- Temos que levá-la para um hospital. - falou Angela segurando Beth pelo braço.

- Não podemos. - retrucou Bobby. - Eles vão encontrá-la.

- Ter o bebê aqui é que ela não pode. - falou Angela.

- Eu faço o parto. - falou Eva.

- NÃO, me leva para um maldito hospital. - falou Beth encarando a caçadora.

- Bobby tem razão, não podemos levá-la a um hospital. - retrucou Dean abaixado próximo da jovem.

- Eu já disse que faço. - Eva se aproximou. - Lembra Angela, quando estávamos caçando em Washington e a mulher que protegíamos entrou em trabalho de parto?

- Verdade maninha. - concordou Angela. - Eva fez o parto dela e depois a levamos para um hospital.

- Não temos outra escolha. - falou Bobby.

- Ok então, quero água quente, toalhas e uma tesoura. - Eva olhou para Bobby e Angela que saíram correndo para providenciar.

- Dean, me ajude a levá-la para cima. - ela pegou do lado esquerdo e Dean do lado direito. - Vocês duas ficam aqui, entenderam? - Ela se virou para as meninas que brincavam no tapete. - No saiam da casa.

- Sim mamãe. - respondeu Diana. Eva sorriu, adorou ouvir aquelas palavras da boca daquela criança.

- Sim tia Eva. - concordou também Samantha. Os três subiram para o segundo andar e logo depois chegou Angela trazendo toalhas limpas. Bobby chegou também com uma panela de água quente.

- Angela, me ajuda aqui?

- Acho que não consigo. - falou Angela dando alguns passos atrás.

- Você é uma caçadora Angela, se porte como uma. - Eva puxou a irmã e a pôs sentada na cama.

- Dean, me salva dessa. Nunca quis ter um bebê para não ter que participar de um parto. Por favor, Dean.

- Eu te ajudo Eva. - falou o loiro.

- Obrigada. - Angela correu e abraçou ele. - te devo uma.

- Lembre-se disso no passado. - falou o loiro sorrindo. Bobby e Angela deixaram o quarto e foram ficar com as meninas.

- Deite-se assim Beth. - Eva se posicionou entre as pernas da jovem. - Quando eu disser empurra, você já sabe.

- Eva... - falou Beth. - Eu preciso te contar uma coisa.

- Depois. Agora, o seu trabalho é fazer esse bebê nascer. Entendeu?

- Sim. - A jovem respirou profundamente.

- Me deixa ver como é que estão as coisas. - Eva olhou embaixo do pano. - Já está bem adiantado, estou vendo a cabeça dele. Dean. - continuou a caçadora, como se a primeira coisa que falou, fosse apenas um pensamento. - Separa um pouco dessa água fervendo e esterilize a tesoura e me traz duas toalhas limpas.

- Ok. - O loiro colocou em outra vasilha a água quente e mergulhou a tesoura dentro. Depois trouxe as toalhas para Eva. - Você é incrível, sabia?

- Por quê? - respondeu Eva pondo uma das toalhas no colo e a outra embaixo do quadril de Beth.

- Porque mesmo depois de tudo, você ainda está ai. - Dean se aproximou da cama.

- É o meu dever. - respondeu ela rispidamente. - Me ajude segurando a mão dela e enxugando o suor. - Eva levantou o lençol e Dean se sentou na cabeceira da cama. - Vamos lá Beth agora você faz a mágica... Empurre. - A jovem começou a fazer força enquanto que Eva esperava o bebê sair. Dean fazia caras e bocas quando ela lhe apertava a mão forte demais. - Ok, descanse, respire e vá de novo. - Beth mais uma vez fez força. - Ok, relaxe, isso mesmo, respire. De novo.

- Eu não consigo. - falou ela em meio ao choro. - Dói demais, como você agüentou?

- Eu ainda não passei por isso. - falou ela sorrindo.

- Eu esqueci que você era do passado. - falou Beth.

- Anda, para de conversar e empurra essa criança. Quer vê-la não quer?

- Aham.

- Então já sabe o que fazer.

- Estou com medo.

- Não precisa temer. Eu estou aqui e o Dean também. Tio Bobby e Angela estão lá embaixo, qualquer coisa nós resolvemos.

- Então, segura minha mão. - falou ela estendendo o braço livre para Eva pegar. A caçadora observou a mão da mulher por alguns segundos, antes de segurar com força. - Obrigada.

- Ok, para de sentimentalismo e empurra, até eu já estou ficando curiosa para ver esse bebê. Ver com quem se parece. - Agora, segurando a mão de Eva também, Beth empurrou com mais força ainda, fazendo a cabeça do bebê sair completamente. Eva se espantou, mas nada disse. Havia algo errado.

Ela largou a mão da jovem e ajeitou o bebê para a passagem dos ombros. Beth empurrou mais uma vez e o bebê nasceu. Eva cortou o cordão umbilical da criança e deitou o bebê por cima da mulher que sorria descontroladamente. A caçadora puxou a bacia e retirou a placenta, depois se limpou e saiu rápido do quarto.

- Vai atrás dela Dean. - falou Beth olhando o bebê.

- Eva. - falou o caçador. - Eu vou mandar Angela subir para cuidar de você. - ele beijou a mão da jovem e saiu atrás da Walters. - Espera.

- Porque você não me disse? - Eva o encarou com os olhos cheios de lágrimas, estava morrendo de vergonha e remorso.

- Eu tentei, mas você não me ouviu. - Ele tirou a aliança do dedo e entregou a ela. Dentro estava escrito "EVA WINCHESTER". - Você é minha mulher, não ela. O pai do bebê é um anjo que se rebelou e virou humano. Ele me pediu que eu cuidasse de Beth, antes de ser morto e aqui estou. Eu nunca toquei um só dedo nela. NUNCA.

- Eu logo estranhei, o bebê é um japonês. - falou a mais velha das garotas em meio a um sorriso.

- É. - respondeu Dean. Ele se aproximou devagar dela e a beijou, um beijo tão intenso que Eva duvidou ser do Dean. Eles se abraçavam com tanta força e se amavam de tal forma, que nem notou a aproximação sorrateira de Bobby.

- Rum hum. - pigarreou o mais velho enquanto subia as escadas. - Desculpa interromper, mas sua irmã está lhe chamando menina.

- Me deixa ver o que está acontecendo. - falou ela dando outro beijo em Dean e saindo. O loiro foi logo atrás.

- Dean, as meninas querem ver o Sam. - falou a mais jovem das Walters assim que os dois pisaram na sala.

- As meninas? Sério? - ele sorriu.

- Pare com isso. - falou ela. - Vai nos levar ou não?

- Não podemos deixar Beth sozinha. - Falou Eva.

- Eu fico com ela. - respondeu Bobby. - Podem ir, vai ser bom para Samantha respirar um pouquinho, ela fica aqui dentro vinte e quatro horas por dia, não é bom para uma criança. Ainda mais uma criança como ela.

- Ok então. - falou Eva. - Eu vou subir e ajudar Beth a se recompor, ai vamos, ok?

- Combinado.

...

Havia se passado uma hora e todos já estavam no impala a caminho do hospital da misericórdia. Dean havia colocado o rádio no último volume, com a musica do Metallica, depois de Diana implorar bastante. Samantha era a cópia do pai, odiava som alto e principalmente esses tipos de Rock brega, mas nada podia fazer.

Chegaram ao hospital cerca de meia hora depois, as meninas foram as primeiras a sair correndo e entrar na recepção.

- Viemos ver meu pai. - falou Samantha empolgada, mas nem sequer chegava à metade do balcão.

- Você está acompanhada princesinha? - falou a mulher loira.

- Olá, desculpe, viemos ver Adam O'connel, por favor. - falou Dean.

- Quem são vocês? - perguntou a moça da recepção sorridente.

- Eu sou irmão, ela é minha mulher, essa é a mulher dele e essas duas pequenas são sobrinha e filha.

- Ah! Desculpem-me, é que sou nova aqui.

- Tudo bem. - sorriu Angela enquanto a mulher digitava alguma coisa no computador.

- Aqui. Adam O'connel, quarto 312, é seguindo o corredor até o final, dai vira a direita.

- Obrigado. - respondeu Dean sorrindo. - Já havia ido visitar o irmão tantas vezes, sabia exatamente aonde ir.

As meninas correram na frente e abriram a porta. Angela, Eva e Dean vieram logo atrás.

- Papai. - gritou Samantha assim que viu o homem deitado na cama. Os batimentos cardiacos de Sam que estavam em 98 passaram para 132 imediatamente.

- Oi tio Sam. - falou Diana subindo na cama e dando um beijo na testa do mais novo dos Winchesters. - Temos muitas novidades para contar pro senhor. Papai me levou para atirar hoje, já sei usar um trinta e oito. - falou a menina loira. Dean olhou para Eva que revirou os olhos.

-Papai, hoje conheci uma pessoa que o senhor vai ficar feliz em ver. - falou Samantha subindo também na cama.

- Já chega meninas, deixem o Sam em paz. - falou Dean tirando cada uma de cima da cama. - Olá Sam, vejo que você está ótimo Brow. Por isso trouxe duas surpresas maravilhosas para você. - Ele fez sinal para as duas caçadoras se aproximarem.

- Oi Sam. - falou Eva tocando a mão esquerda dele. - Sou eu, Eva. - Os batimentos de Sam que estavam em 112, foram para 129, ele sabia quem seria a outra a falar com ele. Angela se aproximou do jovem e se sentou na cama, segurou a mão dele e apertou forte.

- Olá Sammy. - começou ela a falar e beijou o caçador em coma. Levantou bem a tempo de ver uma lágrima rolar pelos olhos dele.