You Changed Everything... escrita por Conta Desativada


Capítulo 5
Capítulo 5


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Depois da escola fui pra casa, comi um sanduiche e comecei a ler um livro, na verdade eu já tinha lido varias vezes mais não me canso da historia... Ta eu canso sim mais é o único livro que eu tenho paciência pra ler então fazer o que... Troquei minha roupa e fui dar uma volta.

http://www.polyvore.com/cgi/set?id=31350443&.locale=pt-br

Estava andando pela rua distraída, em uma mão meu cigarro e na outra o livro aberto na pagina vinte. Eu estava na pracinha em que tínhamos ido ontem, comecei a ouvir uma musica, o som era baixo mas dava pra perceber que quem estava cantando tinha uma voz linda, suave e tocava muito bem o violão, me aproximei e vi o Justin, ele cantava uma musica que eu não conhecia e estava tão entretido nas notas que nem percebeu minha presença. Ouvi ate o fim e quando ele apoiou o violão no banco aplaudi.

-Parabéns. –disse sorrindo enquanto aplaudia.

-Obrigado.

-Posso sentar com você?

-Claro. –ele tirou o violão e eu sentei ao seu lado. –o que estava lendo?

-Ah é... As Vilas Expressas de um Mentiroso. É muito bom.

-Nunca li, sobre o que fala?

-É a historia de um homem que fugiu da prisão e foi se esconder em uma cidade pequena do interior, quando uma criança pergunta de onde ele veio, como não podia dizer a verdade ele falou que vinha das Vilas Expressas.

-Só isso?

-Não, ai o garoto curioso fica perguntando coisas sobre esse lugar, ai o fugitivo descreve um lugar perfeito. No fim de tanto falar nessas Vilas Expressas e no quanto o lugar era maravilhoso ele acaba acreditando na própria mentira e passa o resto da vida procurando o lugar que ele mesmo inventou.

-Nossa!

-Éh.

-E como você sabe toda a historia se ainda esta na pagina. –ele pegou o livro da minha mão e deu uma olhada. -20?

-É que eu já tinha lido antes. –respondi rindo. –e você? Não sabia que tocava violão.

-Eu toco sim.

-E compõe também?

-Também. E você sabe tocar?

-Sei. –peguei o violão do colo dele e comecei a dedilhar algumas notas. Aos pouco o som de “Fico assim sem você” já escoava pelos meus ouvidos.

http://www.youtube.com/watch?v=RkxCFjzWtuk

(eu queria sem remix mais não consegui encontrar :( tá mais é a mesma musica só que sem o remix ok?)

-Que musica é essa? –ele me perguntou.

-É uma musica brasileira. –respondi parando de tocar.

-Não para! Tava lindo...

-Obrigada, mas... Não dá. –falei segurando o choro.

-Por quê?

-Porque essa musica... Justin ela me lembra a minha mãe. –não me contive e desabei em lagrimas.

-Ei! –ele me abraçou e sussurrou – calma!

-Eu só aprendi a tocar por causa dela... Quando eu era pequena antes de ela morrer, ela vivia cantando essa musica, era a predileta dela. E as vezes quando eu não conseguia dormir a noite ela cantava pra mim em um ritmo lento. –chorava cada vez mais.

-Calma...

-Eu só não entendo por que... Por que deus levou ela pra longe de mim. Ela era tudo o que eu tinha Jus.

-Você não teve culpa... E também, você ainda tem seu pai.

-Preferia ter morrido a ter que viver com aquele monstro!

-Não fala assim. –ele me envolveu em seus braços.

-O pior não é isso, o pior é que a cada dia eu esqueço mais ainda dela. Não consigo mais lembrar do cheiro, os traços do rosto dela ficam cada vez mais distantes na minha mente. E também a maneira como ela me abraçava. Com um carinho. Um carinho que eu nunca mais tive depois que ela se foi. –ele não conseguia dizer nada, só me abraçava cada vez mais forte, e uma “faixa de memórias” invadiu minha mente. A maneira como ele falava e de certa forma se preocupava comigo, ate o seu abraço... Me faziam lembrar dela. –obrigada – sussurrei.

-Pelo que?

-Por tudo isso. –falei ainda chorando.

-Tudo bem.

-Tá vendo esse colar em forma de coração?

-Sim.

-Eu nunca tiro, quando eu a vi pela ultima vez. Minha mãe colocou no meu pescoço e me fez prometer que nunca me esqueceria dela.

-Que bonito.

-Não Jus! Eu não consegui cumprir a promessa, a cada momento eu me esqueço mais da sua imagem. –mais uma onda de lagrimas veio e eu chorei de novo, agarrada com ele. –eu sinto falta dela... Sinto falta de sentir que alguém me ama no mundo.

-Eu... –ele ia dizer quando eu o interrompi.

-Olha o que eu sou hoje! Se ela me visse agora teria raiva de mim assim como eu mesma tenho. Eu me odeio! –falei chorando.

-Não posso te ouvir falar isso... Você não tem motivos pra se odiar e sua mãe... Bom, a única coisa que com certeza irritaria ela seria saber que você fuma.

-Nossa impressionante! Nem no meu momento deprê você para de criticar meu cigarro...

-É que desde que eu te conheci... Sei lá eu só, gosto de cuidar de você, eu me sinto bem quando faço isso e todas as vezes que eu te vejo fumando eu me sinto mal.

-Não se sinta, eu não tenho mais jeito.- falei olhando tristemente pro meu pé.

-Claro que tem... Você só precisa aceitar que alguém cuide de você.

-Eu não quero! Eu acho que se aceitar a Carol como uma mãe eu vou estar, sei lá de alguma forma traindo a minha.

-Quem é Carol?

-Minha madrasta. E também a Hanna, eu sinto o mesmo, posso ate gostar dela mais eu mesma não me permito ama-la, porque eu acho que já magoei demais a minha mãe quando esqueci dela. –falei voltando a chorar.

-Ei! O que eu tenho que fazer pra você parar de chorar?

-Me abraça? –pedi. Ele assentiu e me envolveu de novo em seus braços, afundei minha cabeça em seu ombro e fiquei chorando e sentindo seu perfume, seu abraço...

Chorei por horas pensando nela... Mariana era o nome da minha mãe. Ela era uma pessoa maravilhosa, era linda, inteligente, e sempre pensou no melhor pra mim e pro Fred. Meu pai sempre a tratou tão mal, a cada dia que passava ela ficava mais deprimida. Chorava dias e noites inteiras trancada no quarto. Mais mesmo nessa depressão terrível em que ela estava, minha mãe sempre esteve ao meu lado quando eu precisei dela. Sempre cuidou de mim...

-Onde aprendeu a tocar violão?  -ele perguntou assim que eu me acalmei um pouco.

-Eu aprendi sozinha, minha mãe sempre gostou muito do instrumento então quando eu comecei a esquece-la aprendi a tocar como uma forma de... Sei lá era só pra evitar a culpa mesmo...

-Eu também aprendi sozinho, mas é só porque eu gosto mesmo, não aprendi por ninguém.

-Eu não concordo com o que dizem sobre você.

-O que?

-Ah sei lá, todos me dizem que você é muito galinha, que não presta...

-Por que você não concorda?

-Eu devia concordar?

-Você ainda não me respondeu.

-Nem você.

-É, mas eu perguntei primeiro.

-Ai Justin!

-Vai me responde.

-Ah eu não concordo porque nunca te vi com uma garota.

-É que eu prefiro pegar longe de todo mundo.

-Então é verdade?

-O que?

-Que você é galinha?

-Ei! Eu não sou “galinha” – ele disse fazendo aspas com as mãos – eu só gosto de curtir a vida.

-Curtir? Fala sério. Eu conheço uma musica perfeita pra você.

-Qual?

-Se chama XXT, é brasileira também.

-XXT?

-É, vou traduzir pra você. –ri e comecei a falar a musica em inglês pra ele.

[...]

-Nossa! Gostei dessa musica! –Justin disse assim que eu terminei de cantar.

-Imaginei que você ia gostar. –falei rindo.

-Você canta muito bem. –ele disse tentando parecer serio mais do nada começou a rir.

-Tá eu sei que não sou a pessoa mais afinada do mundo mais também não sou tão ruim assim ne?

-Nadaaaa, só um pouquinho.

-Obrigada!

-Nunca ouviu falar de sarcasmo?

-Cala a boca Justin! –dei um tapa no braço dele enquanto ria. – por que você não gosta do Guy?

-O que?

-Não disfarça, eu sei que você não gosta dele.

-Ah não é que eu não gosto, é que ele fez uma coisa muito ruim comigo.

-Diga!

-Bom, foi mais ou menos assim. Um tempo atrás uma garota chamada Emily entrou na escola, ela era linda e eu na hora fiquei a fim dela, o problema é que não fui só eu que pensei assim.

-O Guy também?

-É ai depois eu pedi pra namorar com ela e a Emy aceitou, nossa ela era ótima, querida, inteligente, carinhosa, bonita, engraçada, ele... –ele ia falar quando eu o interrompi.

-Tá já entendi que ela era perfeita. –ele deu uma risadinha e continuou a falar.

-Ai um dia quando eu estava andando pela escola encontrei ela e o Guy se beijando no corredor.

-Ai! –falei imaginando a dor que ele sentiu.

-A única coisa que eu fiz foi ignorar, entrei pra dentro da escola e fui pro refeitório como todos os alunos e quando a Emy foi falar comigo eu agarrei a Melissa na frente dela.

-Coitada Jus!

-Eu sei, ela começou a chorar e dai ficou me perguntando o porque eu tinha feito aquilo, eu disse o que tinha visto e de repente o Guy levanta e grita no meio de todo mundo. “JB A CULPA NÃO FOI DELA, O BEIJO QUE EU DEI NA EMY FOI A FORÇA, DEPOIS QUANDO TUDO TERMINOU ELA AINDA ME DEU UM TAPA NO ROSTO.” A Emily não fez nada, só olhou dentro dos meu olhos e disse que me odiava.

-Uou!! E depois?

-Ah nada, ela saiu da escola e a gente nunca mais se viu...

-Caramba...

O resto da tarde passamos assim, abraçados, sentados no banco de uma praça conversando... Foi gostoso, conheci muito sobre ele e também falei muito sobre mim, já estava escuro quando ele recebeu uma ligação, o volume era tão alto que eu pude ouvir.

-Alo? –ele disse ao atender.

-Jus? Oi meu amor, por que você ainda não chegou? –perguntou Melissa do outro lado da linha.

-Ai Mel! Desculpa é que eu estava aqui conversando com a Kate e acabei esquecendo a hora.

-KATE? –ela berrou.

-É, eu vou levar ela pra casa então não vai dar pra gente sair hoje.

-Ah Jus, justo hoje? Eu passei o dia inteirinho no shopping e comprei uma lingerie novinha que você vai adorar...

-Ah sendo assim eu... Ta me espera ai em frente a sua casa. –revirei os olhos ao ouvir a frase.

-Ok, te espero meu gostoso. –ele riu e desligou o telefone.

- Ah Jus, justo hoje? Eu passei o dia inteirinho no shopping e comprei uma lingerie novinha que você vai adorar- falei imitando a voz da Melissa.

-Ah fala sério, é metidinha, mas é boa de cama.

-Ai Justin! Você é muito safado. –brinquei disfarçando a pontada de ciúmes.

-Eu não sou safado, só gosto de curtir a vida. –eu revirei os olhos. –vamos porque eu tenho que chegar rápido.

-Pode ir, eu prefiro ficar aqui.

-Mas... –eu o interrompi.

-Mas nada! Eu vou ficar aqui. Ligo pra Tefi e peço pra ela vir também.

-Certeza?

-Absoluta.

-Ok, vou indo então. –ele deu um beijo no meu rosto e foi andando ate seu carro.

Peguei meu telefone e liguei pra Tefi.

-Alo? –ela atendeu depois de muito tempo, estava ofegante.

-Tefi?

-Kate?

-Tá ocupada?

-Ocupada não mais... Olha não é uma boa hora agora.

-Anda Tefi. Desliga essa merda vem aqui gostosa. –ouvi a voz do Ryan ao fundo.

-Já entendi, use camisinha hein?

-Pode deixar. –ela disse rindo.

-Tchau amiga.

-Tchau. –ela desligou logo depois de gemer, eu ri.

Fiquei pensando no que fazer, não tinha mais nada pra falar a verdade, ai de repente no chão eu vi o violão do Justin, peguei e comecei a tocar.

Primeiro dedilhei algumas notas e depois comecei a tocar de verdade, lembrei de uma musica, é melhor toca-la com guitarra mais também da com violão. Foi impossível não pensar na minha mãe, parece que hoje tudo esta me lembrando ela.

http://www.youtube.com/watch?v=kCE2d33yMNA

Eu nunca tinha me aberto daquele jeito com ninguém, nunca tinha demonstrado que minha mãe fazia alguma falta pra mim, mais de alguma forma ele conseguiu mexer comigo, e essa musica que eu estava tocando me fazia lembrar da minha infância, a única “época” em que eu realmente consegui ser feliz...

Fiquei ate tarde ali tocando quando percebi que já estava escuro decidi voltar pra casa, claro que eu senti certo medo, praguejei mil vezes por não ter vindo de carro, não é que fosse longe, quer dizer, é longe mais isso não importa, o problema é que o caminho é meio perigoso...

Caminhei tranquila por varias ruas e estava indo muito bem, ate que quando eu estava passando por uma esquina onde tinham muitos adolescentes começaram a mexer comigo. Ignorei e caminhei mais rapidamente. No fim consegui chegar bem em casa. Minha tia não estava ali, vi que um botão do telefone estava piscando então apertei.

-Oi querida, tudo bem? Eu só estou deixando esse recado pra você saber que hoje vou chegar bem mais tarde em casa, deram alguns problemas aqui na imobiliária e eu vou ter que ficar. Boa noite Kate, tchau.

Depois disso não havia nenhum recado. Subi as escadas devagar e fui dormir. Só acordei de madrugada, olhei no relógio e eram 05:00am, meu corpo estava tremendo inteiro e a dor na minha cabeça já se tornava insuportável. Levantei devagar da cama e ai sim eu senti ela explodir, eu sabia exatamente o que estava causando isso: a falta do cigarro. Não posso ficar muito tempo sem fumar que isso acontece.

Caminhei ate minha bolsa e peguei uma carteira, acendi um e caminhei ate a janela pra abri-la, não queria que o cheiro ficasse pelo meu quarto. Abri a janela e pela primeira vez olhei a paisagem, ai percebi que se eu saísse dali daria pra ficar sentada no telhado. Caminhei devagar por cada telha e sentei em uma que me pareceu ser mais firme. Na rua ainda não havia movimento e o céu não tinha mais tantas estrelas, estava um azul forte porem mais ao fundo estava um rosa meio fraquinho.

Coisas me vieram a mente, sentimentos felizes e alguns tristes também. Claro que entre eles minha mãe tinha destaque, nunca senti tanto a falta dela como agora, queria poder ter ela comigo do meu lado, porque só deus sabe o que eu já passei e com certeza sem ela superar foi muito mais difícil.

Talvez eu exagere um pouco e sofra mais do que o necessário só que eu penso que cada um interpreta o que vive de uma maneira, e na minha interpretação minha vida é uma merda..


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Notas finais do capítulo

Desculpem a demora gente mais é difícil escrever drama... Enfim pelo menos eu postei ne... Prometo que vou escrever o proximo o mais rapido possivel mais eu quero reviews hein??? Mts Bjs Ju!



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