The Eagle escrita por biancarr
- Mamãe, eu consegui, eu consegui mesmo! – dizia Hugo, o outro filho de Rony e Hermione, enquanto tirava de um caldeirão fervente uma mão cheia do que pareciam insetos de ferro.
Hugo era magro e comprido, tinha dentes de esquilo iguais ao da mãe na sua idade, os cabelos cor de fogo eram muito bagunçados, os olhos tão azuis quanto a água, sardas espalhadas por todo o rosto e um nariz bem arrebitado.
Neste momento Hermione colocou a mão no peito, respirou bem fundo e disse:
- ah! Querido, que susto me deu.
-Desculpe mamãe é eu precisava lhe mostrar. Na verdade precisava mostrar a todos vocês. – disse Hugo caminhando até o resto da família colocando um pouquinho dos “insetos de ferro” em suas mãos.
- Hugo o que exatamente é isso? – perguntou Rose depois de analisá-los
-Isso, querida irmã, são “insepenos”!- disse Hugo empolgado
- “Insepenos”?- repitiu Rony
- Isso mesmo pai, são pequenos insetos de ferro, criados para simular ataques instantâneos, e acabar com aulas do tipo História da magia.
- “Ataques instantâneos”?- Perguntou Hermione indignada - E o que você pretende fazer com isso mocinho? – disse colocando a mão livre na cintura.
- Vender, mamãe. – disse Hugo – M-mas eles não machucam só pousam nas peles das pessoas, N-não picam. – falou arregalando os olhos de desespero, depois de ver os gestos de desaprovação da mãe.
- É vão mesmo deixar você entrar com isso em Hogwarts! - disse Rose ironicamente – E eu gosto de História da magia, tá!
- Mas aí que está à novidade cara irmãzinha – e dito isso pegou mais um punhado dos insepenos de dentro do caldeirão fervente e puxou suas antenas. Neste momento os insepenos se esticaram, suas asas viraram penugem e suas cabeças alongaram até ficarem bem pontudas. Rose via agora, no lugar dos insepenos, uma dúzia de penas.
- Brilhante! – disse Rony, que em seguida foi atingido por um tapa no braço, dado por Hermione.
- Filho, achei bem criativo e com certeza deve ter dado muito trabalho... Mas você sabe que não aprovo este tipo de atitude – disse Hermione carinhosamente, não queria chatear o filho.
Rony ainda olhava para os insepenos muito intrigado, mas ao mesmo tempo maravilhado.
- Hermione, por favor, ele deve ter trabalhado muito para isso, você não pode simplesmente jogá-los no lixo - Disse Rony largando os insepenos de lado – E eles viram penas, imagine: Hugo está no meio de um teste e de repente sua pena quebra, não há outra em sua mochila, o que ele faz? Ele poderia usar os insepenos, não é?!
- Sim, mas...- mas Hermione foi interrompida pelo filho.
- e mamãe, elas não precisam de tinta imagine o quanto você vai economizar não tendo que comprar tinta para mim e Rose – disse Hugo percebendo que tinha uma chance de persuadir a mãe.
- Sim, mas eu... - mas foi interrompida novamente, desta vez pela filha.
- Me tira disso - disse Rose.
-Mas eu...- E antes de ser interrompida novamente, Hermione gritou – ESTAVA PENSANDO...
E todos viraram para ela.
- Hugo, e se você levasse os seus insepenos á loja do seu tio Jorge?- finalmente perguntou Hermione – amanhã vamos ao beco diagonal, você poderia lhe fazer uma visitinha enquanto compro os materiais?
- ah! Excelente idéia mamãe – disse Hugo em seguida apertou as penas nas mãos e essas voltaram a ser insetos.
O resto do dia tornou-se um tanto redundante, segundo Rose. Ela não agüentava mais o irmão dizendo o que faria com os galeões ganho com os insepenos vendidos, pior ainda foi ter que ajudá-lo a empacotar as (como chamava Rose) “coisinhas”.
- NÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃÃO – gritou Hugo quando Rose jogava uns insepenos dentro da segunda caixa.
- Aaah não grita garoto. O que aconteceu?- disse Rose num tom de impaciência que só ela conseguia atingir.
- Olha, presta atenção no que está fazendo Rose – e dizendo isto caminhou até a caixa que Rose acabara de fechar – Insepenos azuis são naquela caixa porque as penas tem auto-correção. São os laranjas e vermelhos que podem ser misturados! Será que é tão difícil entender?!
- Azul laranja e vermelho... Tanto faz, não faz sentido pra mim!- disse Rose laragando os restos de insepenos azuis na caixa a sua frente.
- “Não faz diferença”?... Olha garota, você está despedida e nem pense que vai receber pelo trabalho, porque não vai. Estou cheio de suas criancices e pouco caso dos meus insepenos. SAIA DO MEU QUARTO!
Hugo estava tão vermelho que suas sardas desapareceram. Ele apontava o dedo para o peito da irmã que transformava suas suaves feições parecidas com um vulcão prestes a uma erupção.
- “Eu não vou receber”?... Nossa como se estivesse recebendo alguma coisa antes – disse Rose alteando a voz a cada palavra – Se você não percebeu, estava aqui por boa vontade, mas adivinha só? A boa vontade foi embora meu querido. Não sou obrigada a ouvir sermões de um garotinho de doze anos.
Ela saiu do quarto do irmão, entrou no seu e bateu a porta. Hugo fez o mesmo. E no mesmo instante Hermione gritava do hall da escada.
- O que está acontecendo aí em cima? – mas não houve resposta – Será que vou ter que subir para descobrir?
E um segundo depois Rose e Hugo diziam “Nada, mãe”; “é, nada!”.
No dia seguinte, bem cedo, a família Weasley estava pronta para ir ao beco diagonal, (exceto Rony é claro, ele ia para o ministério trabalhar).
- Hugo pegue suas... “coisinhas” - gritou Rose – mamãe está chamando!
- Estou indo!- respondeu Hugo.
- Mamãe, tia Gina vai com a gente?- perguntou Rose que voltara a cozinha e agora comia um grande Cookie.
- sim, mandei-lhe uma carta ontem à noite. - disse Hermione
- Tiago, Alvo e Lílian vão também?- perguntou Hugo por trás da caixa que trazia.
- Creio que sim, Gina não deixaria aqueles três sozinhos depois do que fizeram na semana passada – respondeu Hermione arrumando a gravata do marido – Pronto. Assim está bom...
- Mamãe o que exatamente eles fizeram? – perguntou Rose num sussurro, já estava assustada antes de receber a notícia, ela sabia que quando seus primos aprontavam juntos podia sair qualquer coisa, mas essa coisa tinha que ter a ver com destruição de bens ou lugares ou invencionices que tinham o objetivo de destruir.
- Exatamente não sei, mas, pelo o que Gina disse, Alvo fez um estrago na cozinha com uma poção que era para ser a Polissuco (não me pergunte para o que!), mas a poção acabou explodindo. Tiago fez um protótipo de um rabo-cornéo húngaro e colocou no quarto da Lílian para assustá-la e bem... Lílian saiu correndo e derrubou aquele relógio que a Sra.Weasley deu para Gina e Harry, aquele com as fotos de todos e mostra o que está acontecendo com cada um no momento.
- Ela o quebrou? – Perguntou Rose colocando a mão na boca num tom de surpresa. Desta vez os primos tinham passado dos limites. Destruir praças e jardins alheios era suas especialidades, mas eles nunca haviam quebrado coisas dentro da própria casa, não tendo a Gina como mãe e, com certeza, não em baixo do nariz dela.
- Sim. E Gina está realmente brava com isso. – respondeu Hermione com um ar severo.
- E não é para menos. – disse Rony com um ar também severo.
- É verdade, vovó amava aquele relógio, imagine a reação dela quando souber?! – disse Hugo, que largara a caixa no chão e agora comia cookies com a irmã, que o olhava de esguelha.
- É mesmo, imagine: Sabe quantos anos tinha este relógio, Ginevra Weasley. Seu irmão me pediu este relógio e eu dei a você pensando que fosse cuidar mais que ele! Nem parece que esses garotos são meus netos, eles precisam mesmo é passar férias de verão no acampamento para jovens bruxos da Madame Labels– Brincou Rony, imitando a mãe, com a mão na cintura e a voz fina, e no mesmo momento Hugo riu com a boca cheia de biscoito.
- Ai garoto, cuspiu em mim. – Reclamou Rose.
- Não ria de boca cheia Hugo – Repreendeu Hermione.
Um tempo depois, eles estavam na porta para a saída com um longo carro verde esmeralda a sua espera. Rony ajudou Hermione a colocar as caixas do filho dentro da sua inseparável bolsinha de contas. Todos entraram no carro, exceto Rony que se apoiou na porta do banco dianteiro e disse a esposa:
- Pegou os galeões?
- Peguei – respondeu Hermione
- Não esqueça o presente do Harry! Procure uma coisa sem legal O.k.?
- O.K.- Respondeu Hermione.
E dizendo isso deu um beijo no marido, que em seguida fechou a porta do carro e esse acelerou e seguiu para beco diagonal.
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