0'Clock escrita por KelBumBi


Capítulo 12
Capítulo 12




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7° mês e quinze dias

 

— Freddie, por que você abraçou a Melanie, posso saber? — Sam questionou visivelmente nervosa.

— Eu... Hãn... Como... O que... — eu parecia um bocó, apontando uma para outra. — Espera! — gritei, balançando a cabeça, para ver se conseguia clarear minha mente. — Melanie?!

— Sim, Freddie. Melanie! Eu disse que ela existia. — Carly se divertiu.

— Então vocês são mesmo gêmeas? — ambas afirmaram com um aceno. — E aquele encontro foi mesmo com a Melanie? — o gesto se repetiu. — wow! — exclamei surpreso, saindo do transe. Como se de uma máquina se tratasse, meu cérebro logo trabalhou na pergunta que minha namorada me fez e eu rapidamente tentei me explicar. — Sam... Eu não sabia... Eu a vi de costas e achei que fosse você... Me perdoa...

Risos explodiram das três meninas. Não entendi bem o motivo de tanta graça, eu estava apavorado e elas divertindo-se as minhas custas.

— Esquece, Freddito. — Sam apertou as minhas bochechas e um bico formou-se nos meus lábios, onde ela deu um selinho. — Mamãe perdoa você... Mas só porque eu o influenciei a acreditar que não existia uma irmã. — acrescentou, largando minhas bochechas.

— Legal. — disse envergonhado, abraçando-a por trás como tinha feito com a Melanie minutos antes. Seus braços envolveram os meus e ela se ajeitou no meu peito, inalei o leve aroma adocicado de cerejeira, sentindo uma onda de prazer me preencher.

Carly nos observou, sorrindo como boba. Melanie pareceu ficar tão sem graça quanto eu, também, imagine um desconhecido vir abraçando assim de repente. Não é à toa que me olhava de um jeito estranho.

— Prazer, sou Freddie. — ofereci minha mão direita, desesperado para aliviar o clima entre nós.

— Freddie, vocês já se conhecem. — Carly pontuou.

Sam gargalhou, tremendo sobre meu peito. Apertei mais o braço esquerdo em sua cintura, ficando desconcertado.

— Ah, é... — sorri. — Bom, mas nós não fomos apresentados da maneira correta não é mesmo? Sou Freddie, o namorado da Sam, seu cunhado. — encorajei. Melanie riu.

— Sou Melanie, a irmã boazinha da Samantha, sua cunhada. — ela apertou minha mão simpaticamente.

— Eu já disse para parar de me chamar assim! — Sam reclamou. — Vale para os dois!

Nossas mãos ficaram uns segundos suspensas no ar, logo depois dei um pequeno puxão, desfazendo o aperto. Voltei minha mão para a cintura da Sam, dando um beijinho no seu pescoço. Sam riu meio envergonhada, tentando fugir.

O silêncio constrangedor se instalou entra a gente.

— Bom, vamos? — Carly perguntou, quebrando o silêncio. — Os ingressos vão esgotar antes que a gente compra.

— Vamos logo. — Sam respondeu, saindo do meu ombro. Ela e Carly começaram a andar na frente, intretidas numa briga animada sobre qual filme escolher. Carly queria um romântico enquanto Sam teimava em querer ação.

Melanie e eu ficamos para trás.

— Então você é real? — comecei uma conversação amistosa com ela, andando com minhas mãos nos bolsos da calça.

Melanie me olhou surpresa e depois riu, com o rosto baixo.

— Eu existo. — Melanie confirmou. — Foi até engraçado, sabia? Você achando que Sam e eu estávamos planejando contra você, quando eu fiz de tudo para convencê-lo do contrário.

— Ah, sim. — me senti tímido repentinamente. — Desculpe por isso. A sua irmã apronta muito comigo que eu já não sei quando ela está dizendo a verdade. — ri me recordando de algumas armações.

— A minha mãe me contou as maldades que ela faz quando vocês estão em casa. — ambos rimos. — E mesmo assim, você namora com ela. — Melanie observou, olhando na minha direção pela primeira vez. Seus olhos procuravam pelos meus.

— Pois é! — foi o que consegui responder, encarando meu par de tênis. — Sou um louco masoquista.

Sam interrompeu nossa conversa com um empurrão bruto contra meu peito, tentando ter minha atenção.

— Freddie me compre um shake de bolo gordo. —ela mandou apoiando-se nos meus braços. Suspirei cansado de seus modos, indo comprar o shake que ela tanto gostava.

A fila não era muito longa, então uns dez minutos depois já estava na fila do cinema com as meninas. Sam tomava o shake satisfeita, de olho no balde de pipoca que cada individuo comprava.

Na fila iniciamos outra briga sobre qual filme escolher, cada um querendo um gênero diferente. Por coincidência Melanie e eu estávamos interessados no mesmo filme. "Nem pensar que vou assistir um filme de nerd" bateu o pé Sam, e por fim optamos por uma comédia com o Adam Sandler.

Compramos quatro ingressos, os baldes de pipoca e refrigerante, com Sam me obrigando a comprar o balde maior para ela. Na entrada nos encontramos com Gibby e Tasha saindo de um filme romântico e suas expressões faciais não eram nada agradáveis. Cumprimentamos com um “oi” vago e cada um seguiu seu caminho.

Sentei-me entre Carly e Sam, Melanie sentando depois da Carly, e a cada coisa engraçada que ocorria no filme tanto Sam como Carly mantiveram contato físico com meu ombro. No inicio eu gostei, mas depois de um tempo já estava emburrado de ser empurrado de lá pra cá.

Após quase duas horas de filme, fomos embora com o meu carro ao qual eu trabalhei o verão todo pra comprar, já que minha mãe se negava a me presentear um. Era um carro simples, mas eu o considerava como o símbolo de resistência contra a minha mãe. A primeira a ser entregue foi Melanie e em seguida peguei o caminho do Bushwell, com Sam e Carly. Nós nos despedimos da Carly no corredor dos nossos apartamentos e entramos em portas contrarias.

— Ai, como é bom quando minha sogrinha não está em casa. — Sam disse, se jogando no sofá e pegando o controle para si.

Eu ri, passando por ela. Fui a cozinha beber um copo d’água e depois me “aliviar” no banheiro. Quando voltei Sam tinha a perna apoiada no braço do sofá, os braços estavam acima da cabeça e os olhos vidrados na tv. Sentei-me no chão, escorando minhas costas no sofá. Inclinei a cabeça para trás enquanto Sam começou a fazer cafuné. Quase adormecido, decidi levantar e tomar meu banho para dormir.

Quando sai do banho Sam ainda não havia retornado da sala então fui ver o que aprontava.

Ela estava na mesa sozinha, comendo uma tigela de cereal, absorta em pensamentos.

— Cereal. — puxei a cadeira e me sentei ao seu lado, ficando de frente ao corpo dela. Roubei uma colherada. Ela olhou estreito, dei um sorriso cínico a fazendo rir também e me dar um rápido beijinho. — No que estava pensando? — perguntei, observando atenciosamente seu perfil.

— Nada. — ela respondeu, mexendo a colher no cereal.

— Nada? — tentei um pouco mais doce.

— É, nada. — Sam evitou me olhar, encarando o cereal e os movimentos na colher.

— Tem certeza? — eu começava a me preocupar.

— É só que... — começou indecisa. — Eu só estava aqui pensando em como é estranho...

— Estranho? — perguntei confuso. Eu não entendi onde ela queria chegar.

— É... Estranho. Nós dois juntos... E agora a Melanie.

— Melanie?!

Sam respirou fundo.

— Sim. Quero dizer, vocês tiveram um encontro e se beijaram e agora eu estou aqui com você. — Sam enfatizou. Eu entendi onde ela queria chegar.

— Naquela época eu pensava que ela era você, Sam. Eu nunca a teria convidado para sair se soubesse que era mesmo a sua irmã. — segurei seu queixo e o puxei para que ela me olhasse. — E foi Melanie quem me beijou. — esclareci, dando-lhe um selinho.

Sam ficou calada por um tempo, contudo, antes que se desse por encerrado o assunto, ela continuou:

— Vocês se deram muito bem... Ela combina com você e vocês tem interesses em comum. — disse, procurando por qualquer deslize nos meus olhos escuros, algo que concordasse com ela, mas Sam pareceu satisfeita depois de encontrar nada.

— Sim, nós temos gostos em comum e por isso sempre vamos ter assunto para conversar. Como você gosta de chamar, ela também é uma “nerd”. Mas é, também, a minha cunhada e eu quero causar uma boa impressão para a sua família Sam.

Sam puxou os lábios para o lado, se esforçando para não mostrar um sorriso. Eu ri quando percebi o motivo por ela ter sido tão “agradável” e “carinhosa” hoje à noite comigo.

Normalmente, Sam tem dois tipos para demonstrar os seus ciúmes. O primeiro é quando ela fica agressiva, nervosa e sarcástica. O segundo raramente aparece, pois Sam está sempre tentando se passar por uma pessoa forte, mas quando lhe atinge os sentimentos negativos como a insegurança ou baixa auto estima, Sam fica vulnerável.

— Você está com ciúmes do seu namorado? — zoei com um sorriso enorme. Eu odiava vê-la assim.

O sorriso que ela tanto segurava desabrochou, acabamos os dois rindo juntos.

— Não enche, nerd.

Esperava Sam sair do banho já deitado na nossa cama. Assim que ela se deitou, eu a agarrei e a puxei contra meu corpo, minha cabeça ficando acima da dela.

— Talvez eu deva me esforçar mais com a Marissa. — Sam disse, me pegando de surpresa. — Não é justo só você tentar com nossas famílias. Você e minha mãe se entendem e agora você está fazendo com a Mel... Eu sinto muito por ter sido tão idiota com a sua mãe, Freddie.

Senti a veracidade nas palavras de Sam me fazendo muito feliz.

— Isso seria ótimo, mas entendo que a minha mãe é diferente da sua. A Pam se pôs disposta a ter minha amizade. Ela me ouviu e me acolheu. Não te culpo por não ter um relacionamento melhor com minha mãe. — ela riu aliviada. — Mas se você provocasse menos...

— Eu acho que não! — Sam rebateu, mas logo riu. — Eu vou tentar, por nós.

— Obrigado, Sam. — disse emocionado. — Eu te amo.

— Eu também te amo, nerd. - Sam me beijou.
 

 


— O que você acha, Gibby? — perguntou Carly ao nosso amigo.
Estávamos no ensaio do iCarly dessa semana e Gibby parecia estar bem longe do estúdio, viajando pela sua mente estranha.

— Ô, estranho! Terra chamando Gibby. — Sam mexeu os braços na frente dele, sendo ignorada olimpamente.

— Gibby!? — Carly gritou.

— O que foi? — ele perguntou, perdido.

— O que foi?! — Carly se exasperou. — Hoje você está no mundo da lua! Eu estava falando com você. — ela riu. — O que está acontecendo, hein?

Gibby suspirou.

— Tasha e eu estamos indo mal, acho que vamos terminar. — ele confidenciou, entristecido. — Ontem nós fomos ao cinema, e voltamos o caminho todinho brigando.

— Eu sinto muito, Gibby. — Carly colocou as mãos no ombro dele, lamentando por nosso amigo.

— Tudo bem. — ele respondeu, querendo soar indiferente, mas era perceptível como estava abalado.

— Vamos voltar para o ensaio. — Sam disse, mudando o foco.

O celular da Carly apitou e ela olhou o visor.

— Mensagem do Adam. — se animou, abrindo desesperada a mensagem. — Ah. — Carly desanimou após ler a mensagem. Ela guardou o celular no bolso, parecendo estar constrangida. — Ele não pode ir ao encontro de hoje. — esclareceu. Logo depois outro apito soou no seu celular e ela leu a nova mensagem. — Melanie quer saber se pode vir aqui.

— Não, Carly! Saí de casa só para não respirar o mesmo ar que ela.

— Sam, ela é sua irmã! — Carly repreendeu, respondendo a mensagem positivamente, para insatisfação da minha lourinha.

 

Uns trinta minutos depois Melanie chegou ao apartamento da Carly. Com todos juntos, resolvemos passar o fim de tarde assistindo um filme, comendo muita pipoca e dando um rolê no quarto da Carly.

E foi nessa atmosfera amigável que uma semana já havia se passado desde que Melanie chegou a Seattle. Hoje era seu último dia, e como nós tivemos um bom relacionamento durante esse tempo, marcamos de ir ao cinema, para assistir aquele filme de “nerd” que queríamos ver e as meninas se negaram.

As 19h eu já estava estacionado em frente a casa das Puckett's. Comprimentei rapidamente a Pam e notei Melanie descer as escadas e ficar ao meu lado. Ela estava muito bonita com um vestido de verão azul, sapatilhas bege e cabelos soltos. Observei que seus cabelos eram maiores que os da Sam, mas não do mesmo dourado. Sam tinha a cor mais viva.

Após nos despedimos, seguimos o caminho conversando sobre estudos, notas e faculdade. Há dois dias tinha recebido minha carta de aceitação na Columbia para o curso se Audio visual. Melanie, por sua vez, estudaria Historia em Harvard.

Sam ainda não havia recebido nenhuma resposta das suas inscrições.

Compramos os ingressos e assistimos ao filme, que não foi lá essas coisas. Comemos algo na lanchonete, ao ver a conta me assustei pois tinha uns três números a menos de quando comia com a Sam. Comprei um shake de bolo gordo e dois x-burguer para levar para Sam.

Na volta Melanie estava muito quieta, eu tentei manter um diálogo, mas ela apenas riu e voltou para seus pensamentos até eu cansar de tentar e ficar como ela, imaginando na felicidade da Sam ao ver seu lanche extra.

Parei no asfalto em frente a sua casa, esperando que ela descesse. Após alguns segundos em silêncio, Melanie desprendeu o cinto e me encarou.

— Então... Tchau e até a proxim...

Ela não me deixou terminar a frase, calando-me com um beijo nos lábios.


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Notas finais do capítulo

Bom GNT talvez volte a postar so quarta ou quinta pq vou acompanhar meu avo na fazenda.... Valeu!!!!
Bju*..... Deixem reviews, sim? ;D