Só Amizade? escrita por uke_san, shima_san


Capítulo 1
One night




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Ruki estava babando em seu sofá, com a TV ligada enquanto passava um filme qualquer, quando ouve um barulho em sua porta.

-Mas quem diabos está chamando agora?-levanta-se com os cabelos loirinhos bagunçados.

O que viu era Uruha na porta, bufando e todo suado. – R-Ruki, eu...

O coração de Ruki pulou alto. O loiro mais alto mexia muito com o coração do pequeno, e ele sabia que o amava, mas não tinha coragem para se declarar. Olhou para ele esperando a continuação da frase.

Uruha agarrou a camiseta do Ruki. – E-eu preciso de você...

A minha chave caiu no bueiro e...

-Calma Uru, eu vou até lá com você te ajudar. – Ruki sorria para ele.

Uruha respira fundo e esboça um sorriso. – Ah, obrigado mesmo Ruki!

Ao chegar no bueiro, Ruki e Uruha se abaixam para ficar mais perto do buraco enquanto Ruki abria a tampa. – Olha ali, Uru, está pendurada. – Ruki foi se aproximando cada vez mais e perdeu o equilíbrio, Uruha o segurou pela cintura e os dois coraram instantaneamente.

-Ahhh, er... – Uruha olha pro lado, desviando o olhar. – você ta bem? Desculpa, eu...

-Obrigado Uru.

Ruki deu um sorriso doce. Ao ver isso, Uruha riu e fez um cafuné em sua cabeça.

-Continua desastrado como sempre, baixinho.

Ruki coça a cabeça, desajeitado e fita a chave. Gostaria muito de ajudar Uruha, mas gostaria de passar mais um tempo ao lado dele. Não conseguiria pegar aquela chave à noite, não enxergava nada. – Kou, o que acha de ficar lá em casa hoje e de dia a gente vem pegar suas chaves?

-Hã?! – Uruha foi pego de surpresa. Não pensava que Ruki fosse fazer um pedido desses. Talvez fosse fruto de sua imaginação. Afinal, eles eram amigos, não é?! Uruha não sabia responder. Percebeu que o pequeno o olhava com expectativa. – Tá bom, tá bom, chibi, mas como agradecimento eu faço o café da manhã.

Ruki deu um sorriso tão fofo que dava vontade de mordê-lo.- Como ele podia ser tão bonitinho? – Pensou Uruha enquanto levantava-se e ajudava Ruki a fazer o mesmo.

Ruki se levantou e os dois foram caminhando juntos pelas ruas geladas até a casa de Taka. Ele abre a porta de seu apartamento e acende a luz. Onde Uruha ia dormir? Tinha somente uma cama... Mas também tinha o sofá. – Uru, eu vou pegar umas roupas para você... pode dormir na minha cama que eu durmo no sofá. – Olhou para o sofá velho nada convidativo e suspirou baixinho.

Ia realmente ser uma longa noite... Foi ao seu quarto e abriu o armário. Conseguia imaginar Uruha vestindo qualquer uma daquelas roupas... Suspirou novamente. Estava tudo ruim. Tinha um amor impossível e não correspondido e ainda teria que dormir no sofá. Pelo menos Uruha estava ali com ele. Pegou um moletom velho para entregar pra Uruha. – Aqui, Uru. Pode usar isso e na cama tem edredon. Se precisar de alguma coisa me avise. – Disse isso tentando sorrir.

-Não Ruki, você dorme na sua cama e eu no sofá, eu só te dou trabalho né, chibi? – Abaixou a cabeça, envergonhado.

-Não Kou, não! Você é a visita, você dorme na cama. E você não dá trabalho, Uru! – Colocou a mão no rosto de Uruha, fazendo-o levantar. – Olha Uru, a cama é grande, porque não dormimos nós dois? – Ruki sentiu seu rosto corar ferozmente. Não acreditava no que acabara de falar.

Seu rosto corava bruscamente enquanto se dava conta do que falou. Virou o rosto de lado. Tinha medo do que Uruha ia falar ou pensar de Ruki agora. Ele não percebia, mas o coração de Kouyou estava tão acelerado quanto o seu. Mas eles eram só amigos, não eram?

-Tudo bem, Taka. – Uruha sorriu e corou, abaixando a cabeça.

Será que eram mesmo? Essa perguntava martelava na cabeça de ambos enquanto se dirigiam ao quarto. Amigos dormem juntos? Tem quedas um pelo outro? Deitaram-se. Ruki deixou um pequeno abajur aceso, com uma fraca luz mas que era o suficiente para ver metade do rosto de Uruha. Então Ruki sentiu uma mágoa lhe consumir, uma infelicidade, não agüentava mais. Começou a chorar, como um pranto que nunca cessava. Uruha o olhou atônito e assustado.

Não sabia porque Ruki estava chorando. Tinha feito algo de errado? Institivamente abraçou-o e afagou o seu cabelo, tão macio. Ruki apertou o abraço como se precisasse do seu calor, do seu carinho.

-Taka-chan... eu te fiz algo? – Uruha falava suplicante.

-Ko... Kou... Eu não agüento mais... – Ruki falava entre soluços.

-Fala chibi, o que é? Abraçava Ruki cada vez mais forte. Não agüentava mais esperar.

-sabe... faz tempo que eu sinto isso. – Ruki fez uma pausa. – Kou... eu sei que você vai me tirar daqui a tapa, mas... eu te amo. – Abaixou a cabeça sentindo as lágrimas escorrerem e o rosto ferver. Tinha acabado de estragar a amizade.

O coração de Uruha parou por um instante e logo começou a bater rápido. Seu rosto corou. Não sabia o que falar, não sabia o que fazer. Estava feliz, estava empolgado, estava apaixonado e nunca tinha admitido isso. Começou a rir. Era uma risada tão... mas tão gostosa... Ruki se assustou. Pensou que Kou esta rindo dele. Ai, com era idiota...

Logo viu o rosto de Uruha banhado por lágrimas de emoção. O mais alto o pegou pela cintura, puxando para perto de si, deixando seus lábios a milímetros de distância.

Aguardara tantos anos por aquele momento. Os lábios de Ruki pareciam tão quentes e convidativos... Não podia agüentar mais e acabou com a distância entre seus lábios.

Ruki aproveitava cada sensação dos lábios macios de Kouyou, dos carinhos feitos em sua nuca. Como ele era carinhoso. Ruki passou a mão por baixo da blusa de Kouyou, fazendo-o estremecer.

Uruha podia sentir um arrepio percorrer o seu corpo. O toque de Ruki era algo totalmente diferente. Era algo que podia acabar com a sua sanidade. Desceu para o pescoço de Ruki dando beijos cheios de amor, carinho e desejo. Ruki gemeu baixinho com os toques de Kouyou. Nenhuma garota podia dar essas sensações para ele.

De repente, um barulho soou no ar. Com todo o ecstasy, Uruha acabou derrubando o abajur de Ruki, que acabou quebrando.

Eles tinham ido longe demais.

Ruki estava ofegante assim como Uruha. Ruki corou e Uruha o abraçou pela cintura e deu um beijo na ponta de seu nariz.

-Acho que é muito cedo pra isso, não é, chibi? – Kouyou falou carinhoso.

Ruki coçou a cabeça. Ele tinha ido rápido demais. Mas como gostaria de continuar... – Ah, é mesmo. – Sorriu envergonhado. Olhou para o abajur, quebrado no chão. Uruha se esticou e pegou os pedaços do abajur e colocou sobre a mesa. Viu o seu pequeno coçar os olhinhos e bocejar. – Vamos dormir? – Kouyou falou sorrindo.

O menor deitou sobre o peito de Kouyou e suspirou, fechando os olhos. – Vamos... – Sussurou de um jeito sonolento e logo adormeceu. Kouyou aconchegou o loirinho em seus braços. Como ele estava feliz! Fazia um carinho leve na cabeça do pequeno. – Eu te amo. – Sussurou ao pé do ouvido e logo adormeceu.

Quando Ruki acordou, lembrou da noite passada e teve vontade de soltar fogos de artifício. Mas logo percebeu que Kou não estava ao seu lado. Sentiu um cheiro gostoso de café no ar.

Um sorriso se formou em seu rosto. Uru realmente cumpria suas promessas e havia realmente preparado um belo café-da-manhã. Já estava tudo posto na mesa e Kouyou o aguardava.

Ruki não pode deixar de pensar em como seria bom se todo dia fosse daquele jeito... Deu um forte abraço em Uruha e um selinho em sua boca. – Bom dia Kou! – e sentou-se na mesa.

Eles comeram e conversaram animadamente, trocando carinhos durante o café.

-Kou! A chave! – Ruki se lembrou.

Uruha finalmente se lembrou do motivo de sua estadia na casa de Ruki. – Ah é, vamos lá pegar! – sorriu e caminhou em direção à porta, aguardando Ruki.

Os dois caminharam até o bueiro e com esforço recuperaram a chave.

-Ahhh, eu amo essa chave. – Ruki a abraçou. Uruha riu. Graças á chave, sua vida não podia estar melhor.

-Eu te amo, chibi. – Uruha disse enquanto deixava um selinho na boca do menor.

- Também te amo, Kou. – Disse abraçando Uruha pela cintura.

E juntos voltaram para o apartamento, caminhando pelas ruas, não mais geladas.


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Notas finais do capítulo

e aí? Reviews? *--*