A assassina Iii - Doce Vingança escrita por GabrielleBriant


Capítulo 16
O Castelo de Rowena




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CAPÍTULO XVI. O CASTELO DE ROWENA

E os dois chegaram ao seu destino.

Aparatar num lugar onde você nunca esteve era uma tarefa complicada... Mesmo se tratando de uma aparatação lado-a-lado. A sensação claustrofóbica era ainda pior do que numa aparatação normal.

Mas, talvez pela proximidade em que se encontrava com o homem a quem ela negava o seu amor, Amélia não sentiu absolutamente nada.

Apenas o arrepio que cruzou a sua espinha quando uma rajada de vento frio passou cortante por ela.

Ela olhou ao seu redor, procurando qualquer sinal de reconhecimento... mas simplesmente não sabia onde estava. Apenas que, pelas palavras de Snape, era algum lugar no...

- País de Gales – ele disse, um tanto aborrecido, segurando a aliança que agora se encontrava em seu dedo.

Amélia suspirou, tentando não lembrar que aquilo, nos olhos dos Comensais da Morte, era a aliança de casamento dos dois.

- Então... Nós vamos passar o fim de semana aqui... Todo ele. Mas em que momento desse fim de semana vamos roubar a Horcrux?

- Nesse exato momento. É melhor agirmos enquanto encobertos pela escuridão.

- E onde ficaremos o resto do tempo?

Ele deu um sorriso quase maldoso.

- Aqui.

Amélia olhou ao seu redor. É claro que ela não deveria levar as palavras de Snape a sério... Afinal, naquele lugar só tinha mato! Eles estavam no meio de uma floresta, completamente cercados por frondosas árvores e – a julgar pelo barulho que vez por outra escutavam – estavam na companhia de animais.

Erguendo uma sobrancelha, ela perguntou, tendo cuidado para manter um tom ligeiramente incrédulo.

- Aqui? Você que dizer aqui mesmo, no meio do nada? Ou aqui, na casa que você herdou do seu pai que só fica (eu espero) há alguns quilômetros de distância?

Ele deu um meio sorriso.

- Eu quero dizer, Mia, aqui, no meio do nada. O Lorde me recomendou essa floresta para passar a... lua de mel. – Amélia sentiu mais um arrepio, mas dessa vez o vento frio da floresta não tinha nada a ver com isso. – Disse que a minha casa seria muito arriscada, já que, de quando em vez, o Ministério faz uma batida por lá. Mas isso foi bom: Sem querer, ele me levou a ficar bem próximo do castelo de Rowena.

Amélia tentou sorrir – embora fosse difícil, ao sentir que as condições de hospedagem deles seriam precárias – enquanto tirava uma mala encolhida da sua bolsa e a transformava de volta no seu tamanho original.

Snape, por sua vez, retirou do bolso das suas vestes a miniatura de uma barraca e imitou o gesto de Amélia.

Agora, bem em frente a eles, tinha se armado um perfeito acampamento... E, olhando para ele, Amélia sentiu o seu corpo congelar: Apenas uma barraca apertada para os dois... Se ele quisesse alguma coisa... Será que ela teria sangue-frio suficiente para resistir?

De repente, toda o plano de ajudar na guerra ficando ao lado de Snape enquanto ele pegava uma Horcrux e destruía Voldemort deixou de parecer uma boa idéia.

Tentando ignorar as fortes e insistentes batidas do seu coração, ela perguntou.

- Uma só?

Uma curvinha maldosa formou-se nos lábios dele, ao mesmo tempo em que os seus olhos contemplaram-na com desejo.

- Estamos em lua de mel, Amélia. Seria um completo desperdício trazer duas barracas para um casal que está acampando em lua de mel, você não acha?

Ela jamais admitiria o rubor que tomou conta do seu rosto.

- Sim, mas...

- São dois quartos.

- Ah.

Amélia respirou fundo, sentindo-se ligeiramente mais aliviada – embora ainda achasse perigosa a idéia de passar a noite com Snape dentro de uma mera barraca. Tentando não pensar na hora de dormir, caminhou para dentro da barraca, enquanto ele checava o seu relógio e dizia:

- Está na hora. Amélia você deveria trocar de roupa.

De fato, o acampamento era satisfatoriamente grande para manter os dois afastados o suficiente para não caírem em tentação.

Caminhando para o quarto da direita, Amélia tentava manter-se pensando nisso. Nada aconteceria naquele fim de semana! Snape sempre se concentrava muito quando o assunto era trabalho – o que era o caso. Sem falar que ele era demasiado orgulhoso para ir atrás dela, e já tinha sido muito difícil manter-se todo esse tempo longe dele para ela desistir da separação.

Bem próximo do quarto, mas ainda na primeira salinha que carregava poucos móveis, Amélia deparou-se com uma antiga garrafa de absinto. Quase sorriu, quando viu perigosas lembranças de um passado um tanto distante povoarem a sua memória.

Era incrível como conseguia amar aquele homem da mesmíssima maneira.

Imediatamente antes da porta de lona que levaria ao seu quarto, um grande armário de poções trazia os mais variados e coloridos líquidos – viscosos ou não – que só serviria para curar mazelas quase... incuráveis.

Amélia parou para examiná-las. Ela nunca tinha pensado que aquela missão era, real e potencialmente perigosa... Mas ninguém, nem mesmo Snape, se daria ao trabalho de trazer tantas poções caras e complicadas só por precaução.

Ela, por um momento, se perdeu, perguntando-se se agira corretamente em acompanhá-lo. Mas os seus devaneios foram interrompidos pela voz macia e ligeiramente aborrecida que vinha do lado oposto do cômodo.

- Você poderia se apressar? São só poções. Disse que a missão era suicida.

Amélia o olhou e sorriu, antes de entrar no seu quarto, dizendo:

- Eu protejo você.

Enquanto ela vestia uma calça, botas e uma camiseta – roupas que, provavelmente, estavam guardadas há décadas –, jamais poderia imaginar que, lá fora, Snape se deliciava com a visão da silhueta de seu corpo esguio e amaldiçoava a lona, por ser tão fina e indiscreta, a missão, por exigir que ele ficasse tão perto dela depois de tudo que tinha acontecido, Amélia, por ser tão linda e perfeita e provocar todos aqueles... sentimentos que há tanto fizera questão de apagar da sua vida, e, principalmente, amaldiçoar a si mesmo, por não conseguir se controlar quando estava perto daquela mulher em particular.

Ele ainda acompanhava a silhueta quando a porta de lona se abriu e Amélia – bem mais parecida com a Amélia do passado – surgiu.

- Estou pronta.

Por um momento ele pensou que não conseguiria tirar o seu olhar dela, completamente hipnotizado. O seu estado normal só voltou quando percebeu o rosto de Amélia corando levemente – ele odiava o que sentia.

- Sim, certo. Mas antes – ele caminhou até o sofá onde tinha uma caixa com duas varinhas dentro. Entregou uma delas a Amélia. – Nossas varinhas não podem ser rastreadas, caso seja investigado o desaparecimento da Horcrux. Essas não têm dono.

- Então vocês realmente seqüestraram Olivaras?

- Sim. Eu mesmo participei do seqüestro, por sinal. Ele está trabalhando para os Comensais sob império. E essas foram roubadas da loja – ele deu um meio sorriso.

E, a medida que os dois caminhavam pela densa e escora floresta, caíram num silêncio constrangedor, quebrado apenas pelos eventuais sussurros de feitiços para paralisar ou matar algum infeliz animal que cruzasse seus caminhos ou pelo uivo fantasmagórico do vento.

Horas pareceram se passar.

E, finalmente, quando Amélia já tinha perdido a esperança de chegar ao seu destino antes do amanhecer, eles encontraram uma clareira. Uma exclamação escapou dos lábios de Amélia quando viu o que tinha no centro dela.

- Uau!

O castelo de Ravenclaw era, provavelmente, a construção mais majestosa que Amélia já tivera a chance de ver em toda a sua vida.

Todo branco com leves toques em azul, o castelo se erguia imenso. Nas suas inúmeras torres, gárgulas em forma de corvo eram vistos reluzentes, feitos de prata maciça, segundo a lenda, com penetrantes olhos negros de enormes ônix.

Ao seu redor, um jardim suntuoso, com várias heras e flores. Amélia pôde perceber certas plantas venenosas de incrível beleza e folhas secas que envolviam as heras e davam ao lugar um esplendor digno do Éden.

E, circulando e protegendo todo aquele cenário, um rio de águas cristalinas passava com uma correnteza rápida.

- Isso é... lindo!

Severo colocou a mão nas costas dela.

- Sim, de fato. Mas não se deixe enganar... Está vendo aquela rosa amarela?

Ele apontou para uma das plantas venenosas que brotavam no jardim.

- Uma Plotoeira.

- Bela. Mas tem um veneno tão poderoso que mata quase instantaneamente quem a tocar.

- Belo mais perigoso.

Ela sentiu o hálito quente de Snape se aproximar do pescoço dela e a voz perigosamente aveludada sussurrar em seu ouvido:

- Como você.

E, como se nada tivesse dito, saiu em direção ao rio.

Atônita, Amélia levou um segundo para se recuperar e segui-lo.

- Tem um barco – ele disse.

Apontou então para uma velha jangada que estava ancorada a uma distância de mais ou menos três metros de distância deles.

- Vamos pegá-lo.

Amélia olhou, desconfiada, para a jangada.

- Me parece muito fácil.

- Nadando, então?

- Talvez.

Para testar a temperatura da água naquela noite fria, Amélia colocou a ponta do seu indicador nela. E, com um gritinho, puxou-o de volta.

- AI!

Como se fosse um forte ácido, a água queimou a sua pele, deixando-a ligeiramente escurecida e fazendo-a sangrar um pouco.

Snape segurou a mão dela, examinando o local. Com um feitiço, estancou o sangramento e anestesiou o dedo.

- Obrigada.

- Impossível nadar?

- Aposto que não tem peixes nesse rio.

Um sorriso quase vitorioso tomou conta do rosto dele.

- Parece que a nossa única opção é o barco. Se você tivesse me ouvido logo de início, teria evitado... – ele segurou mais uma vez no dedo queimado dela – aborrecimentos.

Tentando ignorar a sua irritação, Amélia viu Snape se encaminhar para o barco e segurar a corda que o mantinha ancorado àquela margem do rio.

Mas a corda não se desamarrava.

Ele tentou um feitiço, mas não deu certo.

Bufou.

- Devíamos ter trazido vassouras.

Amélia se aproximou, sentindo-se um pouquinho melhor com o fracasso dele. Apontando para o céu, ela mostrou:

- Não adiantaria. Ouça o barulho do vento: é como se ele se chocasse contra algo. Certamente tem barreiras.

Então, olhando para o barco, Amélia viu que tinha uma espécie de concha lá dentro.

- Severo, olhe – ela apontou.

- Usar o ácido para dissolver a corda?

Amélia assentiu enquanto se adiantava, esticando a mão e pegava a concha dentro da canoa.

- Não vai funcionar.

- Por que não tentar?

Ele bufou e tomou a concha das mãos de Amélia.

No mesmo momento, ela, magicamente, mudou a sua forma, e o que era arredondado tomou a forma e o tamanho da marca negra que Snape carregava em seu braço.

Amélia olhou tensa para o objeto nas mãos de Snape.

- O Lorde das Trevas mexeu nisso, com certeza.

Ele assentiu, pegando cuidadosamente a água do rio e jogando-a na corda. Imediatamente, ela dissolveu.

- Funcionou!

Antes de entrar no barco, Amélia ainda deu um ligeiro sorrisinho sarcástico. Com os lábios crispados, ele a seguiu.

E, justamente como os barcos que levavam os calouros a Hogwarts, o barco começou a navegar sozinho, no exato momento em que os dois se acomodaram.

O trajeto até a outra margem foi, no mínimo tenso.

O barco parecia derreter em todo aquele ácido em forma de água. Era como se aquela madeira velha e apodrecida estivesse prestes a sucumbir, matando os dois. Eles podiam sentir o calor da água. Estavam suando.

E, quando chegaram do outro lado, nos jardins de Rowena, respiraram aliviados e se apressaram em sair da jangada.

Mágica fez a corda grossa reaparecer e voltar a ancorar o barco, da mesma forma que estava na outra margem.

Amélia suspirou, encarando o inusitado meio de transporte.

- Ravenclaw poderia ter colocado um portão, ao invés de um rio assassino.

- Eu achei fenomenal.

Amélia sorriu.

Suspirou o aroma das flores que vinha daquele jardim realmente belo.

Severo segurou a sua mão e disse, aborrecido.

- Agora vamos enfrentar...

Deram um passo, finalmente atingindo a grama.

- ...o belo e o perigoso.

E, antes que ele pudesse acabar aquela frase, as inúmeras e inofensivas estátuas de gesso tomaram vida, formando um exército poderoso pronto para matar os invasores: Amélia e Severo.

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