I Hate You Then I Loved You escrita por Tatiana Mareto


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Meu capítulo favorito, com certeza. Eu o escrevi de madrugada... sentia tantos calafrios, visualizei a cena mil vezes. E em todas elas, a mesma música ecoava. Não sei se escrevi o capítulo para essa música ou se essa música foi escrita para o meu capítulo, em uma inversão temporal bizarra. Apresento-lhes o primeiro - e único! - capítulo de fanfic minha escrito com base em uma música brasileira: Só Hoje - J Quest.



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*_Onde está sua mulher? – JunJin encontrou Dongwan na saleta, assistindo TV.

*_Eu não tenho mulher...

*_Ainda negando? Não acha meio complicado negar agora...

*_Ela é louca.

*_Ela não quis vir dormir com você hoje, não é? – JunJin sentou-se ao lado do amigo. – Sente falta dela?

*_Claro que não... vai perturbar outro, Jinnie.

*_Tadinho do Wannie... – JunJin abraçou-se ao amigo. – Está carente... quer que eu vá buscá-la para você???

*_Não! – Dongwan esquivou-se de JunJin, levantando-se. – Eu não quero ficar com ninguém que não queira ficar comigo... como disse, ela é louca. Muito louca, como vou me envolver com isso?

Enquanto isso, no quarto das meninas, Julie encontrou Brenda abraçada aos travesseiros.

_Você tem coisa melhor para abraçar. – Julie implicou.

_Você já teve sua conversa com Eric?

_Sim. – Julie sentiu um aperto no peito. – E você, não vai ver o príncipe encantado hoje?

_O sapinho deve estar dormindo a essa hora... amanhã pegamos um avião para a Coréia do Sul, precisamos estar descansados.

_Você o dispensou? Brenda... pensei que tinha passado dessa fase. – Julie continuou a implicar. – Preciso da sua ajuda com o Alex. Tenho que vê-lo.

_Ligue para ele. – Brenda jogou o celular em Julie.

_Agora não! Outra hora... ele iria para a Coréia conosco?

_Talvez... se você convencê-lo que é boa idéia ir... apresente-lhe as opções.

_Brenda, você quer que eu chame o Wannie? – Julie estava aflita com a amiga tão desanimada. – Eu dou uma desculpa qualquer, invento algo... você não precisa dar o braço a torcer e pedir para ficar com ele. Eu desapareço...

_Julie, vá dormir. Amanhã o dia será longo.

Pesadelo.

Viagem para a Coréia não era bem o que estava nos planos de Brenda. Julie estava deslumbrada, não conhecia o país. Brenda sim... e não sabia o quanto queria voltar lá. Nada contra o país, mas pensava sempre nas conseqüências. Julie não conseguiu falar com Alex, que não atendeu ao telefone nem para Brenda. Sim, ela o tinha magoado... não havia outra explicação.

Eric acabou por fazer como prometido, afastando-se de Julie. Vez ou outra, acabava por alcançar-lhe no olhar. Mas era só. E Brenda continuava nos seus afazeres, de agenda e celular nas mãos, workaholic. Ela ignorava Dongwan desde a última noite que estiveram juntos. E ele, nem sabia por que.

O grupo embarcou rumo a Seul às 14h, em avião particular. Brenda não deixaria seus bibelôs viajarem de avião comercial... não queria tumulto com fãs. E na Coréia ela sabia que o tumulto seria grande. Achou melhor tomar providências quanto a isso, e fretou um vôo. Eles tinham dinheiro para isso.

*_Você continua me ignorando. – Ele a encontrou na cozinha do avião, instantes depois da decolagem.

*_Impressão sua... errada, como sempre.

*_Ok, então... você tem razão que me diz que sou burro.

Dongwan deixou Brenda novamente. Ela insistia em ignorá-lo e ainda mentia... mas ele não precisava dela, mesmo. E ela sequer imaginava por que tinha aquela reação. Na verdade, ela não sabia por que estava reagindo daquela forma desde que pisada em Hong Kong.

A viagem era curta, e o grupo praticamente não conversou. Havia certo mal estar no ar, e os que não estavam envolvidos não queriam se envolver. A van da produção deixou Julie e Brenda no hotel, e os rapazes foram para outros lugares. A primeira coisa que Brenda fez a chegar foi ligar para Alex. Ele podia estar zangado com Julie, mas nunca ele teria o direito de estender isso a ela, Brenda.

_Vamos acabar com essa palhaçada. – Ela aguardou até a secretária eletrônica atender. – Alex, atenda logo esse telefone porque eu sei que você está em casa. Acabo de chegar na Coréia...

_Fez boa viagem? – A voz suave de Alex respondeu, depois de alguns instantes de silêncio.

_Poderia ter sido melhor, sem aquele musgo no meu pé.

_Céus... ok, não quero saber o que houve dessa vez. E... – Alex desistiu de terminar a frase.

_E Julie? Ela queria te falar, mas você não quer atender... bem, digamos que te dou dois dias para aparecer aqui. Ou eu vou ter que ir te buscar.

_Ah tá... você e que exército?

_Falo sério. Quer falar com ela agora?

_Sim, tudo bem. – Alex respirou fundo. Julie pegou o fone, apreensiva.

_Oi...

_Oi. Como vai Eric?

_Não sei... ontem eu disse algo a ele que o deixou um pouco chateado.

_Disse algo? – Alex sentiu o coração acelerado.

_Sim... eu queria te falar antes de vir, mas precisei embarcar. Você não precisa cumprir o ultimato da Brenda, mas eu gostaria que você aparecesse.

_Vou ver se consigo uma vaga na minha agenda super ocupada. – Ele riu. – Eu vou até aí, se é o que as duas querem.

Brenda tomou o telefone das mãos de Julie.

_Você precisa cumprir meu ultimato sim, Wang Lee Hom. Tem 2 dias... estou contando.

Era noite, e o dia não poderia ter sido mais improdutivo. O dia seguinte seria cheio, com encontros com vários responsáveis pelo Summer Concert. Mas eles simplesmente chegaram de Hong Kong e foram para seus lugares, sem qualquer outra atividade. Brenda se sentia incomodada com tanta lentidão, mas as coisas tinham começado a fluir.

Brenda rolava de um lado para o outro na cama, dormindo mal e superficialmente. Sonhava com uma imagem borrada, e a imagem lhe causava agonia. Chovia, e a chuva era forte. As faces estavam molhadas, e tudo era muito escuro. Brenda gritava, nervosa. Julie chorava, e o barulho da chuva era assustador. Havia sangue. Brenda também era uma expectadora do próprio sonho. Caminhando pelo cenário sombrio, viu um carro de cabeça para baixo. Sangue escorria pela pista de rolagem, enquanto um corpo jazia no solo frio e molhado. Luzes e sirenes se aproximavam, porém Brenda precisava ver quem era.

_NÃO! – Brenda gritou, arregalando os olhos. Passou as mãos ao redor, estava em sua cama. Suando em bicas.

_O que foi? – Julie acendeu o abajour, esfregando os olhos. – O que houve, Brenda?

_Eu tive... um pesadelo. Foi tão real...

Brenda levantou-se apressada e alcançou seu celular. Fez uma rápida busca pela memória e deixou chamar por alguns segundos.

*_Brenda? – A voz rouca e sonolenta de Dongwan atendeu ao telefone. Brenda desabou no sofá, aliviada. – Você está bem?

*_Sim, estou. – Sua voz estava embargada. – Onde você esta? – Ela sussurrava, a voz sumindo.

*_Dormindo... eu acho. Estamos no hotel, por que?

*_Que hotel?

*_O mesmo do seu... vocês nem nos notaram, né? Para variar... posso voltar a dormir agora?

*_Em que andar você está? – Brenda tremia. Julie assistia a cena de olhos semi-abertos.

*_Acho que no vigésimo... o que você quer?

*_Tem mais alguém acordado?

*_Se eu continuar a ser interrogado, terá. Por enquanto, só eu... posso voltar a dormir?

*_Estou subindo.

Julie franziu a sobrancelha, mas desistiu de entender quando viu Brenda enrolar-se no roupão e sair porta afora. Nada mais a surpreenderia, ainda mais vindo de Brenda. E Brenda subiu oito lances de escada como se eles não existissem. Chegou à porta do quarto dos rapazes em tempo recorde. Dongwan a esperava, olhos caídos, cabelo despenteado, short torto e amarrotado. Brenda parou em sua frente, respiração ofegante.

*_O que está havendo, Brenda?

*_Eu precisei... tive um sonho, eu... – Ela não conseguia se expressar. Ela sentia algo que não desejava sentir, e expor aquilo era uma tortura terrível.

*_Um pesadelo? O que foi de tão horrível que te fez me ligar no meio da madrugada?

*_Eu... eu só precisava... eu queria, eu...

*_Eu nunca te vi sem palavras. – Dongwan puxou-a para dentro e fechou a porta. Foi com ela para a saleta, onde ninguém seria incomodado.

*_Estava com medo. Foi muito real, musgo... – Ela segurou sua face nas mãos e olhou para ele, suplicante – Diga... não, prometa. Melhor, jure! Jure que você nunca vai embora.

*_Você não está bem. – Ele passou a mão por sua testa, tentando medir a temperatura. – Por que eu iria embora? E por que isso é tão importante para jurar? Depois de me ignorar por dois dias seguidos, eu não posso ir embora?

Brenda ficou novamente sem palavras. Baixou o olhar, constrangida. Ela queria dizer, quase disse. As palavras ficaram agarradas em sua garganta. Ela o olhou, havia lágrimas em seus olhos. Talvez ele não notasse, mas ela sabia. E ela jamais choraria.

*_Desculpe ter te acordado... eu agora vou...

*_Brenda... – Ele segurou suas mãos, impedindo que ela levantasse. – Você não vai a lugar algum... venha cá. – Dongwan ajeitou-se no sofá e puxou-a para si. Brenda estava mole, se sentido fora do próprio corpo. Havia tomado um susto. – O que acontecia nesse sonho?

*_Um acidente... você estava no meio do asfalto...

*_Está tudo bem... eu estou aqui, fique tranqüila. – Ele beijou seus lábios, mesmo com ela resistindo. Virou-se no sofá, invertendo a posição. Seu corpo pesou sobre o dela, e Brenda sentiu aquele arrepio que somente Dongwan a fazia sentir. Ela tinha que resistir a ele, porque ela um dia jurou que resistiria para sempre. Mas ela não podia fazer nada quando ele a colocava naquela posição.

*_Eu vou voltar... – Ela disse, não muito certa do que queria fazer. Seu corpo se dividia entre o tremor do pavor que sentiu ao acordar e ao tremor insuportável do toque dos dedos de Dongwan em sua pele.

*_Não vai.

*_Me deixe ir, musgo... estamos na saleta e...

*_Dongwan. – Ele disse, olhando diretamente em seus olhos.

*_O que?

*_Meu nome... diga.

*_Eu não vou dizer o seu... – Antes que Brenda terminasse a frase, ele a beijou novamente. Passou a língua por seus lábios; delineou-os bem lentamente. Ela se contorceu, virando o corpo para trás. Teve vontade de matá-lo. Ela sempre tinha o controle, como ele ousava tomá-lo de suas mãos daquela forma? Dongwan atou as mãos dela com as suas, respirando ofegante. Pressionava seu corpo contra o dela, ansioso. Mas primeiro ele completaria sua tortura.

*_Diga. – Ele insistiu, beijando seu pescoço, seu colo, passando a mão pelas bordas do roupão até desatar o laço que o prendia, expondo a pele seminua de Brenda.

*_Dongwan. – Ela estava já fora de si. – Satisfeito?

*_Não foi tão difícil. Agora diga de novo. Diga meu nome... diga que me ama.

Brenda já não respondia por seus atos. Era tarde, ela estava em choque. Sentiu um calafrio ainda maior quando ele abriu lentamente o roupão, beijando sua barriga, cada centímetro que estava descoberto, descendo até a linha do quadril e retirando bem devagar a última peça de roupa que estava ali.

*_Eu não...

*_Diga. – Ele continuou a insistir, provocativo.

*_Eu te amo, Dongwan. – Ela fechou os olhos. Todo o seu corpo tremia em espasmos que ela não conseguia controlar. Ele alcançou seus lábios e a beijou, como ele ainda não a havia beijado.

Hoje eu preciso te encontrar de qualquer jeito

Nem que seja só pra te levar pra casa

Depois de um dia normal

Olhar teus olhos de promessas fáceis

E te beijar na boca de um jeito que te faça rir (que te faça rir)

Hoje eu preciso te abraçar

Sentir teu cheiro de roupa limpa

Pra esquecer os meus anseios e dormir em paz

Hoje eu preciso ouvir qualquer palavra tua

Qualquer frase exagerada que me faça sentir alegria

Em estar vivo

Hoje eu preciso tomar um café, ouvindo você suspirar

Me dizendo que eu sou o causador da tua insônia

Que eu faço tudo errado sempre, sempre

Hoje preciso de você

Com qualquer humor, com qualquer sorriso

Hoje só tua presença

Vai me deixar feliz

Só hoje


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