Ill Help You Stay escrita por Hikaru_S_River


Capítulo 1
I will find a way to keep you closer


Notas iniciais do capítulo

Uma oneshot simples narrada pelo Lavi! =]
Antes de começar a ler, coloquem como música de fundo essa aqui:

http://www.youtube.com/watch?v=uePZoS3qkpk

Espero que gostem! ^^



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I’ll help You stay

Lavi x Hikaru

Life is changing

Around us everywhere we go°|

A vida está mudando

Em torno de nós aonde formos°|

Maresia. O som do mar era aconchegante. O vento que soprava das águas para terra nos atingia friamente a pele, provocando arrepios e exclamações de nossas bocas. Todos nós estávamos sentados na areia da praia, entregues ao silêncio enquanto observávamos a beleza da paisagem. O mar aberto estava calmo, refletindo o sol em suas águas, dando uma coloração dourada à algumas ondas. Gaivotas estavam perto do litoral, voando ao redor de corais e pedras, esperando a chance de capturar seu alimento do dia. As vegetações ao redor da praia tinham suas folhas e galhos balançados pelo vento calmo, vindo do mar.

Olhei para o lado calmamente e sorri ao ver a cena que se desenrolava. Ayami estava abraçada ao braço do Kanda, numa posição um tanto aconchegante, enquanto um sorriso de satisfação se fazia presente em seus lábios. O moreno, por sua vez apenas olhava fixamente para frente, vidrado no oceano puro. Um pouco mais abaixo, vi Allen abraçar a Lucy, puxando-a para mais perto, enquanto encostava sua cabeça na dela, permanecendo ali por um tempo.

Olhei para o meu outro lado e não tive como me conter. Esbocei um sorriso bobo, feliz pelo que estava vendo. Lá estava ela, sentada na areia, abraçada as próprias pernas, observando o horizonte com o mais belo dos sorrisos em seus lábios. Seus cabelos ruivos balançavam num ritmo imposto pela brisa, enfeitando aquele rosto angelical e doce que me fez pensar diversas vezes em desistir de seguir o meu destino só para ficar ao seu lado, o admirando. Seus olhos tão puros, tão vivos eram meus guias para onde eu desejasse ir, assim como o seu corpo se tornara minha proteção, um lugar para eu correr quando estivesse perdido.

Ela sempre me guiaria.

“Ne! Vamos brincar na água, pessoal!”, Lucy se virou divertida.

“Quer brincar Lucy?”, Ayami sorriu para ela, olhando depois para o Kanda.

“Tsc. Nem me olhe.”, respondeu rabugento.

“Nah, não liga para o Bakanda, Lucy! Vamos brincar sim.”, Allen se levantou, batendo nas vestes para retirar a areia enquanto Lucy olhava na minha direção.

Pisquei algumas vezes sem entender o porquê da olhada. Esperei que ela me avisasse alguma coisa, pois estava me achando um patético por não entender o que estava acontecendo.

“Hey, Hika-chan! Vamos!”, Lucy a chamou e antes que eu me virasse para vê-la, ela já estava correndo em direção ao mar.

“Wow! Rápida, hein?”, Allen comentou ajudando Lucy a se levantar.

“Não vai Lavi?”, Ayami perguntou ao meu lado.

“Não. Por agora eu passo.”

We've seen some brighter days

But now there's rain inside

Nós vemos alguns dias brilhantes

Mas agora há chuva no interior

Não me surpreendi com a expressão de surpresa no rosto da morena, pois a compreendia completamente. Eu nunca recusara uma brincadeira ao lado deles, e sempre o fazia de bom grado, pois era divertido. Não que não fosse ser, mas eu estava apenas com um pequeno problema. Ela. Minha irmã.

Onde eu estava com a cabeça quando me permiti sair de seu lado? Como eu pude deixá-la sozinha naquela casa, enquanto estaria seguro e vivendo ao lado de uma pessoa que criara afeto por mim? Como pude ser tão egoísta a ponto de só pensar em mim e não em nós? Meu Deus. Como ela se sentiu? O que ela precisou passar para conseguir, enfim, me encontrar? Droga! Eu era um imbecil. Fiz a pessoa que mais amei sofrer por meu egoísmo. Nossa, nunca me senti tão idiota na minha vida.

Joguei meu corpo para trás, esticando as pernas sentindo a maciez do banco de areia onde estávamos sentados. Olhei os quatro no mar se divertindo e brincando. A alegria deles com coisas tão simples. A felicidade dela por apenas estar ali, com seus amigos.

Eu não podia simplesmente participar daquilo. Não. Eu precisava seguir o caminho que escolhera anos mais jovem. Eu aceitara carregar o nome e o peso de ser um Bookman, e não poderia abdicar dessa função novamente por um interesse pessoal que seria ficar ao lado dela, mas... Estava preparado para errar mais uma vez?

O que eu faria quando chegasse a hora de me separar deles? Como contaria isso para ela?

“Sofrendo internamente, baka usagi?”,

“Iaaau!”, tomei um susto quando escutei Yuu se pronunciar ao meu lado.

Claro. Ele não estaria lá embaixo brincando animadamente com aqueles quatro.

“Que susto Yuu...”

“Tsc, não me chame por esse nome.”

“Haaai~...”, dei de ombros, não tendo forças para continuar a discussão.

“...”, não houve qualquer manifestação de sua voz durantes um certo tempo.
            “O que eu faço?”, não percebi que aquela pergunta soara alto.

“Se está em dúvida de algo, melhor pensar direito sobre sua decisão. Não venha choramingar depois se der algo errado.”

“Eu sei, mas... Se eu deixar de seguir o caminho que tracei, deixarei o velho decepcionado. Eu não quero isso. Porém, se eu optar por segui-lo, terei de me separar dela... Não. Não quero fazê-la sofrer uma outra vez por uma escolha egoísta minha...”, desabafei, abaixando a cabeça e fitando a areia.

“Ou você aprende a lidar com a decepção do Bookman, ou aprende a  esquecê-la de uma vez.”

“Obrigado, Yuu... Não ajudou em nada...”, ri de lado tristonhamente.

“Oeeee! Lavi!! Vem!”, a voz da Lucy me pegou de surpresa.

“...”

“Vai abdicar de tudo para seguir o Bookman?”

“Estou confuso. Não sei o que...”, parei ao ver a Lucy se aproximar de nós dois.

“Hey, o que está acontecendo entre você e a Hika-chan?”

“Hã?!”, pisquei ao escutar aquela pergunta. Não estava acontecendo nada. “Na-nada eu acho.”

“Ela sempre olha com uma cara de triste quando mencionamos você ou quando olha para cá. O que foi que teve entre vocês?”, a vi lançar um olhar misto, de preocupação e irritação.

A Hikaru? Mas... Claro! Ela percebia tudo tão rápido e num instante. Maldição. Ela percebera o que estava acontecendo comigo e provavelmente suspeitava o que aconteceria com nós dois. Merda! Novamente eu estava sendo um completo imbecil, trazendo a dor e a tristeza para ela.

“Feh... Como eu sou tão idiota?”, soltei antes de me levantar. “Oe, Lucy-chan! Volto já!”

You felt so right there by my side

And now you say you'll go away

Você se sentiu tão bem ao meu lado

E agora você está dizendo que vai embora

            Corri em direção a ruiva que estava sentada em uma das pedras próxima ao Allen e a Ayami. Lá estava ela, novamente parada observando o horizonte. Meu Deus, o que estava acontecendo comigo? Droga, como eu era cego. Subi nas pedras, caminhando com cuidado para não chamar a atenção dela e nem me machucar. Parei ao vê-la se levantar e ficar de costas para mim. Estanquei, apenas observando sua figura feminina ali, parada sentindo a brisa do mar tocar sua pele molhada pelas águas. Meu Deus. Como ela era linda.
            A vi se inclinar, como se fosse cair para frente. Antes que eu percebesse, minhas pernas corriam em sua direção e meu corpo desejou puxá-la de voltar para mim. Estranhamente, senti como se ao cair, ela me abandonasse. Sem pensar, a abracei antes que caísse, apertando-a contra meu corpo, ignorando completamente o fato de que estava me molhando ao entrar em contato com a roupa molhada dela.
            Enterrei meu rosto em seus cabelos ruivos, agora longos e aspirei o cheiro de rosas que vinha dele. Nossa, como aquele cheiro me entorpecia, me embriagava com um simples aspirar, dando-me uma sensação de conforto e segurança.
            Era tão bom estar perto dela assim, sentindo seu calor, seu cheiro, seu corpo. Com ela eu sempre poderia dizer que estava em casa, pois essa era a sensação que ela me proporcionava.


          “Lavi? O-o que foi?”, ela perguntou assustada.

“Shh... Me deixa ficar assim com você...”, pedi baixo.

“...Tá.”, ela respondeu no mesmo tom.

Ficamos assim por um tempo, calados e entregues apenas ao momento. Não havia motivo por enquanto para falar ou reclamar. Mas antes que continuasse a apreciar aquele contato tão tenro, a senti tremer e algumas gotas tocarem minha pele. Olhei para cima, para saber se estava chovendo, mas a única coisa que fitei foi o azul lindo do céu. Abaixei o olhar para ela e finalmente percebi. Ela estava chorando. Droga, porque aquilo estava acontecendo com nós dois?

            “Hikaru?”, a chamei. “Hey, o que foi...?”

            “Deak...”, a escutei sussurrar. “Eu... Eu estou indo embora da Ordem.”

            Parei. Como assim estava indo embora? Quer dizer que eu estava me martirizando por cogitar essa hipótese de ir com Bookman e agora era ela quem me dizia que ia para longe de mim? Simplesmente assim? A virei para mim bruscamente, a segurando pelos ombros. Vi sua face se transformar numa expressão de dor tão grande que meu coração tremeu e vacilou. Meu Deus, eu não iria agüentar ver aquela dor tão intensa em seus olhos. Não quando eu era a causa delas. Seus lábios estavam pressionados, numa tentativa de conter o choro.

Somewhere a sunny day will rise

Let's find it

Em algum lugar um dia o sol irá subir

Vamos encontrá-lo

“Por que está fazendo isso?”

“Não quero que você desista de suas coisas por minha causa. Não quero ser um peso, Deak.”, a ouvi sussurrar.

“Mas quem disse que você é um peso Hika?”

“Não precisa, né nii-sama?”, ela deu um sorriso triste que machucou meu coração. “Você escolheu um caminho, e não posso ser um empecilho nele.”, a vi abaixar a cabeça e as lágrimas descerem uma a uma de seus olhos.

Por favor, alguém. Alguém a faça parar. Não. Não quero que ela sofra por minha causa, não novamente. Por favor, tenham piedade. Eu não agüento vê-la passar por isso novamente e saber que tudo isso é por minha culpa.

“Hikaru!”

A agarrei contra meu corpo com força, abraçando-a contra o meu peito para que ela pudesse se sentir melhor e esquecer aquela idéia de que era a culpada por estar ao meu caminho. Jamais seria. Graças a ela que tive forças para me manter firme e lutar por tantos anos. Eu sabia que não poderia voltar para ela uma vez ao me tornar o Bookman, mas poderia visitá-la às vezes, sabendo que era para ela que eu sempre iria voltar. Era ela o meu lar.

We shall be there to live it

If i could only hold your hand

I'd guide you

Estaríamos lá para vivê-lo

Se eu pudesse apenas segurar sua mão

Eu te guiaria

            “Por que você sempre torna tudo mais dificil, hein?”, a escutei gemer ao meu lado.”

            “... Desculpa.”

            “Deak! Eu quero ficar com você! Eu preciso ficar com você! Eu quero sim ser egoísta e não te dividir com o Bookman, por que você foi meu antes dele!”, ela esbravejou agarrando-se as minhas vestes.

            “...”, pressionei os olhos.

            Eu a entendia completamente. Eu também a queria perto de mim sempre. Sempre que eu ou ela precisasse, mas o que eu poderia fazer? Estava perdido. Eu desejava tê-la para mim sempre. Ter sua voz, seu toque, seu olhar, seus carinhos, suas palavras. Queria tê-la só para mim e não deixar que ninguém a tivesse. Mas isso era impossível no caminho que escolhi trilhar.

“Mas sei que esse é seu desejo, e não posso simplesmente ignorá-lo... Não posso ser tão egoísta a ponto de pedir para que fique comigo.”

“Hikaru...”, sussurrei. Aquelas palavras eram dolorosas.

Como era possível? Eu era mais velho, e desejava tê-la para mim sempre independente do que acontecesse ou do que ela escolhesse. Como eu conseguia ser tão egoísta quando era ela a questão? Se eu estivesse longe, ela estaria livre para trilhar o próprio caminho. Poderia encontrar alguém e ser feliz ao lado dessa pessoa. Casar e ter filhos com ela. Não! Eu a queria para mim e só para mim, mas como poderia?

“Eu já sei o que vai acontecer comigo, Deak...”, ela sussurrou calma, se afastando de mim e me olhando com a face manchada pelas lágrimas. “Eu vou ter de seguir minha vida, não é?”, ela sorriu tristemente para mim.

“Hikaru, eu...”

“Shh... Não precisa dizer nada.”, ela limpou as lágrimas e respirou fundo. “Você vai ser sempre meu irmão. Sempre será a primeira e única pessoa que amei.”

“Não... Não continue, por favor.”, era difícil escutar. Mesmo que fosse a verdade, era difícil escutar e saber a próxima frase.

“Eu seguirei meu caminho assim como você seguirá o seu.”, ela sorriu.

“Não diga isso sorrindo... Isso... Machuca.”

“Você é forte, Lavi.”, a vi tirar a pulseira de conchinhas que dei para ela no seu aniversário. “E por ser forte, você conseguirá suportar isso. Eu sei que irá.”, suas mãos trêmulas agarravam o objeto com carinho.

“Hikaru! Eu amo...”

I'll find a way to keep you closer

Day after day.

Your love for me will not be over

I'll help you stay

Eu encontrarei um jeito de te manter por perto

Dia após dias

Seu amor por mim nunca terminará

Eu a ajudarei a ficar

Ela não me permitiu continuar. Hikaru selou meus lábios com um beijo urgente, repleto de saudade e amor. A puxei para perto, segurando suas coxas e a erguendo, fazendo com que ela se agarrasse a minha cintura. Passei um dos meus braços em seu quadril o sustentando, enquanto com o outro a segurava pela nuca, a puxando mais para perto para que me permitisse aprofundar o beijo. Senti seu abraço se tornar mais forte ao redor do meu pescoço, enquanto suas lágrimas voltavam, molhando meu rosto e dando um gosto salgado a ele.

Eu queria tê-la ali, só para mim, uma ultima vez e marcar aquele momento em nossos corpos, mas não estávamos sozinhos e tão pouco em um local confortável para tal. Aquela poderia ser a ultima vez em que nos beijaríamos, e eu não gostava de pensar naquela possibilidade. Pensar naquilo me fazia ficar sem chão, perdido e sem razão. Não. Não poderia permitir que aquilo acontecesse.

Nos separamos apenas pela falta de ar, pois se dependesse de cada um de nós, estaríamos nos beijando até que o cansaço nos atingisse. Meus olhos estavam fechados, mas logo se abriram ao sentir saudade de observá-la por um longo tempo. Hikaru sorria suavemente para mim, enquanto desenlaçava as pernas de minha cintura, pousando no chão com calma. A vi sorrir de um jeito tão singelo que senti as lágrimas brincarem em meu olho. Como eu conseguiria viver sem ela após tudo que vivenciamos na Ordem?

“Eu vou te esperar...”

“O que?”, pisquei assustado.

“Vou encontrar um jeito de ficarmos sempre próximos Deak. Não importa... Eu vou achar um jeito.”

“Mas...”

“Eu te encontrei, não foi?”, o sorriso dela me fez tremer. Por Heblaska, como ela era linda.

“Foi...”, sorri, encostando minha testa a sua.

“Eu vou te esperar. E enquanto isso eu encontrei uma uma forma de ficarmos sempre próximos.”

“Hikaru...”, levei minha mão a sua face, a acariciando.

“Mas no dia em que você voltar ou que eu te encontrar... Eu te manterei ao meu lado. Para que nunca mais passemos pelo que passamos.”, a vi virar o rosto de depositar um beijo gentil em minha palma, logo aconchegando seu rosto nela.

“Todos os dias, eu também tentarei te encontrar Hikaru.”, sorri antes de lhe selar os lábios com um selinho calmo e duradouro.

“Hika-chan!! Lavi! Vamos, já está tarde!”, a voz de Lucy soou da areia.

Nos viramos e vimos os quatro parados lá, só nos esperando. Sorri suave. Eles jamais seriam esquecidos de minhas lembranças. Sorri ao ver Hikaru me soltar e correr em direção a eles, chamando-me para ir também. Antes de ir, tornei a me virar para o horizonte e fitar o céu alaranjado pelo final da tarde.

Eu iria lutar. Cada dia da minha vida eu iria lutar para conseguir voltar para o seu lado. Mesmo que demorasse, mesmo que o tempo passasse, eu jamais desistiria de encontrá-la outra vez, e amá-la como sempre amei. Eu estava disposto a fazer tudo para que um dia pudéssemos viver naquela vila onde vivíamos quando éramos crianças. Eu faria tudo por ela. Para ela. Eu só queria ver aquele sorriso mais uma vez.

I'm ready to change

Just give me a chance

To prove how much i care for you

I'm ready to show

How far i can go

To make you mine again

Eu estou pronto para mudar
Apenas me dê mais uma chance
Para provar o quanto me importo com você
Eu estou pronto para mostrar
Quão longe eu posso ir
Para torná-la minha novamente.

End.


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Notas finais do capítulo

Então, o que acharam?
=*



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