The Eagle escrita por biancarr


Capítulo 9
Rose Weasley tem uma missão




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Rose estava deitada no gramado molhado pelo orvalho, ainda no campo de quadribol. Sua cabeça doía seus olhos não entravam em foco, sua boca estava seca, os raios e trovões ainda continuavam a rasgar o céu com ferocidade. Quando finalmente, sua visão entrou em foco, ela viu Tiago a sua frente, falando, mas ela não ouvia nada do que ele dizia, era como se tivessem colocado-o no modo “mudo”.

- ROSE – ele gritou, e Rose o ouviu por fim.

- Tia... Tiago... O quê...? – ela tentou, mas as palavras não saíam como ela queria. Rose ao menos conseguia ouvir a própria voz.

- Rose, vamos para dentro e lá eu te explico – ele falou e ajudou a prima se levantar.

Eles entraram na casa de campo, Rose apoiada em Tiago, pois sentia que a qualquer momento, suas pernas a deixariam “na mão”. Ela respirava com dificuldade e a única coisa que queria era sentar-se e fechar os olhos. O trajeto de volta pareceu alongar-se pela visão de Rose, mas entre tropeços eles chegaram à cozinha e quem encontraram lá? Alvo é claro!

- Mas, o que, em nome de Merlin, está acontecendo aqui? – Alvo perguntou, olhando para Rose e Tiago que estavam petrificados de susto. Tiago suspirou.

- Quer nos matar Alvo? – Tiago reclamou.

- Não se responde uma pergunta com outra pergunta – Alvo falou. Se Rose não estivesse tão contundida teria achado a frase genial. Os primos estavam a ponto de começar uma briga, quando Rose sentiu as pernas amolecer, ela estava perdendo o foco de novo, muito longe ela ouvia os primos brigando.

- Meu Deus, Rose, você está verde – ela ouviu a voz de Alvo.

- Alvo, me ajude a colocá-la no sofá – falou Tiago.

 Rose sentiu Alvo passando o seu braço pelo pescoço dele e sendo carregada. Finalmente os primos a colocaram no sofá. Rose estava com uma cãibra nas pernas muito forte e dolorida, como se estivessem puxando com as mãos os músculos de sua perna, mas não podia gritar, não conseguia, na verdade. Estava a ponto de desmaiar de novo quando sentiu um copo tocar seus lábios e água descer pela sua garganta e então lentamente, a dor começou a se dissipar.

- o que aconteceu? – Rose perguntou depois de um tempo.

- Eu que te pergunto... – disse Tiago – Sério Rose, quando você me disse que era ruim voando, eu não acreditava, mas agora acredito!

- Mas alguém pode me explicar o que está acontecendo? – perguntou Alvo jogando-se em uma poltrona, bastante irritado.

- bem, a Rose teve um acesso de loucura e decidiu voar escondido na vassoura do tio Rony, e aí... – começou Tiago, mas Rose o interrompeu ao lembrar-se da vassoura do pai.

- Ca-cadê a Volks, Tiago? – Rose estava exasperada, se algo acontecesse àquela vassoura, não veria a luz do sol até a terceira vida.

- Relaxe, ela está na cozinha... - falou Tiago, Rose suspirou aliviada – continuando, ela queria voar na vassoura do tio Rony clandestinamente e me chamou para ir junto... Eu não concordei e achei a idéia bastante idiota, ela disse que “sentia que deveria estar no campo de quadribol á meia-noite” e não sei mais o que, então, como um bom primo que sou eu decidi acompanhá-la, para se caso algo acontecesse alguma coisa. Tá bom, tudo lindo, o plano dando certo, aí quando chegamos ao campo a Rose montou na vassoura e saiu voando, uns dez minutos depois eu vejo a vassoura voltando a terra com a Rose DORMINDO em cima dela – Tiago respirou – Eu fiquei desesperado na hora, por que a Rose estava caindo e eu não sabia com ajudar, então eu vi a vassoura da Lílian jogada ali no campo, montei nela e consegui trazer ela de volta. E lá se foram mais dez minutos tentando acordá-la... Foi difícil, cara, parecia que você tinha tomado algum tipo de poção muito forte, Rose... Al lembra aquela vez que você ficou internado no St. Mangus e você estava vomitando até o cérebro aí os curandeiros te deram um antídoto e você dormiu por três dias seguidos?

- Como eu iria esquecer – murmurou Alvo, movendo-se desconfortavelmente na poltrona, como se a lembrança não tivesse sido “bem-vinda”.

- Então, a Rose estava igualzinha a você – Tiago falou – mas ela acordou e eu a trouxe para dentro e então encontramos você aqui... Afinal, o que você está fazendo acordado?

- Fiquei sem sono, por conta da tempestade – falou Alvo.

- Hum... Mas Rose, o que aconteceu com você, quero dizer... Em sua visão?

- Visão? – Rose olhou Tiago, perplexa, não falara nada sobre o que acontecera ao primo.

- É – falou Tiago – do seu ponto de vista.

- Ah! É... complicado, eu acho – Rose respondeu, sentindo-se muito melhor, tinha a impressão de que não era água o que os primos lhe deram.

- Ah, Rose, nada disso – falou Tiago – “complicado” é resposta de alguém que foi chutado ou traído, essa resposta não vale!

Rose não conseguiu controlar o riso. Tiago sempre teve um senso de humor único, isso era o que Rose mais gostava no primo.

- O que você me deu para beber? – Rose perguntou.

- Poção Revigorante da vovó, a gente sempre tem de sobra – falou Tiago – agora não mude de assunto, o que aconteceu?

- Tudo bem, me deixe ver... – Rose pensou por um instante, tentando se lembrar do que havia acontecido, de repente viu lampejos na sua mente da águia de nuvens no céu em posição de ataque; viu a dama de cabelos negros e trajando um longo vestido rasgado e sujo correndo. A dor de cabeça voltou com toda força a Rose, fazendo apertar os olhos...

- Wow, Rose, tudo bem, não precisa contar nada agora – ela ouviu a voz de Tiago – você vai desmaiar de novo!  

 Rose foi retirando da mente os flashes da garota correndo, aos poucos foi voltando ao normal, respirando pausadamente para colocar seus batimentos cardíacos no lugar. Tiago e Alvo ainda a observavam assustados e hesitantes. Depois de algum tempo em silêncio, Rose sorriu fracamente para os primos e falou:

- Está tudo bem.

 Tiago a olhou arqueando as sobrancelhas, como sempre fazia quando estava desconfiado.

- Sei – ele falou.

- Está tudo bem – Rose repetiu com o olhar desfocado. 

- Tem certeza, Rose? – perguntou Alvo – você não me parece muito bem...

- JÁ DISSE QUE ESTOU BEM! – Rose explodiu.

Os primos que conheciam a prima como calma e paciente, assustaram-se com o grito repentino. Depois de um novo longo e desesperado silêncio, Alvo e Tiago se entreolharam.

- Nós vamos subir – falou Tiago – Você vem?

- Não, gente – falou Rose calma – fiquem aqui comigo. Não vou conseguir dormir agora e não quero ficar sozinha.

- Tudo bem, vai – falou Tiago – Alvo você va...

Ouviram-se passos no andar superior, os três se entreolharam de olhos arregalados. Rose fez sinal de silêncio para os dois. Os passos foram ouvidos descendo as escadas. Em alguns minutos os três viram Harry usando um robe vermelho, calça de pijama xadrez vermelha e dourada, coçando a cabeça. Ele acendeu a luz da sala.

- AAH! – ele exclamou ao ver os três ali, parados como estátuas o observando, ele colocou a mão no peito – Ah, são vocês! Quase me mataram de susto sabiam.

Nenhum dos três respondeu.

- Deviam estar na cama! – continuou Harry caminhando para cozinha e como novamente não houve resposta ele parou instantaneamente e observou os filhos e a afilhada – ALÔÔ, EU ESTOU FALANDO COM VOCÊS...

- Estamos bem, pai – falou Tiago – Só estamos conversando.

- Hum – falou Harry e foi à cozinha.

 Rose arregalou os olhos mais ainda e sibilou “a Volks” para os primos. Alvo quase entrou em pânico, Tiago fez sinal de silêncio para os dois. Durante alguns segundos, ficaram ouvindo Harry, que fazia barulhos abrindo e fechando armários.

- Eeei meninos – Harry gritou da cozinha, os três congelaram – podem me dizer o que aconteceu com meu suco de abóbora?

- E-eu bebi, pai – falou Alvo.

- Humpf... – ouviram Harry bufar da cozinha.

 Depois de algum tempo, Harry saiu da cozinha disse boa noite aos três e subiu para o quarto. Depois de ouvir a porta do quarto se fechando os três soltaram a respiração, que á muito prendiam por conta do nervosismo.

- Acha que ele viu? – perguntou Alvo.

- É claro que não – falou Tiago, pensou por um segundo e voltou a dizer – Bem, talvez sim, mas está bêbado de sono, provavelmente não achou que fosse a Volks.

- Duvido muito, nem a poção do sono mais poderosa faria alguém confundir a Volks com uma vassoura qualquer – falou Rose – De qualquer forma, vocês ficarão aqui?

- Eu fico – falou Tiago.

Os Rose e Tiago encararam Alvo que ainda não respondera.

- Está bem – exclamou Alvo suspirando – eu também fico.

Rose sorriu.

Os três continuaram a conversar sobre assuntos aleatórios nas horas seguintes, pois Rose havia perdido o sono e ainda estava um tanto assustada com o que acontecera. Os primos, por outro lado, já pareciam ter se esquecido do assunto, ou não ousaram tocar nele novamente por medo de causar novos problemas à prima. Lá pelas 3h30 da madrugada pegaram no sono, Rose ainda ficara acordada por cerca de meia hora antes de dormir também.

Rose sonhara com flashes de cenas intercaladas, encontrava-se em uma sala escura, vazia, silenciosa e mal iluminada, via-se em um espelho alto com sua moldura de ouro esculpida em diferentes formas, umas abstratas outras em forma de uma ave. Logo depois via a garota de cabelos negros correndo na floresta com a respiração ofegante, espalmando as mãos em frente aos galhos de árvores. Depois Rose encontrava-se em uma sala escura, iluminada por uma vela, o lugar era ocupado por, apenas uma mulher de costas e uma mesa de madeira. Ela aproximava-se de uma mulher de costas, ela também tinha cabelos negros iguais ao da fugitiva, mas não era ela, esta era mais alta. Depois Rose ouvia uma voz, mas era como se a voz só fala-se dentro de sua cabeça.

“Você foi escolhida, Rose”

A voz era doce e, mesmo falando, parecia cantar. No entanto era perturbadora, fazia Rose sentir falta de ar, era como se tomasse conta de seu corpo. Depois havia outros flashes da fugitiva e logo depois ela estava muito mais próxima da mulher de costas.

“Você é a minha escolhida, Rose”

Rose aproximou-se de uma vez da mulher e viu seu rosto. Ele era delicado com grandes olhos azuis e a pele feito porcelana, contudo os olhos da mulher possuíam um brilho diabólico, a mulher analisava um tipo de diadema de prata com uma reluzente pedra azul em seu centro com muita atenção e logo depois sorria maleficamente.

“Você tem um trabalho a fazer...”

Rose via-se parada no mesmo exato lugar, entre diversas árvores com um embrulho de veludo azul nas mãos.

“Tem algo a procurar”

Rose olhava-se no majestoso espelho novamente, sorrindo para a imagem a sua frente.

“Em Hogwarts!”

A mulher de cabelos pretos levou o diadema até o topo da cabeça onde o pousou.

“Você é a minha escolhida”

 Rose aproximou-se do espelho e de repente viu uma garota de uns dezoito ou dezenove anos á sua frente. De grandes olhos azuis, pele pálida como de um morto, cabelos negros como a vasta escuridão da Floresta Negra, ela usava um vestido azul enlameado e rasgado. Os lábios da garota curvavam-se em um doce sorriso. Depois Rose via a mulher enfim pousando o diadema em seus longos cabelos e logo depois revirando os olhos e caindo no chão gelado. Rose desesperou-se queria ajudar a moça, porém não pôde, estava novamente enfrente ao espelho encarando a imagem da garota sorrindo.

- Você vai cumprir esta tarefa – disse a garota, com a mesma voz doce que atormentara a mente de Rose.

 Rose acordou resfolegando de olhos arregalados e com o rosto pálido.

- O QUÊ? O QUÊ? – Alvo acordou tão assustado quanto à prima.

- O que foi, Rose? – perguntou Tiago de olhos fechado e voz sonolenta.

 Rose olhou para os lados, percebendo que ninguém havia acordado e que estava na casa do padrinho como se lembrava.

- Pre-preciso levar a Volks lá para cima – falou Rose com a voz falha.

- Ai, Rose, para quê tanto escândalo?! – falou Tiago trocando virando-se no tapete e voltando a dormir.

 Ela se levantou, foi até a cozinha, pegou a vassoura subiu até o quarto dos pais que ainda dormiam feito pedras, deixou a vassoura no mesmo lugar onde encontrara, fechou a porta e desceu para a sala de novo. Os primos já estavam no sono mais profundo possível.


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