The Eagle escrita por biancarr


Capítulo 8
Visões voadoras




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Rose estava decidida, á meia-noite desceria até o campo de quadribol com a vassoura de seu pai, se Thiago a acompanharia ou não ela não sabia, mas iria do mesmo jeito. Algo no canto mais íntimo do seu ser dizia que era o lugar onde ela deveria estar e que algo importante aconteceria ali. Pensou no que aconteceria a ela se fosse pega por seus pais ou tios, voando em uma vassoura alheia á meia-noite, afastou este pensamento da mente, já estava decidida, nada nem ninguém a faria mudar de idéia.

 Enquanto sua família conversava aos berros na sala de estar, Rose planejava o que iria fazer. Ela iria ao quarto dos pais, pegaria a vassoura e desceria em surdina até a sala e sairia pela porta dos fundos, na cozinha, pois ela fazia menos barulho. Se Tiago fosse acompanhá-la ela deveria chamá-lo quando fosse ou se não marcar com ele a hora para se encontrarem no andar de baixo da casa, já que todas as meninas dormiriam em um quarto e os meninos em outro...

- Ei, Tiago – disse Rose acompanhando o primo até a cozinha.

- Que foi? – disse ele, segurando alguns copos nos braços.

- Aquilo que eu disse lá fora... bem, é sério. Quer dizer é de verdade, eu vou mesmo – Rose falou – você vai vir comigo ou não?

Tiago bufou colocando os copos na pia da cozinha.

- Não sei não, Rose – ele respondeu – Ouça, eu já estou encrencado até a garganta com meus pais, e se nos pegarem, bem... não vai ser coisa boa, acredite.

- Eu sei, Tiago, eu sei – Rose disse exasperada, precisava do primo – é que... sabe quando você sente que deve estar em lugar, naquela hora?

- Não.

- Tanto faz – Rose sentou-se no balcão, balançando os cabelos castanho-avermelhado – Só quero saber se você vai?

- Ro, acho que você está fazendo questão demais – Tiago apoiou-se no balcão – amanhã a gente voa e você nem gosta de voar?!

Rose revirou os olhos e desceu do balcão.

- Já te expliquei meus motivos – ela falou – Bem, já que você não vai, eu vou sozinha – Rose apontou o dedo para o nariz de Tiago e sussurrou – e você nem ouse em abri a boca, ouviu?!

Rose não esperou Tiago responder, deu as costas para o primo e voltou para a sala.

 A noite, quando todos já estavam em suas camas prontos para dormir (as meninas no quarto de Lílian, os meninos no quarto de Tiago e Alvo e os casais nos quartos de hospedes), Rose esperava ansiosa pela meia-noite. Olhava para o relógio na parede do quarto da prima já quase involuntariamente, repassando seu plano mentalmente.

 Quando a meia-noite finalmente chegou, Rose saiu da cama sem fazer barulho algum, o que surpreendera a ela própria, pois costumava ser tão ridiculamente desastrada. Calçou suas botas e pegou seu casaco, ela ouvia o vento uivando do lado de fora. Por fim saiu do quarto e foi em direção ao quarto dos pais, tomara o cuidado mais cedo em prestar muita atenção onde o pai guardava sua Volks, felizmente, ele havia colocado-a atrás da porta. A porta do quarto dos pais estava apenas encostada, então ela a empurrou e a porta começou a ranger alto. Rose parou apertando os olhos e parando de respirar, depois colocou a cabeça para dentro do quarto dos pais e viu seu pai virando de lado na cama. Rose piscou e empurrou a porta mais um pouco, deixando um espaço suficiente para que passasse o corpo todo. Quando entrou completamente, olhou atrás da porta e viu a vassoura, exatamente onde seu pai havia posto. Ela respirou fundo pegou a vassoura e saiu do quarto calma e silenciosamente. Finalmente havia fechado a porta do quarto dos pais quando alguém tocou seu ombro.

- Bu! – ela ouviu alguém e instintivamente Rose gritou.

Ela se virou era apenas... Tiago, com seu casaco de viagem nas cores da Grifinória. Tiago tapou a boca de Rose com a mão.

- Quietinha – ele sussurou – vai por todo seu plano por água abaixo desse jeito.

Ele tirou a mão da boca de Rose lentamente.

- O que você está fazendo aqui?– Rose perguntou num sussurrou, estreitando os olhos.

- Eu não ia perder isso. Rose desobedecendo a regras, coisas assim são históricas, eu não podia perder – Tiago falou e Rose rolou os olhos e foi indo em direção a escada, Tiago em seu encalço – mas quero deixar bem claro que só estou sendo um bom primo e te acompanhando. Algo diferente disto e não sei nada sobre isso.

- Ok, ok- Rose falou descendo as escadas e caracol – eu entendi.

Eles chegaram ao andar debaixo e seguiram para a cozinha onde ficava a porta dos fundos, que era menos barulhenta. Quando Rose abriu a porta arrependeu-se no mesmo momento e por um nanossegundo decidiu desistir do plano, um vento congelante e forte passou por ela, fazendo os cabelos da nuca se eriçar, a essa altura sua mão já estava petrificada segurando a vassoura. Rose balançou a cabeça e seguiu para fora da Casa de Campo em direção ao campo de Quadribol. Raios enormes cortavam o céu, iluminando todo o campo plano da Casa de Campo e trovoadas balançavam a terra, Rose sentiu medo, como quando era criança, nunca vira Raios e trovões tão abundantes e constantes, pensou que o fato de estar em um lugar tranqüilo e “deserto” deixava-os mais aparentes. Seguiu para o Campo de Quadribol com Tiago em seu encalço, calado, talvez os raios e trovões estivessem o assustando também, embora se Rose lhe perguntasse ele jamais admitiria. Eles chegaram ao centro do campo, Rose montou na vassoura.

- Rose eu não acho que seja uma boa idéi... – Tiago começou, mas Rose impulsionou-se para cima, antes que pensasse mais um pouco e fosse sensata. O que, de fato, ela não queria ser naquele momento.

 Foi subindo, sentindo rosto congelar, em uma rapidez jamais imaginada por ela, as mão apertas ao cabo da vassoura, tentando ignorar a as trovoadas ensurdecedoras e os raios apavorantes. Ela olhava para cima e fazia a vassoura subir cada vez mais, foi quando ela viu dentre uma trovoada e outra uma forma nas nuvens, grande pomposa e perspicaz. Uma águia em forma de ataque, com as asas juntas ao corpo e o bico apontando para a terra, então Rose perdeu os sentidos e de repente não estava mais ali.

 Ela encontrava-se em uma antiga floresta e... corria. Parecia um sonho, porém completamente real. Rose corria muito e sua respiração estava irregular, a sua frente ela via uma floresta que aparentemente estava no meio do outono, pois as arvores estavam quase completamente se folhas. O céu descia em uma mistura de roxo com cinza, em um crepúsculo sombrio. Rose sentia uma tremenda dificuldade para correr etão olhou para baixo, ela usava um longo vestido azul claro, agora rasgado e sujo, e bufante, como os das donzelas do século XIX para baixo. Um vento forte passou colocando os cabelos negros de Rose na frente de seu rosto... espere um pouco.... Negros? Aquilo já estava confuso demais, Rose sabia o que estava acontecendo, mas uma parte de sua mente não entendia nada. Era como se seu corpo fosse comandado por um outro alguém. Rose corria, tropeçava em troncos, escorregava em folhas, mas seguia em frente, já correra uma distancia muito grande, porém a paisagem era mesma, como se ela não houvesse se mexido.

Preciso escondê-la Rose pensou, Tenho que seguir em frente

Então Rose ouviu um grito abafado e distante...

Helena!

Rose acelerou, estava exausta e aquele vestido não a deixava se movimentar.

Só mais um pouco Rose pensou Estamos chegando, agüente firme Helena!

A parte da mente de Rose que estava “deslocada” da cena perguntou-se: Helena?

Rose parou instantaneamente e olhou para os lados, com falta de ar.

Não tenho outra escolha.

- Helena!- ouviu-se outra vez, porém mais próximo.

Rose olhou para os lados, depois fechou os olhos e concentrou-se em sua localização

12 quilômetros leste, cinco minutos norte.

Rose abriu os olhos e olhou para uma árvore oca a sua esquerda.

Três arvores a esquerda.

Rose virou-se para a árvore, pegando alguma coisa embrulhada em um pano de veludo azul de dentro do bolso da capa negra que usava por cima do vestido...

- Helena! – Rose virou o rosto e viu um vulto pequeno se aproximando.

Vamos com isso Helena.

Rose se aproximou da árvore e então... acordou! 


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