir?

- Pode sim . Quando entrou estava dando uma geral no meu quarto , algumas roupas jogadas em cima da cama . seria um desconforto ,quando acabar a festa arrumar aquilo tudo. – Só um minuto Jonas estou terminando de arrumar meu quarto. Pegava as ultimas peças de roupa e as colocava de volta no guarda – roupas.

- Esta pronta ?. Jonas fazia um gesto com o braço , para agarrar – lo e descermos até o pátio onde acontecia a festa.

Lá eu e Jonas cumprimentamos alguns convidados já presentes , enquanto Anne  reclamava a mamãe que seus amigos ainda não chegaram, seria um longo dia. 

Sentamos perto da pista de dança , o aniversario de minha irmã era de desessete anos ,ela estava tão linda, claro não pude deixar de cumprimentar ela, vinha em minha direção novamente reclamar de alguma coisa que dera errado.

Me levantei com dificuldade ,mais logo me ajeitando e dando um forte abraço em minha irmã. – Parabéns Anne. Ela retribuiu o abraço ,falando um breve obrigado e indo em direção a mamãe.

- Kah quer dar uma volta?. Não pensei duas vezes , me levantei e esqueci que não consigo ficar de pé sem minha muleta , e cai no chão deixando a muleta escorregar da mesa.- Kah tome cuidado ,por que não esperou que eu ajudasse.?

- Eu sei lidar com isso a onze anos Jonas. Fiz uma cara de emburrada que fez Jonas dar risada , eu o acompanhei ,na risada. Ele tinha um sorriso tão lindo e ofuscante ,que me deixou corada.

- Vê m vamos andar um pouco. Me levantou do chão entregando a muleta.Minha irmã tinha um certo ciúme do meu primo , ela tinha um quedinha por ele , estava escrito isso na testa dela “o Jonas me pertence” , mais ela ,não tinha tanta amizade com ele como eu. – Então,  quando você vai perder esse seu medo, de cavalos , e andar comigo ?

- Quando encontrarem ossos do pegasus  na antiga Grécia. Isso deixou Jonas um pouco triste , a tempos ele me fazia essa mesma pergunta ,para eu deixar de ter medo e encarar de frente. Chegamos em uma fonte ,sentamos sobre a beirada observando as carpas. – Então , Jonas me conte sobre a sua viagem ao Brasil. Tentava mudar de assunto ,vendo que minha ultima frase o deixou sem graça.

- Ora foi ótima ,eu tenho um colega em São Paulo ,que é advogado a gente é amigo desde a adolescência, ele perdeu a esposa e filhos ,que tinham Leucemia, isso faz dois anos. Ele fizera uma pausa  e olhava para as próprias mãos , como se estivesse com vergonha.- Tinha feito uma viagem a São Paulo naquele tempo ,para ver alguns cavalos,quando o visitei,  recebi essa noticia, puxa você não sabe como ele ficou despedaçado.  

Ele olhava um pouco nervoso para mim. – Jonas por que está nervoso? Peguei em sua mão , ele corou com meu gesto, e finalmente o abracei ,não sei se precisava disso , mais eu queria aquele abraço.

 

Jonas POV’

Eu morei no Brasil na minha infância ,até meus doze anos ,quando meus avós morreram, minha tia Laura me convidou para morar com ela.

Antes da morte de meus avós, Kaily ia sempre me visitar, principalmente nas férias, andávamos a cavalo ,subíamos em arvores ,pescávamos , ensinei a ela como era a vida na fazenda.Uma vez quando a visitei nas férias de final de ano, em Londres muito frio essa época do ano,  passaria o natal com eles ,enquanto meus avós ,visitariam a outra parte da família que vivia no Brasil. Meu tio nos convidou para um passeio a cavalo , Anne tinha apenas sete anos , não gostava de cavalos como Kaily.

Era um passeio longo por um caminho que não só no verão era lindo ,mais também era lindo de admirar no inverno , um lago congelado em um campo aberto. Ficamos a tarde inteira brincando na neve, quando foi a hora de irmos embora ,eu meu tio ficamos conversando a frente ,Kaily estava bem devagar, não me lembro muito bem o que aconteceu , o cavalo dela saiu correndo a nossa frente, quando meu tio percebeu um choro , era minha prima ,fomos ao som ,mais quando chegamos lá, estava inconsciente.

Me senti culpado ,por ter deixado Kailly sozinha. No hospital recebi a noticia de que ela tinha fratura exposta e que teria que amputar a perna direita. Uma semana após a cirurgia ,onde já estava recuperada e receberia visitas , fui um dos primeiros, a entrar no quarto.

Quando entrei no quarto ,fui recebido com um lindo sorriso no rosto, ela possuía olhos como o céu , e um sorriso como o horizonte mareado ao por do sol. Nesse dia prometi que nunca iria a deixar sozinha novamente, e a mim mesmo uma promessa de que amaria sempre.

 

 


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