- Lukke? Lukke? Onde está você? – pergunta Happi

- Logo atrás de você – ele respondeu

- Você está vendo aquela luz ali?

- Sim, o que é que tem ela?

- Você sabe o que é aquilo? – Happi fez outra pergunta

- Não...

- Vamos ver o que é!

- Não! Pode ser perigoso...

- Pare de ser medroso! Vamos! – ele puxou o irmão pelo braço

A luz não era muito forte, a densa escuridão do local ainda cobria a luz quase por completo.

Os dois irmãos estavam caminhando lentamente na direção da luz, a cada passo que os dois davam em direção a luz desconhecida mais alto um sutil zunido se tornava audível.

- O que será que isso faz? – Happi aproxima o dedo da luz

-Ei! Happi, não faça isso!

- Por quê? – Happi recua e olha para o irmão

- Por que você não sabe o que isso pode fazer... Pode ser alguma coisa ruim sabia?

- Sim, eu sei que eu não sei, mas se eu não tentar descobrir eu nunca vou saber o que isso faz – Happi volta a tentar encostar-se à luz.

-Happi!

O grito de Lukke foi inútil, Happi após colocar o dedo na pequena luz foi sugado completamente pela mesma.

Minutos se passam e Happi ainda nem dava um mínimo sinal de vida, Lukke por sua vez ainda tinha esperanças de que o irmão aparecesse então se deitou uma pedra negra (pedra que por sua vez era muito comum no local podia-se encontrar várias delas espalhadas por todos os lugares). Happi estava demorando tanto que Lukke chegou a adormecer ainda encostado na pedra.

- Ei, ei – Happi dava leves tapas na cara de Lukke para tentar acorda-lo – Lukke acorda!

- Oi...? – Ele saia de seu estado de sono e logo se depara com a alegre face do irmão – Por que esse sorriso na cara? Nunca tinha te visto sorrindo...

- Irmão, essa luz – ele aponta para a luz – Não é uma luz qualquer, ela é o portal de saída desse mundo! Eu consegui ver o mundo lá fora novamente! – ele dizia com um tom excitado na voz

- Happi... Você não deveria ter ido...

- Por quê? Eu fiz a melhor descoberta de todas que já fizeram nesse lugar, eu acho até mesmo que seja a única.

- Lord Sadness... Ele não vai gostar nada de saber que um dos seus protetores está envolvido em uma fuga.

- Você está exagerando Lukke – Happi se sentou juntamente com o irmão – Isso não chegou nem perto de ser uma fuga.

- Eu sei muito bem disso irmão, mas, o Lord talvez não entenda – Lukke explicou – Estou apenas pensando como ele.

- Você tem razão... Então só me resta fazer uma coisa.

- O que você vai fazer?

- Contar para ele.

- Contar o que? – Lukke se assustou – Que você fugiu de Darkness?

- Não idiota, eu vou apenas falar do portal, isso pode vir a ser útil para ele e nós que saímos ganhando créditos.

- Então vamos logo já que é assim...

+++

Ao contrário da maioria dos No-Ones os protetores do Lord Sadness não eram Feelings que ficam sofrendo em um eterno rio de lágrimas. Os Guardiões são os escolhidos por Lord Sadness para protegê-lo, sendo assim esses são imunes ao sofrimento, e ao invés de sofrer eles são os que trazem sofrimento para os outros No-Ones de baixo nível.

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Os dois irmãos estavam caminhando em direção ao castelo, ao chegar lá logo se deparam com uma enorme construção rústica repleta de gárgulas medonhas e bizarras.

O castelo não parecia ser muito grande e ficava no centro da “cidade”, aparentemente ele só contava com três andares, mas a sua largura chegava a ser absurdamente grande.

Os dois gêmeos entraram pela porta principal lentamente. Ao lado da porta principal havia duas gárgulas que pareciam ser duas águias, pareciam, pois a forma das mesmas era engolida pela vasta escuridão o que deixava quase que impossível enxerga-las por completo.

Ao entrar no salão principal eles logo avistam uma garota de cabelos curtos e vermelhos, seu nome era Amy. Amy era uma garota preguiçosa e desleixada, sempre estava recostada em algum lugar, era quase que incrível vê-la trabalhando.

- Olá – disse Lukke

- Oi – respondeu ela sentada no chão

- O que você faz ai sentada no chão Amy? – perguntou Happi

- Estou trabalhando – ela respondeu

- Sentada? – Happi se assustou

- Sim, hoje é meu dia de ficar de guarda, mas minhas pernas estão cansadas e resolvi me sentar.

- Tudo bem... – Happi desviou do assunto – Você sabe se o Lord Sadness está ai? Precisamos falar com ele uma coisa urgente com ele.

- Sim, ele está – respondeu Amy apontando para uma escada a esquerda dela – Ele deve estar na biblioteca, ele acabou de passar por aqui.

- Ah! Obrigado – agradeceu Lukke

Os dois estavam andando em curso direção à escada até que Happi para bruscamente.

- Ei! Amy! – disse ele

- Sim...?

- O Lord não disse nada de você está assim não?

- Não, eu ainda estava em pé...

- Ah sim... Isso explica – disse Happi – Bem, nós temos que ir, nos falamos outro dia.

- Tudo bem, até lá.

- Até – disseram os gêmeos

Subindo a escada em que Amy havia lhes mostrado os dois Hakanes seguem em direção para a biblioteca.

Os corredores onde eles passavam eram tão medonhos quanto o local onde eles viviam, as paredes eram feitas das pedras negras típicas no mundo de Darkness, as paredes negras e o chão em uma tonalidade de cinza escuro faziam com que os tapetes vermelhos que cobriam o corredor ficassem eu um contraste perfeito.

Enfim eles chegaram à biblioteca.

- Com licença – disse Lukke ao homem com uma máscara negra e vestes de mesma cor que estava sentado em uma mesa a sua frente

- Lukke, Happi? O que fazem aqui?

- É uma notícia urgente senhor – disse Happi

- Então antes, sentem-se – Sadness aponta para cadeira que estava a sua frente – Digam...

- Senhor... O portal foi aberto...

- O quê? – O homem que parecia estar fazendo descaso do assunto dos gêmeos agora se espantava – Como assim? Isso é impossível!

- Não senhor... Nós o vimos – disse Luke – Eu e meu irmão enquanto caminhávamos há algumas horas atrás encontramos uma estranha luz, então Happi foi conferir o que era, e foi confirmado, é o portal.

- Confiram todos os No-ones, veja se algum escapou – ordenou Sadness.

- Sim Senhor! – disseram Happi e Lukke

+++

Enquanto isso Aono já dava seus primeiros passos no mundo real, um mundo estranho onde nada era dividido corretamente, bem e mal andavam juntos sem despreocupação, esse mundo era chamado de Terra.

- Ei quem é ele? – Aono escutava uma voz feminina, mas não conseguia enxergar nada além de um grande escuro.

- Eu não sei... Deve ser um Feeling para ter parado aqui assim do nada – Outra voz feminina disse, mas Aono ainda não conseguia enxergar nada.

- Ei garoto – agora uma voz masculina ecoava na cabeça de Aono – Acorde! – Aono sentia leves tapas em seu rosto.

Os olhos de Aono tampados pelo escuro logo já enxergavam a luz do local, aparentava ser um laboratório ou coisa do tipo. Na medida em que seus olhos iam abrindo vagarosamente Aono conseguia ver três pessoas “borradas” até que por fim a imagem ficava nítida.

- Até que em fim você acordou! – disse a garota que parecia possuir a primeira voz – Meu nome é Yuu e o seu?

- Ei Yuu! – disse o garoto dono da ultima voz que Aono tinha escutado – Não saia falando o seu nome para pessoas que você nem sabe de onde é!

- E o meu é Rose – disse uma das duas garotas; seu rosto era fino, cabelos ruivos e ondulados

- Você também Rose...

- Ah... Me desculpe, mas... Onde eu estou? – perguntou Aono interrompendo a discursão

- Você está na casa dos Feelings, a casa dos Some-Ones – disse Yuu.

- Mas agora que essas duas já falaram de mais, é sua vez! Quem é você e de onde você veio? – Perguntou o mesmo garoto de antes

- Meu nome é Aono

- Legal! – disse Yuu – Mas de onde você veio Aono?

- Eu estava no mundo de Darkness até eu parar aqui de repen...

Antes que Aono terminasse de falar, o garoto que possuía um cabelo castanho em Spike o pega pelo colarinho da blusa e o prende na parede.

- O que um No-One como você faz aqui? – Gritou o “garoto não nomeado”

- É isso que eu quero saber também... – disse Aono evitando olhar para o menino de Spike e olhando para o rosto assustado de Yuu e Rose.

- Solte-o Matt! – disse um homem entrando pela porta – Ele não é um No-One!

- Como? – Matt soltou Aono confuso – Mas Fiszpan... Ele acabou de falar que veio do mundo de Darkness

- Aono, o Happiness te disse alguma coisa?

- Não exatamente ele só disse para eu entrar em um portal e... Como você sabe o meu nome?

- Isso não vem ao caso no momento... – Fiszpan é interrompido

- Ei Fiszpan! – gritou Yuu

- Sim, Yuu...?

- Quer dizer que ele é o portador do Happiness?

- Sim, provavelmente...

- Mas que eu me lembre, o Happiness tinha perdido o seu portador – retrucou Matt ainda com a cara fechada – E não que ele ainda não tinha encontrado.

- Matt, pare de reclamar e preste atenção no rosto de Aono por um segundo...

- Oooh! Ele é idêntico ao Happiness – Yuu, Rose e Matt disseram espantados.

- Então... Me desculpe Aono...

- Tudo bem... Mas eu ainda quero saber o que eu estou fazendo aqui...

- Pergunta fácil! – disse Fiszpan – Você é um Feeling, sendo mais preciso um Some-one, nós somos criados através da nossa vontade de mudar, essa vontade faz com que o seu Feeling, que no caso era o Happiness, se manifeste em você, te dando praticamente uma segunda chance de ter uma boa vida. Por outro lado os No-Ones são criaturas completamente diferentes criadas através da vontade de vingança, do ódio e de qualquer outro sentimento ruim, o pior e o comandante de todos eles é o Lord Sadness, mas resumindo... Nós existimos para destruir os No-Ones e impedir que pessoas virem No-Ones.

- Entendo... Então isso quer dizer que eu também estou aqui para lutar contra No-Ones?

- Exato!

- Ei! Aono! – Rose se aproximou do garoto ainda confuso

- Eu?

- Você não acha que deveria tomar um banho? Você está todo sujo

- E-e-e-erm... Verdade... – Diz Aono olhando o estado de suas roupas

- Não se preocupe com isso Aono, eu já estava esperando por você, irei lhe mostrar o caminho do seu quarto, lá estão suas roupas e um banheiro para você tomar banho – disse Fiszpan – Não se preocupe somente me siga.

- Ok... – disse Aono seguindo Fiszpan deixando Yuu e os outros sozinhos no laboratório

- Será que nós podemos confiar nele? – perguntou Matt

- Pare de ser tão preocupado Matt! – disse Rose dando um pequeno cascudo na cabeça de Matt

- É! – disse Yuu – Se o Fiszpan confia por não deveríamos confiar?

- Mas mesmo assim... Eu ainda não consigo confiar nele... – disse Matt

- Ah! Não se preocupe está tudo certo! – disse Rose saindo da sala acompanhada de Yuu – Se você está tão duvidoso quando ao Aono então vamos procurar o Fiszpan e conversar com ele!

- Está certo então... – Disse Matt – Vamos lá!

+++

No mundo de Darkness a contagem dos No-Ones já estava completa, mas um nome faltava, o nome de Aono.

- Senhor! – disse Lukke

- Sim, Lukke – respondeu Sadness – Me traz alguma notícia boa?

- Não senhor...

- Era o que eu esperava... Mas qual é o nome que está faltando?

- Shizuho Aono, senhor!

Continua...