A assassina Iii - Doce Vingança escrita por GabrielleBriant


Capítulo 20
Sobreviventes... Por Quanto Tempo?




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CAPÍTULO XX. SOBREVIVENTES... POR QUANTO TEMPO?

Descansar... Era tudo no que eles podiam pensar, assim que chegaram àquela cabana. Tomaram banho, medicaram-se, alimentaram-se... E, finalmente, a cama era o que os aguardava.

- Eu vou para o meu quarto.

Amélia disse, levantando-se.

Com a voz ligeiramente afetada, Snape retrucou:

- Por que não vamos para o meu?

Quais seriam as implicações daquilo? Não importava. Tudo que já tinha sido dito entre os dois naquele castelo não podia ser mudado, e ela, agora, não tinha mais espaço para fugir do maldito sentimento que tanto condenava.

De repente, Amélia pensou nos anos perdidos. Nos doze anos perdidos. Ou ainda mais: se ela contasse o tempo em que passou no exército ao invés de ter continuado na Inglaterra, ao lado dele, quinze anos.

Era tempo demais. Tempo em que ela poderia ter ficado ao lado dele, sendo feliz... Tempo jogado fora. E ela simplesmente não podia mais desperdiçar um minuto sequer... Não depois de tudo que fora dito.

Nada importava mais.

A mulher impulsiva de outrora tinha retornado, e tudo que ela queria naquele momento era ficar ao lado do homem que sempre amou e sempre amaria.

- Vamos.

O caminho para o quarto foi silencioso.

A cama...

Os dois se deitando novamente, juntos, apenas para dormir.

Os braços de Amélia logo encontraram o abraço de Severo, e a sua cabeça pôde deitar preguiçosa em seu peito.

Apenas as batidas do coração dele e o silêncio.

Aquele movimento de vai e vem da respiração do amado... há quanto tempo ela não ficava assim, apenas sentindo a felicidade de estar ao lado dele?

E a visão da Marca Negra em carne-viva.

- Você-Sabe-Quem vai perceber isso, não vai?

Ele fechou os olhos.

Cansado, temeroso... Agora ele finalmente tinha um motivo pra ficar vivo.

Lentamente, ele suspirou. Não era homem de demonstrar o que sentia, e não era agora que ia começar a fazê-lo.

Com o rosto completamente inexpressivo, disse.

- Provavelmente.

- Então... você não vai mais voltar lá, certo?

- Errado.

Amélia respirou fundo, sentindo uma leve pontada em seu coração.

- Isso, Severo, seria a sua confissão de culpa.

- Não comparecer mais aos encontros também. Eu preciso ir e continuar com o meu trabalho até quando...

- Você morrer?

- Sim.

Ela sentiu os olhos queimarem mais uma vez.

Tentou bravamente para segurar as lágrimas, enquanto se apertava mais contra o corpo de Snape.

- Eu não posso ver você morrer. Por favor.

Ele se certificou de que Amélia não estava olhando para o seu rosto... e então, apertou os olhos, numa expressão de pura dor.

- Eu vou fazer o meu possível.

- Sobreviva... por favor, sobreviva.

Ele sentiu a primeira lágrima quente molhar o seu peito.

- Se eu sobreviver, você vai se casar comigo?

- Assim que essa maldita guerra acabar.

- Então... eu vou sobreviver.

- Eu amo você.

Mas nenhuma palavra foi dita pelo resto daquele dia em que os corpos exaustos quiseram apenas descansar.

XxXxXxX

O resto do domingo foi, de fato, como uma lua de mel para o casal de antigos amantes... A felicidade reinava imponente...

O casal tinha certeza de que esta alegria seria temporária, mas jamais poderiam imaginar que ela acabaria tão rapidamente... Jamais poderiam imaginar os eventos funestos que aquele fim de semana provocaria.

Distante daquela pequena floresta em Gales, quatro pessoas faziam uma pequena e sombria reunião.

Lorde Voldemort sentava-se no centro da sala suja e empoeirada, numa espécie de trono. Ao seu lado, de pé, as duas irmãs Black, Bellatrix e Narcissa, enfeitavam o local com a sua beleza.

Na frente dos três estava um Comensal...

Frederick Schwartz.

O Comensal da Morte estava ligeiramente ofegante. A barra das suas vestes negras estava suja de lama molhada, que formava uma poça suja ao seu redor.

- Schwartz – o Lorde cumprimentou.

O homem fez uma longa reverência e, finalmente disse:

- Eu segui Snape e Lair, como o senhor ordenou.

O rosto deformado de Voldemort contraiu-se numa expressão furiosa.

- Eu acredito que o fim de semana dos dois ainda não tenha terminado, Schwartz. Se eu não me engano, eu dei ordens claras para você vigiar os dois até eles estarem de volta.

- Eu sei! E estou disposto a voltar para lá, se ainda for preciso! Mas uma coisa muito sinistra aconteceu!

As feições do mestre imediatamente se formaram interessadas, enquanto as duas belas mulheres apuravam os ouvidos para não perder sequer uma palavra.

Schwartz suspirou e, finalmente, começou.

- Eles quase morreram. Eu não sei o que eles queriam, mas invadiram o castelo de Ravenclaw! E, sinceramente, invadir uma propriedade é um programa de lua de mel bem estranho!

Voldemort estreitou os olhos.

- O castelo de Rowena? Eles saíram vivos? Levavam alguma coisa?

- Eles saíram vivos, sim. Mas não carregavam nada.

- Como saíram?

- Pulando de uma torre que estava se destruindo... pulando num campo de rosas venenosas.

Ele assentiu.

- Sim, eu sei o que eles faziam lá. Conte-me tudo que viu, Frederick.

XxXxXxX

Depois daquele longo e apaixonante domingo, nem a Floresta Proibida parecia potencialmente perigosa... Tudo era um imenso arco-íris para os amantes.

Amélia virou-se para encarar Snape.

- Obrigado por me trazer até aqui.

- Eu não deixaria você andar por essa floresta sozinha. Aliás, não quero você ou os meus filhos por aqui.

Ela deu um meio sorriso, debochando.

- Você nem os conhecem e já está dizendo que são seus, é?

- Essa aliança – ele tocou a aliança que Amélia vestia – prova que os meninos e você são meus. Então seja uma boa menina e obedeça.

- Belo exemplo de marido... já estou até reconsiderando o “eu aceito”.

E, entre os risos abafados do casal, um beijo apaixonado foi trocado, antes da inevitável despedida.

- É melhor eu ir. Vou contar ainda hoje a Phill e Ed quem é o pai deles.

Ele sorriu e a beijou mais uma vez.

- Vá. Mas, na sexta, nos encontramos de novo.

- Certo.

E, lentamente, Amélia começou a caminhar.

O seu olhar sonhador passeando pelas árvores e ignorando o som da aparatação de Severo.

Como a sexta demoraria a chegar...

XxXxXxX

Enquanto Amélia caminhava para o castelo de Hogwarts, Snape chegava ao seu esconderijo.

A felicidade ainda corava as suas faces e um sorriso abobalhado o deformava, quando percebeu uma figura estranha em sua sala.

Recostada à parede lisa do quarto escuro estava a bela figura de Narcissa Malfoy. Surpreso, exclamou.

- Cissy!

Os olhos azuis o miravam com tristeza.

- Fuja!

- O que?

- Eu não sei o que tinha no tal castelo de Rowena, mas a sua ida até lá irritou muito o Lorde! E ele sabe que você trabalha para o outro lado... Para o lado da... luz!

Como o Lorde sabia...? Snape fechou seus olhos, vendo um abismo se abrir entre ele e a felicidade que quase alcançara. Esperava por aquilo... Mas não tão depressa.

- Narcissa...

- Eu estou decepcionada, Severo! Nunca pensei que você pudesse ser um espião! E devia deixar você morrer por isso... Mas tenho que pagar o favor que você me fez quando salvou Draco. Fuja! Deixe tudo e fuja!

- Mas a Amélia...

Narcissa suspirou, desviando o olhar.

- Ela vai morrer.

E, pela primeira vez em muito tempo, um medo quase irracional o acometeu. Não poderia deixar que Amélia morresse... Ela não!

- Não! Eu não vou permitir!

Ela voltou a olhá-lo, com lágrimas enchendo seus olhos. Aproximou-se, agarrando o colarinho dele.

- E o que você, só um homem, pode fazer contra o Lorde das Trevas! Severo, você vai se matar! E eu amo você, e não posso perder você!

- Cissy...

- Eu o farei esquecer dela! Eu cuidarei dos filhos de vocês como se fosse a mãe verdadeira! Fuja! Sobreviva! E, quando tudo acabar eu conseguirei que o lorde perdoe você! E nós ficaremos juntos! – Encostou o rosto no peito dele, tentando a todo custo controlar o choro. – Por favor!

Ele a afastou. Muito sério, exigiu:

- Ele vai fazer alguma coisa contra Amélia?

- Vai! Ele vai matar ela! E depois matar você!

- Quando?

- Eu não sei! Mas será logo!

Imediatamente, ele correu e pegou um pedaço de pergaminho, onde, com a letra tremida começou a escrever.

- O que você está fazendo?

- Um bilhete. Para ela fugir.

Narcissa bufou impacientemente.

- Se o Lorde a capturar, você terá mais tempo!

Violentamente, Snape se virou para encarar a mulher.

- EU NÃO VOU DEIXÁ-LA MORRER!

- Oh, Merlin! – Narcissa suspirou. Seu tom de voz oscilava entre surpreso e decepcionado. – Você a ama!

- Amo! E se você não for me ajudar a salvá-la, saia daqui!

- Severo...

- ACABOU, NARCISSA! Já faz muito tempo que o que nós tínhamos acabou! Saia!

A mulher aparatou com lágrimas nos olhos, mas ele não se importou.

A sua mente trabalhava a mil por hora. Se ele fosse até Hogwarts... Não. Amélia receberia a carta, falaria com McGonagall. A velha comunicaria a todos a sua inocência. Amélia fugiria e ele a encontraria.

Daria certo.

Teria que dar certo.

XxXxXxX

Ah, majestosa chegada aos jardins de Hogwarts, onde, felizes, seus filhos brincavam.

- MÃE!

Edward correu para abraçá-la, enquanto Phillipe, aparentemente aborrecido por ter a sua brincadeira interrompida, se aproximava lentamente.

- Oi meninos! Como foi o fim de semana?

- Como foi o seu fim de semana, Amélia? – ela suspirou pela mania irritante de Phillipe de nunca a chamar de mãe. – Podemos saber onde você estava?

- Sim, vocês podem. Eu estava com o pai de vocês.

Ed abriu um largo sorriso.

- Com papai? Como ele está?

Phillipe rolou os olhos – exatamente como Snape, Amélia não conteve o sorriso ao notar isso.

- Ed, ela não estava com o papai! Nosso pai mandou uma carta dizendo que viria para Inglaterra amanhã. Ele estava resolvendo umas coisas do exército e não podia vir antes.

- Sim, Phill. Mas eu não disse que estava com Brian. Eu disse que estava com o pai de vocês.

Um momento eles não entenderam... mas, quando a compreensão finalmente veio à mente dos garotos, os seus olhos brilharam.

Finalmente descobririam algo sobre o pai.

- O que você disse? – Phillipe meramente sussurrou.

- Eu vou contar tudo a vocês. Agora.

Porém, essa conversa foi adiada por Elizabeth, que vinha sorridente ao seu encontro.

- Mia! Você voltou! – A mulher deu dois beijos de cumprimento no rosto de Amélia. – Seus filhos foram ótimos! Nenhum dos dois deu trabalho algum! – Ela suspirou – Dia lindo... Que tal colocarmos a fofoca em dia desfrutando dessa bela visão?

Amélia olhou de esguelha para os filhos.

- Eu estou um tanto cansada, na verdade?

- Ah, mas vamos ficar aqui! – ela apontou para um banquinho bem próximo de onde estavam. – Deixe os meninos brincando e vamos conversar por um tempo!

Amélia mordeu o lábio... Daria qualquer desculpa, mas, antes que tivesse a chance de fazê-lo, Elizabeth já tinha puxado-a pelo braço e arrastado-a para o banco. Visivelmente chateados, os garotos voltaram à sua brincadeira.

- Então? Como foi o fim de semana?

- Cansativo – Amélia disse, com esperanças de que Elizabeth a deixasse ir para o quarto. Realmente queria conversar com os filhos.

- Cansativo... imagino que tenha homem no meio?

- Tudo se resume a homem, para você, não? Lizzy, eu sou casada!

Um sorriso malicioso brincou em seus lábios.

- Seu marido, que seja... eu notei que a sua aliança mudou... o marido também?

Ela bufou. Ela era exatamente como no colégio, sempre tão irritantemente intrometida... Amélia, perdendo completamente a paciência com a mulher, abriu a boca para repreendê-la...

Mas foi impedida por um barulho de explosão e uma luz forte que vinham direto do coração da Floresta Proibida.

Levantou-se imediatamente – aquilo eram Artes das Trevas.

- Lizzy, leve os meninos para o castelo e busque ajuda dos professores.

O rosto assustado de Elizabeth a encarou.

- Para onde você vai!

Corajosamente, Amélia sacou a sua varinha.

- Para a floresta.

Ela passou sem olhar para os filhos, que tentavam a impedir a todo custo... E Amélia devia tê-los ouvido.

Gritos guiavam-na por entre as árvores.

E ela caminhou mais ou menos até o ponto onde Snape tinha a deixado, para encontrar... nada.

Amélia olhou ao seu redor.

Agora, apenas o silêncio tomava conta da floresta.

Fechou os olhos, suspirando. Talvez não tivesse sido nada... Ela tentava se convencer disso, apesar da estranha e incômoda sensação que percorria seu corpo.

Virou-se a fim de fazer o caminho de volta...

E sobressaltou-se: uma ameaçadora varinha era apontada para o seu pescoço.

- Aonde vai, Assassina?

Dizendo isso, a figura mascarada à sua frente revelou o seu rosto.

O corpo inteiro de Amélia pareceu congelar.

- Schwartz!

O medo e o ódio faziam uma mistura perigosa.

XxXxXxX


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