New Wonderland escrita por FaynRith


Capítulo 9
Theories


Notas iniciais do capítulo

ESTAMOS FINALIZANDOO! HUHUHHHU

Para quem não se lembra do Filme, Mallymkum é a pequena ratinha espadachim com temperamento forte!

Espero que aproveitem!



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T H E O R I E S

O indeterminado é a causa dos piores temores de sua mente

– Rainha, não a encontramos em lugar algum.

Branca, voltada de costas a porta, tinha os cotovelos apoiados na janela de seu quarto. Observava em silêncio a movimentação turbulenta que sua irmã, no jardim de rosas, provocava ao imperar sobre seus servos. Já era noite e ela ainda persistia no mesmo lugar, ao lado agora de seu valete que sofria hora ou outra, uma pequena tortura. Seu semblante mantinha-se sereno, com um esplendor sábio e sóbrio, mesmo frente ao caos que crescia dentro de seus próprios muros. Sem se voltar ao guarda, ordenou:

– Tragam a minha irmã, imediatamente.

– Sim, majestade.

O guarda curvou-se num gesto cortês solene e fechou a porta ao retirar-se. Engoliu em seco. Mesmo em sua quietude, ele pode perceber um certo nervosismo que não era característico de sua Rainha. Isto o assustava.

Isto assustava a todos.

Assim que o guarda se retirou, os orbes castanhos de Branca voltaram-se para o céu agora estrelado. Tivera uma audiência com o Oráculo e aparentemente todas as suas suspeitas pareceram se confirmar; A ameaça de perder a coroa era concreta e nem mesmo a imensidão de seus poderes poderiam prever se a irmã continha mesmo um antídoto que poderia levar Alice de volta ao Mundo; As portas para o mundo exterior haviam sido lacradas maleficamente por alguém de dentro num ato de perspicácia aterrorizante. Cada chave, alternativa, opção, devidamente escondidas da mente confusa de Vassoura.

Ela estava a frente; todos os passos que Branca poderia tomar foram calculados para a mais devota prevenção, com medidas que tornavam a fazê-la questionar o por quê de tamanha malevolência pertencente a uma inteligência tão sagaz. Voltou-se para Vermelha, que agora, acomodada em uma cadeira, a encarava, com olhos que cintilavam o mais singelo dos desprezos. Sua boca contorcida num sorriso gesticulou:

A.

Coroa.

É.

Minha.

– Onde acha que ela pode estar? - O chapeleiro contorcia os dedos da mão, ansioso. Parecia não conseguir conter-se.

Mallymkun, que empunhava a espada de um lado para outro, respondeu irritada:

– A esta altura, aquela maluca pode estar em qualquer lugar! - Bradou irritada. Estava ficando com sono.

Chegaram finalmente a um pequeno vilarejo, nas proximidades do tabuleiro a onde a batalha travara-se. O silêncio denso abrangia todas as ruelas e becos, estranhamente para uma região que mantinha-se em festa. Entraram em uma taberna e quase foram atingidos por um copo.

– Com licença... - O chapeleiro murmurou ao observar um pequeno grupo de pessoas que discutiam, puxavam o cabelo uns dos outros enquanto, embebecidos, rugiam palavras ácidas uns aos outros. Do outro lado do boteco, algumas pessoas jaziam deitadas, delirantes, outras soluçavam, algumas adormeciam.

– O que aconteceu aqui?

– Alice, a heroína! - Um homem descomunal agarrou o chapeleiro pelas roupas. Soluçava como um bebê. - Ela morreu!

– O quê? - Ele retrucou. Agora era ele que o segurava, enquanto seus olhos de um pálido roxo ameaçavam avermelhar-se.- Não, não, não, não, não, não. Você se enganou!

– Haverá outra guerra! Tudo porque enquanto ela defendia-nos, um raio atingiu a terra e a fez entrar dentro da gigantesca boca do dragão! Oh, não, não. A Rainha vermelha tomará o poder!

Silêncio. Todos pararam, perplexos.

O chapeleiro abriu a boca para retrucar.

– Isto não é verdade! - Uma mulher berrou. Tentava inutilmente manter-se em pé, tropeçando em seus pés por culpa do álcool. - A verdade é que nem mesmo a guerra ela foi. Fugiu medrosa para as florestas e está lá até hoje, sobrevivendo graças a uns traidores, que a estão armando para tomar o poder da Rainha Branca! Vermelha, aquela imperatriz que a nós nada deveria ser, tomará novamente o castelo!

– Ora, nada disso é verdade! - O Chapeleiro murmurou. - Alice não morreu. - Engoliu em seco. - Não no campo de batalha e ela jamais nos trairia!

– Ela desapareceu! Ela nos abandonou! Ela nos traiu!

– Não, ela era boa, uma de nós! - Outro exclamou.

– Ela morreu!

– Ela vai dar a coroa a Rainha Vermelha!

Mallymkun irritada, exclamou:

– Todos quietos! - e um delicioso silêncio prevaleceu. - A Rainha Branca tem a coroa! Alice desapareceu mas isso não significa nada!

Nada?

A Rainha Vermelha tinha exigido a Coroa em troca do antídoto para que Alice retornasse a seu Mundo, frente a todo o exército ferido e cansado. Aquelas cartas e peões tinham tanto medo da antiga governante quanto respeito por Alice? Eles tinham tanto desespero em seus corações quanto aquelas pessoas ali, embriagadas por um mero rumor. E mesmo depois de toda aquela batalha sangrenta, aqueles bravos soldados temiam uma outra, tudo por causa do bem de uma menina que nem mesmo a sua terra pertencia. Valia a pena aquele risco? O bispo e o conselheiro haviam se entreolhados, aflitos, com medo que o caráter benevolente da Rainha cedesse a pressão da irmã. Mesmo covardes, não seriam capazes de despacharem uma guerreira ferida separada de seu exército? Talvez acompanhados de outros que compartilhassem o mesmo pensamento...

– Não é mesmo, Chapeleiro? - Ela se virou para ele, um tanto incerta de suas próprias palavras e com medo de seus pensamentos sombrios.

– Sim.- Uma longa pausa. - Claro, claro. Claro!

Nada a se temer, nada a duvidar.

– Alice!

A calma foi abruptamente interrompida por aquele grito e toda a frustração e dor que antes a preenchera retornavam a seu corpo . A menina, de olhos fechados, ainda com lágrimas a escorrer pelo rosto, sentiu os resquícios daquela presença marcante que agora se dissipava. Quem estaria por trás daquele enevoado azulado que preenchia sua visão e a fazia sentir-se tão segura e melancólica? Estaria enlouquecendo? Cedendo as pressões daquele Mundo das Maravilhas e seus encantos?

Este grito de agora não se assemelhava aos chamados de antes. Pertenciam a uma voz trêmula, masculina, tão doce quanto a de um sonho. Soava densa, compenetrada, forte e com um leve toque familiar que a fez enrijecer, assim como os longos braços que a puxavam para perto, tirando-lhe o ar dos pulmões. Abriu os olhos e empurrou-o para longe.

– Coelho?!


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Notas finais do capítulo

ESPERO QUE ESTEJAM APROVEITANDO!
Vou acabar esta fanfic antes do final de Fevereiro! É uma META!



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