Death Serenade escrita por Dio


Capítulo 5
Capítulo 4 - Confronto


Notas iniciais do capítulo

Ae galera, quanto tempo heim xD! Sabem como é... Provas, viagem, férias, acabei ficando sem poder postar esse por um boooom tempo, mas tá aí, prometo que escrevo mais rápido daqui em diante, e muito obrigado para quem está acompanhando a história :D



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Capítulo 4 - Confronto

       Um tempo após ele sair, enxuguei minhas lágrimas na camisa (pobre Goku que não tinha nada a ver com isso) e esperei até que o tremor nos meus braços e pernas parasse. Logo depois, saí correndo para casa o mais rápido que meus pés aguentavam e escancarei a porta da frente. Ignorei as exclamações de surpresa da minha mãe e atravessei o corredor cinza sem graça até o meu quarto. Tremendo e suando de excitação, coloquei o disquete no computador, e logo meu rosto se abriu em um largo sorriso. Lá estava, logo no primeiro relatório do disquete, tudo o que eu precisava saber: O nome, o telefone, a residência e mais uma penca de informações sobre o agente. Foi tão conveniente que eu me senti a pessoa mais inteligente do mundo por ter feito tal manobra ao arranjar o disquete.

       Depois de analisar por uns dez minutos as informações, fui direto à minha escrivaninha e peguei meu diário. Abri em uma página aleatória (22 de Julho) e comecei a arquitetar um plano, um plano simples, mas como eu tinha muita vantagem sobre meu oponente, provavelmente iria dar certo. De tempos em tempos eu lançava um olhar furtivo ao meu celular, que se encontrava em cima da minha grande e confortável cama, como se esperasse que a qualquer momento Eduardo me ligasse cobrando explicações, ou que o agente do FBI viesse me ameaçar. Terminei meu humilde plano e após um longo suspiro, sorri com orgulho. Era muito simples, e eu poderia o por em prática sozinha, Eduardo nunca saberia da minha mancada e com isso eu provavelmente tiraria o agente de vez do caso. Como já disse, era um plano simples: Atrair ele para fora de sua casa, arrombar a porta com minhas chaves mestras (Vinícius me dera elas havia muito tempo como presente de aniversário) e destruir qualquer eletrônico de armazenamento de informações que eu visse. Aquele maldito ia pagar caro pelo que fez. Podia parecer ser algo criminoso, mas já havia feito isso muitas vezes antes com a Sofia, e na situação em que me encontrava, não podia me dar o luxo de deixar tudo ir po água abaixo, não importava o que tivesse que ser feito para evitar isso.

       No outro dia de amanhã, acordei normalmente (não tão normalmente, afinal não me atrasei), me arrumei e fui encontrar meus amigos no mesmo lugar de sempre, naquele maldito poste frio e sem vida de péssimas recordações escolares entre minha rua e a avenida que levava ao colégio. Estava me sentindo nervosa, não sei se pelo que eu iria fazer dentro de algumas horas ou com as insistentes perguntas dos meus amigos.
       -Como assim não pode contar nada? O que aconteceu ontem!? - Disse Raquel em um tom irritado.
       -Já falei que não posso contar, esquecam isso tá legal? Não foi nada de mais! - Menti. - Ora, o que deu em vocês, eu sempre fui para a sala do diretor e vocês nunca viram nada de errado nisso!
       -É mas ele estava diferente aquele dia, nervoso eu diria. - Disse Vinícius com seu jeito calmo e apreensivo.- Até você está diferente! Primeiro chega sem estar atrasada, e depois nega a responder nossas perguntas... - Raquel, como sempre muito educada cortou Vinícius:
       -Ahhh, quer saber, se não quer contar pra a gente, que se foda.

       Depois disso ninguém mais abriu a boca até o colégio. Foi duro não contar nada para eles, mas foi melhor assim, afinal seria muito idiota quero colocar a vida dos meus melhores amigos em perigo por causa de simples curiosidade. O resto do dia na escola foi normal (Eduardo não estava presente), com direito a provocações de Sofia e suas amiguinhas, olhares feios de todos do corredor, e punições pora parte de meus professores. Nada disso importava, pois logo eu estaria rindo à toa... Só mais duas horas... Só mais duas horas. Quando o sinal tocou, deixei meus amigos na entrada (disse que estava com pressa pois meus pais iam sair e que por isso precisava chegar logo) e corri para casa. Tomei banho e vesti a roupa mais discreta que consegui achar em meu guarda-roupa: uma calça jeans e um moletom preto com capuz (que criatividade), catei o endereço do agente e saí de casa. Foram quase dez minutos de viagem até a casa dele, dez minutos que passaram em dez segundos para meu eu nervoso. Olhei para a placa da quadra e conferi com a do papel onde havia anotado o endereço. Estava no local certo. Era um prédio verde de 6 andares, e parecia completamente normal, como todos os outros da arborizada quadra onde se encontrava. Haviam até mesmo várias crianças brincando e correndo nos arredores.

       Fui para o orelhão mais próximo que encontrei e liguei para o meu camarada. Quando ele atendeu, botei a mão na boca e comecei a falar com a voz mais grossa que consegui (anos de imitações me fizeram muito boa nisso) e disse em um tom calmo:
       -Escute, tenho que falar rápido e não tenho tempo para perguntas. - O agente soltou uma pequena exclamação de espanto no outro lado da linha. - Eu tenho informações relevantes ao caso M. Me encontre na praça sob o chafariz do shopping Conjunto Nacional, vou estar com uma camisa do "My Chemical Romance". - Falei o tempo inteiro sem interferência, com somente a respiração acelerada do meu oponente no outro lado. Logo após falar, desliguei, sem dar tempo a ele de responder, pois respondendo eu poderia acabar deixando algo escapar, estragando o plano. Como ele estava na dúvida, com certeza viria me encontrar. Ele provavelmente não conhecia nada de Brasília, por isso sugeri o encontro do modo como sugeri. Não existe praça alguma sob chafariz no conjunto nacional, e com certeza devem existir milhares de pessoas com camisas do MCR por lá. Até ele se tocar disso, meu serviço já estaria feito. Abaixei o capuz do moletom e me escondi atrás da entrada do bloco dele por um tempo, como um cachorro esperando por atenção de um dono excepcionalmente ocupado (um cachorro muito feio no meu caso). Depois do que provavelmente foram dez minutos, consegui ver ele sair correndo da portaria. Corri para a entrada e fiz um gesto para o porteiro, que abriu a porta para mim sem perguntar nada (foi uma tremenda sorte).  Com meu coração pulsando rápido subi as escadas até o segundo andar e cheguei ao apartamento dele, o 204.

       Tremendo muito, como nunca tinha feito antes, consegui destrancar a porta dele e entrei em sua sala. O que aconteceu dali para frente foi maravilhoso para mim, me senti incrivelmente leve e feliz, enquanto destruia todos os computadores, laptops e afins que encontrava naquela grande sala vazia e sem graça, toda bagunçada e repleta de eletrônicos e papéis em volta de uma grande mesa de mogno, único móvel presente. Atirei ao chão e pisei em cima de um laptop, meti um chutão em dois palmtops, e não satisfeita, fiquei pulando em cima dos dois por um bom tempo. Também dancei a polka em cima de um monitor (sempre quis fazer isso). Certamente o prédio inteiro já havia notado, mas não fazia diferença, afinal o que impede que o dono dessas coisas enlouqueça e saia destruindo tudo? Senti até um impulso de afanar um iPod que encontrei, mas em uma manobra de autocontrole que levou um certo tempo de relutância, deixei ele onde estava ("eu não sou uma ladra", pensei o tempo todo). Não ia destruir ele, pois era sacanagem demais atrapalhar um homem que quer ouvir sua música. Sorrindo de lado a lado depois de tão revigoradora atividade, me dirigi a porta que levava ao quarto, com sede por mais destruição. Girei a maçaneta levemente, como uma criança que acaba de ganhar um chocolate e que quer comer ele bem devagar, aproveitando cada momento. No momento em que abri a porta, engoli um berro, um berro do mais puro terror, meu coração pulsou em uma velocidade nunca antes alcançada e achei que iria morrer. Era como se o chocolate tivesse sido arrancado da mão da criança com um soco no estômago. A minha frente, sentado e me encarando, encontrava-se o motivo do meu terror.


       -É uma espécie de idade mágica, quando as pessoas ficam livres e podem fazer o que quiserem!- Disse o menino
       -Tudo mesmo? Até mesmo contra a vontade dos pais? E a garotinha à sua frente sorriu.
       -Sim! Então está decidido! Não vá...-
E o mundo novamente entrou em foco.
 -...sair de Brasília.
Disse o garoto da promessa, M, que me olhava com fascínio. Morri.

M


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