That Day escrita por kaulitz girl


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Quero muitos rewies please!
beijinhos, adoro-vos :D



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/142821/chapter/2

Voltei a casa. Olhei o piano da minha mãe. Tinha imensas saudades dela, nunca mais lhe havia tocado desde a sua morte, apenas tinha ficado com ela pois era esse o seu desejo se fosse viva. Ela fazia-me falta, imensa falta. Só quem perde uma mãe é que sabe o que é ter essa dor. Despertei dos meus pensamentos, quando o meu telemóvel começou a vibrar. Era uma mensagem dela.

- “Desculpa. Tive um problema e não pude mesmo sair. Desculpa. Ass: Marisa”

- “Mas está tudo bem? “

- “Amh…é um assunto delicado e eu não me sinto preparada para falar nisso, desculpa”

- “Já vi que não estás bem, vou deixar-te sozinha então. Adeus” – se ela não queria desabafar, não a iria obrigar. Deixou de responder durante uma hora, ate que o telemóvel voltou a vibrar.

- “Podemo-nos encontrar e eu conto-te” – Aquela mensagem tinha-me alegrado.

- “Podes vir cá a casa se quiseres” – Ok, ela só tinha almoçado comigo uma vez e já vinha cá a casa. Era óbvio que ela não viria.

- “Se não for incomodar…” – ainda estava parvo ao ler a mensagem dela a dizer que vinha cá a casa, mas só vinha se não incomodasse. Apressei-me logo a responder-lhe

- “Claro que não, vivo sozinho, não incomodas nada” – respondi prontamente. Sabia que ela não fazia a menor ideia de onde se localizava o meu apartamento. Liguei-lhe e dei-lhe as indicações precisas do meu local de habitação.

Ela só viria dentro dali a 1h, por isso aproveitei e fui tomar um longo banho. Estava farto de me sentir sozinho naquela casa, farto de não ter uma companhia, farto de não ter ninguém a mandar vir comigo por ter deixado o casaco no chão, farto de tudo, mas principalmente farto do passado e dos erros todos que cometi. Já sentia a água a entrar-me na pele, já estava debaixo do chuveiro á meia hora e daqui a pouco Marisa chegava e eu ainda me encontrava nestas condições.

Sai da cabine e enrolei uma toalha na cintura. Dirigi-me ao meu quarto e fechei a porta de seguida. Fui buscar uns boxers e vestindo-os rapidamente. Optei por umas calças de ganga claras e largas, uma camisola de manga comprida branca com uns desenhos em preto, coloquei uma camisa de manga curta por cima, aos quadrados vermelhos e brancos, arregaçando de seguida as mangas da camisola debaixo. Coloquei uns ténis brancos com as minhas iniciais gravadas na parte de trás.

Ouvi a campainha tocar. Era ela.

Acabei de me arranjar, optando por deixar as tranças soltas e desci as escadas rapidamente. Abri a porta e via-a. Estava com umas calças de gangas claras o que dava uma bela vista do seu rabo. Usava uma túnica branca, mas com decote em V dando uma apetitosa vista do seu peito, calçava umas botas castanhas claras de cano alto e com um pouco de salto. Assim que a apreciei fiz noção dela entrar cumprimentando-a com dois beijinhos.

Notei-a meio triste mas não me atrevi a perguntar o que se passava. Encaminhei-a para o sofá e sentei-me ao qual ela imitou o gesto.

- Então – quebrei o silêncio – Tiveste desaparecida esta semana – assentiu com a cabeça afirmamente.

- Sim – respondeu baixinho e vi as mãos dela a brincarem nervosamente.

- Que se passa? – Tinha de perguntar. O nervosismo dela intrigava-me.

- Foi a minha mãe – não foram precisos minutos para ver as lágrimas a brotarem dos seus olhos.

-Então? – Aproximei-me dela devagarinho e coloquei as minhas mãos sobre as dela. Não recuou mas senti o seu corpo a tremer vagamente.

- Ela… – gaguejou – o dia a seguir de me despedir… - voltou a gaguejar e as lágrimas cada vez eram mais – ela sofreu um acidente de viação… - encostou-se no sofá. Engoli a seco e tremi também, mas apertei mais a sua mão tentando confortá-la. – e não resistiu – o meu coração parou. Senti picadas no peito, senti o meu corpo a desfalecer, senti as pernas a quererem cair e desfalecer tal como o resto do corpo.

- Marisa… - Ela abraçou-me – eu sinto muito – retribui o abraço passando as mãos pelas suas costas e apertando-a mais para mim. O cheiro dela entrou-me pelas narinas como se fosse algo que indecifrável, aquela sensação era tão boa, senti-me um homem. Mesmo tendo 23 anos, senti-me um verdadeiro homem, senti-me eu mesmo, Tom Kaulitz.

- Por isso é que eu não te respondia ás mensagens – quebrou o abraço olhando-me nos olhos – estava a tratar de tudo para o funeral e tive de avisar a minha família de Portugal.

- Não tens de te justificar – falei calmamente, colocando de novo as minhas mãos sobre as suas – Eu sei o que estás a passar – falei olhando os meus pés.

-Sabes? – Olhou-me rapidamente – Como? – Ela arregalou os olhos, quando eu comecei a assentir que sim com a cabeça – Oh Tom eu sabia que vinha incomodar – olhou a televisão apagada. Levantei-me do sofá dirigindo-me ao pé da janela e olhando os carros lá fora. O céu estava escuro. Esta noite prometia um torrencial e mais uma vez estaria sozinho em casa.

- Não estás a incomodar – olhei-a sorrindo cautelosamente - Estou a precisar de contar isto a alguém – olhei de soslaio o piano branco dela. Nunca ninguém lhe havia mexido, nem sequer a empregada para limpar o pó. Marisa apercebeu-se do meu olhar intenso no piano e atreveu-se a perguntar – Era dela? – Assenti afirmamente olhando de novo a janela

- Foi há 5 anos – senti-a a levantar-se do sofá – Ela passava a vida a tocar nele – acendi um cigarro – eu acordava com a melodia do piano, adormecia nesse mesmo sofá também com a melodia do piano, sempre que tinha algum problema era com o som dessas teclas que eu deixava tudo para trás, fechava os olhos e sentia o som a entrar pelos meus tímpanos – ela aproximou-se de mim, encostando o ombro esquerdo na janela, cruzando os braços e olhando-me de seguida – Até ao dia em que cheguei da escola juntamente com a minha empregada e vimos a minha mãe com a cabeça deitada sobre o piano. – O meu coração estava a apertar quando as lembranças vinham ao de cima. Senti a mão de Marisa a pousar no meu ombro – Foi para o hospital – continuei – passei lá a noite, sabia que algo estava para acontecer, por isso comecei a mentalizar-me do pior – olhei o piano – No dia seguinte às 6 da manhã o médico veio dar-me a notícia – pressionei as lágrimas cerrando os olhos e pressionando os lábios para elas não caírem – O meu mundo desabou naquele momento, não me imaginei sem ela e não conseguia imaginar dali para a frente.

- E como passas-te por isso sozinho? Tinhas só 18 anos Tom – falou calmamente também acendendo um cigarro do meu maço, que estava pousado no parapeito da janela. Olhei-a arqueando uma sobrancelha – Velho hábito – sorriu – só quando estou nervosa – deu uma passa, travou e deitou o fumo fora – mas continua vá – continuou o cigarro e olhei de novo o céu escuro.

- A minha empregada que me conhecia desde que nasci, ajudou-me até eu acabar a faculdade – abri a janela e deitei o cigarro fora – Já passou e ultrapassei o mais que pude – sorri fracamente e dirigi-me de novo para o sofá. Ela continuou a fumar.

- Sabes Tom – imitou o meu gesto de mandar o cigarro pela janela e juntou-se a mim no sofá – Esta dor é nova para mim – gaguejou de novo – Mas acredita que sei perfeitamente o que tu deves ter passado. Foste muito forte, lutaste e agora o teu esforço foi recompensado – olhou-me e passou a mão na minha face direita – Tens uma casa, tens amigos, tens um curso, tens emprego, tens namorada – sabia que a situação não era adequada mas não evitei rir-me – o que foi? – Olhou-me desconfiada.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

REWIES



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "That Day" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.