You Changed Everything... escrita por Conta Desativada


Capítulo 3
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

Boa Leitura!



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Pousamos no aeroporto às 21:40. Todos começaram a sair do avião menos eu, afundei meu corpo na poltrona e fechei os olhos por alguns minutos, minha vontade era poder esconder-me ali e não sair mais só que não era possível... Mandei uma mensagem pro Fred avisando que eu havia chego e finalmente me levantei. Peguei minha bagagem e depois fui ate a salinha onde era pra minha tia estar.

Olhei entre as pessoas ali mais parecia que ela não estava entre elas, ate que lá no fundo eu pude enxergar uma mulher morena, baixinha com um sorriso fraco nos lábios, ela segurava em suas mãos uma folha com meu nome escrito. Me aproximei e á cumprimentei.

-Oi, tudo bem?

-Katharine?

-Sim, você é minha tia não? Hanna?

-Claro. –ela respondeu sorrindo. –como você é linda.

-Obrigada. –disse com um sorriso triste no rosto e ela me abraçou.

-Vamos?

-Sim. –falei enquanto me separava do abraço.

-Nós moramos em um bairro um pouco afastado da escola onde você vai estudar então enquanto seu pai não depositar o dinheiro pra eu comprar seu carro você terá que ir de ônibus, pode ser? –ela perguntou assim que entramos no carro.

-Pode, mais eu tenho dinheiro e se você quiser posso comprar meu próprio carro.

-Não magina! Seu pai disse que compra.

-Tá...

-Olha eu sei que isso deve estar sendo muito estranho pra você mais eu prometo que tudo vai dar certo querida, eu quero muito que você se sinta bem.

-Eu sei...

-Acha que esta pronta pra voltar à escola?

-Sim...

-Eu não quero que aconteça o mesmo que aconteceu na sua antiga escola e também quero que você pare de fumar ok?

-Eu já parei e também prometo que não vai acontecer o mesmo.

-Ótimo.

O resto do caminho fiquei em silencio enquanto ouvia Hanna falar sobre minha nova vida. Meu nível de animação era 0, não sei direito o porquê mais toda vez que ela começava a falar sobre essa escola um arrepio me subia pelo corpo.

-Chegamos. –minha tia disse assim que estacionou o carro na garagem.

-É...

-Entra.

-Com licença. –disse entrando na sala.

-Pode subir com as suas coisas, esta com fome?

-Não.

-Então pode ir dormir, amanha você tem que levantar cedo.

-Tá.

Subi as escadas em silencio e fui entrando de cômodo em cômodo ate encontrar o que pareceu ser meu quarto, tirei minha roupa e deitei na cama de lingerie mesmo.

Minhas malas ficaram do mesmo jeito que vieram eu nem mexi nelas.

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Acordei com as batidas da minha tia na porta.

-ACORDEI.

-TÁ, SE TROQUE RAPIDO E DEPOIS DEÇA.

-OK.

Levantei e abri a porta do quarto, entrei no banheiro que ficava em frente à minha porta e peguei uma toalha limpa no armário, depois tomei uma ducha rapidamente e voltei ao quarto enrolada na toalha. Vesti uma coisa bem simples e depois fui me maquiar.

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Quando estava pronta desci as escadas pra encontrar minha tia.

-Bom dia querida!

-Bom dia tia. –falei sem animação.

-Aqui –ela colocou uma bandeja com um café da manha na minha frente –pode tomar seu café.

-Obrigada.

-Magina, seus materiais pra escola estão em cima da mesa da sala, depois pegue.

-Ok.

-Então eu vou indo. Ah espera! Você sabe onde fica o ponto de ônibus?

-Na verdade não.

-É aqui na esquina, tem uma plaquinha avisando que é lá. Acha que consegue encontrar?

-Acho.

-Bom então –ela me deu um beijo na bochecha- eu estou indo.

-Bom trabalho.

-BOA ESCOLA! –ela gritou já do lado de fora da casa.

Terminei meu café e subi as escadas de novo, escovei os dentes e depois fui ate a sala. Procurei meus matérias e quando achei sai de casa. Minha tia tinha o costume de deixar a chave da casa em baixo do tapete, tranquei a porta e fui caminhando lentamente ate a escola.

Nessas ultimas horas que eu passei com a Hanna eu não sei direito como explicar mais eu não me senti deprimida, claro que a tristeza não sumiu de repente mais ela é tão querida comigo... Talvez eu devesse tentar mudar, o problema é o medo que eu tenho. Porque enquanto eu sou rebelde todos se preocupam comigo, mais é eu virar uma santa pra esquecerem que eu existo.

Peguei um cigarro na bolsa e comecei a tragar ali no ponto de ônibus mesmo, minha maior vontade era me esconder entre os galhos de uma arvore e não sair nunca mais, morrer eu já não quero mais, só queria passar mais um tempo comigo mesma, talvez assim tudo fique mais fácil...

O ônibus chegou e o homem abriu a portinha. Fiquei parada por um tempo só encarando o chão quando o motorista me chamou.

-Moça você vai entrar?

-Vou.

-Então entra de uma vez caramba!

-Vai se fuder palhaço. –entrei no busão e mostrei o dedo do meio pro motorista que ficou me encarando sério, eu me sentei no ultimo banco, lá no fundão e fiquei escutando musica com meu IPod.

Demorou muito pra chegarmos então durante o caminho eu fiquei trocando mensagens com meu irmão. Perguntei do Felipe e conversei um pouco sobre a Hanna. No fim quando chegamos eu desci dali e fiquei sentada no meio fio envolta da calçada.

Tinham alunos por toda parte e quase todos me encaravam como se eu fosse de outro mundo, a verdade é que eu perto deles pareço mesmo ser de outro mundo, são todos branquinhos e a maior parte com os olhos azuis enquanto eu sou morena e bronzeada...

O sinal bateu, fumei mais um cigarro rapidamente e entrei. Caminhei pelos corredores em silencio enquanto era escarada por todos, isso estava me irritando muito.

-Katharine? –perguntou uma mulher vestindo um terninho preto.

-Sim, quem é você?

-Meu nome é Pattie, eu sou a diretora do colégio.

-Ah...

-Venha comigo querida.

-Tá. –á segui pelos corredores ate chegarmos à uma sala, na porta estava escrito “DIRETORA” entramos e ela foi logo se sentando na cadeira, eu permaneci parada.

-Sente.

-To bem assim.

-Tudo bem, primeiro eu gostaria de te dar as boas vindas.

-Obrigada.

-Por nada, bom Katharine eu também gostaria de alertar que fumar aqui dentro não é permitido, eu sei de tudo o que aconteceu com você e quero que saiba que pode contar comigo.

-Tá.

-Faltar aulas também não é permitido. Desrespeitar os professores menos ainda, porem quanto ao namoro, nos aqui não proibimos pois reconhecemos que essa é uma atividade natural de adolescentes.

-Legal.

-Todas as nossas regras estão escritas aqui. –ela me deu um livrinho pequeno – pode ficar com você, qualquer duvida me procure.

-Ok.

-Aqui nesta pasta, esta a senha e o numero do seu armário, um mapa da escola e também seus horários de aula. Alguma duvida?

-Sim.

-Diga.

-Quando você disse que fumar na escola não era permitido você incluiu o estacionamento e a calçada do lado de fora?

-Não, pode fumar lá se quiser. –ela respondeu triste.

-Valeu.

-Tem certeza que não quer parar com isso?

-Com o que?

-Cigarro, eu sei que não tenho nada a ver com a sua vida e também sei que não posso mandar nela, mais você não percebe que fumando esta acabando com a sua própria vida?

-Que vida professora? –perguntei rindo. Ela não respondeu, abaixou a cabeça e soltou um longo suspiro. –eu sei que você só esta querendo ajudar, mais para ok? Ninguém pode mudar o que eu sou e ninguém pode me fazer acreditar que algum dia eu vou ser feliz, porque eu sei que não vou.

-Como você sabe?

-Não sei como, só sei que não acredito no meu futuro e que também não ligo pra ele, se eu pudesse me mataria agora.

-Não fale isso menina!

-Eu falo sim, porque é a verdade. Eu já não tenho mais vontade de viver.

-Querida por favor não fale isso...

-Já disse pra você mais vou repetir, eu sei que esta tentando ajudar, mais pare.

-Como você quiser.

-Obrigada.

-Agora eu quero que vá pra sua aula, você vai entrar na metade mais tudo bem.

-Ok.

Levantei e sem dizer nada sai, quem ela pensa que é? Meu deus eu conheço a mulher à 30 minutos e ela vem querer me dar lição de vida? Fala sério!

Procurei minha aula e vi que era Física, fui ate sala 204 e já ia entrando na quando me lembrei do que aconteceu da ultima vez. Suspirei, revirei os olhos e bati na porta.

-Entre. –uma voz feminina ordenou. Entrei e fiquei parada olhando pra ela. –você é a aluna nova?

-Acho que sim.

-Katharine?

-É.

-Bom, venha ate aqui e se apresente.

-Ah eu não quero, mais obrigada.

-Venha, não é um pedido, é uma ordem. –como eu queria meter um soco bem no meio da cara dessa vadia, mais eu não podia, não queria causar problemas a minha tia. Dei um sorriso cínico e fui ate a frente da classe.

-Meu nome é Katharine Ambroks tenho 16 anos e me mudei pra cá ontem. –falei rapidamente, mais tão rápido que ninguém entendeu nada.

-Repita por favor.

-Você é surda? Eu já disse, não vou repetir porra nenhuma.

-Quer ser mandada pra diretoria?

-Pra falar bem a verdade eu quero, ai não vou ser obrigada a encarar essa sua cara de merda por 45 minutos.

-Olha o respeito!

-Você não me respeita e ainda quer ser respeitada?

-Sente e fique quieta. –eu sorri abertamente e me sentei no fundo da sala. –SENTE MAIS PRA FRENTE.

-Quero não, mais obrigada. –sorri de novo e peguei meus livros.

Não prestei atenção em nada, eu sempre fui assim, não preciso de escola só preciso dos livros, eu consigo ler alguma coisa e sem nunca ter ouvido falar antes entender, é uma habilidade que eu ganhei do meu pai, por isso ninguém nunca entendeu a minha facilidade de tirar boas notas sendo que eu nunca frequentava as aulas.

Tivemos física, depois ciências e por ultimo inglês, fala sério pra que eu preciso de aula de inglês? Fiquei desenhando a aula inteirinha. Nem me liguei no idiota do professor. Acontece que no nada meu celular começou a tocar, tem noção? Tava um silencio mortal na sala e de repente começa a tocar “On the floor”. Meu volume é absurdo então eu atendi rapidamente, não foi difícil achar meu IPhone dentro da bolça.

-Alo?

-Oi gata. –era o Fred.

-Se é idiota? Eu to no meio de uma aula palhaço!

-Nossa deu pra feqentar aulas agora?

frequentar analfabeto! E não me enche não, porra! –desliguei o telefone e comecei a rir, todos estavam me olhando com uma cara estranha. Ri mais ainda.

-Senhorita Ambroks não é? –perguntou o professor.

-Sim.

-Sabia que durante as aulas o seu celular tem que estar desligado?

-Não.

-Agora você sabe, desligue.

-Não, eu não quero.

-Desligue.

-Não, é surdo? Eu disse que não vou desligar. Qual é o problema? Se eu quiser eu desligo se não, NÃO!

-Você esta me desrespeitando.

-To nada! Você é que esta me mandando desligar o celular e eu que desrespeitei?

-Me obedeça e deligue.

-Eu ponho no silencioso. –comecei a mexer e coloquei o celular no silencioso, depois fiquei encarando o professor que estava vermelho.

-Você esta muito ousadinha pro meu gosto.

-E você esta muito vermelhinho pro meu– falei rindo.

-Do que você esta rindo?

-Da sua cara... –ri mais ainda.

-DIRETORIA!

-NÃO! –gritei de volta.

-Quer saber? Não vou mais me importar com você, na próxima aula teremos um teste surpresa e é ai que nos vamos ver quem é que vai rir.

-Não vai ter teste surpresa não. –falei.

-Vai sim.

-Não vai, você acabou de dizer que vai ter um teste na próxima aula, não vai ser mais surpresa.

-Não vou me dar ao trabalho de responder.

-Isso mesmo, faz um favor à humanidade já que a sua mãe fudeu com ela quando deu a luz à você.

-CHEGA! –ele gritou e eu percebi que estava pegando pesado demais.

-Desculpe. –sussurrei e comecei a chorar ali na sala, eu não me aguentava mais, segurei o choro por muito tempo, todos ficaram me olhando estranhamente enquanto o professor só me olhava com carinho.

-Você esta bem? –um garoto que estava sentado ao meu lado perguntou. Não respondi e levantei da cadeira, limpei as lagrimas e perguntei ao professor. –posso sair um pouco?

-Claro, vai tomar uma agua.

-Obrigada. –ainda chorando sai da sala e fui andando ate o banheiro. Uma coisa não saia da minha cabeça, o menino que perguntou se eu estava bem. Ele parecia tão preocupado, mais de verdade não era como as pessoas que fingem que se importam... Entrei no banheiro e lavei meu rosto, apoiei as duas mãos na pia e fiquei me encarando através do espelho com o rosto escorrendo. Fechei os olhos lentamente e fiquei chorando.

Depois do tempo que passei em silencio voltei a sala de aula. O professor já estava de saída assim como todos os outros alunos, era o intervalo. Ele andava tranquilamente mais quando me viu fez um sinal pra que eu me aproximasse.

-Desculpe professor. –falei de cabeça baixa.

-Tudo bem... Eu sei sobre tudo o que já aconteceu com você e não te culpo pela sua reação...

-Tá.

-Bom intervalo querida, eu só queria dizer que não fiquei bravo com você, claro que na hora eu fiquei meio irritado mais não se preocupe.

-Ok.

-Tchau fofa. –ele sorriu e saiu andando com seus livros na mão. Eu fui ate meu armário e comecei a guardar meus livros ali.

-Oi. –uma garota loira de olhos azuis disse ao se aproximar.

-Oi. –respondi fechando meu armário e começando a andar, a garota me acompanhou e começou a andar comigo.

-Qual seu nome?

-Katharine, mais pode me chamar de Kate.

-O meu é Stephanne, mais pode me chamar de Tefi, eu prefiro.

-Tá.

-Você quer passar o intervalo comigo?

-Pode ser. –sorri pra ela.

-Senta aqui? –ela disse enquanto se sentava em uma mesa.

-Ok. –sentei e comecei a olhar em volta, em uma mesa no centro eu o vi. O garoto que queria saber como eu estava, ele ria tranquilamente, estava no meio se varias garotas e mais três meninos. –quem é ele? –perguntei apontando.

-Quem?

-Ele. –apontei novamente, dessa vez um garoto que estava ao lado dele chamou sua atenção com uma cotovelada no braço, sussurrou alguma coisa e o menino rapidamente se virou pra me encarar, assim que ele viu que estava sendo observado por mim sorriu. Sorri de volta e depois virei o rosto.

-Justin Bieber. O capitão do time de basquete as escola.

-Hum, e aqueles garotos que estão do lado dele?

-Chis, Chaz, Ryan, Melissa, Daiana, Jenny e Sara. Os meninos são do time de basquete e elas são algumas das lideres de torcida. Sempre andam juntos.

-Legal. –respondi colocando na boca um sanduiche. –eles são legais?

-Na verdade, meu namorado é.

-Namorado?

-Eu namoro o Ryan. Mais ele não fica comigo só com os amigos dele. As vezes quando ele sai só com os meninos eu vou, ate quando ele sai com as lideres, só não vou quando a Melissa esta junto, aquela puta não presta!

-Por quê? Ela da em cima do Ryan?

-Não, ela gosta do Jus, o problema é que ela não me suporta então faz de tudo pra me afastar deles.

-Ela gosta do Justin? –perguntei sem disfarçar a pontada de tristeza que me deu.

-É, eles tem um lance entende?

-Namorados?

-Mais ou menos, eles ficam as vezes.

-Que pena...

-Por quê?

-Ah você disse que ela é uma puta, é uma pena que ele esteja com uma garota que não presta.

-E quem disse que ele presta?

-Como assim?

-O Justin é um monstro, galinha, safado! Eu não gosto dele.

-Mais ele é do tipo... Safado?

-Safado? Safado é pouco!

-Nossa!

-Pois é. Podemos parar de falar deles agora?

-Podemos.

-Então você mora com quem?

-Minha tia.

-Nome dela?

-Acho que você não conhece.

-Stratford é uma cidade pequena, com certeza eu conheço.

-Hanna.

-Sobrenome?

-Hanna Millan Ambroks.

-Conheço!

-Sério?

-Sim, ela é dona de uma empresa.

-Acho que não.

-É sim, uma empresa pequena, ela é corretora.

-Isso!

-Então, ela é dona de uma imobiliária. Eu sei quem é.

-Legal. E você?

-Meu pai é advogado e minha mãe trabalha na imobiliária da sua tia.

-Nossa! Que coincidência...

-É. –ela disse rindo – eu moro com meus pais e meu irmão.

-Irmão?

-É, o nome dele é Guy ele faz parte do time de basquete. Quer conhecer?

-Depois.

-Tá. Kate eu acho melhor a gente ir, o sinal já vai bater.

-Pode ir indo, eu vou fumar um cigarro e depois te encontro.

-Você fuma?

-Fumo.

-Uau, pensei que aquilo lá na classe fosse só uma capa de rebelde.

-Eu não sou rebelde, só sou viciada. Vou indo!

Não ouvi o que ela respondeu, sai andando e cheguei na calçada do lado de fora. Peguei um cigarro na bolsa e fiquei fumando lá fora. Gostei da Tefi, ela é muito querida, fofa... Só achei muito santinha mais tudo bem. Terminei meu cigarro e entrei na escola, encontrei minha amiga conversando com o Ryan, eles estavam na porta da sala.

-Oi Tefi.

-Kate! Olha esse é o Ryan.

-Oi. –ele disse sorrindo.

-Oi.

-Amiga, o Ry estava me convidando pra ir à uma praça mais tarde, vamos?

-Acho que ele quer ficar um tempo com você.

-Que nada! Toda a galera vai.

-É Kate, a Melissa vai. –ela disse me olhando com cara de suplica, acho que ela não queria ir sozinha com a Melissa nessa praça.

-Tudo bem eu vou. –falei rindo.

-Então encontro vocês lá gatas. –Ryan disse antes de dar um amasso na Tefi à minha frente. Eles se despediram e o Ryan foi embora.

-Obrigada, sabia que você ia entender o recado. –Tefi disse assim que ele se afastou.

-Pois é.

-Vamos entrar na sala?

-Vamos. –sorri fraco e à acompanhei.

As aulas se arrastaram muito, depois me despedi da Tefi e fui pra casa a pé, eu tinha aprendido o caminho enquanto vinha pra escola de manha. Hanna não estava em casa. Subi e fiquei fazendo minha lição de casa. Coloquei algumas fotos minhas no meu mural, depois fiquei deitada na cama, acabei dormindo. Acordei com o telefone da casa tocando.

-Alo?

-Oi Kate.

-Tefi? Como você conseguiu meu telefone?

-Esqueceu que minha mãe trabalha com a sua tia?

-Ah é... Por que me ligou?

-Esqueceu da praça?

-Não, que horas?

-Agora de preferencia.

-Mais eu ainda não estou pronta!

-Eu sim. Me passa seu endereço que eu e o Ryan vamos ate ai, enquanto isso você se troca.

-Tá. – passei meu endereço pra ela e assim que desliguei subi pra me trocar.

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Me maquiei e depois desci pra espera-la no jardim de casa, liguei pra minha tia que me deixou ir.

-Kate entra ai! –Tefi disse assim que o Ryan tinha estacionado o carro.

-Oi. –falei quando entrei.

-Oi. –me cumprimentaram.

O resto do caminho foi silencioso e quando eu sai do quarto estava morrendo de vontade de fumar. Todos já estavam ali, menos a Jenny e a Sara.

Desci do carro devagar e fiquei encostada nele. Peguei um cigarro enquanto eles conversavam e comecei a tragar ali.

-Você fuma? –Ryan me perguntou.

-Fuma. –Tefi respondeu pra mim.

-Eu acho que não sou surda e muito menos muda, posso responder por mim mesma.

-Desculpe.

-Ta. –continuei em silencio enquanto eles conversavam, eu não estava entendendo o que estávamos fazendo ali.

-O que você acha Kate? –Tefi perguntou.

-Sobre?

-Quer jogar verdade ou desafio?

-Claro. –sorri e joguei a “bituca” fora.

Sentamos no chão um ao lado do outro e no meio colocaram uma vareta, Chris girou e caiu assim:

Ryan e Chris.

-Verdade ou desafio?

-Desafio. –Chris respondeu confiante.

-Te desafio a comer mato. –começamos a rir, que desafio idiota!

-Beleza. –Chris pegou um pouco de grama e botou na boca e enquanto todos riam eu fazia uma cara de nojo. –por que você ta com essa cara de nojo? É só grama.

-É, mais imagine o que já passou por cima dessa grama, sapos, ratos, e imagine se um cachorro já fez xixi ai, ou ate mesmo aquela outra coisa...

-ECAAAA! –todos gritaram enquanto o Chris tentava cuspir o que tinha engolido.

Justin e Melissa.

-Verdade ou desafio?

-Desafio Jus! –ela respondeu com aquela cara de enjoada, pra não dizer cara de bosta.

-Te desafio a dar um beijo no Chris, depois dele ter comido grama.

-Ai Jus o Chris não! Posso te beijar?

-Não, desafio é esse, se quiser eu te dou o mico.

-Qual é?

-Amanha você vai vestida de banana pra escola.

-Não! ai Chris vem cá. –ela agarrou ele pela camisa e beijou. Todos deram gritinhos menos eu.

O jogo continuou normalmente, uma coisa que me irritava era que o tempo todo o Justin ficava me olhando e a Melissa ficava me dando indiretas e patadas.

Ryan e Kate. –fudeu!

-Verdade ou desafio linda?

-Verdade. –respondi rindo.

-Tá então – ele ia falar quando o Justin sussurrou algo em seu ouvido – Você namora?

-Não. –respondi rindo.

-Legal. –ouvi o Justin sussurrar. Fiquei na minha, o que ele quis dizer com legal?

O jogo foi divertido, na verdade a tarde foi divertida, os meninos eram uma graça e a Melissa... Bom ela conseguia ser legal quando queria. A Daiana ficou quieta quase todo o tempo, ela parecia uma seguidora da Mel (era como a Melissa queria ser chamada).

Quando já estava escurecendo fomos à uma lanchonete, sentamos em uma mesa e eu pedi um sanduiche, Mel e a Dai pediram saladas e a Tefi comeu uma torta. Estávamos em um papo super animado quando um garoto chegou.

-Oi gente! –ele disse se aproximando.

-Guy! –gritaram todos na mesa, menos o Justin, ele revirou os olhos e ficou com uma cara de irritado.

-Nossa que gata é essa? –o recém chegado perguntou.

-Essa é a Kate. –Tefi me apresentou.

-Prazer linda!

-Prazer. –falei rindo. Dei espaço e ele se sentou ao meu lado. Durante o “jantar” ele ficava me olhando, me deu algumas cantadas, acho que o Guy ficou a fim de mim...

Na hora de ir embora foi uma discussão do caramba:

-Eu vou com o Jus! –Melissa.

-Eu também. –Dai.

-Eu e o Ry vamos juntos. –Tefi.

-Eu posso ir com vocês? –Guy.

-Mais se ele for não vai ter espaço pra Kate. –Ryan.

-Como não? –Chaz.

-Hum, vai você, o Chris, a Tefi, eu e o Guy! –Ryan.

-Não tem problema, eu levo ela. –Justin.

-Magina gente, eu vou andando.

-Não Kate, eu te levo. –Justin.

-Não Justin, você já vai me levar e levar a Dai, não tem espaço pra ela. –Melissa.

-Não eu... –ia dizer quando fui interrompida.

-Tem espaço. –Justin.

-Então esta bem. –Tefi decidiu.

Nos despedimos e eu fui fumar um cigarro, estava na minha pensando. Sentada em um banco de uma arvore quando o Justin se aproximou.

-Oi.

-Oi. –respondi sem interesse.

-Por que você faz isso?

-Por que eu fumo? –ele assentiu – porque eu gosto, eu me sinto melhor assim.

-Sabia que desse jeito você esta se matando?

-Como se eu não quisesse morrer. –falei enquanto jogava o final do meu cigarro no chão. Ele pegou e foi ate o lixo. Eu ri.

-Por que quer morrer?

-Jura que quer saber?

-Sim.

-Por que isso importa pra você?

-Não sei eu só... Fiquei com pena.

-De mim?

-Não, de uma garota tão linda e tão especial como você querer se matar com 16 anos.

-Eu não tenho nada de linda, e muito menos  de especial.

-É ai que você se engana Kate, essa sua capa, sua personagem não funciona comigo.

-Do que você esta falando?

-Você sabe do que eu estou falando. Você não é assim.

-Não é questão de ser, é questão de ter que ser. Não posso ser uma pessoa fraca, não posso demostrar fraqueza.

-As pessoas fracas são aquelas que choram em silencio e que não sabem pedir ajuda.

-Então eu sou uma. –falei sorrindo fraco.

-E não quer mudar?

-Não. –respondi tristemente.

-Então pelo menos aceite ser cuidada.

-O que?

-Minha mãe, ela é a Pattie, diretora do colégio.

-Legal. –ele sentou ao meu lado.

-Ela me contou sobre você, sobre tudo.

-Tudo?

-Bom, sobre sua tentativa de suicídio, sobre sua mãe, seu pai... Sinto muito.

-Fala sério, como se você se importasse.

-Eu me importo.

-Ninguém se importa. –respondi firme. Ele ficou em silencio por alguns minutos.

-Você pode não ser forte, mais é muito corajosa.

-Como assim?

-A maneira como você enfrentou o professor hoje.

-Foi burrice!

-Foi uma demonstração do tamanho da sua coragem.

-Que nada. –falei rindo.

-Eu achei legal.

-Eu não. Na hora eu não medi minhas palavras, podia ter magoado ele. –ele riu.

-Viu como você é especial?

-Hum?

-Mesmo o professor tendo falado tudo aquilo pra você, você ainda se preocupou em não magoa-lo.

-Por que esta falando isso pra mim?

-Eu já disse.

-Já?

-Sim, eu disse que você era linda e especial, por isso.

-Obrigada.

-JUS VAMOS? O QUE VOCÊ ESTA FAZENDO COM ELA? –Melissa gritou, assim que ela me viu ao lado dele ficou vermelha.

-NADA! –ele gritou de volta, levantou e estendeu a mão. –Vamos?

-Sim. –sorri e entreguei minha mão a ele.

-Sabia que seu sorriso é lindo? –disse tentando me dar uma cantada, que não funcionou.

-Não funcionou.

-Pelo menos eu tentei. –ele deu de ombros e abriu a porta do carro pra mim. Quando eu ia entrar a Mel passou por mim e sentou no banco.

-Senta lá trás Kate.

-Melissa eu... –Justin ia falar mais eu o interrompi.

-Deixa pra lá, eu sento atrás. –Melissa sorriu e eu entrei no banco traseiro ao lado da Dai.


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Notas finais do capítulo

Reviews por favoor! Amei todos os que me mandaram nunca recebi tantos comentarios em tao pouco tempo, to explodindo de felicidade!!! Olha eu estou tentando escrever o mais rapido possivel mais alem do meu pai ser muito chato e nao me deixar ficar o dia todo no computador eu tenho aula durante a semana. Enfim, amei todos os reviews e implooro que continuem mandando... Se nao estiver boa a historia por favor me digaam, podem comentar só com um "amei" ou um "odiei" por mim tuudo bem... Muitos beijos Ju!