The First Tale escrita por Nicholasthebard


Capítulo 10
Capítulo 9 Fire in a Tent & Blood in a Tree


Notas iniciais do capítulo

Este é o penúltimo capítulo dessa fanfic. Espero que gostem e me perdoem pelo longo tempo sem atualizações. Estarei postando o cap. final assim que o tiver.



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O som da grande espada de Theol se chocando com a minha me despertou. Quando meus olhos enxergaram o que acontecia ao meu redor percebi que eu estava caído, deitado no chão. Meu inimigo bloqueava a luz do sol a minha frente.

- Como você fez isso? – ouvi-o perguntar.

Apoiei as mãos no chão frio da floresta, foi quando toquei o cabo de minha espada, peguei-a e me reergui. Minha cabeça girou quando levantei, cenas do incêndio na floresta se misturavam com fragmentos da minha luta com Theol.

“A luta”, em seguida pensei “Eu venci?” A grande cimitarra estava quebrada, a parte superior da lâmina jazia no chão aos meus pés enquanto ele segurava a outra parte pelo cabo. Olhei o rapaz nos olhos e disse:

- Arghen! – E mais uma vez mergulhei na mente da elfa.

Ela estava envolta por chamas, o ar era sufocante, mas não mais sufocante que sua espera. A menina olhava para o horizonte flamejante esperando que mais alguém saísse de lá, que seu irmão saísse de lá, mas nada apareceu, nada surgiu das chamas.

Findan observava a filha com lágrimas em seus olhos, sua expressão era de pesar e dor. Talvez procurasse as palavras para confortá-la, ou quem sabe, procurasse na jovem elfa conforto para si mesmo.

Os olhos da elfa se abriram, seus verdadeiros olhos verdes cheios de lágrimas, idênticos aos da tão infeliz lembrança, eles viam uma floresta verde, viva e intacta. A sua frente a figura difusa de alguém em vestes brancas.

Meu primeiro pensamento foi que Millian, sua inimiga, tivesse se recuperado. Mas, apesar da visão de Arghen estar um tanto confusa, pude perceber que não era a ilusionista que ela via.

Havia alguém mais alto na frente de Arghen, tive a impressão de ouvi-lo dizer “Ela está bem, infelizmente” logo antes de sair do campo de visão da elfa. A imagem do sujeito deu lugar a uma figura grande, um tanto corpulenta e este segurava algo no colo e em um de seus braços pude reconhecer a cascata de cabelos dourados da ilusionista, ele dirigiu-se ao outro e disse com a voz grave:

- Deixe ela, por favor, devo minha vida à ela! Eu acho...

O outro pareceu concordar, afastou-se, em silencio, e juntos, os dois sujeitos desapareceram levando Millian consigo.

- Como você conseguiu quebrar a minha espada? – falou uma voz distante.

Pisquei e me vi de volta à realidade. Theol me olhava um tanto impaciente, talvez estivesse me questionando enquanto eu o ignorava mergulhado nos pensamentos da elfa.

- Parece que com isso eu venci, não? – falei, finalmente.

Theol olhou para o que restara de sua lâmina e em seguida fitou-me serio. Ele não parecia muito feliz, eu não sabia se era por ter perdido o duelo o se por que eu estraguei sua arma.

- Como prometi, uma espada apenas. Você venceu, não irei impedir que prossiga.

Vi o rapaz recolher o fragmento de sua arma quando dei as costas para ele, indo em direção a barraca branca, distante. Confiando na honestidade de Theol guardei minha espada na bainha e segui, porém, antes que eu pudesse avançar mais ele disse:

- Muito engenhosa essa sua técnica. Me pegou de surpresa. Mas saiba que se eu tivesse escolhido a outra lâmina, você não teria a menor chance.

- Verdade? Então por que escolheu a outra?

Antes que eu pudesse ouvir a resposta de Theol algo estranho aconteceu. Há alguns metros de nós, na grande barraca, ouviu-se um forte estrondo seguido pelo som das chamas irrompendo do topo da tenda, consumindo o lugar em um espiral de fogo laranja e dourado.

Tão rápido quanto surgiram as chamas desapareceram, deixando apenas a fumaça perdida no ar. A barraca estava completamente destruída.

Obviamente os garotos haviam sido interceptados por mais um dos Guerreiros Dourados e Leo o enfrentava. Provavelmente Theol pensou a mesma coisa, pois ao ver as chamas gritou por um nome:

- Sun! – e em seguida saiu correndo, na direção da barraca – Você não pode!

Apressei-me a alcançá-lo e em pouco tempo estávamos lá. Havia apenas a entrada, feita com cortinas uma vez brancas, por onde, inutilmente, me importei de passar, afinal todo o resto estava queimado.

O lugar cheirava a lona e cânhamo queimado, o que deixava o ar um tanto toxico. Antes do incêndio o lugar deveria ter sido decorado com tapeçarias, mas eu nunca tive a oportunidade de saber o que havia nelas. No chão, além das cinzas, havia tapetes chamuscados cobrindo a terra da floresta e o que restara de algumas mesas e cadeiras.

 Há alguns metros adiante estavam Elliot, Leo e um garotinho de uns oito ou nove anos de idade. Elliot estava a alguns passos atrás de Leo que mantinha seu livro vermelho na altura dos olhos. Alpha estava na frente do dono, como se o protegesse.

O garoto que enfrentava os dois irmãos não media muito mais que Leo. Ele vestia branco, algo que parecia uma toga. Ele tinha olhos azuis e a pele muito clara, sua expressão revelava ingenuidade. Seus braços, pernas e cabeça eram cobertos por ataduras brancas. Não era possível ver muito de seus cabelos, mas os fios que escapavam pelo tecido eram de um loiro muito claro, quase branco. Sobre suas vestes, a marca dos Guerreiros Dourados: o sol laranja pintado a mão que estava estampado em dois lugares: no centro de sua toga bem na altura do abdome e nas faixas sobre sua cabeça.

Duas crianças se encaravam completamente intactas e uma imensa barraca havia sido incinerada por uma explosão de chamas, algo bastante comum, claro. E pelo visto eu era o único intrigado, pois Theol, avançando, gritou:

- Sun! Você sabe que não pode usar seus poderes assim! Vai destruir tudo! – “Vai destruir tudo” o que mais ele poderia destruir?

Os olhos do jovem Sun não deram sinal de reação. Não havia nenhuma vida neles, diferente dos de Leo que eram iluminados de uma determinação que eu não sabia de onde vinha.

De repente o garotinho de branco ergueu sua mão esquerda, mirando o rosto de Leo. Em um segundo ele descreveu um sol, como o de suas vestes, no ar e um jato de chamas douradas voaram na direção do garoto com o livro.

Leo não se intimidou. Aprumou-se no chão e ao som de algumas palavras fez com que as chamas se extinguissem ao tocar nelas com a palma da mão livre. O jovem mago não perdeu tempo. Fazendo o movimento inverso com a mão ele pareceu reanimar as chamas que recém haviam sumido, elas se aglomeraram em sua mão criando uma bola de fogo laranja e vermelho.

Elliot parecia conhecer a magia, pois imediatamente fugiu para longe, mais precisamente para onde eu estava. E quando Leo disparou a magia gritando “Bola de Fogo” Elliot saltou sobre mim gritando.

O efeito foi incrível. As chamas atingiram Sun em cheio, criando um espiral de fogo que se mesclou de laranja e dourado, exatamente como a explosão anterior.

De repente o fogo tornou-se mais brilhante e em pouco tempo transformou-se em uma torre de chamas douradas.  Era possível ver que aquilo era um contra ataque e que seria devastador, pois as chamas estavam ficando maiores e mais ferozes, ascendendo cada vez mais, esquentando cada vez mais, como o sol.

Foi nesse instante que Theol lançou-se dentro do turbilhão de fogo, mas incrivelmente nada lhe aconteceu. Ainda era possível ver a silhueta do rapaz lá dentro, interagindo com o garotinho descontrolado. Ele gritava, tentando convencer o menino a parar, mas ele continuava a ignorá-lo.

- Leo! – disso Elliot de repente, lembrando-me que havia outro lado da luta.

O jovem mago tinha seu livro “guardado” sobre a cabeça, ele mantinha os braços cruzados, como se a grande massa de chamas a sua frente não fosse nenhuma ameaça mortal. A logo abaixo, a sua frente o filhote, Alpha, rosnava na direção do inimigo.

Eu não tive tempo de me preocupar ou de entender a situação, as chamas foram lançadas contra Leo e, mesmo assim, ele manteve sua posição calma. O fogo percorreu os poucos metros que dividiam os dois em pouco tempo, atingindo Alpha.

Eu não sabia com quem me preocupar primeiro: O cãozinho, que havia sido atingido por uma torre de chamas, Leo, que seria o próximo, Sun, o garotinho descontrolado, Theol, o maníaco que havia se jogado no fogo ou se com Elliot, que escondeu os olhos com as mãos. Certo, com Elliot eu não precisava me preocupar.

O fogo chocou-se contra o cãozinho como se ele fosse uma imensa barreira e, em seguida, começou a diminuir como se algo o apagasse, ou melhor: como se algo o absorvesse. Em segundos as chamas haviam sumido e expressões horrorizadas estamparam a cara de Theol, Elliot e, provavelmente, a minha também.

Os dois combatentes não se abalaram ao perceber que o adorável cãozinho de trinta centímetros havia se transformado em uma imensa fera flamejante de dois metros de altura. Suas costas e patas estavam em chamas, suas feições estavam muito mais ferozes e seus olhos eram tão flamejantes quanto o resto de seu corpo. O imenso lobo rosnava ameaçador na direção do inimigo de seu mestre.

Leo ergueu o braço direito, com o indicador apontado na direção de Sun e Theol, como quem está prestes a dar uma ordem, mas antes que ele pudesse, algo inesperado aconteceu. Theol colocou-se na frente do menino Sun e disse:

- Pare, por favor – ele olhava diretamente para Leo, e havia um tom de súplica em sua voz – ele está fora de si! Sun não sabe controlar sua força ainda, ele vai acabar matando todos nós e a si mesmo antes que notem!

Leo permaneceu com o dedo apontado e o olhar firme. O imenso lobo flamejante continuava a rosnar na direção dos Guerreiros Dourados.

- Por favor – repetiu Theol – pare, ou terei de pará-lo eu mesmo – falou colocando a mão sobre o cabo de sua espada, na cintura, aquela que teria me derrotado.

Se Theol estava disposto a enfrentar Leo, que era uma criança, a situação deveria ser realmente preocupante. Me aproximei deles e disse:

- Acalme-se Theol! Não precisamos lutar, apenas nos deixe prosseguir e...

- Ninguém irá passar por mim – falou o garoto Sun com uma voz diferente da que eu me lembrava, uma voz que não poderia sair de uma criança, sem emoção – Não posso permitir que ninguém avance – o modo como falava não me era estranho, era como se eu já tivesse ouvido aquela voz estranha saindo do corpo errado outra vez.

            -Sun? O que há com você? – questionou Theol com um estranho tom de surpresa na voz – Você não é assim, nunca enfrenta ninguém, e esses olhos... – O rapaz parecia chocado.

            Sun começou a desenhar círculos e formulas em alfabetos estranhos, no ar, ao mesmo tempo em que murmurava palavras desconhecidas. Os pequenos números e desenhos feitos de fogo a sua frente começaram a tomar forma na medida em que iam completando-se, todos ligados, criando o desenho de um sol orbitado por outros quatro idênticos.

            - Maldito! Por que fez isso? Ele é só uma criança! – exaltou-se Theol de repente – Vocês tem que sair daqui, eu vou dar um jeito nisso, essa magia é quatro vezes mais poderosa que as que ele lançou antes!

            - O que? Mais poderosa? – perguntou Elliot – Como isso pode ser possível?

            Antes que obtivéssemos resposta agarrei o braço de Elliot e avancei, tentando me afastar do garoto, mas foi em vão. O jovem Sun ergueu a mão livre e um circulo de chamas de cerca de dois metros de altura surgiu ao nosso redor, nos impedindo de passar.

            Qualquer tentativa de fuga agora era inútil, Sun já tinha cinco sóis orbitando o principal, e se aquilo fazia sentido, agora seu poder era cinco vezes maior do que antes. Theol estava na frente do garotinho, ainda tentando desencorajá-lo, mas era em vão, o garoto não o escutava.

            Sun terminou seu encantamento e um segundo depois de dizer “Extinctio Solis” tudo ficou tão claro que não pude enxergar nada, meus olhos ardiam com o efeito da luz repentina e meu corpo estava envolto por um calor extremamente sufocante, mesmo assim eu ainda estava intacto, sem nenhum ferimento. Finalmente decidi abrir os olhos.

            Logo a nossa frente estava Leo e Alpha impedindo que uma imensa esfera de chamas douradas avançasse sobre nós. Enquanto isso, Theol tentava trazer o garotinho de volta a si fazendo tudo o que podia.

            - Vão logo. Nós daremos um jeito nisso, - disse Leo absurdamente calmo – Alpha vai fazer isso sumir em um minuto – disse erguendo a mão esquerda e fazendo com que uma parte do fogo que nos cercava se apagasse temporariamente.

Elliot e eu avançamos, ele não parecia preocupado com o irmão, então foquei minha preocupação em nosso objetivo: o pergaminho. E foi nesse momento em que me dei conta de que eu não tinha a menor ideia de onde ele estava, afinal a barraca havia sido queimada e o pergaminho não podia estar lá.

- Vamos, por aqui! – falou Elliot.

- O que? Mais nós estamos voltando para a Grande Árvore! Precisamos encontrar o pergaminho Elliot!

- Mas nenhum de nós sabe onde ele está! – falou enquanto saltava uma pedra, ainda seguindo na direção da Árvore comigo ao seu lado – Vamos voltar e encontrar Arghen, se o pergaminho não está aqui deve estar com aquele velho! Arghen pode rastreá-lo, não?

- Ei! Quanto tempo eu te deixei sozinho com o seu irmão? – falei olhando para minha frente, onde já era possível enxergar a base da Grande Árvore.

Corríamos na direção da arvore a toda velocidade, a medida que corríamos notei que uma pequena parcela do meu poder mágico estava começando a retornar. Ao chegarmos lá a primeira coisa que notei foi a ausência de Arghen, mas não tive tempo para me preocupar, corremos para o grande buraco na casca da árvore e entramos. Lá dentro era fresco e escuro, e o cheiro de matéria orgânica se decompondo era nauseante. Subimos por uma escada em espiral que de tempos em tempos terminava em uma abertura que levava a outra árvore, ignoramos todas e continuamos subindo, só podiam estar no topo.

Quando percebemos que estávamos próximos do topo, diminuímos a velocidade e aumentamos o cuidado. Ouvi a voz conhecida do homem de turbante, ele parecia recitar um encantamento, Findan estava prestes a ser enfeitiçado permanentemente, não havia tempo para cuidado extra.

Subi as escadas até o final usando todo o fôlego que me restava, minha espada em mãos. Quando pisei no ultimo degrau eu vi a cena que temia.

Findan estava ajoelhado de frente para seu inimigo, a cabeça baixa, os olhos desfocados e inexpressivos. O homem de branco lia um pergaminho, velho e queimado nas bordas, que flutuava a sua frente enquanto produzia um brilho fraco. Imediatamente ele parou ao perceber que eu havia entrado no lugar, que por sinal era muito grande.

Imagine que uma árvore imensa, de uns cinqüenta metros de diâmetro, fosse cortada bem no topo, lustrada com algo verde e brilhoso e em seguida mobilhada com móveis rústicos de madeira que brotavam do chão. Havia uma mesa comprida se estendendo de leste a oeste na sala, doze cadeiras a rodeavam, sendo que as duas nas extremidades eram propositalmente diferentes. A da esquerda era completamente “estofada” de grama e folhas verdes e cheirosas, enquanto a outra era lustrosa e decorada com todas as variedades de flores que se poderia encontrar nas Florestas Iluminadas.

            Aquele que recitava os dizeres do pergaminho caminhou alguns passos na direção da mesa, puxou a cadeira da ponta esquerda e sentou-se como se aquele sempre fosse seu lugar legitimo. Ele enrolou o pergaminho e o guardou dentro da capa, em seguida disse “ Acabe com o intruso, elfo!”

            No mesmo instante uma flecha cortou minha bochecha, fazendo uma linha de sangue descer. Eu não tive como reagir imediatamente. Findan era tão surpreendentemente rápido, que se eu tivesse a chance de fugir seria sorte, enfrentá-lo e com uma espada não passava de uma piada.

            Eu adoro piadas. Lancei-me contra o elfo o mais rápido que pude, e isso significa: mágica. Usei meu encanto da Velocidade Sonora sobre mim mesmo, aumentando um pouco minha velocidade e reflexos com uma rajada de ar que me acompanhava sempre que me deslocava, o que me salvou no primeiro assalto, quando me desviei de uma flecha que vinha direto no meu rosto.

             Eu saltava de um lado para o outro evitando ser atingido gravemente, já devia haver uma dúzia de setas cravadas no chão da árvore e doze a menos na aljava do elfo. Meu plano daria certo, bastava que eu me desviasse de todas até que Findan ficasse sem munição e em seguida eu poderia atacá-lo facilmente, talvez com a ajuda de Elliot, que logo apareceria, e depois exterminar aquele velho maldito, certo? Errado.

            Tarde demais notei que Findan não possuía uma aljava. Sempre que o elfo precisava de uma nova flecha ele tocava aquele seu lenço estranho, que parecia ser feito de terra, e puxava de lá uma flecha novinha, recém brotada daquilo que deveria ser o chão. Me maravilhei com o item imediatamente, ora veja só, uma “saia” que substitui o solo!

            Maravilhado ou não, o combate continuou. Agora com menos idéias e esperanças, eu lutava apenas por tempo. O elfo era especialista. Me impedia de avançar e ainda conseguia me causar alguns ferimentos irritantes, mas nada graves.

            Lancei minha mágica sobre mim mais uma vez, senti um formigamento nos braços e pernas, efeito colateral do encantamento acumulado. Uma seqüência de flechas voou sobre mim, dessa vez não precisei me esquivar, abati todas no ar com minha espada. O elfo armou uma dezena e as disparou, todas praticamente na minha direção, dessa vez sem tentar limitar meus movimentos, mas sim impedir que eu as destruísse de uma vez, em resposta saltei na direção da mesa e me esgueirei por baixo dela, ralando minhas costas, mas evitando o ataque.

            Findan não hexitou e me alvejou mais uma vez. Parti a base de uma cadeira com minha espada e antes que as setas me atingissem, lancei o móvel na direção delas, me defendendo. O elfo moveu-se pela primeira vez, alguns poucos centímetros, para desviar da cadeira que foi em sua direção. Lancei-me contra ele antes que tivesse a chance de armar o arco. Ele ainda estava com as flechas na metade do caminho quando o acertei no braço e as fiz derrubar, ele não esboçou reação ao ser ferido. Como um relâmpago ele gerou mais delas e disparou.

            Esquivei de algumas e abati outras, estava ficando acostumado com a velocidade delas, logo eu poderia destruir aquele arco ou afanar aquele item com o qual ele gerava flechas. Voei para cima dele. Virei o rosto para direita e evitei um disparo. Uma finta para baixo me salvou de um trio de flechas que se perderam no céu. Saltei de um lado para o outro, destruí um par de flechas no ar logo que saltei sobre o elfo, mirando minha espada direto em seu arco.

            Desci a lâmina pelo ar. Somando minha força e peso a resistência do elfo, não foi difícil destruir sua arma. Despedacei o arco facilmente, transformando-o em lascas de madeira velha. Findan não mudou de semblante, permaneceu sério, os olhos perdidos e sem brilho.

            Notando a imobilidade do elfo não pude concluir outra coisa que não fosse a vitória, um erro comum para alguém tão arrogantemente confiante como eu. O homem de turbante ainda estava nos assistindo, amedrontadoramente tranqüilo. Ele olhou para mim desgostoso e em seguida para Findan, logo às minhas costas, ergueu a sobrancelha e disse:

            - Termine com o Bardo, use a segunda corda.

            Eu não compreendi o que o homem quis dizer e nem tive tempo de ponderar. Ouvi o som razante de algo cortando o ar e em seguida senti uma dor infernal no abdome. A alguns metros adiante estava cravada no chão uma flecha coberta de sangue. Olhei para baixo e vi o ferimento, meu sangue escorria até o chão, formando a poça escarlate que foi a ultima coisa que vi antes de desmaiar.


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Notas finais do capítulo

Me desculpem pelo erros, tentei corrigir tudo que notei. Me avisem se virem alguma coisa, ok?
Obrigado por lerem e que venha o últitmo capítulo!



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