PVD Hermione

Eu estava tentando contar as vassouras que tinham no armário, mas era totalmente impossível. Os números não eram fixos, parecia que quanto mais eu contava mais vassouras apareciam. Irritei-me. Se eu vou ficar aqui por tanto tempo, acho que tenho que criar um passatempo legal, certo?

Foi então que me lembrei de um desenho trouxa que eu assistia todos os dias.

“Posso pressentir o perigo e o caos

E ninguém agora vai me amedrontar

Com a minha mente vou a mil lugares

E a imaginação me dá forças pra voar!” cantei, levantando-me e erguendo os braços.

“Sonhos, desejamos alcançar

 Ser alguém com o poder maior

 que você já tem”

Comecei a pular e dançar alegremente.

“Liberdade é correr pelo céu

Sempre unidos vamos triunfar

E se a nossa luta é pra valer

Vou mostrar meu valor

Dragon Ball Z:

Meu compromisso é sempre vencer!

Liberdade; nova era vai chegar

Energia, tenho pra usar

E com alegria de viver

Ninguém vai me deter

Dragon Ball Z:

Meu compromisso é sempre vencer!” terminei, fazendo o conhecido movimento para soltar um Kamerramerrá.

Que ridículo.

Sentei-me novamente.

“Eu quero sair daqui...” sussurrei derrotada.

Eu estava perdendo todas as aulas daquele dia. Você tem noção do que é isso? Eu estou no último ano e isso significa um passo decisivo para a concretização do meu sonho. Quero trabalhar no ministério e continuar na Ordem, ajudando de todas as formas possíveis. Quem sabe me casar com o Rony, ter 2 filhos, morar em uma casinha no campo... Mas se for na Toca não tem problema algum! Amo aquele lugar e tenho certeza de que serei muito bem recebida. Será que o Harry e a Gina também vão morar lá? Acho mais provável que o Harry queira morar em Godric’s Hollow. Ou talvez não. Bem, é só um palpite. Um casal de filhos estaria de bom tamanho. Os olhos deverão ser azuis, igual aos do Rony. São tão lindos! Mas sem dúvida alguma eles terão que ser estudiosos como eu... Não sou metida, nem nada, mas é apenas a verdade. Acho que eles vão ser da Grifinória. Ou Corvinal. Não, com certeza da Grifinória. E quanto aos nomes? Sempre tive vontade de que meus filhos tivessem nomes estrangeiros. Italiano, talvez? Hum, pode ser.

Acho que é uma boa ideia pensar nos nomes agora. Quer dizer, porque deixar para depois o que posso fazer agora, não?

“Vejamos...” abri um pergaminho qualquer e escrevi: Nomes possíveis.

Encarei a folha que segurava a minha frente e me senti uma retardada. Isso estava ocorrendo com muita freqüência ultimamente. Quer dizer, eu estou trancada nesse armário, pensando no meu futuro, quando sem dúvida alguma ele já está traçado. EU VOU MORRER AQUI! PONTO! NÃO TEM MERDA NENHUMA DE CASAMENTO, DE FILHOS, DE NOMES!

Merlin!

“Calma, Hermione... Calma...” respirei fundo e massageei as têmporas.

Muito bem. Olhando pelo lado bom (é preciso muita força de vontade para acreditar que existe um), eu nem estou tão ferrada assim.

À MERDA! EU TÔ FERRADA SIM!

Droga! Será que eu sou tão inútil assim? Será que sou apenas um ser insignificante, a tal ponto que ninguém se preocupa comigo? Já deveriam ter dividido grupos de resgate para me procurar... Colocaram uma irresponsável na direção da escola? HOGWARTS NÃO É MAIS A MESMA? E AQUELES DOIS IMBECIS QUE SE DIZEM MEUS AMIGOS? HAHAHA! QUE GRANDES AMIGOS!

“AAAAAAAAHHHH! EU QUERO SAIR DAQUI!” gritei, colocando para fora toda a raiva e frustração que eu estava sentindo naquele momento.

E a porta explodiu.

“Nossa. A cada dia que passa, eu me surpreendo ainda mais com minhas capacidades...” sussurrei atônita.

Então, vi a figura que estava à minha frente.

“Granger?” perguntou um loiro, com um misto de surpresa e deboche na voz.

Por que justo ele?