O Cowboy David - como Ele se Tornou o que é! escrita por Mari


Capítulo 7
Capítulo 7




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Duas horas se passaram, e finalmente bateu o sino do intervalo. David foi o primeiro a se levantar, disposto a passar o intervalo sozinho.

-Hey, David! – Chuck disse – Aonde você vai cara?

-Qualquer lugar, passar o intervalo. – David respondeu secamente.

-Passa com a gente! – Chuck disse amigavelmente, passando seu braço nos ombros de David.

Pierre lançou-lhe um olhar de desaprovação, mas ele continuou.

David passou o intervalo com eles, e dessa vez Seb e Chuck pareciam tentar anima-lo a qualquer custo, mas dessa vez eles apenas viram um David desanimado e frio, não engraçado e divertido como há dois dias atrás.

O sinal tocou novamente, e era hora de voltar para a sala.

-David,se quiser aparecer na casa do Pierre... vamos estar a partir das quatro horas. – Disse Seb.

-Ah... bem...se não for incômodo prôceis...

Todos se apressaram em responder em coro:

-Ah claro que não!


3:30 da tarde, Pierre’s house

Pierre rondava o sofá em que Seb, Chuck, Pat, e Jeff ( comendo pipoca) estavam sentados.

-É o seguinte: em meia hora esse garoto vai chegar,e vocês tem que se decidir. O que exatamente vocês tentaram me propor hoje de manhã?

Sebastien se levantou, com as mãos nos bolsos de sua calça sempre folgada, ele falou no tom mais tranqüilo possível.

-Na verdade é bem simples Pie. Nós filmamos da mesma forma, apenas não queremos ser falsos ou ter que prejudicar o cara mais vezes.

Pierre pareceu confuso, balançou a cabeça algumas vezes.

-Como assim Seb?

Dessa vez Chuck se levantou.

-Pie, nos propomos ajudar o cara a conseguir ganhar a aposta.Ajudar ele a levar a Lilly, e entrar pra nossa banda, afinal, no fim das contas não é ruim pra nós! A gente está mesmo precisando de um baixista...

Pat se levantou, segurando Julie (sua câmera) nas mãos e também se manifestou.

-Olha Pie, dessa vez eu tenho que concordar com os caras. Se a gente ajudar David vamos ganhar muito mais do que perder. Vamos ganhar um baixista, um vídeo legal,e quem sabe até um amigo. O que vamos perder vai ser só o peso na consciência...

-e 1000 dólares. – Completou Pierre irritado. – Mas ok, se você querem dessa forma... e você Jeff?

-Anh? – ele respondeu vagamente.

-O que você acha? – perguntou Pierre novamente.

-Ah. A pipoca ta gostosa sim.

-NÃO JEFF. Sobre David.

-Ah sim, ele é legal.

Todos se olharam e por um minuto o silêncio tomou conta da sala, até que Pierre tomou sua decisão.

-Está bem. Não vou ir contra todos vocês. Mas não acho certo ficar sentindo pena dessa cara. Enfim, vamos ajuda-lo então.

Enquanto isso, no metrô...

[David’s POV]

Tinha achado muito estranho a mudança repentina dos garotos com relação a minha pessoa...Mas não custava aceitar um simples convite.
Estava perdido nos meus pensamentos quando finalmente meu trem chegou. Entrei rapidamente e me sentei rapidamente, do lado de uma garota.
O trem logo deu o sinal de partida, e os passageiros se apressaram a entrar e sair, sempre na mesma correria. Foi então que ouvi soluços abafados, percebi que vinha do meu lado.

Olhei para a garota, mas não conseguia ver seu rosto, pois seus cabelos loiros caiam sobre a face, e ela olhava para a janela.

-Moça, ta tudo bem? Ocê precisa de ajuda?

Quando a garota virou o rosto pra minha surpresa, era Lilly.

-Não eu estou...VOCÊ? – ela se apressou em enxugar as lágrimas. – O que você está fazendo aqui?

-Lilly? Eu é que pergunto!máis que diabo ocê ta fazendo aqui? Eu achei que você tinha ido pra casa e...

-Mas não fui. Me deu vontade de andar de trem só isso.

-Sei, e de chorar no trem também?

-Eu não estava chorando – ela respondeu em um tom ofendido – Imagina, por que uma garota como eu estaria chorando? Ha ha ha. Eu estou muito feliz, olha só.Muito.

-Por que você tenta fingir uma coisa que você não é?- perguntei tranqüilo, no tom mais suave que achei. Ela arregalou os olhos, e me olhou fixamente por um tempo, como que procurando a resposta.

-Como assim? Eu não finjo nada garoto...aliás, eu nem sei por que eu estou aqui falando com você! – e virou o rosto para a janela novamente, como se estivesse apenas apreciando a paisagem urbana.

-Finje sim. Ocê fala tanto de mim não é? Eu sou um caipira, só isso. Mas eu pelo menos não preciso ficar fingindo uma pessoa que eu não sou.

-Mas você é muito atrevido mesmo!eu sou assim mesmo querido.

-Não é não garota...Ocê pode enganar toda aquela escola...mas desde o primeiro dia em que eu te vi, eu enxerguei uma menina doce, muito diferente do que ocê tenta mostrar.

Os seus olhos aos poucos foram se voltando para os meus, e dessa vez eu senti que ela estava me escutando de verdade.

-Lilly, eu vejo no fundo uma menina que sofre, mas não diz o porquê.Então por que ocê não me conta...Pra que tanto teatro?

Seus olhos brilhavam pela proximidade das lágrimas, e um por um minuto eu contemplei aqueles olhos tão cheios de doçura e tão vivos, aqueles olhos cor de mel, que podiam ser gatunos, mas também tão doces e vivos...


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