Confissão escrita por Camilla Souza


Capítulo 1
Parte 1 - Coragem (Hinata)


Notas iniciais do capítulo

Primeira parte narrada pelo ponto de vista da Hinata.
Segunda parte ainda em desenvolvimento.



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E iniciou-se o caos.

As pessoas corriam para todos os lados, gritando desesperadas, procurando se proteger do ataque devastador que era lançado contra a aldeia. O barulho ensurdecedor da destruição era insuportável; em questão de minutos, talvez até segundos, tudo foi engolido pelo jutsu desconhecido. Com lágrimas nos olhos, comtemplei o que restava de Konoha.

Não existiam mais casas, árvores, nem pessoas; tudo desaparecera, dando lugar a uma enorme cratera de fumaça e entulho. A fumaça e a poeira subiam em espiral, tornando impossível saber se existia algum sobrevivente.

 - Não... – sussurrei desesperada, sentindo meus joelhos se enfraquecerem e baterem com força no chão.

 - Hinata-sama! Hinata-sama!

Ainda abalada, me virei para ver quem me chamava com tanta urgência. Ko, um dos membros do clã, vinha mancando até mim, um de seus braços sangrando muito.

 - Ko...

 - Você está bem? – interrompeu, se abaixando e segurando meu braço levemente.

 - Sim, mas... você... – falei preocupada, meu olhar caindo sobre o braço sangrento.

Ele balançou a cabeça, parecendo aliviado.

 - Se algo te acontecesse durante a ausência de Hiashi-sama e Hanabi-sama, seria uma desonra para toda a minha vida. Não se preocupe. – sorriu ele meio dolorido.

Ignorando-o, rasguei uma parte da manga de seu casaco e amarrei seu braço que sangrava.

 - Mas eu devo – insisti – Se todos forem feridos durante a ausência dos lideres do clã, eu serei responsabilizada.

Dei um ultimo nó bem forte no curativo improvisado, e me levantei para observar o que antes era Konoha. Não havia sinal algum do homem.

 - Onde ele está?

 - Pain? Ele está ali, dentro da fumaça; Naruto está lutando com ele. – respondeu Ko em arquejos.

Quase caí de novo.

 - Naruto-kun??? Mas... – me virei, e olhei além da fumaça com meu byakugan. Ele realmente estava lá, seu contorno tentando, sem sorte, destruir Pain. – ele está lutando sozinho! Como foram permitir isso??

 - Não, Hinata-sama! – gritou Ko, quando comecei a andar com urgência em direção à fumaça.

 - Mas ele está arriscando a vida dele pela aldeia! – exclamei, lágrimas de desespero escorrendo pelo meu rosto.

Ko balançou acabeça, desesperado.

 - Se você entrar no meio da luta, só vai atrapalhar!

Suas palavras me fizeram parar. Eu só atrapalharia, como sempre. A inútil, estorvo do clã.

Como filha mais velha do ramo principal do clã Hyuuga, meu pai sempre tivera grandes expectativas comigo. Mas eu os decepcionara, não só a ele como ao clã todo. Era mais fraca que minha irmã mais nova, menos talentosa que meu primo da família secundária. Isso era uma vergonha para os membros principais.

E agora eu estava ali, vendo a destruição, vidas sendo tiradas, sem poder fazer absolutamente nada.

Um grito cortou o silencio da destruição e de meus pensamentos. Naruto estava jogado aos pés de Pain, suas mãos presas ao chão por um bastão de ferro.

Senti um aperto no coração ao vê-lo daquele jeito; ele parecia tão vulnerável, tão magoado, que mal dava pra acreditar que ele havia destruído os outros corpos de Pain.

 - Eu não vou te matar. Você é um jinchuuriki precioso, afinal. – disse Pain à ele, sua voz fria e cortante como gelo.

 - Nem está doendo! – respondeu Naruto, num tom corajosamente atrevido.

Mas era obvio que estava doendo. Suas mãos haviam sido atravessadas pelo bastão, e sangravam muito. Ele apenas estava sendo ele mesmo, jamais dando o braço a torcer.

Mais gritos de dor. Agora seus ombros, costas e pernas tinham também bastões atravessados. Era impossível ele se mexer. Cada grito, cada arquejo, cada expressão de extrema dor dele eram uma apunhalada em meu coração; fechei os punhos com força, mais lágrimas vieram. Era insuportável ver a covardia de Pain, prendendo-o daquela maneira, sem defesa. Era insuportável ver Naruto sofrendo, se sacrificando por todos que um dia o apunhalaram pelas costas, por conta de um monstro que ele nem tivera escolha se queria ou não dentro de si.

 - Vamos acabar logo com isso. – disse friamente Pain, erguendo sua mão.

Os olhos intensamente azuis de Naruto se arregalaram, com um pavor que eu nunca havia visto antes; ele estava sozinho, perto do fim, covardemente sem chance alguma de defesa ...

Cerrei os dentes. Não sei se foi minha vontade de superação, de calar aqueles que me renegavam, ou se simplesmente meus sentimentos que me encorajaram; ignorando os gritos de Ko, corri em direção aos dois, o medo de chegar tarde demais crescendo em meu peito.


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