A assassina I - Hogwarts, Uma Outra História escrita por GabrielleBriant


Capítulo 8
Severo - o Conselheiro para Assuntos Sentimentais




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CAPÍTULO VIII. SEVERO – O CONSELHEIRO PARA ASSUNTOS SENTIMENTAIS

Amélia até pensou em manter a briga dela com o capitão do time em segredo... Mas, como todos os segredos em Hogwarts, bastaram cinco minutos para que a discussão se tornasse pública. Em todos os lugares, pessoas cochichavam sobre a briga... E, é claro, todos pensavam que Amélia era quem estava errada.

- Amélia, você está louca?!

Ela estava tentando esquecer da vida na sua poltrona favorita do salão comunal Grifinório. Tentava relaxar lendo um dos livros que Severo tinha a emprestado (Psicologia do Mal - a mente de um bruxo das trevas) quando teve a sua concentração interrompida pela voz histérica de Lílian Evans.

- Lílian? E porque eu estaria louca?

- Porque? Você saiu do time de quadribol?

- Foi sim.

- Nós temos jogo em duas semanas! O último jogo!

Amélia quase riu. Ela lembrou que Lílian adorava quadribol, até o início desse ano, quando Tiago Potter conseguiu entrar para o time. Desde então, ela passou a detestar tudo que se relacionasse ao esporte... Mas agora ela parecia tão preocupada quanto num dia de prova e tão furiosa quanto na vez que um professor não deixou que ela respondesse uma pergunta. Segurando o riso, Amélia tentou se explicar para a amiga.

- Eu peguei uma briga com Schwartz. Sabe, fiquei de cabeça quente... Lí, eu não suporto ele! Não dá mais para ficar no time!

- Mas porque diabos vocês discutiram?

Só então voltou à cabeça de Amélia o motivo da briga - George Zwingli! Como ela pode ter esquecido dele? O nervosismo voltou. Ela começou a sentir falta de ar e o coração começou a correr... Talvez, se pedisse um conselho à Lílian...

- Lí, eu queria o teu conselho... É... Sobre um garoto...

- Hi! Pessoa errada! Você sabe que eu nunca namorei! Mas fala! Talvez eu possa te ajudar!

- GeorgeZwinglimechamouprasair - Ela disse de uma vez só, com a cabeça baixa.

- Peraí! Você pode repetir? Porque eu poderia jurar que você disse “George Zwingli me chamou para sair”!

- Foi exatamente o que eu disse

Lílian abriu um sorriso imenso e abraçou Amélia. Ela bem sabia que a amiga tinha uma quedinha pelo capitão do time da Lufa-Lufa. Depois de dar várias exclamações felicitando Amélia, Lílian percebeu que a amiga não estava exatamente excitada com a idéia.

- O que aconteceu? Esse não era o seu sonho desde que do início do ano? Anime-se! Quando ele quer que você saia com ele?

- Dia dos namorados.

- Mas isso é demais!!! Eu estou tão feliz por você! Pode me explicar essa cara?

- Eu dei o maior mico quando ele me convidou!!! - Ela choramingou - Lílian, eu fiquei roxa de vergonha e eu paralisei! - Ela começou a rir - EI! Isso é trágico! Não ria! Eu paralisei! Você pode imaginar algo assim? Eu simplesmente paralisei!

- Para de se importar com isso, Amélia! - Ela falou num tom que quase conseguiu tranqüilizá-la - Eu aposto que ele achou até... fofinho.

Ela rolou os olhos e se levantou. Suspirou. Olhou para Lílian... Teve uma idéia: Só saberia o que Zwingli achou da sua cena ridícula se entrasse no universo masculino. Ou seja: Teria que perguntar a uma pessoa em que ela confiasse e que saísse bastante com representantes do outro sexo. E Amélia só conseguia pensar em uma pessoa: Augusto Malfoy.

Sem se despedir de Lílian, Amélia começou a fazer o seu caminho para a torre da Sonserina. Augusto era realmente um dos garotos mais namoradores que Amélia conhecia. Só perdia, talvez, para o seu irmão, Lúcio, mas, como ele não estudava mais em Hogwarts, não tinha como ajudá-la nesse momento. Augusto tinha começado a namorar nas férias... Só não conseguiu namorar por muito tempo... Na verdade, não conseguia namorar ninguém por mais de um mês!

- Beladona!

O salão comunal sonserino ficou visível. Ela entrou, passando os olhos na poltrona favorita de Augusto... Mas encontrando apenas Severo, que lia um grosso livro. Foi até ele. No meio do caminho, Bellatrix se colocou na frente dela, interrompendo seu caminho.

- Quando você vai aprender que uma Grifinória deve ficar no salão comunal da Grifinória?! Sabe, você deve ter um aprendizado muito lento, por que eu pensava que isso já fosse senso comum por aqui.

- Bella, eu realmente não estou querendo discutir. Eu não sei o que você tem contra mim, mas essa sua atitude está me dando nos nervos, sabia?

- Essa é a idéia, Amélia. Mas me diga, o que você quer aqui, onde você não é bem vinda?

- O que eu vim fazer aqui não é da sua conta e eu sou bem-vinda aqui sim, porque, ao contrario de você, eu tenho amigos, OK? Licença.

E voltou ao seu caminho até o sofá. Sentou-se ao lado se Severo.

- Você sabe por onde Augusto anda?

Ele somente então percebeu que Amélia estava ali. Fechou o livro.

- Augusto foi para a Hogsmeade se encontrar com uma garota que ele conheceu. Não me pergunte quando ele volta.

Amélia não sabia como eram esses encontros de Augusto ou como ele conseguia sair de Hogwarts, mas nem se atrevia a perguntar. Ela só sabia era que quem tinha o ensinado a sair da escola tinha sido Lúcio e que os encontros tinham muito haver com as novas liberdades dos anos 70... Não que ela fosse contra, mas ele era muito novo!!!

Ela suspirou. Realmente precisava conversar com alguém... E, bom, se Augusto não estava, tinha Severo! Ele não saía muito (na verdade, Amélia nunca tinha o visto com garota nenhuma), mas ela podia confiar nele.

- Er... Então... Será que dava para eu falar com você, Severo?

- Estou ouvindo.

Amélia respirou fundo.

'E agora?'

- Severo o que você vai fazer no dia dos namorados?

Ela disse, sem pensar. O garoto ficou a olhando por um momento, sem reação. Depois segurou de leve a mão dela.

- Eu infelizmente não poderei te acompanhar a Hogsmeade, Amélia. Não devemos estragar a nossa atual amizade com tal coisa. Sinto muito.

"Além disso, eu já vou me encontrar com uma pessoa”.

'Oooooooooooooooooooooooooops! Acho que me expressei mal!'

Ela corou violentamente. Mordeu o lábio. Tentou explicar.

- Não! Sev, você entendeu errado! Eu...

- De-que-voce-me-chamou? - Ele disse, no tom de voz mais letal que conseguia produzir. Um tom de voz que ela conhecia muito bem.

- De Sev! - Ela disse, um tanto relutante... Ele a olhou com tanta raiva que chegava até a ser cômico! Qualquer pessoa morreria de medo daquele olhar... Menos Amélia - Ora, vamos! É melhor que ranhoso! - Ele quase riu. - O que eu queria dizer é que... Bom um cara me chamou para o dia dos namorados

- O QUE? Você é muito nova!

- Sev!!! Posso terminar?

- Vá em frente.

- Bom... - 'Como dizer...' - Imagine que você vai chamar uma garota para sair. Aí, quando você faz o pedido, ela congela!... Aí você dá um beijo no rosto dela e ela fica tão vermelha quanto um morango... Aí você diz "pense o quanto quiser, mas não me deixe esperando muito...” Bom, o que exatamente você quer dizer com isso?

- Acho que eu iria querer dizer que se você demorasse muito, eu iria encontrar uma outra pessoa para ir comigo.

- Mas você ainda queria sair comigo?

- Sim... Amélia, o que exatamente você fez?

Ela contou tudo que tinha acontecido antes do treino de quadribol para Severo. Ele quase riu... Aliás, ele só não riu porque ele só ria quando tinha alguém se dando mal perto dele. Calmamente, disse.

- Ele ainda deve querer sair com você. Mas você está em desvantagem, por que eu acho que, agora, ele sabe que você nunca... saiu com ninguém.

Ela se sentiu aliviada. Claro que desconsiderou o que Severo tinha dito... O cara via tudo como uma guerra! Mas sabia que Zwingli ainda queria sair com ela, e isso era suficiente! Quando ela já ia sair, Severo a chamou.

- Amélia! - Ela se virou - Quem é ele?

- George Zwingli

- O QUE? Eu não acredito que você vai sair com Zwingli! Ele não tem nada na cabeça! Eu não acredito! Você n...

- Tchau, Sev!

E saiu da Sonserina, deixando muitas garotas se perguntando o que diabos George Zwingli tinha visto nela. Passando por algumas janelas, Amélia viu que ainda não tinha escurecido. Ainda dava tempo de passar na biblioteca e pegar um livro.

Assim que entrou na biblioteca...

'Oh-meu-Deus!'

George Zwingli tinha acabado de pegar um livro e estava vindo na direção de Amélia. Ela respirou fundo e tentou parecer calma... Não tinha por que desesperar, afinal.

- Oooooi

- Eu já pensei, se é isso que você veio me perguntar. - Ela disse, sorrindo gentilmente. O rosto dele se iluminou.

- E aí? Você vai comigo, né?

- É. Vou.

XxXxXxX

Amélia rezava todos os dias para que a semana se arrastasse, mas o que aconteceu foi justamente o contrário. A semana passou muito rapidamente e, quando ela menos esperava, o dia dos namorados chegou.

Convites foram muitos. Amélia recebeu vário, durante toda a semana... Todos, devidamente recusados com a mesma fala: “Desculpe, mas eu já tenho par”. Por milagre, o boato de que Amélia iria sair com George Zwingli não se espalhou... Aparentemente as garotas que tinham a ouvido dizer isso não acreditaram muito... George também estava sendo bastante assediado, e todas queriam saber quem era o par misterioso dele... Mas ele também não contou a ninguém.

Amélia abriu os olhos e choramingou. Olhou cautelosamente para o calendário que ficava ao lado de sua cama, esperando ver marcado o dia 13... Ou, quem sabe, o dia 15... Mas não! Lá estava, em letras garrafais: “14 de Fevereiro – dia de São Valentino”. Ela deu um gemidinho baixo. Apertou os olhos e depois voltou a olhar o calendário, como se esperasse que algo tivesse mudado.

A inscrição '14 de Fevereiro' era como a de qualquer outro dia; discreta, escrita em preto, no topo da placa de metal (esse calendário era uma placa de metal que mostrava apenas a data do momento em que fosse vista, a não ser que você quisesse ver datas passadas ou futuras), mas o 'Dia de São Valentino' ficava oscilando entre rosa bem clarinho e vermelho paixão. Ao fundo, tinha a foto de um casal se beijando.

Beijo... Ela passou um tempo olhando para o casal da foto. Era isso que tanto a incomodava! Ela nunca tina dado um beijo! E agora estava mais perto do que nunca de dar um! Não que ela não quisesse beijar George... Queria sim! Muito! Todas as amigas dela que já tinham beijado diziam que era ótimo, e Amélia morria de curiosidade! Mas, mesmo assim...

E se ele não gostasse do beijo? E se os dentes deles se batessem? E se ela tivesse uma crise de riso? Ou pior: E se ela, mais uma vez, paralisasse?

Os pensamentos ruins de Amélia foram interrompidos pelo barulho infernal da voz esganiçada da garota que dormia ao lado dela: Elizabeth Thompson.

- Amélia!!! Amiga!!! Acorda!!! Olhe o dia lindo lá fora!!! É dia dos namorados!!! Vamos comemorar!!! Comer chocolate!!! - Ela se jogou na cama de Amélia - E contar para as amigas quem é o cara misterioso que vai te acompanhar hoje a Hogsmeade!

Amiga?’

Nem em seus maiores pesadelos Amélia se imaginava sendo amiga de Elizabeth Thompson! A garota era rude, chata, burra e tinha um gosto detestável por fofocas! Se ela contasse para Elizabeth com quem iria para Hogsmeade, o resto da escola saberia antes do fim do café da manha... O pior é que Amélia não era falsa: Thompson sabia exatamente o que Amélia pensava dela.

- Elizabeth, se eu quisesse que todos soubessem com quem eu vou, tinha colocado no mural de recados... Eu sei que não seria tão eficiente como te contar, mas funcionaria com o tempo!

- Mia, Mia, Mia... Eu vou relevar o seu comentário infeliz só porque eu estou muito feliz. Mas me conte: É o Snape, não é?!

- O QUE?! – ‘Como ela chegou a essa brilhante conclusão?’ - Severo é mais baixo que eu! E é muito meu amigo!

- Mas eu ouvi que ele estará indo com alguém! E que não será uma Sonserina! Todos pensam que é você!

- Mas... Isso seria como... Sei lá! Tiago saindo com Lílian!

- Nada disso! Esses dois não têm nada haver!

- Nem eu e Severo!

- O que?! Vocês se entendem super bem (embora eu não saiba como você consegue isso). Você é a única pessoa que já chamou ele por um apelido e não foi amaldiçoada! – Ela pensou em perguntar como ela sabia disso, mas desistiu... A menina dava um jeito de saber de tudo mesmo! - Você é a única Grifinória que tem o prazer da companhia dele! Em resumo: Vocês foram feitos um para o outro!

Ela parou para considerar a hipótese. Jamais tinha pensado em Severo desse Jeito... E tinha certeza de que ele pensava a mesma coisa! Tanto que tinha recusado quando pensou que ela tinha o chamado para sair! Ela realmente achava a idéia de Elizabeth um absurdo, mas, e se todos pensassem assim?

- Elizabeth, foi você quem inventou essa teoria absurda ou você ouviu isso de alguém?

- Ouvi! De muitas pessoas. Sabe, muita gente aposta todas as fichas que vocês dois escondem um caso!

- "timo! – Ela suspirou. - Bom, pode ter certeza, e espalhar para o resto da escola, que eu não tenho, não tive e não vou ter absolutamente nada com Severo! E que o meu par, definitivamente, não é ele!

Ela saiu do quarto batendo o pé e deixando Elizabeth boquiaberta. Encontrou com Lílian.

- Bom dia!

- Péssimo! Lí, eu estou morrendo de medo!

- Nossa! Por que?

- Beijo! – Ela respondeu, como se fosse uma coisa óbvia. As duas entraram no banheiro. - E se eu for péssima em beijos?

- E você acha que ele vai te beijar?

- Eu não sei, mas eu estou sentindo que de hoje não passa!

- Bom, eu acho que você só vai saber se beija mal, quando beijar, não é verdade?

Por que será que isso não me faz sentir melhor?’

Ela desceu para o café da manhã, encontrando com Sirius no caminho. Ele iria com Elizabeth, como todos já sabiam... Amélia não tinha idéia do que ele tinha visto nela (os olhos, a boca, o corpo - foi à resposta que ele deu a ela).

Quando chegou na mesa da grifinória, um garoto do primeiro ano se aproximou trazendo um enorme buquê de rosas amarelas e brancas.

Ai, não, mais um!’

Intrigada, ela abriu o cartão exageradamente perfumado eu tinha entre as flores.

Rosas são vermelhas

Violetas são azuis

Eu não sou bom de rima

Por favor, volte para o time de quadribol”.

Ela começou a rir feito louca e passou o cartão para os amigos que sentavam perto dela. Todos tiveram a mesmíssima reação. Pouco tempo depois, ela ouviu a voz de Frederick Schwartz atrás dela.

- O poema foi o melhor que eu consegui fazer! Amélia falta apenas um jogo! Um joguinho de nada! Pense na grifinória! Todos precisam de você!

- Eu não sei, Schwartz, eu estou passando por um tempo bem agitado...

- Você pode pirar o quanto você quiser, contanto que no jogo você esteja bem! Se você quiser, eu até pago para você jogar!

- Não vai ser necessário. – Ela quase riu da cara de alívio que ele fez - Mas nada de gritos!

- Eu prometo que vou ser o cara mais gentil do mundo com você!

- E nada de me chamar de fútil ou me menosprezar de qualquer outra maneira em hora alguma!

- Eu juro que vou ser tão simpático que você vai acabar querendo sair comigo!

- E nada de ficar enchendo o meu saco na hora do café da manhã!

- Eu juro qu... - Ela o olhou, sugestiva. Ele entendeu e limpou a garganta - Quero dizer, eu já estou indo! Tenha um bom dia dos namorados!

É... Até que o dia começou bem...’

Começou bem, mas passou rápido...

XxXxXxX


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