A assassina Iii - Doce Vingança escrita por GabrielleBriant


Capítulo 14
A Grande Reunião




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CAPÍTULO XIV. A GRANDE REUNIÃO

Ela já sabia que jogar as suas frustrações encima dos alunos não era a melhor postura a ser tomada por uma professora... e, por isso, não recebeu com nenhuma surpresa a intimação de McGonagall para aparecer em sua sala.

Nesse momento, Amélia estava na sala de Minerva McGonagall, tentando suprimir uma vontade quase incontrolável de selar a boca daquela velha com alguma azaração.

- Você não pode tratar os seus alunos daquela maneira, Amélia. Se você não se lembra, eles não são soldados prestes a entrar num campo de batalha! São só alunos!

Ela suspirou, coçando a cabeça freneticamente.

- A menina fez uma pergunta, eu respondi. Não tenho culpa se a pergunta foi sobre a guerra! Na guerra, eu não sei se você sabe, pessoas torturam e matam!

- São crianças!

- Fodam-se!

A mulher se levantou, furiosa.

- Eu não quero esse tipo de linguagem na minha escola!

- Logo, obviamente, eu não deveria estar na sua escola, McGonagall! Quer saber? Eu vou ficar nessa merda desse país até o ano letivo terminar, e, então, eu volto para Nova York, onde eu posso falar o que quiser, no tom que eu quiser!

- Você está pedindo demissão?

Amélia rolou os olhos, rindo sarcasticamente e aumentando o tom da sua voz.

- Oh, você percebeu?

Ela começou a fazer o caminho que a levaria para fora da sala da diretoria. Foi interrompida pelo grito descontrolado de McGonagall.

- Você também pretende abandonar a guerra?

- Que guerra? Eu não vim por causa da maldita guerra!

- Mas está nela! E nós precisamos de todo apoio, mesmo que seja de alguém como você!

- Foda-se! Eu vim pra essa maldita terra para averiguar apenas uma coisa e, (adivinha!), eu já a descobri! Ele é inocente! O resto pode se explodir, que eu não me importo!

- Como uma pessoa pode ser tão egoísta?

- Quantas vezes você quase morreu? Sou egoísta mesmo! Ou você achava, quando me contratou, que eu vim para essa guerra para evitar a morte de criancinhas inocentes?

- Eu jamais pensaria que uma pessoa como você pudesse ser altruísta!

- Exato! Ainda bem que sabia no que estava se metendo!

A diretora suspirou, tentando se acalmar um pouco, enquanto Amélia chegava à porta e a abria.

Com um fio de voz, Minerva perguntou.

- E a Ordem?

- Farei o que puder, até o final do ano letivo.

Antes de fechar a porta, Amélia ainda ouviu a voz de McGonagall dizer:

- Você está suspensa do seu trabalho por 15 dias! Sugiro que descanse e cure esse humor!

XxXxXxX

Aquele era o segundo encontro de Amélia com Brian em muito pouco tempo, e, assim como o anterior, não estava muito amigável.

Entre eles, um advogado fazia a mediação entre os acordos de posse de imóveis e as alfinetadas que ambos faziam questão de soltar.

Ao invés dela descansar e curar o seu humor durante a suspensão, ela preferiu se estressar ainda mais, cuidando do divórcio.

- Então, Brian, você vai assinar?

- Vou.

Imediatamente, o amontoado de papéis que já tinham sido assinados por Amélia foi entregue ao loiro.

Depois de dar um pesado suspiro, ele assinou.

- Ótimo – o advogado tomou os papéis das mãos dele. – Agora a questão mais importante: a custódia das crianças. Eu sou muito amigo de vocês dois, e adoro os meninos, vocês sabem... então, se tiver a menor possibilidade de ser feito um acordo, nós faremos. Lutar pela guarda deles seria um processo sofrido que é melhor evitarmos.

Ela mordeu o lábio.

- Depende dele.

Sem uma palavra, Brian assentiu.

- Então eu diria que eles passariam o tempo de escola com você, Amélia, aqui na Inglaterra, e as férias com Brian. Solução rápida e simples.

Brian pareceu querer concordar, mas Amélia logo crispou os lábios.

- Não é justo! Primeiramente porque eu trabalho na escola... Não tenho tempo para eles! E poderia até funcionar, caso eu ficasse na Inglaterra, mas eu estarei voltando à Nova York no final do ano letivo.

O brilho no olhar de Brian foi intenso.

- Você poderia dar licença um estante, Doutor Greylager?

O advogado levantou-se.

- Estarei na outra mesa. Assim que precisarem de mim, chamem.

E saiu, sentando-se numa mesa próxima à do casal.

Brian sorriu.

- Você não vai ficar aqui?

- Não.

- Conversou com ele?

Ela suspirou.

- Apenas o suficiente. E levei em consideração o que você disse, e... menti pra ele. Disse que nós tínhamos um casamento saudável e que eu amava você mais que qualquer outra pessoa no universo. E nada mais vai acontecer entre ele e eu... pelo menos enquanto isso puder pôr em risco a vida de Ed e Phill.

- Finalmente! Mia, tudo o que eu quero é a sua felicidade. E eu lhe darei esse divórcio e, se você quiser, até assino o testemunho do seu casamento com ele, mas somente quando tudo se acalmar! Agora, no entanto, você não acha melhor que tudo continue como está? Pense!

Ela assentiu.

- O nosso casamento não pode se desfazer, ou os meus argumentos não serão mais válidos. Se continuarmos juntos, porém, ninguém poderá contestar o nosso casamento.

Ele assentiu, chamando de volta o advogado.

- Dr. Greylager, eu sinto muitíssimo por trazermos você até a Inglaterra para nada... será que você poderia arquivar esse pedido?

O advogado amigo da família sorriu junto com Brian... Amélia, séria, apenas pensava se deveria ou não contar para o marido que todo o estratagema serviria apenas para manter Snape afastado – os Comensais ainda pensavam que eles estavam juntos.

XxXxXxX

Faltava um dia para a maldita suspensão acabar.

Amélia queria pensar que tudo de que sentia falta era dos filhos – afinal, duas semanas longe deles era o pior dos castigos –, mas, lá no fundo, ela também sentia saudade da escola em si... da sensação de seguridade, da alegria daquelas paredes...

Odiava ver que o tempo tinha tornado-a mais sentimental!

Amanhã... Amanhã eu volto.’

O resto daqueles quinze dias tinha se passado ao lado de Brian... E foi até divertido! Ela fazia questão de sair com ele como se fossem um casal apaixonado... Tudo para fugir do que não queria sentir por Snape...

Com sorte, ele veria os dois de mãos dadas e desistiria de vez.

Depois de um dia particularmente longo, em que os dois foram à um jogo de quadribol e depois jantaram num bom restaurante, Amélia fitava o teto daquele hotel, tentando ignorar o irritante ressonar do há muito adormecido Brian.

Era tão tarde, que ela sobressaltou-se quando sentiu um clarão perfurar seus olhos.

Demorou a focalizar a simples palavra que se formava no ar:

REUNIÃO

Pela primeira vez, a Ordem da Fênix chamava.

XxXxXxX

Amélia ofegou, fitando aquela sala ampla e iluminada.

Os feitiços para proteger o local foram tão fortes, que a aparatação se tornou difícil. O cansaço podia ser visto no rosto de quase todos os presentes, e um menino ruivo no canto da sala parecia ter perdido uma parte das sobrancelhas.

Ela realmente esperava encontrar mais gente no local – pelo que sabia, a Ordem da Fênix tinha muito mais pessoas do que apresentava-se naquela sala: Apenas Remo Lupin, que ostentava um corte profundo no rosto, os aurores Kingsley Shacklebolt e Nymphadora Tonks, que ela conhecera no dia em que Snape comprovara a sua inocência, Harry Potter, a julgar pela semelhança com o finado amigo Tiago, o ruivo que perdera parte da sobrancelha, uma menina de cabelos espessos e, não podia faltar, Severo Snape.

Em silêncio, Amélia sentou-se ao lado de Remo Lupin, cumprimentando-o com um sorriso. Tentou não olhar para Snape, que, do outro lado da sala, não tirava os olhos dela.

- Muito bem – McGonagall iniciou, olhando atravessado para Amélia. – Agora que todos chegaram, Severo vai contar o motivo pelo qual nos contatou a essa hora.

Ele se levantou. Evitando o confronto, Amélia fitou os seus pés.

Ela o amava.

- Eu não tenho muito tempo, então serei breve: Narcissa finalmente concordou em me contar o paradeiro de uma das Horcruxes.

Amélia sentiu como se tivesse levado um soco no estômago ao ouvir Severo falar de Narcissa... O rosto dela talvez até tivesse corado um pouco, mas ninguém percebeu: O falatório se instalou imediatamente na sala, e apenas terminou quando, em voz alta e num tom de professor, Severo continuou.

- Está guardada na torre proibida do castelo de Rowena Ravenclaw, e se trata de um espelho.

Tonks, a auror espalhafatosa de cabelos azuis, perguntou:

- Tá, beleza... Mas onde fica essa tal torre, como agente faz pra saquear ela, e tal? Tipo, Snape, pegar uma Horcrux é bem difícil. Agente precisar saber pelo menos o que nos espera.

O olhar que Tonks recebeu foi tão frio que poderia congelar qualquer oceano.

- Primeiramente, a tal torre fica no castelo de Ravenclaw (e é por isso que se chama “Torre Proibida do Castelo de Ravenclaw”), e se você, Tonks, tivesse o mínimo de cultura, saberia que ele fica no País de Gales.

- E porque ela é proibida? O que tem demai...

- Segundo – ele continuou, ainda mais aborrecido – não me interrompa! Se o seu conhecimento fosse um pouco além de como transformar a cor do seu cabelo, saberia que a torre proibida é onde Ravenclaw guardou os seus mais preciosos bens quando estava perto de morrer. Centenas de bruxos já morreram em busca dessa torre. Mas – ele disse assim que ela abriu a boca para interrompê-lo novamente – eu descobri como o Lorde entrou... ou pelo menos boa parte do percurso.

Remo Lupin falou, segurando a mão de Tonks.

- Você sabe... então você teria que ir buscá-la?

- De fato.

- Mas, Severo, isso colocaria em risco o seu posto como espião. Que desculpa você daria para ir ao País de Gales?

- Isso é problema meu. Mas eu preciso de alguém que vá comigo. Preciso que alguém me assista.

- Eu vou! – O lobisomem imediatamente se ofereceu.

Snape crispou os lábios imediatamente.

- E vai dar que desculpa para os lobisomens? Você já está ocupado, Lupin.

Minerva se levantou.

- Eu vou.

- Muito velha – Amélia suprimiu o riso e, ao perceber a curvinha no canto do lábio dele, percebeu que ele também estava. – E tem que ficar cuidando de Hogwarts.

Ela voltou a sentar, bufando.

Shacklebolt foi o próximo a se oferecer.

- Eu posso passar o meu dever de cuidar do Primeiro Ministro para outro

- Muito bem. Eu gostaria de ensinar alguns feitiços das trevas a você ant...

Mas, antes que Snape pudesse concluir a voz quase raivosa de Potter ressoou na sala.

- O Shacklebolt fica! Eu irei com você! E aproveito para provar que você...

- Cale a boca, Potter! Você não consegue sequer se concentrar para fechar a sua mente, o que lhe faz pensar que pode me ajudar? Só atrapalharia, e, provavelmente, mataria nós dois!

- Eu quero ir! Já peguei uma Horcrux com Dumbledore!

- Sim. – O sorriso sarcástico se alargou. – E ele acabou morto.

Não fossem quatro pessoas segurando Potter, provavelmente Snape sairia de olho roxo depois desse comentário... embora quase nada – nem a iminência da agressão – desfizesse aquela curva infame no lábio dele...

Quase nada. Apenas isso:

- Eu posso ir.

A confusão silenciou, quando Amélia se ofereceu.

- Não – Snape disse, simplesmente.

- Por que não? Não estou desmerecendo o Shacklebolt, mas ensinar feitiços das trevas toma tempo... e eu estudo magia negra por diversão. Eu sou ágil, boa em destruir coisas... E você poderia dizer que agente apenas viajará juntos. Eles pensam que somos amantes, de qualquer forma.

- Não!

- Me dê um motivo!

- É muito perigoso. Isso é, praticamente, uma missão suicida. Eu não vou deixar você ir.

Amélia deu de ombros, embora o coração tivesse aos pulos com a demonstração de carinho dele.

- Eu não pedi a sua permissão.

XxXxXxX


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