Gritos da Alma escrita por EPG


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Olá pessoal, ai vai mais um capitulo, espero que gostem!!!Obrigado a todas pelos reviews!



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BPOV

_ Oi pai. _ Falei entrando na delegacia e encontrando Charlie digitando algo no computador.

_ Oi minha filha. Como foi a consulta?

_ Não quero falar se tiver tudo bem.

_ Tudo bem.

_ Posso ficar aqui com o senhor. _ Falei meio sem jeito.

_ Está tudo bem? _ Charlie perguntou olhando-me fixamente.

_ Está sim, só não quero ficar sozinha.

_ Fique o tempo que quiser, é bom ter companhia. _ Ele disse esboçando um sorriso terno.

_ Obrigada, isso significa muito pra mim.

_ Vem cá. _ Charlie disse abrindo os braços.

   Caminhei sem hesitar me sentando em seu colo e me aninhando em seus braços onde chorei sem medo e sem vergonha, Charlie não disse nada só me abraçou ainda mais apertado.

_ Eu te amo papai, obrigada por tudo. _ Falei descansando meu queixo no vão do seu pescoço.

_ Estou aqui para você sempre que precisar minha princesinha. _ Charlie disse me chamando pelo apelido de infância.

   Voltei para casa bem mais reconfortada, sempre funcionava conversar com meu pai quando estava triste ou confusa, lembro-me de meus tempos de criança que ele sempre me abraçava e dizia “Estou aqui para você sempre que precisar minha princesinha” .

    Lembrar-se destes momentos com Charlie me fez recordar de Antony um amigo que eu tinha muita estima, ou melhor, que eu amava, até hoje não entendo o porquê dele não ter aparecido para se despedir quando partir. Fiquei tão triste e magoada que conclui que ele não gostava de mim mesmo tendo me beijado quando fiz aniversario de 10 anos, foi o meu primeiro beijo e também o dele.

     Liguei meu Ipod e iniciei o jantar ainda pensando em Antony, questionava-me se ele ainda morava em Forks, queria vê-lo. Um sorriso involuntário saiu de meus lábios quando a lembrança do menininho de cabelos castanhos claros e olhos verdes vieram em minha mente, ele sempre dizia que amava me ver sorrir e isso sempre me fazia gargalhar. Lágrimas molharam meu rosto quando percebi que a Bella do Antony não existia mais. “Será que Antony ainda é o mesmo, espero que ele tenha tido mais sorte do que eu” falei em voz alta para mim mesma.

      Jantei e fiz um prato para Charlie e resolvi dormir, subi as escadas entrando no quarto do meu pai em busca de álbuns de fotografias, mas não encontrei nada, em meu quarto abri as gavetas de uma antiga cômoda e lá estavam eles. Sentei em minha cama e abri o primeiro e a primeira foto me fez sorrir, Antony e eu sentados na varanda montando um quebra cabeça, as fotos seguintes me assustaram, eu sorria em todas elas, as lágrimas logo nublaram meus olhos, mas a ultima imagem do álbum encheu meu coração de um sentimento saudoso quando vi o sorriso dele, seus cabelos bagunçados e seus olhos brilhantes, tão fofos, devia ter uns cinco anos mais ou menos. O próximo álbum nós já éramos bem maiores, mas o meu sorriso ainda estava lá e Antony estava ainda mais lindo, lembro-me bem desta época, já tinha uns 8 anos e os momentos desta fase da minha vida estão bem vivos em minha memória.

_ Bella! _ Charlie chamou batendo na porta.

_ Entre pai.

_ Vim dar boa noite e te entregar isso, estava na caixa do correio endereçado a você.

_ Peguei o objeto das mãos de meu pai e depois que ele saiu rasguei o papel encontrando um Cd de Kris Allen. Liguei meu antigo som, já que meu computador ficou em minha casa coloquei o cd e voltei para cama de onde apreciei as canções, mas uma em especial que estava grivada de verde na capa chamou minha atenção, era como se a pessoa que me mandou soubesse bem o que eu estava passando e chorei sentindo um conforto e como muito tempo não acontecia adormeci rápido.

No Boundaries

Segundos, horas, tantos dias

Você sabe o que você quer, mas quanto tempo você pode esperar?

Cada momento dura para sempre, quando você sente que você perdeu o seu caminho

E se minhas chances se foram?

Estou começando acreditar que eu posso estar errado

Mas você me deu um bom motivo para lutar e não fugir.

Então aqui estou, ainda persistindo

Com cada passo você escala uma outra montanha

A cada respiração fica mais difícil de acreditar

Você superará essa dor

mesmo que haja os furacões

Para chegar naquela coisa

Quando você acha que esta estrada não vai a lugar nenhum

Só quando você quase desistiu dos seus sonhos

Pegue-os pela mão e mostre que você pode

Não há limites

Lutei em terras para ficar na margem

E se hoje for tão bom de novo?

Não sei onde o futuro está nascendo e nada vai me deixar para baixo

Eu pulei cada ponte e eu ouvi todas as mentiras

Eu arrisquei ficar seguro, mas eu sempre soube o por que

Eu sempre soube o por que

Então aqui estou ainda persistindo

     

Com cada passo você escala uma outra montanha

A cada respiração fica mais difícil de acreditar

Você superará essa dor

mesmo que haja os furacões

Para chegar naquela coisa

Quando você acha que esta estrada não vai a lugar nenhum

Só quando você quase desistiu de seus sonhos

Pegue-os pela mão e mostre que você pode

Você pode ir mais alto, você pode ir mais fundo

Lá não há limites, acima e abaixo você

Quebre todas as regras porque não há nada entre você e seus sonhos

Com cada passo você escala uma outra montanha

a cada respiração fica mais difícil de acreditar

Não há limites

Com cada passo você escala uma outra montanha

A cada respiração fica mais difícil de acreditar

Você superará essa dor

mesmo que haja os furacões

Não há limites.

_ Bella não fique triste, não gosto de te ver assim, você deve sorrir.

_ Não consigo sorrir, minha mãe e meu pai brigaram hoje de novo, acho que eles vão se divorciar.

_ Olha pra mim. _ Antony disse com as duas mãos em meu rosto.

_ O que foi? _ Falei bem mais calma fintando seus olhos.

_ Vai dar tudo certo você vai ver. _ Antony disse me abraçando carinhosamente.

_ Se eu for embora nunca mais verei você. _ Falei abraçando Antony mais apertado.

_ Claro que me verá, você pode vir me visitar sempre que quiser e eu também posso ir te ver.

_ Não será a mesma coisa, não o verei todos os dias.

_ Não chore Bella. _ Antony disse beijando minha testa. Lembre-se que nada pode nos separar, nem a distancia e muito menos o tempo.

_ Promete? _ Perguntei.

_ Eu prometo que nunca vou te esquecer.

   Acordei ouvindo Charlie me chamar, ele me observava sorrindo.

_ O que foi? _ Questionei.

_ Nada, só estou feliz que tenha dormido tranquila esta noite.

_ Dormi muito bem. _ Falei.

_ Sua mãe chega sábado.

_ Que bom, estou com saudades dela.

_ Ela foi a sua casa e pegou algumas coisas suas.

_ Ele estava lá? _ Perguntei sentindo meu coração bater mais forte.

_ Estava.

_ O que ele disse?

_ Perguntou onde você estava, mas sua mãe se recusou a dizer, então ele disse que logo você voltaria e então seria tarde.

   Uma dor aguda atingiu meu peito, um medo de perdê-lo pra sempre me sufocava, eu não queria voltar, mas meu coração estava lá nas mãos dele e ele sabia disso.

_ Seja forte Bella, logo essa dor vai passar. _ Charlie disse me abraçando.

_ Espero que passe logo, não sei se posso aguentar muito tempo. _ Falei.

_ Quem mandou o presente? _ Charlie perguntou mudando de assunto.

_ Não sei, não tinha identificação.

_ Vou trabalhar, vai ficar bem?

_ Vai tranquilo pai, eu estou bem. Vou ao supermercado agora e aproveitar que o dia esta mais quente e passear um pouco na praia.

_ Faça isso, vai ser bom para você.

   Sai de casa sem tomar café, não queria ficar sozinha e deixar a tristeza me consumir. Estacionei meu carro e entrei no supermercado. Peguei tudo que precisava e caminhei rápido pelos corredores em busca de frutas e verduras, distraída bati no carrinho de compras de alguém.

_ Me desculpe! Falei rápido para homem alto que estava de costas.

_ Esta desculpada Bella.

   Meu coração bateu em um ritmo alucinado quando percebi que o homem que quase atropelei era o Dr. Cullen.

_ Oi Dr. Cullen. _ Falei envergonhada.

_ Olá! _ Ele disse sorrindo do meu embaraço.

_ Bom, eu já vou. Desculpe-me mais uma vez. _ Falei caminhando em passos rápidos.

   Olhei para trás e ele ainda estava lá na mesma posição me olhando, mais uma vez senti aquela sensação familiaridade.

    Escolhi as frutas e verduras que precisava e fui para caixa. Com várias sacolas nas mãos sai indo em direção ao meu carro. Enquanto organizava as compras no porta-malas vi o Dr. Cullen se aproximar empurrando seu carrinho cheio, meu coração mais uma vez bateu feito louco, não entendia o motivo de estar assim. Ele parou destrancando o carro estacionado ao lado do meu e começou organizar suas coisas no banco de traz. Terminei e sai devagar para não ser vista, mas foi em vão.

_ Parece que você esta fugindo de mim? _ Ele perguntou.

   Fiquei parada olhando para ele feito idiota.

_ Você está bem Bella?

_ Só estou pressa, quero aproveitar que a chuva deu uma pausa e ir à praia.

_ Ótima ideia, se eu não tivesse que trabalhar te acompanharia. _ Ele disse estendendo a mão e abrindo minha porta. Bom passeio.

 _ Obrigada. _ Falei sorrindo.

_ Você deve sorrir sempre. _ Ele disse antes de se afastar entrando em seu carro.

    Liguei meu carro saindo confusa com o jeito que ele conversou comigo, como se me conhece e sua ultima fala me trouxe ainda mais forte a sensação de conhecê-lo.

EPOV

    Senti meu coração dar saltos quando ela sorriu, tive vontade de abraça-la e dizer o quanto senti saudades, mas me segurei, deixaria ela descobrir quem eu era por si só.

     Dei partida em meu carro saindo logo atrás dela. Percebi que ela estava melhor, a dor ainda estava em seus olhos, mas algo mudou dentro dela, mal posso esperar pela próxima consulta, quem sabe consigo faze-la se abrir um pouco mais.

_ Mãe! _ Chamei entrando em casa com as mãos cheias de sacolas.

_ Oi filho. _ Esme disse me ajudando.

_ Edward Antony Cullen por onde você andou que não foi mais visitar sua namorada.

    Fiquei furioso ao ouvi-la pronunciar meu segundo nome.

_ Já te pedi milhões de vezes para não me chamar assim. _ Falei olhando-a.

_ Não consigo entender porque te incomoda tanto ser chamado de Antony. _ Tania disse me abraçando pela cintura.

_ Só não gosto e pronto. _ Falei ainda furioso.

_ Desculpa amor, mas é que fiquei com raiva, você sumiu.

_ Ando muito ocupado. _ Falei me livrando do abraço dela.

   Recebi um olhar de repreensão de minha mãe e logo senti remorso por tratar Tania tão mal afinal ela não tem culpa de nada.

_ Desculpe-me Tania é que ando muito ocupado mesmo, prometo que vou me redimir. _ Falei beijando-a.

_ Você tem que me dar mais atenção Edward, você esta muito estranho nestes últimos meses.

_ Tania darei um jantar para uns amigos no sábado, venha. _ Minha mãe disse.

_ Não posso, vou para Seattle fazer umas compras e  passarei a noite por lá.

_ Vou tomar um banho tenho que ir trabalhar. _ Falei.

_ Vou com você assim passamos um tempinho mais juntos. _ Tania falou.

    Despi-me e Tânia me observava, quando já estava nu, ela veio até mim passou as mãos pelo meu peito e meu corpo me traiu, ela saiu furiosa e percebi que definitivamente eu estava completamente perdido e transformado com a volta de Bella.

     Sai do banheiro encontrando Alice revirando meus cd´s.

_ O que esta fazendo Alice?

_ Procurando seu cd do Kris Allen.

_ Você não vai encontra-lo, ele esta no meu consultório. _ Menti.

_ Que pena, queria ouvi-lo.

_ Compre cd´s para você e para de fuçar em minhas coisas. _ Falei empurrando-a para fora de meu quarto.

_ Seu grosso. _ Alice gritou do outro lado da porta.

    Vesti minha roupa e fui para o consultório, no caminho me recordei do dia que Bella partiu, chorei muito e fui incapaz de me despedir, não queria que ela visse meu estado deplorável. Cheguei bem cedo e a secretaria que minha mãe contratou estava em seu posto.

_ Bom dia Dr. Cullen.

_ Bom dia Jéssica.

_ Como esta minha agenda hoje?

_ Cheia, mas a primeira consulta é só daqui uma hora.

_ Obrigada. Falei entrando em minha sala.

   Deitei minha cabeça na mesa e mais uma vez as recordações invadiram meus pensamentos.

_ Porque você fica bravo quando outras pessoas te chamam de Antony._ Bella perguntou.

_ Porque não gosto.

_ Mas eu chamo e você não fica bravo.

_ Bella não quero falar sobre isso ok!

_ Não, eu quero saber agora e você vai me contar. _ Ela disse fazendo bico.

_ Promete que não vai rir de mim.

_ Prometo.

_ Só você pode me chamar de Antony. _ Falei desviando meu olhar envergonhado.

_ Gosto disso. _ Bella disse beijando minha bochecha esquerda.

_ Verdade.

_ Sim. _ Ela disse sorrindo.

_ Você deve sempre sorrir, isto te deixa ainda mais linda. _ Falei fazendo-a rir ainda mais.

    


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