Impossível de se Expressar em Palavras escrita por AninhaPotter


Capítulo 1
Capítulo Único




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Impossível de se expressar em palavras

– Você tem certeza que quer fazer isso, Tiago? - Perguntou o Remo, deitado em sua cama de dossel.

– Não, Aluado, eu não quero. - Falei, fechando o Mapa dos Marotos, no qual eu tinha acabado de encontrá-la. - É a coisa que eu menos quero fazer na minha vida. - Continuei. - Mas se tem uma coisa que eu preciso é fazer a Lily feliz, e se a única maneira for deixando que ela prossiga... - Falei com minha melhor cara de resignado, tentei até dar um sorriso. Acho que deve ter saído como uma careta estrangulada. O Sirius veio e me deu um tapinha nas costas. É até estranho ver aquele lá tão sério.

– Boa sorte. - Falou.

– Brigado, irmão. - Eu disse, saindo do dormitório e descendo as escadas.

***

– Oi, Potter. - Disseram estridentemente algumas garotas do quinto na sala comunal. Eu as ignorei, meu alvo estava no canto da sala comunal. A minha ruivinha estava sentada em uma poltrona de espaldar, lendo com um suave raio de Sol incindido sobre seu rosto e madeixas, de modo que parecia mais ruiva que nunca; eu guardei essa memória: ela rindo pras páginas. Estava linda como sempre, olhei com todo o amor que tinha.

– Oi, Lírio. - Falei, mexendo nervosamente no meu cabelo. Ela exalava um cheiro doce e floral.

– Oi Potter. - Falou indiferente, retornando à sua leitura.

– Você pode prestar atenção em mim? - Perguntei com um indício de irritação, pegando o livro de sua mão. Por que ela não poderia e dar atenção logo agora? Vou fazer exatamente o que ela vem me pedindo por anos!

– Já estou fazendo isso, não é? - Ironizou. Será que essa vai ser a minha última memória dela? Indiferente e sarcástica? Não, isso eu não vou permitir.

– Olha aqui, Lily, essa é a última vez que eu venho te encher, prometo. Mas presta atenção de verdade, porque o que eu tenho pra falar não é fácil pra mim. E não, eu não quero você só pra minha listinha. Se você reparar eu não tenho ficado com ninguém. - Falei, olhando profundamente em seus impressionantes olhos verdes. - Você percebeu? - Perguntei, trocando o peso de uma perna para outra, desconfortável.

– Talvez. - Ela não deu o braço a torcer, cruzou as mãos sobre o colo e esperou o que eu tinha a dizer.

– Ok, Lílian Evans, eu te amo. - Falei e ela começou a interromper. - Espera aí, deixa eu falar, depois você pode retrucar e gritar o quanto você quiser, mas espera aí. - Eu falei, sentando-me no braço da poltrona dela e colocando uma mão em seu rosto. Ela se afastou do toque e ficou corada. - Eu te amo mais do que teria coragem, ou mesmo palavras pra admitir. Sei que você não me suporta, e peço desculpas por isso, como eu disse antes: essa é a última vez que eu venho te incomodar. Venho tentando te conquistar desde o terceiro ano (e olha que estamos no sétimo!), e agora eu vou desistir. Não porque eu não te ame mais, até porque meu amor é verdadeiro e tenho certeza de que vai permanecer, mesmo que não seja recíproco, não posso evitar me sentir assim. Mas acho que você tem o direito de viver sua vida sem que a sombra de Tiago Potter interfira em seus re-relacionamentos. - Essa foi a parte mais difícil de dizer, e agora e me esforçava para falar claramente. - Eu te prometo pelo juramento dos Marotos que não vou te procurar mais, não vou gritar no salão principal que te amo, não vou mais te chamar de Lily, Lírio, ou qualquer apelido carinhoso, não vou te chamar pra sair toda hora, não vou te mandar chocolates, flores nem outros presentes. - Falei, olhando pra gata que eu tinha dado a ela no Natal, na ocasião ela só aceitara porque era um bicho, e não se pode devolver um bicho pra loja. - Vou até sair do seu caminho quando você passar por mim. - Completei, com uma dor no coração que eu nunca havia conhecido. Uma lágrima rolou pela minha face, e eu fiz questão de limpá-la rapidamente, afinal, desde quando Tiago Potter chora?

Bem, a lágrima que rolara pela minha face tinha arrastado com ela metade da minha alma, a metade que tinha esperança de ter Lílian Evans. Agora outras escorriam, e eu não havia percebido que meu objeto de adoração estava confuso. Minha ruiva lutava com algo dentro de si. Parecia triste, resignada, desesperançosa. Nada que eu pensara que ela sentiria.

– Não, não tenha pena de mim. - Falei, esboçando um sorriso amarelo. - Aproveite sua vida, Evans, seja feliz, é só o que te peço, porque pra mim isso é o que mais importa. - Completei, dando-lhe um leve beijo na testa e me levantando. - Um Maroto cumpre suas promessas, esse foi o último beijo. - Eu disse, respirando fundo o aroma da minha amada e me distanciando.

***

Eu internamente ainda tinha esperanças de que ela me chamasse. Estava a dois metros de distância e nada, três, quatro, cinco, seis, sete, no pé da escada e andava devagar, no meio da escada e quase parando, no último degrau da escada eu estaquei, percebendo o que tinha acontecido: minha ruiva estava lá embaixo, e eu aqui em cima! Eu não podia mais olhar em seus olhos, não podia mais sentir seu perfume, olhar pros seus brilhantes olhos verdes, sua expressão calma e decidida, sua voz doce e pacífica quando falava com os outros; fora assim que eu sobrevivera todos esses anos, prestando atenção a cada mínima palavra que saia de seus lábios, cada mínimo olhar, cada gesto. Eu me sentei na escada e chorei, chorei até que as lágrimas faltassem, chorei por meu primeiro amor perdido, por minhas esperanças estarem mortas, por estar tão triste que não tinha vontade nem de ir pro quarto. Então um aroma doce me embalou, um aroma doce e floral bem meu conhecido.

– Eu não sou uma Marota. - A Lily falou simplesmente, com os olhos injetados, sentando-se do meu lado. - E não quero que aquele seja nosso último beijo. - Continuou. - Não quero nem mesmo que você pare de atrapalhar meus encontros, ou de me chamar pra sair a toda hora, não quero que pare de se declarar, ou que pare de me chamar de Lily, Lírio, Lils, e, principalmente, não quero te ver chorando nunca mais. - Falou, limpando uma lágrima de meu rosto com uma de suas mãos finas. - Eu pensei muito no que você falou, e percebi que não conseguiria viver sem as suas chatices, Potter. - Ela disse e um sorriso doce tocou seus lábios. Era a primeira vez que minha ruivinha sorria assim pra mim! Nós nos aproximamos, e quando nossas bocas se encontraram eu ouvi serafins cantando canções celestiais. - Eu te amo, Potter. - Se declarou mesmo sem necessidade, porque aquele ato valeu mais do que mil palavras. Eu a abracei, e senti que a protegeria de qualquer mal, mesmo que isso custasse minha vida.

"O que eu sinto por ela é mais forte que o amor que sinto pela minha vida, é algo impossível de se expressar em palavras."

#Fim#

Ou apenas o começo...


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Notas finais do capítulo

Espero sinceramente que gostem...Reviews? *-*