Meus Contra-acasos escrita por MikaDM


Capítulo 3
A proposta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura ...



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 – Hein? – Perguntei mordendo a língua. Eu conhecia o Matheus desde o primário. Nós éramos amigos, até que cada um resolveu “toma seu rumo”. Ele era tímido e fechado, mas de uma hora pra outra resolveu que queria ser o capitão do time de futebol e o garoto mais lindo e popular da escola. Mas para mim ele ainda era um riquinho mimado da escola.

 – Você ficou maluca ou o quê? – Perguntei quebrando o silêncio que se seguia.

 – Eu não, mas ele vai ficar! – Olhei para ela sem entender. – Você leu meu diário não leu? – dei de ombros. – Sabe o que ele fez, não sabe? – perguntou ela com voz deprimida.

 – Mais ou menos. – Disse sem entender o rumo da conversa.

 – Olha aqui garota, eu odeio você e sempre vou odiar e nunca vou te perdoa por ter lido meu diário, mas apesar disso, o Matheus é meu principal alvo agora, porque apesar de eu te odiar muito, você não atrapalha minha vida social e o Matheus vai acabar com ela, só que eu vou acaba com a vida dele primeiro. – disse ela sorrindo.

 – Hãn? – perguntei pasma. Ainda não tinha entendido nada.

 – Ó sua retardada, se você conquistar ele e, vamos supor, que ele se apaixone por você, a vida social dele está acabada! – Disse ela revirando os olhos como se fosse uma coisa lógica demais.

– Háhá! – Debochei dela. – Você ficou maluca néh garota? Arranja uma de suas amigas patricinhas para realizar esse seu “plano diabólico” porque eu to fora! O que você pensou pra achar que eu iria te ajudar? – Perguntei sorrindo. Isso só podia ser uma piada.

 – Eu não to maluca não tah? – Ela abaixou a cabeça fitando o chão. – Eu não posso contar isso pra ninguém e eu só to pedindo isso porque você fez o favor de ler meu diário e ficar sabendo dos meus segredos e também... – Ela hesitou como se fosse falar um pecado. – É que nenhuma das minhas amigas é “muito” inteligente e além do mais todas são parecidas comigo, então se ele me rejeito vai rejeitá-las também, mas você é carne fresca. Posso transformá-la na garota mais fatal de todas – Disse ela olhando-me e rindo.

 – Você ta falando sério mesmo? – Perguntei assustada.

 – Claro néh! – Ela devia ter fumado alguma coisa. Como assim? Conquistar o Matheus? Ela me odiava, não era?

 – Olha aqui ó patricinha, eu não sei o que deu em você pra acha que eu aceitaria essa proposta e além do mais eu não tenho nada a ver com suas encrencas ou com sua vida social e que sabe, se você me odeia me odeia não ligo mesmo! – Disse saindo do banheiro.

 – Você vai querer fazer isso. Pode ter certeza. – Gritou ela enquanto eu me distanciava.

  Sai da escola indo em direção ao ponto de ônibus que estava vazio. Diego com certeza deveria ter me esperado por um tempo, mas acabou indo embora. Suspirei aliviada por está sozinha. Decidi prolongar mais o silêncio e ir a pé para casa. Não era muito longe só três quarteirões. Eu adorava colocar meus fones de ouvido e sair andando observando o mundo com o vento levando meus cabelos. Andei por alguns longos minutos até chegar em casa. Minha mãe estava no trabalho, então eu estava sozinha, como sempre. Abri a porta e tive uma surpresa.

 – Ain... Achei que nunca fosse chegar! Por que demorou tanto? – Diego estava parado a minha frente fazendo um questionário.

 – Que susto que meu deu! – Falei entrando e jogando a bolsa no sofá.

 – Desculpe, mas eu estava tão curioso pra saber o que tinha acontecido com você que peguei a chave escondida no vaso. – Ele falou sorrindo como se aquilo fosse uma piada.

 – Aff. Não foi nada. – bufei tirando meu All Star e me jogando no sofá. Diego me seguiu e sentou-se no chão tocando minha mão. Olhei para ele.

 – Sabe que sempre pode me contar tudo, não sabe? – Ele disse com um sorriso acolhedor. – Eu sempre vou está aqui pra te... – Não deixei ele terminar.

 – O que foi isso? – Perguntei alarmada. Perto do seu olho esquerdo estava roxo e inchado como se tivesse levado um soco e eu nem tinha percebido até agora.

 – Não foi nada. – falou ele sem graça abaixando a cabeça. Eu sabia que tinham feito alguma coisa com ele.

 – Me diga agora Diego! Quem fez isso com você? – Exigi uma resposta. Ele encarou o chão por alguns minutos e olhou para mim.

 – Foi só uma brincadeira com os meninos do futebol. – disse ele acanhado.

 – Não está me parecendo só uma brincadeira! – disse em tom sério.

 – Eu estava esperando você no ponto de ônibus e acabei perdendo o meu ônibus. Depois de alguns minutos chegaram os meninos do futebol e... – Ele hesitou, mas nem precisava continuar, eu já sabia o que havia acontecido.

 – Quem te socou? – perguntei preocupada. Eu já fazia uma certa idéia de quem havia sido.

 – Eu não sei, eram muitos e...

 – Quem te bateu? –Exigi em tom alto.

 – Eu não sei, talvez o... O Matheus ou outro. Ah eu não sei! – falou ele sem paciência,

 – Não vou deixar que te façam uma coisa dessas. Amanhã eles vão aprender a bater em alguém do tamanho deles. – disse confiante.

 – Eu que era pra cuidar de você e não o contraria. – Ele me abraçou rindo.

 – Mas toda regra tem acessões. – Disse em seu ouvido enquanto me abraçava. Ele era como se fosse um irmão pra mim, na verdade, era como se fosse uma irmã.

 – Vamos almoçar então? – Perguntei o puxando pra cozinha.

  Depois que o Diego foi embora me jogue na minha cama e fiquei pensando. Graças a Deus ele não insistiu em saber onde eu estava e o que eu estava escondendo dele. Na verdade, não era nada demais, então ele não iria ficar chateado se eu não contasse e além do mais eu tinha coisas mais importantes pra pensar. Na hora do intervalo eu iria ter uma conversa nada amigável com o Matheus, e eu estava louca pra isso. Quebra a cara daquele bonequinho de porcelana. Há! Quero vê se você é tão bonito com a cara inchada – Falei antes de pega no sono.

  No outro dia as aulas passaram rápidas demais, na verdade, eu nem prestava a mínima atenção, então não me importava muito. O sinal do intervalo tocou e eu ri maliciosamente.

 – O que você vai fazer? – Perguntou Diego segurando meu braço antes de eu sair da sala.

 – Você vai ver! – falei sorrindo.

  Sai para o pátio e encontrei o bando de idiotas rindo de alguma babaquice. Fui na direção deles e encarei o Matheus que me olhou desconfiado. Eu não tinha nada a perde, já tinha me metido em um milhão de brigas como aquela.

 – Qual é a graça babacas? – perguntei rindo. Todos olharam pra mim ao mesmo tempo, literalmente todos. Olhei ao redor e vi Cindy me encarando com um bando de patys ao seu lado. – Perderam a língua foi? – disse fulminando-os.

 – Que que é garota? – perguntou Matheus me olhando surpreso.

 – O que que é? – repeti sua pergunta. – É isso otário! – exclamei dando um soco em sua cara. Ele se levantou instintivamente e partiu pra cima de mim, mas seus amigos o seguraram.

 – Qual é playboy? Ta com medo de uma garota? – Excitei-o xingando-o. Sentia seus olhos em brasa querendo me fulminar. Ele se soltou rapidamente dos braços dos seus amigos e veio pra cima de mim.

 – Vadia! – Exclamou ele puxando meu cabelo com força. Enterrei uma das minhas pernas entre as pernas dele e levantei meu joelho atingindo seu membro com força. Ele caiu no chão gemendo.

– Levanta florzinha! – Falei irônica.

– O que está acontecendo aqui? – Perguntou o diretor atrás da gente. Eu me virei e o fuzilei com o olhar. Ele ficou constrangido e desviou o olhar para o Matheus que estava caído no chão. Abaixei-me e falei em seu ouvido:

 – Isso é pra você aprender a não se meter com o meu amigo! E se quiser brigar de verdade procura alguém do seu tamanho otário. Antes que eu me esqueça: O que é seu tá guardado eu ainda vou acaba com você! – Exclamei me afastando da confusão e todos me seguiram com os olhos. Eu sabia exatamente o que fazer pra acaba com aquele idiota.

 – Eu aceito. – Falei baixo ao passar por Cindy e suas patys. Ela apenas sorriu triunfante.


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Notas finais do capítulo

Ta boa gente? Continuo?
Não se esqueça do Review...