Stanford Nightmares escrita por LittleFish


Capítulo 1
One-Shot.


Notas iniciais do capítulo

Mais uma original... Acho que não me canso de sofrer -QQQ

HAUHEUHA ~

A dedico essa one para a minha querida Nandah-chan (nandahh) que me inspirou a fazer esse tipo de história graças à uma de suas fics (The Night Guardian). Thanks, dear *-*


Sem mais enrolações, espero que gostem ~~



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“Mas o que diabos estou fazendo aqui?” – Perguntava-se constantemente.

Curt não conseguia parar de pensar no motivo que o levara a estar naquela praça em plena quarta-feira, às 22:00. Os arredores estavam completamente desertos, exceto por ele e seu amigo Vincent. A luz dos lampiões iluminavam fracamente as ruas de paralelepípedos, fazendo que o clima ficasse ainda mais sinistro.

- Não sei por que concordei em vir contigo para este fim de mundo – Reclamou.

- Mas tu vieste! Pare de me importunar. Vamos, o que procuro deve estar por aqui em algum lugar – O outro argumentou, tomando à dianteira.

A praça, que mais parecia um jardim abandonado, era rodeada de árvores altas e o chão era malcuidado e sujo, além de que tudo estava tomado pela tênue escuridão. As extremidades eram limitadas por um muro de tijolos vermelhos e um grande portão enferrujado. Era um estranho lugar para se estar, principalmente naquele horário.

Então realmente havia um motivo plausível para duas pessoas estarem ali?

Para Vincent, a resposta era sim. O rapaz de cabelos negros, olhos verdes e trajes surrados trabalhava como jornalista para um jornal sem prestígio. No século XIX, a população não dava atenção para fatos paranormais ou outro caso semelhante. O jovem fora humilhado diversas vezes por acreditar nesse tipo de coisa, sendo chamado de charlatão e de sensacionalista. O próprio jurou se vingar provando para todos que o caluniaram que realmente existiam espíritos e pessoas que poderiam se comunicar com eles.

Com muita dificuldade, conseguiu convencer seu novo amigo Curt, um médico recém-formado e alguém com um futuro bem mais promissor do que o dele próprio, a ajuda-lo numa busca por provas concretas. O jornalista pesquisou a fundo sobre os lugares mais macabros da cidade e acabou descobrindo algo sobre a praça que agora estavam. Chamava-se Praça Stanford e estava fechada por causa de uma série de assassinatos misteriosos que haviam ocorrido nela há cerca de 5 anos atrás. Segundo suas fontes, a população havia posto a culpa em um pobre açougueiro que foi condenado à morte por enforcamento e seu corpo fora enterrado em baixo da maior árvore que ali havia. Posteriormente, descobriram que o homem era inocente dos crimes, mas ninguém fora culpado pelo engano e o caso ficou esquecido.

- Tu realmente acreditas que isso é mesmo verdade? – Zombou o amigo.

- Não é hora para essas zombarias, Curt. Ajude-me a encontrar o túmulo.

O outro revirou os olhos, seguindo o amigo que agora analisava cada árvore. O médico loiro de olhos azuis e vestes clássicas estava farto daquela obsessão, mas havia concordado em participar da busca para convencer o jornalista que aquilo não passava de fantasia.

O clima estava ficando cada vez mais frio e nebuloso, fazendo com que Vincent se arrepiasse. O tempo estava passando e ele não havia encontrado nada do que estava procurando. Pela primeira vez, temeu que tudo em que acreditava fosse falso.

“Não devo desistir agora...” – Disse para si mesmo. – “Preciso alcançar o sucesso, receber o devido prestígio. Não só por mim, mas por Elizabeth”.

Elizabeth era o nome da mulher que o jovem cortejava. Graças a sua má fama, não havia conseguido o consentimento de seu pai para desposá-la, por isso, dedicava-se tanto para obter glória em seu trabalho. A vingança para com aqueles que um dia o caluniaram não era nada em relação ao amor que nutria pela bela mulher. Fazia exatamente uma semana que não tinha notícias dela, provavelmente, a mesma não queria ter contato com alguém como ele... Não por enquanto.

Foi então que Vincent se deparou com uma figura gigantesca a sua frente. O rapaz teve que por a mão na boca para não deixar escapar um grito vergonhoso. Era apenas uma árvore... Mas era a maior que ele já havia visto. Só podia ser aquela que estava procurando.

- Venha até aqui! Acho que encontrei! – Gritou.

- Deixe desses gritos, estou bem atrás de vós.

O moreno virou-se para encarar o amigo, mas assustou-se com a expressão que estava em seu rosto. Havia algo medonho na expressão de Curt, algo que o próprio Vincent não sabia explicar.

- O que há contigo?

O loiro desviou o olhar, irritado por ter sido flagrado.

- Nada. Só desejo que isso acabe logo. Aqui está ficando muito frio.

- Tudo bem, já estou terminando. Ajude-me a cavar aqui – Apontou o lugar. – Há uma pá ali a diante.

- Cavar? Qual o seu problema?! Você nunca disse que iria profanar o tumulo alheio! – Exclamou.

- Não vou profanar! Preciso apenas fazer contato com a alma do açougueiro.

- Você está ficando louco, Vincent.

- Talvez... Mas agora me ajude com isso – Respondeu com um olhar sombrio.

A contra gosto, Curt ajudou o amigo na árdua tarefa. Cavaram durante longos minutos, mas nada encontraram.

- Eu sabia que era só uma história idiota.

- Não é uma história!

- Então por que na época que isso ocorreu, os jornais não publicaram nada? – Indagou.

- Não sei, talvez o verdadeiro assassino estivesse manipulando alguém dentro da imprensa – Sugeriu.

- Veja lá o que estás dizendo! Pensei que fosse uma história de fantasmas e não de conspiração!

- Quer parar de caçoar de mim?! – Exclamou, fincando de uma vez a pá no chão.

Antes que Curt pudesse replicar, um barulho oco veio de baixo instrumento que Vincent carregava.

- Tem algo aqui!

O moreno cavou sozinho e de maneira surpreendentemente rápida. Em poucos minutos, a pá tocou uma superfície macia... Era pele humana. Ele abaixou-se e limpou o restante de terra que estava ali e viu do que se tratava.

- Isso... Isso...  – Estava sem palavras.

Realmente, espremido em uma pequena vala estava um corpo, mas não era do açougueiro e, muito menos, estava em decomposição por causa do tempo. Uma jovem mulher estava estirada, com os olhos arregalados, com as mãos e os pés decepados. Havia sangue seco por todo seu vestido e uma máscara de terror estava eternizada em seu rosto. Parecia que havia sido morta há poucos dias. E o que chocou ainda mais o jornalista, foi a identidade da pobre que ali jazia... Era sua amada Elizabeth.

- Como?! Como isso... ?! Não pode ser... – Gritou, largando a pá no chão.

Vincent quase conseguiu sentir a sanidade deixar seu corpo. Seu coração estava disparado, sua respiração tornou-se irregular, seus olhos estavam marejados de lágrimas e suas pernas estavam bambas. Custava a acreditar no que havia acontecido.

Curt suspirou fundo, pousando a mão no ombro do amigo.

- Foi muito para ti, não é verdade? – Disse com a voz aveludada e calma.

O amigo virou-se para encará-lo. O loiro estava profundamente tranquilo, como se não estivesse vendo aquela figura disforme.

- Não me diga... Não... Você sabia que Elizabeth estava morta? – Indagou o moreno em estado de choque.

O outro sorriu maliciosamente. Sua expressão exalava a mais pura perversidade.

- Por quê?! Tu a mataste! O que ela te fez?! – Gritou insanamente.

Os olhos de Curt se estreitaram perigosamente. Todo aquele ar assustado e até cômico desapareceu totalmente. Diante de Vincent, estava agora um frio e inescrupuloso assassino.

- Primeiramente, ela recusou minhas juras de amor. Ah, tola Elizabeth... Ainda lembro-me de seus gritos quando a matei – Respondeu com um sorriso cínico. – Amava apenas a ti, sabe? Manteve-se fiel até o fim. Recusou todas as minhas propostas, por mais tentadoras que fossem. Segundo: eu gosto de matar. Para mim é quase um vício...

O jornalista mal conseguia ouvir aquela narrativa. Sentia-se enojado, tonto e principalmente irado.

- Você era o assassino em série da Praça Stanford, não era? Por isso que tu tanto desacreditavas as minhas teorias e tentativas de trazer o caso a tona! E essa pá... Também deve ser sua! Só não entendo porque insistiu em me acompanhar até aqui, sabendo que eu poderia descobrir toda a verdade!

Curt sorriu novamente. Suas belas feições estavam completamente tomadas pela insanidade e pela sede de sangue.

- Eu vim até aqui, a princípio, para poder convencê-lo de que essa bobagem de paranormalidade não existe. Mas, se tu encontrasses algo, eu poderia agir. Não iria deixá-lo aqui sozinho para contar suas recém-descobertas para algum estranho. Sei o quanto tu és tagarela... Iria à polícia e minha vida estaria acabada. Não poderia deixar que isso acontecesse. Ah, aprenda uma coisa: você não deve ter medo dos mortos, meu caro Vincent, e sim dos vivos.

- Aposto que Elizabeth não é a única morta nessa praça, não é?

- É óbvio que não, seu tolo. Como eu havia dito antes, gosto de matar. Esse povo é tão idiota quanto você, acreditou que aquele pobre açougueiro teria assassinado tantas pessoas... Só por causa da aparência dele. Mas, quem iria desconfiar de um distinto médico, antigamente um estudante de medicina? Tudo isso é culpa do preconceito da população quanto a aparência de seus semelhantes. Mal sabem que por dentro somos todos compostos da mesma coisa...

- Pare com esse discurso nojento, seu monstro! – Gritou. – Achei que fosse meu amigo!

- É o que todos dizem no seu lugar... Poderia ser um pouco menos clichê? – Indagou com ironia. – Vamos acabar logo com isso, estou ficando entediado dessa ladainha.

Curt tomou a pá caída entre suas mãos e encarou o moreno que estava na sua frente.

- Agora tu ficarás eternamente com sua querida.

E antes que Vincent pudesse reagir, Curt o golpeou de maneira violenta e excessiva, até que o outro caiu no chão, completamente ensanguentado. Com o mais profundo descaso, o loiro o empurrou com o instrumento para a vala aonde se encontrava a mulher morta. Sabia que o jornalista ainda não estava morto... Mas em breve iria estar. Com a pá, cobriu novamente a vala até que ela estivesse nivelada. Parecia que ninguém nunca havia cavado naquele local.

- Para você, o pesadelo nunca irá terminar – Sorriu novamente, colocando a pá nas costas, caminhando sem direção pela calada da noite.

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Depois de muitos anos, descobriram os corpos enterrados na Praça Stanford. Graças a enorme quantidade de cadáveres, o prefeito local decidiu demolir o lugar e o transformou em um cemitério.

Aconteceram diversas investigações e em conjunto com o avanço das técnicas de análise criminal, descobriram que o autor dos crimes se chamava Curt . Tentaram localizá-lo de diversas maneiras, mas não houve resultado.

Alguns contam a seguinte história: Curt havia sido assassinado 2 anos depois dos crimes que cometera e que seu corpo estava profundamente enterrado, juntamente com os escombros da antiga praça onde os corpos foram achados. Algumas pessoas juram que, ao passar em frente ao cemitério, ouvem vozes diversas. Choros, conversas e até o som de alguém tocando piano. Mas essas são apenas histórias... Porém, há algo que todos, independentemente de quem sejam, afirmam ter ouvido ao passar por ali:

 “- Ah, e aprenda uma coisa: você não deve ter medo dos mortos, meu caro Vincent, e sim dos vivos.”

FIM (?)


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Notas finais do capítulo

E aí? Gostaram? Foi diferente de tudo que já escrevi... Mas me agradou muito!Obrigada por terem lido ;D

E... É agora que peço descaradamente: Reviews? *-*



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