A Procura escrita por kraiRaquel


Capítulo 4
Marido ou patrão?




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"Seu cabelo é vermelho mesmo?, perguntei, ao começar o bate-papo com o Solteirão Ruivo naquela tarde chuvosa de sábado. 
Florzinha: De onde é sua família? 
Solteirão: Sou descendente de italianos. Nasci no Rio Grande do sul, me mudei para São Paulo com 7 anos. Hoje, estou com 30. 
Florzinha: Eu sou loira, mas acho lindo ter cabelos ruivos... 
Solteirão: Obrigado. 
Florzinha: E você sempre entra nesse site? 
Solteirão: Não. Trabalho bastante. Sou dono de uma oficina e, graças a Deus, há muito carro para arrumar lá... 
Florzinha: Eu também entro poucas vezes, mas confesso que estou meio decepcionada. Difícil encontrar alguém interessante, pelo menos, para conversar... 
Solteirão: Eu sou interessante? 
Florzinha:: Até agora parece que é(rsrs)! 
Solteirão: Procuro um namoro sério, para casar. Ao contrário dessa rapaziada que só quer sacanagem, quero constituir família... 
Florzinha: Um homem sério na internet? Nossa, achei que isso não existisse ashuashuashua. Fale mais de você, pois estou gostando! 
Solteirão: É, eu sou uma pessoa simples, mas de família conservadora! Nós gostamos de tudo certinho. Eu quero achar uma mulher que seja boa mãe, companheira e... 
Florzinha: E amante? 
Solteirão: Claro hehe . E que saiba respeitar os valores da família. 
Florzinha: Puxa, bonito isso! É o sonho de toda mulher, né? Casar, ter filhos... Mas, antes, vem a formação, o trabalho... 
Solteirão: Como assim?! 
Florzinha: Fazer faculdade, seguir carreira ué! u_u
Solteirão: Mas, no meu caso, não precisa não! A oficina já dá o dinheiro suficiente para sustentar mulher e uns cinco filhos... E até a sogra rsrsr! 
Florzinha: Mas não é essa a questão! Hoje, mulher nenhuma quer ser só mãe. Quer ser profissional, estudar, conhecer novidades... 
Solteirão: Mas se ela tem tudo em casa para que terá de estudar? 
Florzinha: Porque todo mundo precisa trabalhar. Você, eu e todo mundo! 
Solteirão: Mulher minha não precisa! Vou dar tudo do bom e do melhor. Se quiser, ela poderá me ajudar na oficina... 
Florzinha: Na oficina? 
Solteirão: Em serviços de mulher, sabe? preencher recibos, arrumar o escritório... 
Florzinha: Sei... 
Solteirão: Se ela cuidar bem do bonitão aqui e dos nossos filhos, terá tudo na vida! 
Florzinha: E se ela quiser estudar? 
Solteirão: Ah, essa não é para mim, não! 
A última frase dita por aquele cara machista foi o que eu precisava para sair do bate-papo. Ele não queria uma companheira, mas uma empregada. Que tipo de homem, em pleno século XXI, ainda pode achar que nascemos para servi-lo? Isso não é amor. Aliás, isso não é relação: é um contrato de trabalho! Embora esteja cansada dessa internet, não vou desanimar. Amanhã, quem sabe acho alguém que encare as mulheres como mulheres? E não como escravas...


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