Fiquei muito encabulado com tudo o que estava acontecendo. Tentei parar pra refletir, me entender melhor  achar uma solução, mas eu tinha medo de terminar minha reflexão e descobrir o que eu não queria descobrir.  Estando tão confuso decidi que iria consultar  Nichkhun, era minha única opção.

   - Khun, venha cá! Acho que preciso conversar sobre você sabe o que.  – ele abriu um sorriso ao escutar-me. – Confio em você, por isso espero que esse assunto não saia daqui, e por favor evite ironias!

  - Pode começar então. – disse sentando-se no sofá e fazendo um sinal para que eu me sentasse ao lado.

- Ok...-sentei-me – É complicado, não me sinto bem falando disso, mas preciso falar, o que faço? – pensei alto.

- O que você faz? Simples, é só falar. – riu – Eu não posso te ajudar se você não falar.

- É que é comprometedor...

- Desabafe hyung, ou será que vou ter que te interrogar pra que você desembuche? – olhava-me fixamente

- Ah...então pare de me olhar assim, ou melhor, nem me olhe. Será melhor assim!

- Ande logo!

- É que...ontem á noite senti coisas estranhas, que nunca havia sentido antes, e não consigo entender.

- Explique melhor, o que é exatamente que te aflige? Exatamente. - enfatizou

- Senti desejo por alguém inesperado. Foi isso!

-Hmmm. Esse alguém por acaso seria Junho?

- Claro que não! O que te faz pensar isso? – neguei desesperado pois fiquei com muita vergonha de admitir.

- Tem certeza que não? Você pareceu um pouco ‘ciumento’ ao saber das aliviadas dele. Mas saiba que masturbação não é traição, portanto não se preocupe.

- O que eu disse sobre ironias? E que fique claro que não acho que isso seja traição, mas é que obviamente ao fazer isso pensa-se em alguém, não é? E ele não parece que pensaria em mim.

- Então você admite que gosta dele?

- É. – disse seco. – É ele sim, mas não quer dizer que eu gooooste dele, e eu estava muito carente também, isso é relevante.

- Acho que sei qual é o problema aqui. Você está finalmente descobrindo quem você é, e está tentando enganar a si mesmo por que não quer ser assim.

- Assim como?

- Assim...gay.

- Ah, me poupe. Eu, gay? Gosto de mulheres, m-u-l-h-e-r-e-s!

- Então como explica essa sua atração por outro homem? E nem venha com esse papo de carência que não cola. Aliás é na carência que descobrimos nossos verdadeiros desejos mais profundos, ouviu.

- Não, não! – dava tapas leves em minha cabeça pois estava inconformado. – O que vou fazer?

- Eu sei que é difícil lidar com essas coisas, tem muito preconceito e tal, mas você tem que começar se aceitando, isso tirará um peso enorme de você.

- Se o preconceito fosse o único problema. Junho não é gay, e se eu contar pra ele sobre mim ele pode se afastar. E hyung, você parece bem experiente nesse assunto. -ironizei

- Aish, o que você sabe pra falar da minha experiência hein? E quem sabe Junho está dentro armário ainda. – ironizou de volta. – Apenas se acalme, pense em você primeiro, depois você pensa sobre o que fazer com Junho, ok?

- Vou tentar, mas é difícil deixar ele de lado.

- Só aceite sua situação melhor primeiro, não disse que confia em mim? Então siga meus conselhos.

- Ok, você está certo. – levantei-me e fui para o quarto pensar melhor.

      Nichkhun me fez esclarecer as coisas na minha mente, me ajudou a fazer minha mente entrar de acordo com meu corpo e coração. Ele pode ser irritante ás vezes, mas sabe desvendar as pessoas muito bem.

      A noite estavam todos de volta em casa, Chansung atacou a geladeira pois estava morto de fome; Taecyeon e Wooyoung foram logo se deitar; Jaebeom foi tomar um banho e Junho sentou-se ao lado de Nichkhun e eu para assistir TV enquanto esperava sua vez de tomar banho.  Nichkhun estava mudando de canal em busca de algo interessante, quando passou por um onde estavam falando sobre homossexualidade.

- Ei, Junho, o que você pensa sobre isso? – disse Khun.

    O que ele tinha na cabeça ao dizer isso? Fiquei morrendo de vergonha.

- Eu penso que sexualidade é só um rótulo. Para mim amor se sente por qualquer um. As pessoas sempre dizem que vêem a alma para amar, que depende do interior não é? Então para que ficar reparando no que há no meio das pernas?

- Bom raciocínio. – Khun olhou-me deixando-me cada vez mais tenso. – Nossa, agora me bateu um sono, com licença, vou pro quarto, boa noite pra vocês. – levantou-se e saiu da sala.

   Como ele ousava ser tão indiscreto e ainda me deixar a sós com Junho. Nichkhun  só podia estar maluco. Se bem que a resposta de Junho agradou-me  um pouco. Eu estava nervoso e nem consegui puxar papo com Junho, quando tomei coragem Jaebeom saiu do banho para Junho poder entrar.  Todos foram dormir, então resolvi ir me deitar também, mas aquele homem me tirava a vontade de dormir, então voltei para sala. Quando ia ligar a TV ouvi um ruído vir do banheiro, chegue mais perto por curiosidade e não é que eram gemidos! Pensei em bater na porta e alertá-lo, mas seus gemidos eram tão agradáveis aos meus ouvidos que desisti.  Recostei a cabeça na porta e fechei os olhos, aquilo soava como música para mim. Fiquei ali escutando-o, até que de repente senti que meu apoio foi tirado, ele acabara de abrir a porta. Que mico! Realmente eu sempre me dou mal em banheiros.  As bochechas dele ficaram avermelhadas e sua expressão amedrontada quando me viu ali, com certeza estava morrendo de vergonha de eu tê-lo ouvido. Mas eu logo dei uma desculpa:

- Ei, estou meio sonolento quase dormi na porta. – ri. – Estou muito apertado.

- Por que não bateu na porta pra me apressar? Eu teria saído. –disse de cabeça baixa.

- Preferi não incomodar, você parecia concentrado no que estava fazendo. – nisso entrei rapidamente no banheiro e fechei a porta.

    Não acredito que fui capaz de dizer isso, mas acabei dizendo.  Que indelicadeza, e se ele tivesse ficado bravo? Passei a noite toda lamentando minhas palavras indevidas.

    Acordei cedo na manhã seguinte, tínhamos o dia livre, então a maioria dos membros iam passar o dia fora. Wooyoung, Taecyeon e Chansung iriam visitar suas famílias, e Nichkhun armou um jeito de sair e tirar Jaebeom de casa, querendo dar uma de cupido deixando a casa só para mim e Junho.  Como Junho não havia se levantado ainda resolvi fazer um café-da-manhã caprichado para ele. Quando ele acordou, veio direto á cozinha, e seus olhos sonolentos arregalaram-se ao ver a mesa do café.

- Nossa, que banquete é esse? Hoje é meu aniversário?

- Que nada. – sorri. – Foi o que Chansung não comeu ontem, até que deu pra fazer uma bela mesa. E se fosse seu aniversário estaria muito melhor, não acha?

- Hyung, assim me deixa sem graça. – disse provando a comida em seguida. – Isso está delicioso.

       E assim o papo fluiu, e conversamos a manhã inteira. Depois que arrumamos a cozinha não esbarrei mais com ele pela casa, eu queria muito ir chamá-lo para me fazer companhia, mas com que cara iria fazer isso? Ficaria na cara que eu estava me oferecendo. Então esperei até que ele aparecesse.

        Quando começava a tarde ele apareceu na sala, com os olhos mais fechados que o normal.

- Ei, estava dormindo?

- Sim, não dormi bem á noite, aproveitei para descansar agora. A propósito tem algo para comer hyung?

- Ah, usei  toda a comida para o café, desculpe. Só sobrou achocolatado, leite condensado e manteiga, essas coisas que Taecyeon comprou para tentar fazer aquela receita brasileira.

- Só isso hm... que receita é essa? Poderiamos tentar fazer, já que é só o que temos.

- Acho que se chama brigadeiro, algo assim. – revirei a gaveta a procura do papel da receita. – Aqui está, encontrei. Não é difícil, mãos na massa então.

    Quando ficou pronto, pegamos o prato e sentamos no chão da sala, Junho encarou-me docemente e disse:

- Tomara que Taec não fique bravo por termos usado seus ingredientes não é?

- Ele não ficará, aliás teremos que fazer compras logo mesmo, aí compramos de novo. – disse pegando uma colherada. – Esse doce é muito bom!

- É mesmo. – sorriu e depois de uma pausa continuou – Ah e hyung, desculpe por ontem, achei que ninguém estava me ouvindo, sei que fui indelicado.

- Não precisa pedir desculpas, eu entendo. Quem foi indelicado fui eu, falando com você daquele jeito.

- Que nada, entendi que foi só uma brincadeira. –sorriu. – Ah, hyung estou tão carente ultimamente sabe, e só trabalho e mais trabalho, é difícil.

- É, por coincidência tenho me sentido assim também, estou quase no meu limite, ainda mais agora que venho reparando em uma certa pessoa.

- Como? Nem temos tempo de conhecer pessoas novas, como conseguiu? – disse perplexo.

- Não é uma pessoa nova. – sorri maliciosamente.

- Então eu conheço, não é?

- Conhece melhor que ninguém.

   Nesse instante ele começou a falar, mas nem prestei atenção no que dizia, só conseguia me hipnotizar olhando para os seus lábios. Num impulso não me segurei e beijei-o, era pra ser só um selinho, mas surpreendentemente ele continuou me beijando, então lentamente comecei a usar a língua e ele a acompanhar meus movimentos.  Entrelacei-o com meus braços e senti suas mãos na minha nuca, cada vez eu o agarrava mais forte e o trazia para mais perto de mim, eu o desejava mais que tudo.  Ele acariciava meus cabelos enquanto me beijava, era um carinho tão meigo, eu nem acreditava que poderia estar tudo saindo tão bem. Houve um momento em que o trouxe para tão próximo de mim que pude sentir seu órgão genital, e ele estava excitado e percebi que eu também estava. Separamos nossos lábios e eu o abracei, não queria ter que soltá-lo nunca mais. Senti seus lábios aproximarem-se de meus ouvidos:

- Hyung, preciso me aliviar.

- Eu também preciso. – ri. – Mas devíamos fazer algo diferente, algo que não só aliviasse mas que nos satisfizesse.

      Quando terminei essa frase senti minha camiseta sendo puxada pra cima, ele estava realmente tirando-a. Eu estava com medo do que poderia vir a seguir, mas eu não ligava, eu me sentia tão bem que não pararia ele de jeito nenhum. Logo depois despiu-me de minhas calças e com cuidado tirou minha cueca. Afastou suas mãos de mim, e pegou um pouco do brigadeiro, lambuzou meu pênis com aquilo e pôs-se a chupá-lo. Foi a melhor sensação que já tive em toda minha vida.