Death Serenade escrita por Dio


Capítulo 2
Capítulo 1 - Encontros


Notas iniciais do capítulo

Bem, taí o capítulo 1, até que fui rápido pra minha preguiça >). Esse capítulo continua no esquema de apresentação, então não reclamem ainda por não ter muita ação nem suspense heim :). Creio que só vou fazer mais um capítulo de apresentação e depois vou avançar logo pra história mesmo. Obrigado pro pessoal que tá acompanhando =D.



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Capítulo 1 - Encontros

       "Só mais um dia chato e entediante de aula", pelo menos era o que eu estava pensando quando, cansada de correr para não chegar atrasada, me encontrei com Raquel e Vinícius. Fomos indo para o colégio do mesmo jeito de sempre naquela maldita quarta-feira de sol que tinha tudo para ser um péssimo dia. Tudo estava calmo e tranquilo até meu amigo fazer uma pergunta que teria sido muito melhor nunca ter sido feita, até mesmo pela saúde do próprio Vinícius.
       -Estudaram para a prova de Física?- Disse ele sorridente.
Congelei na mesma hora e olhei para Raquel, que óbviamente, estava espantada também.
       -Puta merda, tinha esquecido totalmente que aquele #$%@ do Teixeira ia dar uma prova hoje!- E comecei a passar a mão pelos bolsos da mochila, tentando desesperadamente encontrar qualquer coisa que pudesse servir de cola.
       -Hahaha- Riu Raquel- Se deu mal Luh, a prova é em dupla e é a minha vez de fazer com o Vinícius! Vai ter que encontrar outro par!
Meu estômago deu uma revirada intensa. Se tinha algo pior do que fazer uma prova sem saber absolutamente nada da matéria, era procurar por um par para uma prova em dupla na minha sala, onde eu só tinha dois amigos e que o resto todo da sala me tratava como algum tipo de sujeira presa ao sapato.
       -Ah meu deus, eu não posso ir mal nessa prova! Por favor Raquel, me ajude!
       -Só lamento!- E eu me sentia cada vez mais no fundo do poço - Mas minha situação não tá muito diferente da sua, e preciso dessa nota ou minha mãe me mata!
       -Entendo... Não vou encher mais seu saco. Bem, vão indo pra sala, eu vou passar antes na biblioteca e aproveitar esses dez minutos para dar uma estudada- Claro que minha "estudada" significava ir à biblioteca para preparar algum "material de referência" (pra não dizer cola) que eu pudesse usar na hora da prova, pois com certeza não iria conseguir uma dupla decente.
       -Boa sorte Luh!- Me desejou Vinícius. Retribuí com um gesto grosseiro feito com o dedo.


       Não precisei gastar muito tempo na biblioteca. Em cinco minutos, me toquei que não entendia (e que não ia entender) absolutamente nada da matéria e que meu zero estava garantido nessa prova.
       -Atrasada? Eu lamento muito senhorita, mas todos os alunos já tem duplas formadas. Parece que vai ter que fazer a prova toda sozinha.- Disse o odioso professor minutos mais tarde, quando entrei pela porta da sala.
A sala inteira riu, mas eu me senti bem. Isso me poupava de ter que procurar uma dupla.
       -Tanto faz professor- Disse rindo a maldita piranha popular, Sofia- Ela não ia conseguir dupla mesmo! Ninguém quer fazer nada com a branquela.- E a sala inteira recomeçou a rir. Fechei meus pulsos com força e forcei um sorrisinho debochado.
       -Interessante observação. Bem, agora que temos a sala toda aqui...- O professor foi indo em direção à sua mesa - vamos começar a prova.
Eu afundei na cadeira, "Meu deus, fuldeu, não tem como ficar pior" foi a única coisa que me veio à cabeça. Mas aí eu vi que estava errada. A porta se abriu e por ela entrou o garoto mais estranho que eu vi na vida. Ele era totalmente torto, tinha um aspecto sujo e doentio, seus cabelos longos e negros me davam arrepios, mas o que mais me deixou abismada foram seus olhos. Eles eram ao mesmo tempo, inexplicávelmente, inocentes e frios. O garoto era tão estranho e nojento, que toda a sala parecia se segurar para não gritar. Todos estavam agora sérios e olhavam diretamente para o garoto, que sem nem notar ou dizer uma palavra se querer, se dirigiu ao professor e lhe entregou um papel. Para meu horror, o professor sorriu e apontou para minha cadeira. A turma de repente acordou e riu.
  -Hahaha, parece que a retardada da branquela tem outro amigo esquisito agora!- Disse João, o namorado fútil da Sofia.


       Sem nem notar, o garoto atravessou a sala, acompanhado pelos olhares de todos os alunos, e sentou-se ao meu lado (ao contrário do que eu pensava, até que ele não cheirava mal). Por um tempo, todos ficaram rindo, mas a medida que o professor ia passando e entregando as provas, o silêncio foi tomando conta novamente.
       -Lamento senhorita Marin, mas seu amigo é novato e provavelmente não tem nem idéia da matéria que estamos estudando aqui. É melhor que você tenha estudado bastante, ou os dois terão suas notas vermelhas garantidas.- E rindo, entregou a prova à mim. Na minha mente imaginei o professor sendo torturado das maneiras mais cruéis possíveis, mas meu estado de choque me impediu de dizer qualquer coisa.
Fiquei sozinha tentando fazer a prova, sem sucesso, durante quase todo o tempo. Enquanto isso, o garoto no meu lado só olhava em volta da sala, como se procurasse algo, fazendo anotações de tempos em tempos em um caderno. Nos dois minutos finais, ele se virou pra mim.
       -Me de a prova.- Disse ele com uma voz fria e rouca, e sabendo que não iria fazer diferença, entreguei a prova à ele.
O que aconteceu a seguir foi a última coisa que eu esperava. Ele sorriu, pegou minha caneta e resolveu todas as questões, escrevendo com uma velocidade que eu nunca tinha visto alguém fazer antes.  Quando ele jogou a prova feita, como se fosse lixo, em cima da minha mesa, não consegui acreditar nos meus olhos. No meu lado, Raquel e Vinícius olhavam para nossa mesa com uma cara espantada também. Logo em seguida o sinal tocou e o professor recolheu a prova. Pela cara de raiva que ele fez quando olhou ela, acho que fomos bem. Aliás, não acho; tenho CERTEZA, porque logo em seguida, o professor murmurou um "estão liberados" com uma voz irritada e saiu da sala apressado. 

       Quando me virei para agradecer o garoto, percebi que ele não estava mais ao meu lado, e sim, gingava em direção da mesa dos populares. Ele deu um tapa na mesa, interrompendo eles no meio de uma conversa (com certeza fofoca).
       -O que foi seu retardado?- Disse João, e o grupo de idiotas ao lado dele riu.- Tá procurando um pente aqui, pra esse teu cabelo ridí... Mas que...!
Novamente, tive que limpar meus olhos para ver o que aconteceu. Três movimentos do "sujão" (um soco bem dado na barriga, uma chave pelos braços e um salto bizarro) e bang. Em questão de segundos, João estava com a boca no apagador, com os pulsos atrás das costas, e o mais estranho; o garoto, que dois segundos atrás estava bem à frente de João, agora estava de pé em cima das costas dele.
       -Mas que porra é essa!- Gritaram dois amigos de João, que avançaram no menino. Mais uma vez, ele foi preciso no que vez. Uma manobra bizarra com os pés, escorregando pelo tronco de João, e os dois foram chutados direto na cara, caindo no chão sem a menor reação. Todos na sala estavam olhando espantados. João agora estava encostado na parede, e o garoto o pressionava pelo pescoço.
Depois de alguns segundos em absoluto silêncio, o garoto calmamente disse:
       -Sabe, você pode me xingar o quanto quiser. Mas se eu pegar você xingando uma mulher desrespeitosamente mais uma vez, você está acabado.- E logo depois que a última palavra saiu da sua boca, João foi arremessado em cima de seus amigos. A sala inteira ficou de boca aberta quando ele foi saindo, andando bizarramente e esticando os braços. Eu fiquei por um tempo sem saber se deveria me sentir agradecida ou assustada.
Quando ele já estava na porta, parei de enrolar e gritei:
       -Espera! Hmm, quer lanchar com a gente?- Raquel e Vinícius estremeceram, acho que não gostaram muito da idéia.- Eu sou a Luíza, qual o seu nome?
O menino disse algo que eu só pude entender por "essa voz...", abriu um largo sorriso, escreveu algo no caderninho e depois disse:
       -Eduardo. - E eu sorri de volta para ele.

       Com certeza, para mim esse era o início de uma bela amizade. O problema é que cinco segundos depois, o diretor apareceu na porta, acompanhado do professor. O velho estava suando muito e parecia nervoso e irritado, mais transtornado do que nunca.
       -Quem está envolvido?- Perguntou ele, olhando diretamente para Eduardo, com uma voz séria, que eu nunca tinha escutado antes, nem na pior das confusões. Bem, pelo menos eu estava à salvo no meio de tantos trouxas.
       -A Luíza Marin e esse garoto novo!!!- Gritou, chorando, Sofia do meio do grupo de alunos.- Eles atacaram o pobre João sem nenhum motivo!
Vadia.


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