Eat Me escrita por bruna_soave


Capítulo 21
Recreação II


Notas iniciais do capítulo

Desculpem a demora, prometo que não irá se repetir.



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A festa estava sendo mais estranha do que eu imaginava. Loren havia me dito que todas aquelas pessoas eram anjos e demônios, haviam poucos humanos, satânicos.

Dougie estava sempre me observando, parecia que ele me seguia com o olhar. Lucius era outro que não parava de se esbarrar em mim sempre que podia.

Eu estava bebendo uma taça de vinho quando sinto uma mão em meu ombro.

- Você está linda essa noite. – Reconheci a voz, mas o toque era diferente.

Virei-me para encarar o rosto que me encarava de volta com um sorriso perturbador. Ele tinha a pele branca, e seus cabelos eram muito curtos e negros. Os olhos eram castanhos claro, e ele nunca pareceria com o rosto angelical que eu amava tanto.

- Miguel? – Sussurrei, meio rindo.

- Shhh! – Me advertiu. – Chame-me de Chuck. – Ele disse, piscando pra mim.

- O que faz aqui? – Perguntei, aproximando minha boca do seu ouvido. – E que corpo é esse? – Ri.

- Não gosta? É o meu avatar aqui na Terra. – Ele sorriu.

- Eu gosto, só é diferente do que eu estava acostumada. – Eu disse, tomando mais um gole de vinho. – Mas porque está aqui? Sabe que é perigoso.

- Eu sei, mas eu precisava vê-la. – Ele tocou meu colo com o indicador. – Aliás, você está irresistível essa noite.

Ri alto, me arrependendo logo depois, afinal, Die poderia escutar.

- Pensei que anjos não tivessem esse tipo de... pensamento. – Eu disse, controlando meu riso.

- E não temos, não desse modo carnal. – Ele disse, encarando-me nos olhos. – É mais a sua aura. Ela é deliciosa. Mas eu sei que você tem esse tipo de pensamento, não adianta me enganar. – Ele sorriu de lado.

- Tenho. – Ri baixinho. – Ainda sou metade humana, afinal.

- Entendo. – Ele disse. – Mas você deve se controlar. Esse tipo de contato entre anjos e demônios é proibido. Quando um anjo e um demônio mantêm relações sexuais, a aura deles cresce, e eles se tornam praticamente imbatíveis.

- E é nessa hora que se pode matar um deles. – Eu disse, seca. Miguel me encarou. – O quê? Estou lembrando de muita coisa ultimamente.

Miguel me encarava, mas seu olhar era vago. Olhei para trás, vendo Dougie encarando Miguel, ou melhor, encarando Chuck.

- Ele sabe que estou aqui. – Miguel disse. – Tenho que ir.

- O que...? – Sussurrei, mas Miguel já havia sumido por entre as pessoas.

- Quem era ele? – Die perguntou, chegando perto de mim. – O homem com quem conversava?

- Chuck. – Eu disse, controlando minha voz receosa. – Estava dizendo o quanto eu era bonita. – Ri. – Você o convidou?

- Não. – Die olhava para a porta. – Mas é costume dele, sempre aparecer onde não é chamado. – Die sussurrou.?

- O quê? Você já o conhecia? – Perguntei, tentando parecer o mais normal possível, e eu acho que funcionou.

- Nada. – Die sorriu para mim, pegando-me pela mão. – Venha, tem alguém que quer que conheça.

- É um prazer, Anna. – O rapaz alto e ruivo dizia enquanto beijava minha mão.

Ele tinha os traços finos, quase femininos, o que o deixava perfeitamente perturbador. Sua barba por fazer, ruiva, o dava um ar mais velho, mas eu via em seus olhos negros que ele não passava de 20 anos.

- An, esse é Felix, um velho amigo. – Die disse, sorrindo para Felix.

Sorri também, e depois estávamos os três sorrindo.

- Dougie falou-me muito de você, mas eu não imaginava que era tão bonita. – Ele disse, percorrendo seu olhar pelo meu vestido.

- Obrigada. – Sorri, envergonhada. Era um elogio, e eu sempre me envergonhava com elogios, ainda mais quando vinham da ala masculina.

- Eu volto num instante. – Disse Die, nos deixando sozinhos. Ter o olhar de Felix em mim era estranhamente irritante.

- Você continua exatamente como eu me lembrava. – Felix disse, e eu me virei para ele, o encarando com duvida. Eu nunca o tinha visto na vida. – É claro que não se lembra de mim, não estou na minha forma original.

- O quê? – Ri. – Não sei do que está falando.

- É claro que sabe, Hokegan. – Ele disse meu nome, fazendo meu sangue correr mais rápido pelas minhas veias. – Não sou seu inimigo, quero te ajudar.

- Ajudar em que? – Ri ainda mai alto. – Você está louco?

- Matar Lucifer. – Ele disse. – O odeio tanto quanto você, e estou disposto a lhe ajudar.

Eu não sabia se podia acreditar em Felix, mas eu não tinha muita escolha.

- É bom não estar mentindo para mim. – O alertei.

Die se aproximava, o olhar cansado.

- O que foi? – Perguntei, sorrindo de leve.

- Não é nada. – Ele disse, retribuindo o sorriso. – Acho que já está na hora da festa acabar.

Olhei significamente para Felix, tomando um gole do meu vinho.

Se eu sentisse que não podia confiar nele, eu o mataria.

Simples assim.


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