Thomas ficou parado, sem reação ao ver Jessica sendo arrastada por Jared para dentro da casa, mas ao ir atrás deles sentiu alguém lhe segurar o braço, olhou para trás e viu uma mulher loira, muito bonita, lhe sorrindo.

-Imagino que seja o jornalista – Alexis disse sorrindo – para onde está indo querido? Quero lhe apresentar muitas pessoas.

-Desculpe, eu tenho que fazer uma coisa – disse ao tentar se libertar dela.

-Ora, a sua única obrigação hoje é tirar fotos e entrevistar as pessoas – falou sorrindo – porque não te ajudo nisso?

-Eu tenho uma colega de trabalho...

-Não precisa dizer nada – disse o interrompendo-o – hoje eu serei sua ajudante, vamos – falou puxando-a para o lado oposto ao que Jared havia levado Jessica.

Jared fechou a porta atrás de si e largou Jessica. Olhou ao redor e não conseguiu evitar um sorriso. Ao tirar Jessica da festa, ele havia entrado na casa e subido as escadas, abriu a primeira porta que viu e a colocou para dentro. Olhou para ela tentando encontrar as palavras.

-Por que me trouxe aqui? – perguntou irritada ao olhar para o quarto com uma cama de casal no centro. – espero que não esteja com pensamentos pervertidos, porque não vou participar de nada disso.

-E nem eu quero isso.

-Então o que quer?

-Você – respondeu sério.

-Espero ter escutado errado.

-Não escutou. Eu quero você.

-Não sou um objeto Jared.

-Eu sei disso e como sei.

-Se isso foi a única coisa que queria me dizer, eu vou indo – falou tentando passar por ele.

-Jessica, eu terminei com Natalie.

-Como?

-Eu não conseguia vê-la na minha frente porque a única mulher que me passava pela cabeça a todo instante era você. Desde que saiu da empresa eu não consigo esquecê-la por um minuto sequer. E ao vê-la com aquele cara pra cima e pra baixo, meu sangue ferve só em pensar em vocês dois juntos. Não consigo me concentrar no trabalho e nem em nada mais.

-Por que está me dizendo essas coisas? – perguntou incerta.

-Porque você acha?

-Por que... Seria porque você gosta de mim? – falou baixo.

-Ding Dong – disse aproximando-se dela e a beijou. – Eu te amo Jessica, me desculpe ter demorado tanto tempo para perceber isso – falou ao se afastar um pouco para recuperar o fôlego.

-Por que logo agora?

-Como?

-Agora que eu decido viver a minha vida longe de você... Porque só agora? – gritou com lagrimas nos olhos.

-Eu... Eu acabei de dizer que te amo, é nessa hora que você diz que gosta de mim e me abraça.

-Você anda assistindo muito filme de romance. – falou indo em direção a porta – eu tentei esquecer você, estava quase conseguindo e você faz isso? Como consegue ser tão egoísta? Não parou para pensar em meus sentimentos? Acha mesmo que é só dizer que me ama que vou correr para os seus braços e esquecer tudo pelo que passei? Você realmente não me conhece. – disse saindo.

-Essa mulher está louca? – se perguntou ao vê-la saindo furiosa. – eu fiz algo errado? Eu disse tudo o que queria, mas porque ela agiu assim? Será que ela não me ama mais?

Jared continuou parado no mesmo lugar que Jessica o havia deixado, enquanto indagava se havia perdido o seu amor. Mas lembrou-se de uma das frases dita por ela na conversa e sorriu ao perceber que ela estava apenas magoada com ele.

-Bem Jessica, se você espera que eu te conquiste. Espere para ter uma grande surpresa – sorriu vitorioso.

Uma mulher andava furiosa pelos convidados da festa a procura de alguém. Não demorou muito e ela o encontrou conversando com algumas pessoas. Deu meia volta e decidiu por ir embora sozinha. Chegou à rua e logo viu um taxi, entrou rapidamente e se encostou, fechando os olhos, ao dar o endereço.

Jared saiu de dentro da casa sorrindo, cumprimentava todos que passavam por ele. Encontrou Alexis e sorriu ao vê-la.

-Alexis – disse indo em seu encontro.

-Jared, como foi com Jessica?

-Como?

-Foi difícil trazê-la para cá hoje, tive que prometer uma entrevista exclusiva com eles sobre a fusão de sua empresa.

-Você armou tudo isso? Mas por quê?

-Michael. – disse sorrindo – ele me ligou e contou a historia toda. Apenas dei uma ajudinha a vocês.

-Você é incrível – a abraçou – mas cadê Fernando?

-Nós terminamos.

-Como?

-É uma longa historia, a qual não vale a pena ser falada nesse momento de alegria. Venha cortar o bolo – disse alegre.

-Isso é infantil, sabia?

-Eu sei, mas é o preço a se pagar pela minha ajuda e isso é apenas o começo.

-Dever algo a você é pior que vender a alma ao diabo. – resmungou ao segui - lá.

Thomas olhou para o lado e viu Jared seguindo a mulher que anteriormente o havia impedido de ir atrás de Jessica. Olhou ao redor e não a encontrou. Ligou em seu celular, mas a chamada caia na caixa postal. Continuou as entrevistas por um tempo e saiu, indo em direção a casa dela.

Ao chegar à casa de Jessica, apertou a campainha, mas ninguém atendia. Esperou por alguns minutos em frente à porta dela, mas deu-se por vencido e foi para casa.

Jessica chegou em seu trabalho mais cedo que o habitual, ao entrar em sua sala fechou a porta e ligou o computador. Começou a trabalhar para esquecer Jared. Duas horas depois escutou uma batida na porta e olhou surpresa para o entregador a sua frente.

-Senhorita Belinazzo? – um garoto perguntou segurando um enorme buque de rosas com uma cesta de doces.

-Sim, sou eu.

-Isto é para a senhorita – o garoto falou colocando a cesta em cima da mesa e o buque em suas mãos. Sorriu para ela e saiu.

Jessica tentou ignorar os olhares de seus colegas e viu um cartão dentro da cesta, pegou curiosa e sorriu ao abri-lo.

Senhora ou devo dizer meu amor?

Espero que esses doces adocem o seu dia e as flores alegrem a sua vida. E não dê em cima do entregador se ele for jovem. Eu bem sei do seu gosto por fedelhos.

PS: Gostaria de jantar hoje à noite em minha casa? Eu vou cozinhar.

Jared Lewis

-O que ele está pensando? – falou sorrindo ao guardar o cartão. Olhou para a porta e ficou séria ao ver Thomas parado, olhando para ela.

-Jessica de quem é isto? – perguntou sério, aumentando o tom de voz.

-Entre e feche a porta, por favor.

-Pronto – falou ao fechar a porta – agora me explique o que é isso tudo. – falou em tom autoritário.

-Eu não lhe devo explicação alguma Thomas, lembre-se que não tenho nada com você, apenas lhe considero um bom amigo. Mas por este motivo eu irei lhe dizer, há uma possível pessoa em minha vida e foi ela que me enviou esses presentes.

-É Jared Hunt?

-Como?

-Eu estava na festa esqueceu? Ele não é essa pessoa integra que imagina. Assim que ele saiu de dentro da casa, ficou o tempo todo com uma mulher, muito bonita por sinal.

-Mulher?

-É, loira, alta e aparentava ter muito dinheiro.

-Ah deve ser Alexis – falou sorrindo – ela é tudo isso e muito mais.

-Como pretende ficar com alguém que na primeira oportunidade lhe trai?

-Ele não me traiu porque não tenho nada com ele.

-Mas...

-Sem, mas Thomas, estou em meu ambiente de trabalho, não quero discutir minha vida pessoal aqui. Por favor, saia da minha sala e volte apenas quando quiser falar de assuntos profissionais.

Thomas saiu furioso da sala dela, chegou ao corredor e esmurrou a parede.

-Quem ela pensa que é para me tratar assim? – disse ao ir em direção a sua sala.

Desligou o telefone e sorriu, Jared voltou a sua atenção para os papeis em sua frente e pela primeira vez em semanas trabalhou com animo. No final da tarde seu celular tocou, exibindo uma mensagem.

Oi Jared. Passarei em sua casa ás 20h, está bem?

De: Amor

Ele sorriu ao ler a mensagem e respondeu que estava tudo bem. Em pouco tempo terminou de ler e fazer as anotações necessárias nos processos. Saiu dando instruções e avisando que não voltaria mais naquele dia para o escritório, deixando a sua secretaria surpresa e foi em direção a um mercado. Ele teria pouco tempo para prender Jessica pelo estomago.

Uma mulher com um vestido de alcinha, de cetin branco, marcado na cintura estava parada em frente à porta de um apartamento, respirou fundo antes de apertar a campainha.

-Uau – Jared disse ao abrir a porta – Você esta linda – falou dando passagem para ela.

Jessica disse a mesma coisa para ele em pensamento. Ele trajava uma calça jeans, uma blusa preta de manga curta, a qual ressaltava o corpo em forma dele. Ela entrou em silencio e olhou surpresa para a mesa. Duas velas estavam no centro da mesa, no meio podia-se ver um pequeno arranjo de orquídeas e os pratos estavam arrumados de modo que ficassem um de frente para o outro.

-Você fez tudo isso? – perguntou visivelmente surpresa.

-É claro, não sou apenas um rostinho bonito, tenho meus dotes também – disse sorrindo. – quer um pouco de vinho?

-Claro.

-Já venho, sente-se. – falou indo em direção a cozinha.

Jessica sentou-se no sofá, tirou o casaco e imagens eróticas rodearam a sua mente. Ela começou a recordar do que havia acontecido entre eles naquele sofá.

 -Aqui está – Jared falou quebrando-lhe os pensamentos – pensando em que? – perguntou servir-lhe uma taça de vinho tinto.

-Em nada, apenas coisas aleatórias.

-Certo – disse sentando-se ao lado dela – como foi o trabalho hoje? – perguntou sorrindo.

-Você quer saber o que aconteceu com a chegada de seu  presentinho, estou enganada?

-Nenhum pouco.

-Foi interessante.

-Hum, isso é bom.

-É, mas não faça novamente. Aquela revista é meu local de trabalho. Agradeceria se não fizesse isso novamente.

-Sem presentes surpresas? – perguntou fingindo tristeza – assim terei que cancelar os balões de amanha.

-Como? Você não se atreveria.

-Nunca queira entrar em um desafio com Jared Lewis Hunt.

-Não faça isso.

-Não farei, mas e Thomas, ele viu? – bebeu um gole do vinho e sorriu.

-Aposto que você fez isso apenas para confrontá-lo. Admira-me o quão pouco você vale.

-Eu jamais iria fazer algo para demarcar território, isso é tão primitivo, mas apenas para garantir, amanhã passo para te pegar. E para constar eu valho muito e você vai perceber isso quando me entrevistar.

-Quem vai lhe entrevistar é Thomas, serei apenas uma ouvinte.

-Não vou querer ser entrevistado por um homem e muito menos um que dá em cima de minha mulher.

-Sua mulher?

-É, sou bem possessivo e é bom ficar acostumada.

-Como se eu fosse um objeto – resmungou. – e ainda não sou sua mulher.

-Eu ainda estou te escutando senhora, pensei que havia perdido o habito de resmungar pelos cantos. – sorriu malicioso – você falou corretamente, ainda não é, mas será minha mulher futuramente em todos os sentidos possíveis.

-Me chamou para comer ou para conversar?- bebeu o restante do vinho em um só gole e sorriu – estou com fome.

-Vamos comer – levantou-se e começou a colocar alguns pratos na mesa – venha.

Jessica sentou-se de frente para ele e sorriu ao vê-lo servindo o jantar. Ele havia preparado espaguete a Marinara como prato principal e de sobremesa fondue de queijo. Comeram em silencio, mas uma atmosfera sensual rondava o ambiente.