Navegando por Águas Desconhecidas escrita por L Okihiro


Capítulo 2
Voltamos ao Mar de Monstros




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/141322/chapter/2

Lou Ellen e o chalé de Hécate estavam tentando transformar uma das jangadas do lago de canoagem em um navio próprio ao consumo e pelo visto tinham feito um ótimo trabalho.

O navio era simples, tinha dois quartos (um masculino e outro feminino), um banheiro, uma cozinha, uma sala de armas abastecida pelo chalé de Hefestos com felhas extras e uns escudos.

Quíron nos deu 50 dólares e 10 dracmas de ouro para emergência. Entramos no navio, colocamos nossas coisas nos quartos e fomos para o deque.

Os filhos de Hécate fazia o barco magicamente nadar pela areia até chegar a uns 20 metros da praia, onde já podia velejar em paz.

Como ninguém no navio sabia como fazê-lo funcionar eu assumi o posto de líder e saí dando ordens, sempre que dava uma ordem a Thalia ela olhava como olhar típico de que ia me matar, mas ela sabia que era necessário.

Depois pedi que as correntes do mar levassem o barco o mais rápido que pudessem e Thalia fez o que pode com o vento. Estávamos andando o mais rápido que pudíamos, mas diferente do que a profecia havia dito estávamos indo a Sul. Mas não tinha como seguir para norte e chegar no Mar dos Montros então decidimos pegar o caminho mais rápido.

- Percy, eu lembrei de algo. Para entrar no Mar de Montros vocês não deviam passar por Cila e Caríbde? Eu ouvi alguém do chalé de Hermes comentar que você fez isso quando tinha 13 anos.

- Fiz, e me arrependo, foi uma péssima experiência. A idiota da Clarisse remou a todo vapor achando que seria mais fácil passar por elas, quase que não saímos vivos de lá.

- E, como vamos passar de novo por lá?

- Não, vamos.

- Hã? Como?

- Dessa vez vamos pelas Simplégades, as Rochas Colidentes.

- Hã? Elas tipo não esmagam qualquer coisa que passe entre elas?

- Sim, mas depois que os Argonautas conseguiram passar por elas, elas simplesmente pararam de se mover. Clarisse não lembrou desse detalhe. - Annabeth se meteu na minha frente.

- Ah - Murmurou Nico.

- E não precisa se preocupar dessa vez, vamos evitar parar em todas as ilhas, ok?

Ele anuiu.

A viagem foi calma em dois dias e meio chagamos as Simplégades, dois rochedos imensos no meio do mar. A rocha era negra como sangue seco, me perguntava se mesmo no Mar de Montros a Névoa cobria aquilo.

Apesar de saber que elas não iam colidir contra nós, passar entre elas era uma experiência horripilante. Todos tinhámos nos reunidos no convés, minha mão ficava inquietatemente no bolso junto a contracorrente, Thalia passava a mão no bracelete de Aegis e Grover não parava de tremer.

Quando finalmente passamos todos respiramos aliviados novamente. Grover tinha ficado encarregado da comida, Annabeth encarregada da limpeza e organização, Thalia e Nico ajudantes do capitão, o capitão era claro: Eu.

Havíamos conseguido fazer uma fogueira no centro da mesa na cozinha onde fazíamos nossas oferendas ao deuses e onde ficávamos depois do jantar para conversar.

A  noite o que guiava o barco era a magia nem tão confiável, mas dentro do Mar de Montros nada é confiável. A magia fazia com que o navio andasse rápido apesar da sensação de sutileza, o que fez com que não houvesse enjôo por parte de ninguém.

Thalia contava uma história de uma caçada que ela havia feito quando o navio bateu em alguma coisa e nos fez voar um para cima do outro. Paramos as conversas pegamos nossas lanternas e saímos para ver o que havia acontecido.

O navio havia batido numa ilha, parecia gigantesca, após a areia da praia tudo que nós viámos eram árvores. A ilha parecia suspeita e a mesma coisa que faz com que nada no Mar de Monstros seja confiável, é o que faz com que nada no Mar de Monstros seja por acaso.

Combinamos de nos revesar na vigia para o caso de alguém (ou algo) tentar entrar no navio durante a noite. Nico foi o primeiro.

Eu e Grover fomos para o quarto nos deitar, Nico ficou na cozinha de onde dava para ver o corredor, que era passagem obrigatória para qualquer um que quisesse entrar no navio.

O quarto masculino na verdade era uma grande área com umas cinco redes e cinco baús, minha rede estava marcada com minha mochila.

Troquei de roupa e fui dormir.

Como um bom semi-deus, eu tive vários pesadelos. Um deles foi em especial preocupante.

Eu, Annabeth, Grover, Nico e Thalia lutávamos lado a lado. E pouco a pouco eles iam caindo ensanguentados ao meu lado, mas eu não podia socorrê-los. Eu tinha meu próprio oponente. Ele era humano, quer dizer, em alguns momentos sua pele ficava verde e escamosa, os olhos se tornavam verticais e reptelianos, sua língua bifurcado e para fora de sua boca a todo momento. Eu mal conseguia investir apenas me defendia de suas guerras até que ele pulo para cima de mim, mais rápido do que eu calculava possível, seus dentes cravaram em meu flanco, o veneno automaticamente queimou minhas veias, minha cabeça latejou. Ele soltou-me e recuou para olhar seu feito.

Contracorrente caiu de minhas mãos, o bronze celestial tilitando com o impacto no chão, uma mão estava no flanco ensaguentado, eu caí de joelhos, o repteliano riu, mas não era o suficiente, ele uso as garras para fazer um corte diagonal no meu peito que me fez cair de vez. A última visão agonizante que tive foi de meus amigos no chão ensanguentado.

O sonho mudou. Era Calipso.

- Percy, os deuses não me concedem muito tempo, logo serei rápida. Você a encontrou Percy, encontrou a ilha, ache logo, por favor. Achamos que esse objeto possa nos salvar. - Calipso falou com sua voz melodiosa se afastando cada vez mais. - Ah, e Percy, obrigada. Eu sou livre.

Acordei com Grover me chamando logo depois.

- Percy, vamos você tem de acordar.

Aos poucos abri os olhos e vi que todos estavamao redor de mim. Estava ensopado de suor, tentei me levantar, e percebi que estava no chão.

- Oh, Percy, pelos deuses. - Annabeth estava com os olhos mareados.

- Ei, cabeça de alga se fizer isso de novo eu lhe mato de verdade. - Completou Thalia com seu amor infinito.

- Do que vocês estão falando? Porque estão aqui? Hey, já é de manhã. Porque não me chamaram para o meu turno de vigia?

- Percy, você não acordava e sua força vital estava por um triz. - Falou Nico.

- Eu... - Não sabia o que falar, então me levantei e pensei nos meus sonhos. - Vão para a cozinha. Vou trocar de roupa, temos que conversar.

X.X

Troquei de roupa e fui para a cozinha como prometido, contei meu sonho com Calipso, SÓ o de Calipso, não queria detonar o austral de todos, que havia aumentado ao saber que tinhámos conseguido chegar a ilha.

Pegamos nossas mochilas, (preocupação de semi-deus, porque sempre algo pode nos atingir e mandar nossas coisas para muito longe, ou queimá-las, ou mandá-las para muito longe queimando), usamos uma escada para descer do navio para a praia. E começamos a explorar até que achamos uma caverna. Bem típico não acham?

Ligamos as lanternas e entramos. Seguimos por uns corredores que pareciam sempre descer. E acabamos nos deparando com 4 portas.

Acabamos nos dividindo, um para cada porta e Grover acabou com Nico.

O túnel que eu segui era úmido e apertado. E só uma coisa minha vinha a cabeça casa de monstro repteliano, e sinceramente, eu já tava de saco cheio de monstros reptilianos, como 12 anos eu bati de frente com a Equidna e medusa, com 13 a Hidra, com 14 campe e com 15 vi de longe Tifão, sem falar das dracaenes, foi o suficiente (ou não).

O túnel terminava em uma ampla sala onde no fim havia um altar e uma caixa, assim que pisei na sala uma criatura saiu de trás do altar.

Um Chiwawa. Só que eu conhecia aquele chiwawa com coleira encrustada de diamantes que ia aumentando de tamanho até se transformar na velha quimeira.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Lou Ellen, aparece como a conselheira do chalé de Hécate em "The Lost Hero".



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Navegando por Águas Desconhecidas" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.