Uma Carta para Meu Amor escrita por Nandah Lautner


Capítulo 1
Uma Carta Para Meu Amor


Notas iniciais do capítulo

Oiee amores!!
Aqui está mais uma das minhas histórias =)
Um dia me veio a idéia na cabeça e eu revolvi escrever.
Demorei um tempinhu pra acertar ela, mas no final das contas ficou do jeitinhoo que eu pensei nessa minha cabeça loukaa =p
Bem chega de enrolação e vamos a história...



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/141213/chapter/1

Eu acordei de manhã com uma forte luz batendo em meus olhos.

Instantaneamente me levantei ignorando a dor que senti quando meus olhos bateram direto contra a luz. Eu corri até a janela e encarei o céu boquiaberta.

Realmente era uma manhã de sol, ou eu estava em mais um dos meus alucinantes sonhos?

Dei um largo sorriso ainda abobalhada e escancarei a janela deixando a luz do sol bater em minha pele.

Fiquei uns quinze minutos só sentindo o sol em minha pele. Me renovando.

Depois fui tomar um banho. Quando sai coloquei um jeans, uma regata branca e o meu amado tênis. Desci para a cozinha encontrando Charlie sentado na mesa lendo seu habitual jornal e tomando seu café de sempre.

– Bom dia – eu disse me sentando na cadeira a sua frente

– Bom dia Bells. Dormiu bem? – ele perguntou baixando o jornal e me olhando

– Sim pai, dormi – eu respondi e logo abaixei a cabeça

Eu ainda tenho vergonha de tudo que fiz meu pai passar. Ele não mereceu tudo o que fiz. Eu comecei a acabar com minha vida.

Como fui egoísta. Apenas pensei no que eu estava passando e me esqueci de meu pai.

Me levantei da cadeira e fui até o armário pegando meu cereal e colocando em uma tigela depois enchendo com leite.

Quando acabei meu café, meu pai foi pescar com o pessoal da delegacia ­– as únicas pessoas que sobraram para acompanhá-lo depois que Harry morreu.

“Eu já superei isso”, foram suas palavras.

Mas eu realmente não acredito. Sei que perder alguém tão próximo é mesmo difícil. Em matéria de perdas eu entendo... Infelizmente.

Balancei a cabeça me livrando desses pensamentos e comecei a lavar o pouco de louça. Depois sequei e guardei, indo para o banheiro escovar meus dentes e em seguida indo para o jardim aproveitar o sol, antes que o céu retome o seu tão conhecido cinza e chuvoso, e o tão brilhante amarelo desapareça.

No jardim eu deitei na grama mesmo sentindo as pequenas gotas de orvalho que ali ainda se encontravam, mas que com o passar do dia iam sumindo.

Quando eram quatro horas meu estômago roncou de fome, e eu resolvi entrar pra comer algo.

Preparei um sanduíche simples e quando acabei de comer resolvi ficar um pouquinho dentro de casa.

Subi para o meu quarto e me joguei na cama, permanecendo imóvel por alguns minutos.

Quando os minutos se passaram eu levantei decidida a ir até La Push.

Comecei a procurar meus tênis de corrida, porque com certeza Jacob ia vir com essa idéia, como da última vez.

Fui até o canto perto da cômoda e procurei meus tênis, mas ali eles não estavam. Desci e fui até a lavanderia, mas lá eles também não estavam. Subi e fui procurar em um lugar meio improvável – mas não impossível – de estar: no banheiro. Procurei por todo o banheiro, mas não achei nada.

Voltei para o quarto e procurei mais uma vez em todos os lugares. Quando acabei de procurar pela segunda vez quase me xinguei de todas as coisas possíveis.

Como não pensei em procurar debaixo da cama?

Bufei de raiva pelo deslize e deitei no chão olhando para debaixo da cama e vendo meus tênis de corrida paradinhos ali. Comecei a me esticar para alcançar os tênis e quando estava a um centímetro de distancia me estiquei um pouquinho mais começando a ficar com falta de ar, mas finalmente consegui tirar o tênis dali. Eu notei que quando tirei os tênis do lugar onde estavam uma parte do assoalho se levantou. Eu apenas coloquei meus tênis de corrida e comecei a arrastar a cama. Depois de um tempinho de esforço eu consegui tirar a cama do lugar.

Olhei para o assoalho com a tabua levemente levantada e resolvi colocar a tabua no lugar, mas quando fiz força para empurrar a tabua parece que ela bateu em algo e assim, teimou em não voltar ao lugar, então eu resolvi levantar toda a tabua de uma vez e ver logo o que estava lá.

Quando levantei toda a tabua – depois de muito esforço, diga-se de passagem – paralisei diante do que vi. Meus presentes do meu ultimo e fatídico aniversário estavam lá. Todos dentro do grande saco preto que eu mesma coloquei, mas que deixei no fundo do meu guarda roupa e depois de um tempo decidi me esquecer e fingir que nunca tinha ganhado nada.

Eu nunca me dei o tempo de ir procurá-los, afinal eles só me trazem as lembranças que eu quero tanto esquecer. Continuei ali parada olhando fixamente para o saco preto. Depois de certo tempo eu decidi mexer nele de uma vez.

Me sentei no chão e tirei o saco de dentro do apertado buraco que se encontra ali.

Abri-o vagarosamente temendo que a dor e as lembranças inundassem minha mente e meu coração pouco cicatrizado.

Vi ali o rádio para meu carro que Emm... Emm... Que o Urso me deu.

Vi também o cd que Ele me deu.

Avistei também a caixa triangular. A maldita caixa.

A caixa que nos separou. Bem pra falar a verdade não foi a caixa que fez eu me afogar em tanta dor, afinal a escolha não foi da caixa e sim dele.

Com uma curiosidade imensa desconhecida por mim coloquei a mão dentro do saco preto e tirei a caixa triangular de lá e quando fui abri-la vi um papel no chão, uma carta.

Coloquei a caixa rapidamente de lado e peguei a carta olhando para o verso e a larguei no mesmo instante em que vi o nome de... Edward.

Fiquei incontáveis segundos olhando para a carta, mais especificadamente para o nome Dele e o enorme e angustiante buraco no meu peito começou a latejar.

Eu já estava começando a me acostumar com a calma, mas agora a tão conhecida e angustiante dor voltara.

Coloquei a mão em meu peito para tentar fazer a dor passar, mas obviamente isso não surtiu nenhum efeito.

E a dor continuava incessantemente e eu comecei a ficar com falta de ar, mas depois de umas boas e profundas respirações ela “voltou” ao normal.

Voltei a olhar para a carta que ainda continuava largada no chão, me perguntando por que ele me escreveu uma carta. O que ele queria me dizer que não me disse na nossa fatídica despedida? Ele escreveu coisas para estraçalhar ainda mais meu coração? Ou apenas coisas pra fazer sentir culpada pelo o que aconteceu?

Trêmula, eu peguei a carta e me levantei andando até a porta do meu quarto e depois até o banheiro.

Opção um: simplesmente rasgar a carta e jogar no lixo, deixando meu coração “intacto” das coisas que podem estar escritas

Ou opção dois: ler a carta e matar a minha curiosidade, mas também correr o risco de machucar ainda mais meu coração

Eu fiquei olhando da carta para o lixo, do lixo para a carta e da carta para a porta do banheiro, pensando em voltar ao meu quarto e ler de uma vez.

No final a minha curiosidade masoquista venceu, me fazendo voltar ao quarto e sentar novamente no chão ao lado do grande saco preto. Coloquei a carta no meio das minhas mãos, respirei profundamente e finalmente ganhei coragem – e perdi o resto da minha sanidade – e abri a carta.

Vi a folha e logo a desdobrei começando a ler as palavras que poderiam me destruir...

 Meu amor

Eu sinto tanto pelo o que fiz e me amaldiçôo todos os longos dias por isso.

Gostaria de voltar no tempo e fazer a cabeça de Alice, a fazer desistir da idéia de festa, para que você não corresse perigo.

Todos os dias eu sinto falta do seu maravilhoso cheiro de morangos, da sua macia pele, dos seus sedosos cabelos e de seus lindos e profundos olhos chocolates.

Sinto falta de como seu coração acelerava com apenas um toque meu, de como sua pele ganhava um esplêndido tom rosado com apenas algumas palavras minhas.

Gostaria de não te por sempre em perigo

Gostaria de não ter lhe infringido tanta dor.

Gostaria de poder manter seu coração apenas com alegria.

Gostaria de poder continuar “vivendo” sem essa enorme culpa, mas toda ação gera uma reação.

O que fiz gera conseqüências. Conseqüências que prefiro apenas eu sentir, e não ter que dividi-las com você.

Mas isso eu realmente não posso ter.

Gostaria de estar ao seu lado agora, para poder te dar toda a alegria desse mundo.

Dar-te a alegria que nenhum outro ser poderia lhe proporcionar, mas isso eu realmente não posso, não sem deixar você em perigo.

Talvez eu realmente esteja certo no que disse na nossa conversa depois da festa.

Por mais que isso me doa. Por mais que isso me mate aos poucos por dentro.

Talvez você realmente deva seguir em frente.

Deva achar alguém que lhe de tanto amor e carinho quanto um ser humano pode.

Que lhe de tudo que você merece e mais deseja.

Alguém que possa dividir uma vida inteira com você.

Que envelheça com você.

E por mais que apenas cogitar isso eu já esteja “sangrando”, desejo que vocês possam ser o casal mais feliz de todo o universo, porque Bella, você merece.

Gostar-me-ia de ser esse alguém, mas minha natureza não deixa, não porque não te ame.

Você melhor do que ninguém sabe o quanto eu te amo, o quanto eu te desejo e o quanto eu faria só para ver um lindo sorriso em seus lábios.

Mas sim, por sempre te por em perigo, pelo o que eu sou.

Seja perto ou longe de você. O perigo sempre acha um jeito de te atingir, mas creio eu que o seu maior perigo seja eu, então acho melhor me manter afastado, por mais que isso acabe me enlouquecendo, querendo almejar a morte.

Internamente eu espero que você não tenha seguido totalmente o que lhe pedi.

Espero que você não tenha se esquecido de mim.

Espero que nunca se esqueça de mim, por que eu nunca me esquecerei de você.

Você será sempre a minha amada, meu grande amor e eu pensarei em ti a cada segundo da minha longa e torturante eternidade.

Você sempre estará no meu coração e espero que você tenha pelo menos uma lembrança minha.

Por que tenho todas sobre você.

E por sempre ter te posto em perigo, eu peço que me perdoe.

Talvez eu nunca saiba se você encontrou essa carta, mas algum dia se você chegar a lê-la, saiba que em todas as palavras eu depositei meu amor por você.

Em cada uma delas tem um pedaço do meu gelado e morto coração.

Quando acabei de ler eu estava estática.

Como assim, ele sente minha falta?

Como assim, ele gostaria de sofrer no meu lugar?

E a pergunta mais importante: COMO ASSIM ELE AINDA ME AMA?

Eu acho que ia ter uma sincope.

Meu coração martelava dentro da caixa torácica, eu estava sentindo como se a qualquer momento eu fosse virar um foguete e sair voando alto e em bom som!

Minha primeira reação foi choque, afinal como ele podia ainda sentir tudo aquilo por mim, sendo que ele mesmo me deixou? Mas depois a ficha caiu: ele mentiu!

E minha primeira emoção foi raiva.

Minha vontade era de bater muito nele, mas logo o incondicional amor me fez enxergar que o que ele fez foi para o meu bem, pra me proteger, mesmo assim eu não achei certo.

Mas tem uma questão que me deixa com o coração apertado e a mente frustrada: como faço pra encontrá-lo?

Porque é óbvio que agora eu vou ficar junto dele.

Agora eu tenho plena certeza de que ele me ama. Depois dessa carta, não tenho nenhum resquício de duvida quanto a isso.

Eu não fui a La Push e fiquei a tarde toda deitada no chão do quarto pensando em um modo de encontrá-lo, ou pelo menos começar.

Quando Charlie foi chegar eu estava comendo um pedaço de lasanha. Ele me desejou uma boa noite e foi para o quarto. Quando acabei de comer o pedaço fui lavar a louça, secar e guardar.

Quando acabei, subi para o meu quarto para arrumar minha roupa de dormir.

O banho me relaxou e fez minha mente relaxar também. Aproveitei e também escovei os dentes.

Quando acabei o banho fui para o quarto colocar minha blusa e minha calça. Sequei os cabelos e pendurei a toalha na cadeira de balanço.

De repente fiquei com sede, então fui até a cozinha e enchi um copo de água. Enquanto bebia a água eu olhava pela janela da cozinha, a densa e escura floresta.

Me assustei quando vi um movimento, diga-se esquisito...

Parecia ser um animal enorme, como um urso.

Continuei olhando para a floresta e o animal continuava ali.

Coloquei o copo na pia e fui até a porta de casa e sai. Comecei a ir na direção dos fundos onde está o animal, mas quando cheguei no local não tinha absolutamente nada.

Nenhum animal, nem rastro, nem sombra.

Voltei pra dentro de casa, indo direito para o meu quarto, pra ter minha merecida noite de sono.

(...)

Acordei com uma pequena luz me incomodando e me lembrei de como estava a manhã passada.

Levantei rapidamente indo para a janela esperando encontrar o mesmo dia com o forte e brilhante sol, mas o que estava no céu era um sol com algumas nuvens em sua frente. Ele não estava tão forte e brilhante como o sol de ontem, mas eu sentia que o dia estava mais quente e só isso já me animou.

Depois de sair de perto da janela, olhei meu quarto e instantaneamente me lembrei de minha descoberta. Tudo ainda estava bagunçado então coloquei a tabua no seu lugar e arrastei minha cama de volta, para cima da mesma. Coloquei o saco preto em cima da minha cama e fui fazer minha higiene matinal.

Quando sai do banheiro coloquei uma calça jeans e uma camiseta verde – como se já não tivesse muito verde em Forks.

Fiquei durante um tempo andando em círculos descalça pelo quarto, tentando encontrar uma forma de saber algo sobre onde ele estava naquele momento. Eu estava vendo a hora em que um buraco ia se formar no chão, e cansada de andar me sentei na cama.

Olhei para o saco preto e me lembrei de que ainda não sabia o que tinha na caixa triangular.

Peguei a caixa de dentro do saco e rasguei o papel cuidadosamente. Quando acabei abri a tampa da caixa e vi um papel com varias coisas escritas. Somente depois de uns segundos me dei conta de que aquilo era uma passagem de avião, quer dizer, eram duas passagens de avião.

Olhei para as duas tentando encontrar o nome do destino e um largo sorriso se abriu em meu rosto quando encontrei o nome. Flórida. Sim, passagens de avião para visitar minha mãe na Flórida.

Eu realmente não esperava que eles fossem me dar um presente desses, aliás, eu não esperava ganhar presentes. Como sempre, nunca gostei de festas, comecei a gostar menos ainda depois de Edward.

Seu nome me trouxe novamente a ansiedade de segundos atrás.

Resolvi ligar o computador, e enquanto o mesmo se demorava, eu fui tomar meu café da manhã.

Quando acabei o meu café, arrumei a coisas e rumei ao andar de cima.

O computador já estava ligado, então fui até a pagina do meu navegador e escrevi: Família Cullen.

Apareceram vários ícones e eu cliquei em um dos primeiros.

Carlisle Cullen

Carlisle Cullen, o melhor médico que a cidade de Forks já teve.

O jovem Doutor Cullen se mudou com sua família para Forks faz um tempo.

Ele é o médico mais respeitado em toda Forks...

Logo eu parei de ler, vendo que aquilo não me ajudaria em nada, afinal eu sabia muito bem daquilo.

Sai daquela página e fui para outra esperando encontrar o que achava

(...)

Nada!

Isso é exatamente o que eu encontrei.

Passei mais algumas horas procurando tudo o que é coisa sobre os Cullen, mas tudo o que achei, eu já sabia.

Não encontrei absolutamente nada sobre eles estarem em outro lugar.

Achei até um pequeno Post falando sobre a mudança dos Cullen para Los Angeles, mas nenhum outro lugar alternativo ou que eles tenham sido vistos.

Depois de duas horas e meia apenas achando coisas sem importância, decidi desistir.

Desliguei o computador e fui andar com minha picape.

Coloquei um tênis e peguei as chaves do carro e de casa.

Já com a porta trancada fui até o carro e o liguei – com certa dificuldade, como sempre – indo na direção da rodovia.

Enquanto o carro ia deslizando ligeiramente pelas ruas, eu ia escutando uma musica qualquer que tocava na rádio.

Eu andei perto da rodovia por umas duas vezes, então pensei em ir para La Push.

Quando cheguei na First Beach tudo estava deserto e só se escutava o som do mar batendo contra as rochas e o canto de alguns pássaros que estavam ali por perto.

Desci da picape e fui andando devagar até a praia, já na areia eu andei mais um pouco e me sentei perto de algumas rochas. Eu via a água indo e vindo. Uma hora batendo brutalmente contra as rochas, em outra encostando nelas tão leve e suave quanto uma pluma caindo graciosamente.

Fiquei durante um tempo apenas olhando a diferença de uma onda e outra; uma maré e outra, e coisas assim.

Quando vi já eram 14:40hs. Me levantei de onde estava e fui andando de volta a picape. Quando entrei o ambiente quente e razoavelmente úmido me acolheu, fazendo-me sentir bem.

Enquanto voltava pra casa percebi que o tempo fechou um pouco e depois foi tomando mais o ar chuvoso e totalmente úmido que só Forks tem.

Quando entrei na rua de casa começou a cair uma garoa fina. Estacionei meu carro em frente de casa e fui correndo para a porta de entrada, destranquei a mesma e entrei rapidamente. Tirei meu casaco e subi as escadas de dois em dois degraus chegando rapidamente no meu quarto e vendo que tudo estava do jeito que eu deixei.

Decidi ir tomar um banho e depois eu iria procurar mais algumas coisas na Internet. Talvez eu tenha deixado passar alguma coisa, ou somente tenha procurado pelas informações erradas.

Rumei ao banheiro para tomar meu banho.

Enquanto tomava meu banho pensava em como seria caso eu o encontra-se.

Por mais que eu ainda estivesse um pouco magoada, eu sei que o amo o bastante para perdoá-lo por fazer algo que por mais que só tenha me ferido foi para o meu bem. Mas só de saber que ele me ama que ele realmente me ama. Ter um pouco da dimensão do seu amor por mim, já foi o suficiente para eu apenas ficar feliz em reencontrá-lo.

Estava lavando meu cabelo quando escutei um barulho no andar de baixo. Desliguei o chuveiro para conseguir escutar melhor, mas só havia silencio. Resolvi ligar o chuveiro novamente, afinal pode ter sido apenas minha imaginação.

Acabei de lavar o cabelo e quando estava retirando o condicionador ouvi novamente o mesmo barulho. Eu tinha certeza de que não era fruto da minha imaginação.

Apenas desliguei o chuveiro e retirei o excesso de água do meu cabelo, me enrolei na toalha e peguei o rodo – caso fosse um intruso, eu talvez pudesse expulsá-lo – e sai vagarosamente do banheiro.

– Charlie? – eu perguntei, mas ninguém respondeu – Charlie é você?– eu perguntei novamente começando a descer as escadas

Quando já estava quase no final da escada ouvi o mesmo barulho de antes, só que agora mais alto por estar mais perto, e reconheci ser um toque de celular.

Rapidamente coloquei o rodo na minha frente e fui na direção da cozinha – lugar de onde vinha o barulho.

Quando cheguei na cozinha meus dedos começaram a soltar relativamente rápido o rodo até que ele caiu no chão, produzindo um som que me fez pular e rapidamente ela se virou.

– Olá Bella – ela falou me olhando atentamente com seus lindos olhos dourados.

(...)

– Eu... eu... – comecei a dizer depois de tudo que ela me contou

Quando vi Alice na cozinha entrei em choque, mas logo ela conseguiu me acalmar.

Perguntei o que ela estava fazendo aqui e ela disse que me contaria, mas que antes eu fosse me trocar e ela me contaria tudo que eu quisesse saber.

Eu fui me trocar e depois ela começou ame contar tudo.

– Alice vocês não precisavam fazer isso – eu disse a ela – Poderíamos ter evitado se apenas tivéssemos esquecido o ocorrido ou que eu tivesse ido com vocês.

– Mas você conhece Edward e sabe que ele não concorda com nenhum dos dois termos – ela disse se virando para mim – Eu até tentei convencê-lo, mas você sabe como ele é. Ele chega a ser tão teimoso e cabeça dura como você – ela disse sorrindo

– Obrigado Alice – eu disse sarcasticamente

Estávamos sentadas na minha cama nesse momento até que eu me lembrei de uma coisa que esqueci de perguntar

– Mas Alice, porque seu celular estava tocando?

– Bella como eu disse, tive uma visão na qual você encontrava o saco preto que Edward escondeu e eu só via isso mais nada. Não sabia qual seria sua reação. O que você faria com o que encontrou. E contei a Rosalie e ela falou que era melhor eu vir, já que você é um imã para acidentes – ela disse e deu um pequeno sorriso – Então decidi vir, mas falei para Rose não contar a ninguém já que eu não sabia o que você iria fazer e disse que iria ligar depois de resolver tudo... – ela disse e depois soltou um suspiro pesado – Mas Edward ligou em casa e Rose... Bem... Rose acabou contando que eu viria pra cá e ele ficou furioso por eu não ter contado nada. E o celular? Era Rose ligando pra avisar que ele estava vindo pra cá – ela disse e eu demorei alguns segundos para processar tanta informação, e logo a ficha caiu: Edward estava vindo pra cá.

– Mas Alice! Ele não... – eu comecei e me faltaram palavras pra continuar

– Eu te entendo Bella. Sei que você está magoada conosco, bem... Com Edward. Mas acho que você poderia... – ela começou, mas eu logo a cortei percebendo que ela entendeu tudo errado.

– Alice eu não estou assim porque vou acabar vendo Edward e ainda estou magoada com ele. Eu não estou magoada com ele. Como eu disse, eu li a carta e entendo-o

– Entende? – ela perguntou confusa

– Entendo – eu disse assentindo – Sei que ele fez o que fez porque achava que era o melhor a ser feito. Ele até poderia estar “me protegendo”, mas cá entre nós eu nunca vou estar completamente segura. E pra mim o que ele fez não foi certo, mas entendo seus motivos porque acho que faria o mesmo... Caso fosse ele... – eu disse e senti meu rosto esquentar levemente

– Ah... Então tabom! – ela disse alegremente abrindo um lindo sorriso

O quarto foi dominado pelo silencio, mas logo ele foi quebrado pelo toque do celular de Alice.

Ela rapidamente pegou o celular e o levou até a orelha começando a falar rapidamente o que resultava em me deixar totalmente confusa e curiosa.

Quando acabou de falar parecia que estava esperando por escutar algo, mas de repente olhou para o celular de um jeito indignada e fechou o mesmo com tal brutalidade que eu escutei um “crek” vindo de dentro do aparelho.

– Me desculpe – ela me olhou e depois voltou seu olhar ao pequeno celular – Acredita que ele desligou na minha cara?! – ela perguntou e eu me segurei para não rir da cara que ela fez

– Hum... Era... Ele? – eu perguntei depois que ela se acalmou um pouco

– Sim! Ele me perguntou se estava tudo bem por aqui, respondi que sim e ele me perguntou de você e eu contei a ele rapidamente o que você me contou – ela disse e tornou a olhar para o aparelho – E foi ai que ele desligou na minha cara!

– Er... E ele está aonde?

– Na estrada a caminho de Forks – ela respondeu

– Meia hora – eu murmurei comigo mesmo, mas tenho certeza de que Alice me ouviu

– Sim. Meia hora – ela disse

E para o tempo passar mais rápido, Alice começou a conversar comigo, mas era uma conversa da qual eu estava totalmente alheia, já que meu pensamento estava todo em Edward. Dentro de alguns minutos ele ia estar aqui, dentro de alguns minutos eu ia ver a pessoa que me fez sofrer por meses, mas que também é a pessoa que eu vou amar por toda minha vida – que pelo meu desejo se transformaria em eternidade.

Depois de um tempinho que Alice estava conversando comigo percebi que ela tinha parado de falar e a olhei. Ela estava com o olhar fora de foco e somente depois de três minutos ela me olhou normalmente.

– Alice...

– Dez, nove, oito – ela começou e eu a olhei meio apavorada. O que ia acontecer? – sete, seis, cinco, quatro – ela continuou e eu me levantei e comecei a andar lentamente até a porta – Três, dois... – ela continuou e eu desci as escadas correndo indo em direção á porta já sabendo quem estaria atrás dela – Um. Agora – eu consegui escutar Alice dizendo e no mesmo momento eu escutei o barulho do carro da patrulha e o sorriso que tinha se formado em meu rosto, logo esmaeceu.

Recolhi minha mão que já estava na maçaneta e recuei alguns passos.

Ouvi a porta do carro batendo e fui correndo pra cozinha. Já na mesma eu abri a geladeira e peguei uma coca que tinha na porta da geladeira e eu ia vendo a data de validade enquanto a abria.

– Bella? – Charlie perguntou entrando em casa e eu tomei um gole da coca

– Aqui! – eu gritei e logo Charlie apareceu na cozinha

– Boa tarde Bella – ele disse foi em direção a pia com um saco pardo nas mãos

– O peixe?

– Sim – ele respondeu colocando o mesmo em cima da pia

A cozinha ficou em silencio, então eu resolvi sair e subir para o meu quarto, afinal Alice estava me esperando e eu começava a ficar ansiosa só de pensar em ver Edward de novo.

Quando estava saindo da cozinha Charlie me chamou e eu girei o corpo em sua direção esperando-o falar.

– Bella de quem é o carro que esta aqui em frente de casa? – ele me perguntou e na hora eu estaquei

O que eu iria falar? A verdade? Ou uma mentira? O que eu faço?

De repente eu comecei a ouvir um barulho vindo do meu bolso. Coloquei a mão no mesmo e reconheci o formato como sendo o celular da Alice, mas como...?

Balancei a cabeça e rapidamente peguei o celular o levando a minha orelha e estendendo a mão em sinal de espera para um Charlie confuso.

– Alô? – eu disse e esperei que fosse Alice, ela precisa me salvar

– Oi Bella, é a Alice – ela disse e quando eu me preparei pra falar ela continuou – Pode falar a verdade ao seu pai. Não se preocupe. Depois diga que eu estou no banheiro apenas lavando o rosto. Que cheguei cansada de viajem e pensei em vir te ver primeiro. Beijinhuus... – ela disse e desligou o celular

– De quem é esse celular Bella? – ele me perguntou parecendo ainda mais confuso que antes – E de quem é o carro?

– Os dois são de Alice

– Alice? – ele me perguntou agora confuso e curioso

– Sim. Ela acabou de chegar de viajem. Ela pensou em vir me visitar e está lavando o rosto no banheiro – eu disse a ultima parte um pouco mais baixo como se ela não pudesse me ouvir e Charlie automaticamente olhou para o andar de cima – Ela disse que estava com saudades e veio me visitar. Agora eu vou subir e... E quando estiver com fome me avise que eu venho fazer o jantar – eu disse e subi quase correndo para o meu quarto

Quando cheguei no mesmo Alice estava sentada na cama do mesmo jeito que estava quando desci.

– Obrigado – eu disse e ela apenas assentiu abrindo um sorriso e olhando para trás de mim. No mesmo momento a porta do quarto se fechou em um baque surdo e eu olhei pra trás, mas pra que?

Eu quase tive um ataque cardíaco. Lá estava ele.

Lindo e glorioso como sempre, e com o meu sorriso torto nos lábios.

Um grito abafado saiu pela minha garganta e quando vi já estava em seus braços o abraçando fortemente. Ele me abraçou protetora e amorosamente. Minhas mãos estavam em volta da sua cintura e as suas se encontravam uma no meio da minha costa e a outra em meus cabelos.

Enterrei meu rosto em seu peito e respirei profundamente deixando seu maravilhoso e inebriante cheiro mentolado me invadirem e eu o sentia fazendo o mesmo com meus cabelos.

Depois de um tempo assim senti ele me afastando leve e carinhosamente. A muito custo eu me afastei um pouco e ele me olhou intensamente nos olhos. Ali naquele olhar eu via toda a angustia que ele sentiu ao ficar longe de mim e acredito que ele viu no meu olhar o mesmo. No seu olhar eu também via todo o seu amor por mim. E eu tentava demonstrar o mesmo.

– Ah Bella... – ele disse com sua voz rouca e aveludada me abraçando novamente, e como eu sentia falta daquela voz meu Deus – Eu sinto tanto – ele disse agora no meu ouvido me fazendo arrepiar – Me desculpe – ele disse e agora eu percebia o tom de agonia em sua voz

Me soltei de seu abraço e vi um pouco de decepção em seu olhar.

– Edward não se preocupe eu... – eu comecei a dizer, mas ele me cortou

– Bella me desculpe por tudo que fiz. Por favor, me desculpe – ele disse me suplicando

– Edward... – eu comecei e ele me cortou de novo

– Bella não fale que não foi nada. Eu te magoei muito... Me desculpe, por favor...

– Shii... – eu disse e me agarrei novamente a ele que me recebeu com mais um abraço forte – Não fale mais nada OK? Não precisa.

– Mas Bella...

– Edward eu sei muito bem o que eu sofri e sei também que você sofreu, mas o que me importa acima de tudo é que você me ama e eu também te amo então não vamos nos preocupar com nada agora, por favor – eu disse e me agarrei mais a ele.

Ele apenas fez o que eu pedi. E ali foi um dos momentos mais felizes da minha vida.

Naquele momento não me importava mais nada.

Deixaria para agradecer a Rosalie e Alice depois.

Deixaria para conversar com Charlie depois.

Deixaria todo o mundo pra depois.

Porque o que eu queria naquele momento era apenas estar nos braços do meu eterno amor.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Eai amores, Gostaram?
Me falem o que acharam dela, please!!
E bem, eu espero que vocês tenham gostado de lê-la tanto quanto eu amei escrevê-la ;D

Até a próxima
Bjinhuus; Nandah♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Uma Carta para Meu Amor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.