The Scientist escrita por LittleFish


Capítulo 1
Nobody said it was easy...


Notas iniciais do capítulo

Cá estou eu com mais uma original. Creio que tenha ficado só um pouco melancólico e ultrarromântico... Mas acho que vocês irão gostar, HAUHEUHA.Essa é uma das minhas músicas preferidas, por isso tive que escrever algo sobre ela. Serão dois capítulos curtos, nada de muito extraordinário.As partes em itálico são da letra traduzida da música. Recomendo que a ouçam, é muito linda mesmo.Sem mais delongas... Boa leitura ;D



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Dizem que por trás de muito trabalho há sempre um homem infeliz. Para Robert, aquela essa afirmação não fazia o menor sentido. Seu trabalho era sua vida, seu maior prazer, sua distração, seu alimento... Não havia nada que o substituísse. Passava horas a fio olhando para aqueles números, namorando as fórmulas, deleitando-se com seus experimentos. No vulgo, era um cientista. Sentia orgulho de dizer isso às pessoas, ver suas expressões de admiração e espanto, era uma questão de se sentir superior.

Possuía alguns poucos amigos, mas não lhes dava o devido valor. Ignorava suas ligações, suas tentativas de aproximação, cada vez sendo mais grosseiro e intolerante. Aqueles que realmente o amavam começaram a se afastar, deixando-o sozinho com seu inestimável trabalho. A única que continuava a seu lado, independente do que fizesse, era Alice. Mesmo com todas as palavras rudes e as constantes tentativas de livrar-se dela, a calma e gentil mulher nunca o deixava completamente só.

Alice, sua preciosa Alice. Sua amiga de infância, sua vizinha, sua única companhia e a pessoa mais importante de sua vida. Apenas o mais impuro orgulho o impedia de dizer isso à ela. Não deveria precisar de ninguém, apenas de sua ciência, de seus números e fórmulas. Não poderia deixar que alguém o retirasse daquele caminho que tanto queria trilhar.

Porém, a situação chegou ao seu ponto extremo. Ela iria embora, não só da casa aonde havia morado durante muito tempo, mas também da vida do atarefado Robert. Por um momento, o cientista se sentiu dividido. Deveria impedi-la? Mas deixá-la ir não era o que mais desejava? Seu maior erro foi duvidar de seus sentimentos e, graças a sua hesitação, ele havia perdido aquela que sempre estivera ao seu lado.

Os dias passaram lenta e penosamente. O trabalho já não o interessava mais, os números já não faziam mais sentido, os desafios e fórmulas perderam completamente o encanto. O tão dedicado homem só conseguia olhar para a tela do celular, rezando por uma ligação, um sinal de vida, algo que reatasse o seu interesse... Ou a palavra certa seria desinteresse? Não importava. Só desejava, mais do que tudo, que ela ligasse. Mas sua espera foi em vão, o celular continuava inativo em cima de sua escrivaninha lotada de papéis inúteis.

“Eu há pouco estava adivinhando números e dígitos, solucionando quebra-cabeças, questões sobre ciência. Ciência e progresso não falam tão alto quanto meu coração...”

Sabia o que deveria fazer... Não, ele tinha certeza do que deveria fazer. Então por que não acabava com toda aquela ânsia que tanto o maltratava? Dizia a si mesmo para se mover, dar um fim naquela situação patética em que se encontrava, mas seu corpo não respondia.

Robert só desejava que Alice não estivesse tão patética e melodramática quanto ele.

“Correndo em círculos, atrás de nossas caudas. Mentes voltadas para uma ciência distante...”

O arrependido cientista enganava-se ao pensar na situação de Alice. A moça sentia-se magoada, porém não conseguia apagar tudo o que sentia de maneira tão rápida. Estava tão dividida e indecisa quanto seu amado egoísta. Será se valeria apena voltar para apenas sofrer? As dúvidas não a abandonavam em nenhum segundo. Nada a distraía, nada lhe interessava... Decidiu que iria caminhar um pouco para organizar os pensamentos e chegar a uma conclusão. Aquilo parecia o mais sensato a fazer, por hora.

Os passos eram dados quase automaticamente. Alice estava tão perdida em pensamentos que mal se dava conta das coisas que estavam a sua volta. Por um momento, sentiu a enorme vontade de correr para a casa vizinha, bater na porta e exclamar, como sempre fazia. Mas lembrou-se que seu vizinho não era mais o mesmo e que havia se mudado. Constantemente esquecia-se de sua nova realidade.

“Oh, leve-me de volta para o início.”

A mudança não fora proposital. A empresa para qual trabalhava decidiu que seria mais vantajoso se ela morasse mais próximo do estabelecimento. Com alguma relutância, a proposta foi aceita e a mudança ocorreu. Sabia que essa era uma oportunidade de desligar-se do passado e deixar para trás o motivo de sua estadia naquela casa.

“Nem consegui me despedir...” – Pensou.

A grande verdade é que ela não desejava dizer adeus. Nunca quis e nem nunca disse essas palavras por medo... Ou por demasiada coragem. Talvez nenhum dos dois. Nunca iria saber ao certo.

“Ninguém nunca disse que seria tão difícil...”

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As horas de nostalgia se tornaram verdadeiros pesadelos para Robert. Os momentos antes dele ficar paranoico por sua ciência, eram os mais preciosos. Lembrava com carinho das vezes que ela vinha para tirar suas dúvidas, contar seus segredos... Lembranças que pareciam muito distantes agora.

O telefone parecia tentá-lo a ligar, mas algo dentro de si ainda resistia vigorosamente àqueles impulsos.

“Ninguém disse que era fácil. Oh, é mesmo uma pena nos separarmos. Ninguém disse que era fácil... Ninguém nunca disse que seria tão difícil.”

Uma ligação nunca pareceu tão impossível. Aquela resistência seria por conta de seu orgulho? Ou por conta de seu medo? Já não sabia qual dos dois. Sentia-se inteiramente covarde e tolo por deixar de lado todas as oportunidades que teve... Ele apenas queria recomeçar.

“Oh, vamos voltar para o início.”

Agora estava disposto a fazer isso. Não iria adiantar ficar remoendo, correndo em círculos. Nunca iria sair do lugar. Precisava ir até ela, dizer que sentia muito por tê-la deixado de lado, por tê-la magoado, por ter feito tudo errado. Dizer que poderiam tentar tudo de novo, dessa vez do jeito certo. Era o que pensava quando tomou o celular em mãos e discou lentamente aquele número.

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A distraída Alice mal pode ver que estava longe demais de casa. Ainda vagando sem rumo, ela não se deu conta de que não sabia mais como voltar. Mas, por incrível que pareça, isso não a preocupava. Caminhar sempre lhe fizera muito bem e era disso que mais precisava naquele momento... Sentir-se bem.

Seus pensamentos estavam tão longe que ela nem percebeu que estava andando no meio de uma rua deserta. Sua mão moveu-se automaticamente para o celular, discou alguns números e pôs na orelha. A chamada não completou. A outra linha estava ocupada. Tentou novamente... Até que finalmente o outro lado atendeu.

- Alice? – Uma voz masculina soou espantada.

A moça sorriu como se ele pudesse vê-la.

- Robert...

Mas antes que pudesse dizer algo mais, um forte clarão seguido de uma forte batida a interrompeu. Dor e escuridão... Não sabia se as coisas haviam acontecido nessa ordem, mas foram as duas únicas sensações sentidas antes (ou seria depois?) de um carro desavisado a atropelar em cheio naquela rua, aparentemente, deserta.

Ao lado de seu corpo inerte estava o celular, agora completamente destruído.

Quando, pela terceira vez, Robert telefonou desesperado e Alice não atendeu... Ele soube que algo muito errado havia acontecido. 

~ Continua ~


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Notas finais do capítulo

Eu bem que poderia ter terminado aí, né? Só que achei muito vazio. Ainda estou me decidindo para com o próximo e último capítulo... Enfim... Vocês vão ter que esperar pelo seguinte para saber o que aconteceu com a Alice. Façam suas apostas! HAUHEA -QQ

Se querem me "subornar" para que o último saia mais rápido... Creio que alguns reviews devem ser suficientes! -QQ² /apanha

Thanks ~



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