Purgatory escrita por Nuvenzinha


Capítulo 4
Regras.


Notas iniciais do capítulo

E AE RAPAZIADA! O/
Como vão as coisas? Bem? Que bom! Sentiram minha falta? Se disseram que sim, espero que saibam que mentir é feio. )o)
ASKFJAJKLDFAHFJKLS Brincadeira gente, fico feliz se alguém tiver sentido minha falta por aqui.
Mas estamos aqui, senhoras e senhores, nessa noite de quarta-feira, depois de eu ter me descabelado de estudar para minha prova de história e todos os meus esforços serem em vão, fazendo uma forcinha para atualizar agora que já faz um bom tempo que não coloco nada.
Este capítulo ficou um pouco mais enxuto que o outro e conta uma cena pesada. Mas é pra isso que tem tag o/
Divirtam-se, bando de psicopatas ~~ -NQ



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/141816/chapter/4

Não se deixe enganar pelo que falei até agora. Apesar das excessivas brigas daqui de dentro, das gangues, mortes e tudo mais, ainda temos regras aqui dentro. Regras escolares não desaparecem nem mesmo nos colégios mais notórios.


Na verdade, creio até que aqui haja mais regras do que em colégios normais. O que é um tanto óbvio, em virtude de que muitas pessoas com problemas estão aqui dentro, mas não me refiro às regras de segurança do presídio quando digo que tem mais regras.


Falo mais são das “regras sociais” daqui.


Eu sei que parece ridículo, mas certas coisas não acontecem aqui por causa da grande pressão criada pelos outros alunos. As regras do colégio são tão ignoradas que as supostas “punições” deles são até divertidas.


Tomemos por exemplo as suspensões. Ninguém mais liga de ser suspenso, nem eu. Na verdade, é só mais uma oportunidade que temos de rir da professora que fica na sala, porque ela sofre mais de ter de ficar com a gente na sala na suspensão do que a gente ficando suspenso. Aí, como ela não fala nada, a gente faz a zona que quiser na sala, que a gente não vai ter de arrumar depois.


Meu pai se queixa de que não respeitamos as regras porque temos pouco contato com elas, o que é ignorância dele. Parece que ele não sabe, mas o senhor da faxina recita para nós todo o manual de regras do aluno para a gente quando a gente passa, sempre com aquele tom de voz que parece cada vez mais com a de alguém completamente raquítico – mal sei o que o pobre velhinho ainda faz aqui-.


Parece ser completamente ignorado o fato de que somos praticamente todos condenados por alguma coisa que fizemos, algum crime, qualquer coisa do tipo, e recebemos punições parecidas com as dos lugares normais. Mas talvez nem se recebêssemos os piores tipos de castigo, continuaríamos a respeitar mais as regras criadas por nós mesmos do que as do colégio. Mas sabe por que disso? Sabe por que não nos intimidaríamos nem com os piores castigos?


O problema de não nos intimidarmos com os castigos daqui vem do fato de que eles não intimidam tanto quanto nós mesmos, alunos, nos intimidamos.


Afinal, o que vai doer mais: Ficar sentado numa carteira, suspenso, ou então uma boa dose de pancada?


Eu mesmo já passei por algo assim.


Acontece que, uns tempos atrás, eu me divertia ficando para trás no colégio nas tardes do final da semana, quando ainda possuíam alguns clubes para os alunos. Mas a diversão não consistia exatamente nos clubes, mas sim o que as pessoas faziam neles.


Sempre, sempre tem um casal fazendo o que não deveria no cantinho das salas depois do horário – principalmente na sexta-feira, quando todo mundo acha que pode fazer o que quiser, que tudo é uma festa. Sempre. É inevitável. Mas, por favor, não me confunda com um pervertido.


O que eu gosto de fazer é trancá-los na sala com as minhas chaves, as que meu pai me deu para trancar as salas depois dos clubes depois das aulas agora que os funcionários não mais se dignavam a fazê-lo.


Não que eu seja algum tipo de cavaleiro das trevas, um guardião da noite ou algo do tipo; faço isso por motivos meramente pessoais, ou seja, faço isso porque tenho desgosto de quem decide usar as salas de aula como motel. Não preciso ficar ouvindo os gemidinhos da namorada alheia. Então, aproveito-me que ninguém mais virá nas salas antes da segunda-feira de manhã e deixo-os ali, trancados, para ver se eles vão fazer isso de novo.


Mas adivinhem? Num determinado dia, não era meramente um casal. Era um dos líderes de uma das gangues daqui com sua namorada. E já podem adivinhar o que foi feito de mim depois daquele final de semana. Descobri que era possível sentir mais dor do que eu acreditava, por isso, resolvi deixar que outro trancasse as portas por mim.


Sua vida se torna algo bem mais fácil aqui dentro se você souber seguir essas regras. Lastimável é o fato de que só se aprende isso quando se quebra uma delas e acaba sofrendo as consequências.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!