A assassina Iii - Doce Vingança escrita por GabrielleBriant


Capítulo 27
Vingança I: O Verme




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CAPITULO XXVII. VINGANÇA I: O VERME

- Eu não esperava lhe ver tão cedo, Senhora Lair.

Amélia deu um meio sorriso enquanto entrava na sala de Rufo Scrimgeour. Ministros da Magia não parecia nem um pouco feliz com a visita.

- Snape – ela corrigiu. – E eu aguardo esse encontro há muito tempo, Scrimgeour.

Sem esperar ser convidada, ela sentou-se na cadeira de frente ao gabinete do ministro. Pela expressão presente nos olhos do homem, ele sabia bem que aquela visita provavelmente lhe traria problemas.

- E sobre o que você quer falar comigo? Segundo a minha secretária, você quase se forçou em minha agenda.

Amélia suspirou.

- O quanto você me estima, Rufo?

Ele cerrou os olhos.

- Não mais do que a moral me obriga. Você foi a minha superior e me ensinou muitas coisas, no passado.

- Sem as quais você não teria ganhado essa guerra?

Ele pigarreou, contorcendo-se desconfortavelmente na cadeira.

- O que você quer?

- A sua ajuda. Eu ajudei na sua formação, e nunca lhe cobrei nada. Eu nunca lhe pedi para me tirar da prisão, mesmo sabendo que você provavelmente o faria, de contragosto. Mas, agora, eu preciso de você.

- Para...?

Suspirou.

- Eu quero que você feche os olhos para três assassinatos.

O homem arregalou os olhos e engasgou-se de susto.

- Você tem noção do que está me pedindo?

- Tenho, sim. Você se lembra quando eu disse no meu julgamento que não sabia quem tinha matado meu filho? – Ele assentiu. – Pois bem, eu menti. Auxiliado por Pedro Pettigrew, Frederick Schwartz seqüestrou os meus dois filhos e tentou me matar. Elizabeth Thompson me espionou e foi da varinha dela que saiu a maldição mortal que acabou com a vida de Edward.

O homem baixou os olhos.

- E você vai matar os três?

Ela ergueu uma sobrancenha, olhando-o enigmaticamente.

- E todos aqueles que tentarem me impedir.

Ele assentiu.

- É um motivo justo... Eu vou tentar afrouxar as investigações, mas faça parecer acidentes. Não use magia negra para matar, ou os aurores sentirão. Nós não estamos mais caçando magia negra, mas se entrarmos numa cena do crime em que você tenha usado crucio, por exemplo, nós sentiremos, você sabe disso! Na cena do crime, a única magia imperdoável que você pode usar é império. Prefira o uso de poções que não possam ser rastreadas. De resto, eu prometo que as investigações serão fracas.

- Muito bem. Eu vou precisar entrar com dementadores em Azkaban para matar Pettigrew.

Ele crispou os lábios e bufou, olhando ao seu redor, certificando-se que ninguém ouvia aquela conversa.

- No fim da tarde os presos vão para o pátio da prisão e todos os guardas saem da fortaleza para vigiá-los. Vou providenciar uma falha de segurança. Estamos trocando o tratamento, já que ninguém mais se lembra da guerra. Vai ser bem justificável. Você vai ter quinze minutos para entrar com o seu dementador pelos fundos da propriedade. Será quando o guarda do turno da manhã sairá para dar lugar ao noturno. Entre 5 da tarde e 5 e 15 você vai entrar, matar e sair. Se você for pega, vai ser presa.

- Quando?

- Quinta feira.

Amélia sorriu, levantando-se e estendendo a mão para o ministro – e desistindo assim que percebeu que ele não a aceitaria.

- Eu agradeço. Vou fazer tudo para não ser pega em nenhum dos meus crimes. No mais, quero lhe avisar que, caso você se arrependa, cederei à justiça e à imprensa o trecho de minha memória onde você aceita meus crimes. Obrigado.

XxXxXxX

Os dias que sucederam à inestimável conversa com o ministro foram de pura preparação.

Severo ainda não estava muito feliz com a idéia de ver a sua mulher entrar em Azkaban novamente... O período que os dois passaram presos foi um inferno, e ele não queria que a mera lembrança pudesse ser aflorada na memória dela.

Mas, por mais que ele argumentasse que haviam outras maneiras de fazer a vingança, Amélia não aceitou – nada tirava da sua cabeça o que tinha que fazer.

O maior medo de Pettigrew era dos dementadores. Amélia sabia bem disso, pois, no dia em que foi condenado, Pedro disse que não tinha medo de Azkaban simplesmente porque as criaturas não mais o ocupavam.

Dessa forma, seria com isso que Amélia castigá-lo-ia.

Mas, para tanto ela precisava de um dementador... e eles não eram criaturas muito suscetíveis á diálogos.

XxXxXxX

A tarde da quinta-feira era escurecida por uma densa névoa fria que flutuava no chão... Especialmente onde ela estava.

É do conhecimento público que Azkaban fica num rochedo no meio do mar... Mas, para que a histeria nos presos seja evitava, são poucos – e geralmente apenas as pessoas ligadas ao Ministério – que sabem que, bem próximo de lá, há um outro rochedo que serve de abrigo – para não dizer exílio – para os dementadores, seres excluídos da sociedade desde sua servidão ao Lorde das Trevas na segunda guerra.

E era para lá que eles voavam. Cortando o céu em vassouras rápidas.

Trajando uma espessa capa negra, Amélia apressava-se para a ilha na qual poucos seres humanos tiveram audácia de pisar, seguida imediatamente pelo seu marido, que, desajeitado, tentava acompanhar o seu ritmo.

O vento cortava os seus rostos e as pontas dos dedos pareciam querer congelar... e tudo ia ficando mais frio a medida em que o enorme rochedo aproximava-se.

A ponta da vassoura inclinou-se e eles começaram a perder altitude.

Aos poucos, as lembranças mais tristes começavam a povoar a mente dos dois, e foi necessário grande esforço para, finalmente, pousarem e caminharem por aquela ilha.

Snape aproximou-se dela, segurando a sua mão, enquanto dezenas de criaturas encapuzadas esguelhavam-se para perto, fazendo-os respirar pesado e sentirem-se particularmente aterrorizados pelos seus fantasmas.

- Eu quero falar com o líder de vocês.

Alguns se afastaram, abrindo espaço para que um dementador ligeiramente mais curvado se aproximasse – o peso no coração dos dois tornou-se quase insuportável.

O dementador, muito próximo do casal, fez uma leve reverência.

Snape disse, em tom áspero:

- O ministro sabe que estamos aqui. Esse lugar vai ser queimado se algo nos acontecer.

Mais uma vez, o dementado reverenciou.

Amélia falou:

- Queremos que você nos acompanhe. Queremos que você beije uma pessoa.

XxXxXxX

E, finalmente, a hora chegou. A primeira das três vinganças estava para começar...

Nos fundos da prisão, esperavam dar a hora certa. Tudo tinha que ser perfeitamente calculado, ou acabariam presos antes mesmo do fim da matança.

Amélia olhou mais uma vez para o relógio. Apenas alguns segundos.

Dentro da prisão, um homem gordo de ralos cabelos loiros olhava para o grande relógio pendurado na parede oposta à que ele se encontrava, esperando também que os segundos se passassem rápido.

Ele tirou os pés do gabinete, dobrou o jornal que estava lendo e depositou-o na mesa – o pobre coitado que assumiria o turno da noite precisaria de alguma distração.

Suspirou e se levantou.

Apenas um segundo depois, portões de ferro abriram-se, fazendo barulho ensurdecedor.

O homem resmungou alguma coisa, pegou a xícara cheia de café frio e se encaminhou para fora da prisão, assobiando feliz.

Do lado, Amélia virou-se para Severo.

- Espere aqui. Vigie a entrada.

Snape crispou os lábios imediatamente.

- Não há chance alguma de eu deixar você entrar nessa prisão sozinha. Se quiser ir, me levará junto.

- Severo, essa vingança é minha. Só minha. Eu preciso que alguém cuide para que tudo dê certo, e foi para isso que eu trouxe você. Mas eu quero matar Pettigrew sozinha.

Ele quis argumentar, isso era obvio. Então, antes que ele pudesse verbalizar qualquer outra coisa, Amélia colocou um fim na discussão:

- Nós temos pouco tempo. Por favor.

Ele assentiu, contrariado, enquanto Amélia se encaminhava, seguida do nefasto acompanhamento do dementador, pelas celas frias que ela bem conhecia.

As celas estavam vazias. Justamente como o ministro a prometera, os presos estavam praticando algum exercício físico no pátio da prisão, bem longe dali... Apenas um preso estava dentre aquelas paredes frias...

Com um sorriso tomando-lhe os lábios, Amélia caminhou até a cela no fim do corredor, onde uma voz esganiçada que deveria ser masculina resmungava da vida.

Detenção! Como se eu não já estivesse detento... Eu não fiz nada, dessa vez! Não que eu seja muito fã dos exercícios, mas qualquer oportunidade de passar um tempo fora daqui já é ótima...

Amélia parou na frente da cela e olhou para o resto de homem que travava uma interessantíssima discussão consigo mesmo. Mais uma vez, o sorriso sádico tomou-lhe os lábios.

Ela disse, com a voz macia.

- Visita para você, Pettigrew.

Ele virou para encará-la. Os seus olhos, primeiramente, expressaram certa alegria... mas, ao desviar-se para o dementador, um terror inominável tomou-lhe conta e ele pareceu perder as palavras. Balbuciava coisas sem sentido, enquanto Amélia, com um simples feitiço, afastou as grades e entrou na cela, para que pudesse ter uma conversinha em particular com o cúmplice do assassinato do seu filho.

- Eu passei muito tempo pensando na melhor forma de lhe matar... Sabe, eu até tinha decidido por um Avada, mas, nas lições de Dumbledore, não sei se você se lembra dos nossos tempo de escola, a morte não e o pior dos destinos. Foi então que eu descobri a sua aversão pelos meus amigos, os dementadores. E, assim, decidi: Eu não vou lhe matar; vou sugar-lhe a alma.

E o verme já apresentava lágrimas nos olhos – ela contatou com satisfação. Ele gaguejava coisas tão incompreensíveis que, por um momento, Amélia imaginou se a reclusão já o tinha deixado louco... Mas esse pensamento logo deixou a sua mente quando ele disse em soluços – porém suficientemente articulado:

- Por favor! Eu não fiz nada! Nada! Eu só cumpri ordens! Juro! Eu não queria! Disse que era muito cruel mata uma criança, mas eles não aceitaram! Eu tentei defender ele!

Amélia crispou os lábios, não se sentindo nem um pouco consolada por essa conversa.

- Você estava lá, Pettigrew. Não tente mudar a situação agora. Você esteve presente e levou o meu filho de mim. Agora a sua alma será sugada, e ninguém vai nem perceber a diferença.

Amélia olhou para o dementador e balançou a cabeça, sinalizando que ele podia executar a sua tarefa. A criatura se aproximou de Rabicho e começou a sugar-lhe a alma. Os gritos eram abafados pela boca disforme da criatura e, lentamente, foram morrendo. Aquilo devia ser um processo doloroso...

Ao se afastar, o frio no lugar estava bem menor – o dementador estava satisfeito. Pettigrew, agora, sentava-se no chão, não focalizava nada e cantarolava alguma coisa. Um corpo sem alma.

Não que ele tivesse perdido muito coisa, naturalmente.

Olhando-o com desprezo, Amélia esperou um tempo, na esperança que a dor no seu coração se aquietasse um pouco... Mas não. Ela ainda estava igualmente ferida.

Abrindo novamente a cela, ela ordenou.

- Vamos.

E foi seguida pelo dementador até os fundos da prisão, onde Severo a esperava.

- Então?

Ela tentou sorrir.

- Morto.

Snape emitiu um ruído satisfeito.

Saindo da ilha, onde o primeiro plano se executara com sucesso, ele perguntou:

- Schwartz é o próximo, eu suponho?

- Seria. Mas ele ainda não está em condições de ser morto... O plano que tenho para ele ainda não pode ser executado. Viajaremos para a França. Vou matar logo Elizabeth.

XxXxXxX


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