POV Ash

                “Me aguarde Sam, venho te ver ainda hoje!”  Pensei ao que consegui descobrir seu endereço e parti do meio mais rápido possível, me teletransportei para a unidade em minha mansão. Como demorou alguns segundos a mais do que geralmente resolvi chamar Pedro para dar uma olhada, e caso fosse preciso, arrumar de uma vez.

                - Pedro! Venha cá! – Ele surgiu no topo da escada após meu grito.

                - Em que posso lhe ser útil, senhor? – Respondeu-me com um ar prestativo, apesar da idade em que se encontrava.

                - Acho que a RMT1 (REDE DE MAQUINAS DE TELETRANSPORTE) está com algum problema, depois de uma olhada, por gentileza. – Comuniquei-o.

                - Claro, senhor, vou apenas terminar de tirar o pó da estante da sua coleção de armas brancas. – Respondeu-me.

                - Apenas tome cuidado, são muito importantes para mim. – Cada uma com sua extraordinária história.

                - Sim senhor!

                Enquanto Pedro saia pensei em como ele sempre fora prestativo a mim. Joguei minha roupa no sofazinho que tinha no canto da sala e vesti uma bermuda azul escuro com alguns desenhos pretos. Subi e fui para o meu escritório, correndo, para variar.

                - Ligar! – Ordenei para o computador.

                - Bom dia, Senhor D’Ercoli! – Respondeu-me o computador o qual eu batizei de Shirley.

                - Localize Samantha Jones e reúna todos os dados que puder sobre ela.

                - Claro! Tempo aproximado do término: 2 horas

                - Por que irá demorar tanto, Shirley?

                - Pedro teve que escolher entre desligar todo o sistema ou deixá-lo mais lento, e ele escolheu a segunda opção, a mais lógica.

                - Ah! – Respondi um pouco decepcionado. – Vou tomar um banho, então.

                - Volte em 2 horas senhor.

                - Pode deixar!

                Segui para o banheiro, olhei para a banheira e percebi que ela estava bem mais convidativa do que o chuveiro. Liguei a água quente e a deixei enchendo. Voltei-me para o espelho e fiquei encarando minha face, por mais que todos esses anos tenham se passado preservo quase a mesma aparência, acho isso incrível. Comecei a fazer caretas em busca de rugas, mas nenhuma encontrei, nem utilizando minha visão especial. Desisti e resolvi tomar meu banho, tirei o short e a Box, entrei na banheira que estava cheia pela metade e senti a água queimar-me. Ignorei. Percebi que faltava apenas uns 20 cm para a água alcançar sua borda. Comecei a pensar em como havia crescido desde aquilo. Não me agrada nem lembrar. Ganho mais pensando na Sam, e é isso que farei. Aquela garota me encantou desde que botei os olhos nela. Resolvi fechar a água quente, pois esta me queimando estava se tornando um incomodo. Liguei a fria para preencher o resto. Assim que a temperatura se tornou  agradável meus músculos relaxaram.

                Acho que adormeci, pois acordei assustado, pois acordei assustado com o toquinho do meu celular. Dei um pulo e derrubei um pouco de água vermelho claro, um pouco amarronzada. Ignorei o fato e peguei minha bermuda do cesto, vasculhando os bolsos. Finalmente achai o ‘bicho’ irritante. Atendi e me surpreendi com a voz que ouvi, ele havia jurado nunca mais falar comigo e muito menos me ajudar.

                -Oi Ricky.

                -Ei Lipe, tudo bom contigo?

                - Tudo, e com tu?

                -Comigo tudo ótimo. Mas explique-me o motivo de sua ligação, estas quebrando seu juramento por qual razão? - Perguntei intrigado à figura que conversava comigo do outro lado da linha.

                - Bom, eu havia jurado essas coisas porque você foi acusado de traição e eu mesmo encontrei provas.

                - Aff! Quando é que você vai acreditar que eu não fiz exatamente o que acusam e que fiz o que fiz porque descobri coisas comprometedoras sobre a Angeli et Daemones, et alieni?

                - Eu entendi finalmente, meu amigo! Desculpe-me não ter acreditado em você.

                - Lipe, só desculparei você quando me explicar o que o fez mudar de idéia, já que nunca antes quebrou alguma promessa?

                -Eu estava intrigado com o porquê você trairia a empresa sem um motivo, resolvi então rever a cena do crime e as provas novamente. Descobri que foram adulteradas quando fiz testes mais complexo. Alguém da empresa quer te incriminar e voltar todos contra ti.

                - Sabe Lipe, eu te falei isso.

                - Ah Ash, você sabe como eu sou, que tenho a mania de ver com meus próprios olhos para acreditar!

                - Sei sim, e vou te perdoar, mas só desta vez! Onde você está pra eu te buscar?

                -Como você sabe que eu iria pedir isso?

                - Lipe Lipe, você sabe como tenho uma forte intuição.

                - Ah, é mesmo. Hotel La Martinez Fuerte, Av. Saint Princess.

                - Chegarei ai em 15 minutos.

                - Ash, ta louco? É mega longe da sua casa!

                - Tenho meus modos Lipe.

                - Tá né!?

                Vi que duas horas já haviam se passado e fui falar com a Shirley, esta me informou e imprimiu. Sam ainda estava em sal casa e eu não poderia perder essa oportunidade. Liguei novamente para Felipe, coloquei no viva-voz e coloquei o telefone na cômoda enquanto me secava e pensava em que roupa colocar.

                - Oi Ash.

                - Aqui, eu não vou poder te pegar agora, tenho que passar em um lugar antes.

                - Tá né! – Lipe bufou e eu ri.

                - Espera um minuto.

                Ele respondeu ta e eu comecei a vasculhar meu guarda roupa. Decidi colocar uma bermuda vermelho sangue, um Nike preto com o simbolozinho branco e uma camiseta um pouco colada com gola V branca. Olhei-me no espelho e subi para desligar Shirley.

                - Está muito sexy Senhor D’Ercoli.

                - Obrigada Shirley. Vou sair.

                - Boa sorte. Até mais tarde.

                Desliguei-a e desci, encontrei Pedro na escada e avisei-o que iria sair, que iria chegar tarde e que um amigo meu viria comigo. Ele disse que tudo bem e que providenciaria um quarto para ele.

                Pensei em como ir até ela e resolvi que de carro seria mais simples. Escolhi um azul claro e escuro (http://www.google.com.br/imgres?q=Velozes+e+Furiosos&hl=pt-BR&gbv=2&biw=1280&bih=905&tbm=isch&tbnid=wlp5kiY4FXaJhM:&imgrefurl=http://www.needforlumbriga.com/vercarro/10249/&docid=JujwCgZwhd5UTM&w=1024&h=768&ei=3pRZTpG3CcflsQKT24SjDA&zoom=1&iact=rc&dur=592&page=4&tbnh=135&tbnw=174&start=90&ndsp=28&ved=1t:429,r:10,s:90&tx=119&ty=70) bem rápido e que eu adorava e parti.

                Assim que cheguei em frente ao bloco da Sam me lembrei que havia deixado o celular na cômoda ligado com o Lipe, tive que voltar.

                - Desculpe a demora Lipe. – Fui me desculpando.

                - Ah não! Tudo bem!  O Felipe não é importante e por isso pode ficar esperando por muito tempo! Sem problemas! – Respondeu irônico.

                - Mil desculpas mesmo! – Falei já voltando para o carro e dando ênfase ao mesmo.

                - Aff! Ok Ash. – Desistiu. – Só não faça mais isso.

                - Pode deixar. – Já estava na metade do caminho. Sempre ficava admirado ao ver como este carro era rápido, ainda mais nesse horário, que não havia muito trânsito.

                - Sabia que a Angeli et Daemones et alieni colocou zilhões de assassinos atrás de você? Sua cabeça está valendo 170 bilhões de dólares Ashton!!! – Alertou-me. Cheguei à quadra de Sam e estacionei em frente ao seu prédio.

                - Um minuto de novo, Lipe, mas dessa vez juro que vou ser mais rápido.

                Sai do carro e coloquei o celular no bolso. Parei em frente ao portão, fiquei observando-o por uns 10 segundos. Dei um impulso com os pés e pulei em cima dele. Olhei para o prédio até que localizei a janela do apartamento da garota. Dei outro impulso, só que mais forte dessa vez. Cai em uma janela do quinto andar, escalei o que faltava e sentei na janela que dava para seu quarto. Ela estava dormindo e parecia uma anja. Que pensamento irônico o meu. Lembrei-me do Lipe e peguei o celular novamente.

                - Lipe?

                Não ouve resposta, apenas ouvi alguns sons que lembravam uma luta e deduzi que alguns assassinos deveriam estar atrás dele para tentar conseguir mais informações sobre mim. Me arrependi de ele ter descoberto a verdade, preferia estar sozinho, mas com ele em segurança. Pulei janela adentro e cai na calçada como um gato. Em pé. Entrei no carro e sai em disparada para o Mc Donalds que havia no Minas. Entrei quebrando todos os portões e finalmente cheguei, com alguns guardas me seguindo, mas bem longe ainda. Entrei no portal e cheguei em minha mansão, de lá peguei o que levaria até o aeroporto. Corri do aeroporto até o hotel e vi o Lipe lutando contra uns 7 daqueles soldadozinhos de guarda da A et D. Eram fracos, mas estavam em numero muito maior. Cheguei ‘quebrando o pau’. Depois que desmaiamos todos eles tivemos que desmaiar os civis também e, finalmente, jogamos um pouco do pó da ilusão no lugar, então quando todos acordassem achariam que tudo havia sido um sonho.

                - Brigada amigo! – Lipe disse, cumprimentando-me.

                - Não foi nada, agora vamos. – Falei ao que me dirigi ao aeroporto, pois queria ver a Sam mais um pouco ainda hoje.

                - Quanta pressa.

                Revirei os olhos e olhei pra mim, apesar de nenhum dano grave causado em mim e nem no Lipe ficamos sujo de sangue de um guardinha que resistiu até o ultimo momento, obrigando-me a matá-lo. Como só estava com a espada tive que decapitá-lo e, bem, o sangue espirrou. Meu lábio inferior estava com um corte, devido a um soco que levei e meu braço estava arranhado, alguns guardinhas sem saber o que fazer começaram a agarrar meu braço e fincar as unhas. Meu short tinha um buraco, que não sei como apareceu ali. Olhei pro Lipe, que estava bem pior. Estava cheio de hematomas, a roupa imunda, não apenas de sangue, um corte profundo na coxa esquerda, pois um dos guardas havia jogado-o na mesa de vidro, o nariz quebrado devido a um soco, entre outros ferimentos.

                Chegamos ao aeroporto e adentramos no portal. Lipe entendeu como iríamos tão rápido. Chegamos em minha mansão em 4 segundos e perguntei se ele gostaria de ir comigo, ele disse que não. Falei para ele ir atrás do Pedro, que o levaria até seu quarto. Ele assentiu e eu segui para a garagem. Peguei meu carro azul e parti. Subi do mesmo modo de antes e fiquei observando-a, até que meu celular tocou. Era o Pedro.

                - Senhor, você sabe que é uma loucura o que fez, não é?

                - Sei sim Pedro. – Estava mais cochichando do que falando, com medo de acordá-la.

                - Você se feriu ou feriu alguém?

                - Não. – Respondi, para mim uma pessoa inocente era o alguém o qual Pedro se referia, o que foi morto era mal e culpado, então merecia a morte e não era ninguém.

                - Do mesmo modo como não matou ninguém na sua ultima missão?

                - Exatamente mano! Eu já disse que consegui escapar deles sem ferir ninguém in... Espera um minuto.

                Olhei para a cama, que estava vazia. Fiquei intrigado e olhei para os lados. Vi que ela se aproximava de mim e conseguiu me tocar. Merda! Agora ela sabe que não é um sonho, e nem o pó da ilusão eu posso usar, já que acabou. Merda! Merda! Ela estava prestes a me segurar, então pulei da janela e em vez de cair agarrei me a parede e sai escalando para cima, quando ela finalmente olhou pela janela já estava na cobertura do edifício.