A assassina I - Hogwarts, Uma Outra História escrita por GabrielleBriant


Capítulo 1
O Doce Aroma da Morte




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CAPÍTULO 1 – O DOCE AROMA DA MORTE

A mansão parece estar abandonada há séculos...

Os jardins estão mal-cuidados. Não há mais nenhum vestígio do que um dia fora grama aveludada... Apenas mato... E flores mortas, que enfeitam o canteiro.

A casa também havia sucumbido à ação do tempo. A tinta das paredes se foi. A porta, um admirável exemplar em ébano, teve todo o seu esplendor surrupiado por cruéis golpes de machado.

Um vento frio sopra, balançando as árvores mortas daquele jardim... O uivo da brisa lembra a morte... Aliás, tudo naquele lugar lembrava a morte.

A lua, que até então se escondia inocentemente daquele cenário, começa a surgir de trás de uma nuvem. Seus gloriosos raios iluminam a porta destruída que exibia uma convidativa mancha vermelha.

Mais um sopro do céu escancara a porta. Os raios lunares ignoram todos os avisos de 'mantenha distância' fixados nos jardins e penetram no salão principal da casa.

O salão é enorme... Majestoso... O lustre que toma o teto é esplêndido. Uma aconchegante lareira parece convidar todos os visitantes a fugir do frio mórbido que faz lá fora.

Quase se pode imaginar grandiosas festas, regadas a champanhe e luxúria ocorrendo nesse salão...

Mas essa cena, se por ventura existiu, ficou num passado distante. Hoje a poeira toma conta do local. E o mofo... no tapete e no papel de parede. As traças... os cupins... acabando com todos os móveis que ainda não haviam sido roubados.

A lua sai completamente de trás das nuvens. Os seus raios penetram, pelos vidros quebrados das janelas, ainda mais fundo na sala.

Agora é possível ver que, espalhado no chão, se encontram diversas seringas... Heroína. Os vândalos também tinham dado uma boa contribuição para a perda de luxo da casa, pichando as paredes da sala com frases como 'Ray ama Mary' e 'Foda-se, Tony Blair'.

Parece que os drogados e os vândalos (politizados, quem diria) da pequena cidade de Silverplate encontraram um local onde são deixados em paz pela conservadora sociedade. Aquela antiga mansão, aparentemente, já é um ponto de encontro para eles.

A luz da lua acaricia uma poça escura e viscosa no pé das escadas. É sangue. É uma enorme poça de sangue. De repente, todo o lugar começa a exalar o doce aroma da morte.

O sangue sobe às escadas... Sim, em cada degrau pode-se ver um trilha de sangue, como se alguém tivesse sido arrastado por aquelas escadas, com a ferida tocando no chão.

O primeiro andar da mansão é tão majestosamente mórbido como o primeiro. Talvez ainda mais.

Um pequeno gemido... Um soluço pode ser ouvido no corredor do primeiro andar.

Esse corredor está escuro. Aqui, a lua não se atreve a invadir. A lua tem medo de ver o que está acontecendo aqui. No corredor escuro há vários quadros. As pinturas se movem e cochicham entre si, assustados.

"Ela é louca...”.

"Alguém vai ter que a ajudar...”.

"O pior é não poder fazer nada...”.

No fim do corredor, uma porta entreaberta marca o fim do rastro de sangue. Foi de lá que o zumbido suplicante tinha saído. Agora os sussurros estavam mais altos.

"Amélia... Por favor,...”.

A voz feminina que tinha dito tais palavras era tão sofrida que amoleceria o coração do mais frio dos carrascos. Mas talvez não do carrasco dela. Uma segunda voz, também feminina, responde à súplica, rispidamente.

"Por favor?! Por favor o que Bella?! 'Por favor, não me mate'?! Ou 'Por favor não me faça sofrer muito'?! Qualquer que seja, a minha resposta é a mesma: NÃO!"

A porta se abre mais. É um quarto, fracamente iluminado por um lampião, posto junto da janela de vidros quebrados. O quarto está quase vazio. Exceto por duas cadeiras, uma mesa e duas mulheres.

A primeira mulher, certamente a autora das súplicas desesperadas, está amarrada numa cadeira no centro do quarto. A infeliz está cheia de escoriações e hematomas... Por todo o corpo. Seus pulsos estão em carne-viva por causa das cordas... O mesmo ocorre com os tornozelos. No pescoço, um pedaço de pano deixa claro que ela há pouco estava amordaçada.

Um vento sepulcral entra pela janela quebrada. A mulher se arrepia e se treme de frio. O seu corpo está apenas precariamente coberto por uma fina camisola bege de seda... Que já está muito suja e rasgada.

A outra mulher está muito concentrada na mesa, canto esquerdo do quarto encostada na parede, para dar atenção aos gemidos da coitada amarrada. A mesa está lotada de objetos... Objetos de tortura. Manchas de sangue nesses objetos dão a certeza de que já foram usados.

A mulher começou a amolar uma faca. O atrito da lâmina com a pedra, que também estava em cima da mesa, provoca um barulho de arrepiar os pelos do mais corajoso dos leões. É o ruído da morte.

A mulher se vira, botas negras de bico fino, calça negra, camisa branca respingada de sangue e terra, sobretudo negro e longos cabelos castanhos presos. Os lábios carnudos exibem um sorriso sádico. Os olhos azuis espelham pura maldade. Ela é linda.

Ela puxa a cadeira que está ao lado dela até a frente da mulher amarrada. Senta-se e cruza as pernas elegantemente. Brinca um pouco com a faca que amolou há pouco.

"Mia..." A amarrada choraminga. A assassina suspira.

"Você vai morrer, Bellatriz. E você vai sofrer muito antes disso”.

"Por que...?”.

A assassina dá uma risada triste e se encosta à cadeira. Olha nos olhos da condenada. "dio.

"Quer dizer então que você não sabe? Quer que eu diga usando uma só palavra?”.

"Vingança..." A condenada suspira, deixando cair uma lágrima.

"Não! Não é vingança." A assassina dá um sorriso "É apenas justiça."

"Não é just--"

"É SIM! Para mim é justo. Eu sempre tive uma percepção de justiça diferente do resto do mundo, não? Nunca dei a mínima para os malditos direitos humanos!... E nem você, minha querida”.

A condenada agora chora abertamente. Ela está obviamente com medo do que aquela mulher ensandecida pode, e certamente vai, fazer com ela. A assassina calmamente continua.

"Olho por olho...”.

“... dente por dente!" A condenada completa. O sorriso maligno da assassina se ilumina.

"Exatamente, minha amiga! Mas, talvez você não saiba o tamanho do que você tomou de mim. Em nome de nossa antiga amizade, Bella, eu te contarei tudo”.

"Eu...". A condenada tosse um pouco de sangue "Eu já conheço tudo! Acabe logo com isso!”.

"Não, Bella, não! Eu não estou com presa de acabar com a sua vida!” O sorriso falso da assassina dá lugar a uma expressão maníaca. “Eu vou saborear esse momento! Mas, em nome da nossa antiga amizade, vou te deixar saber que você faria a mesmíssima coisa... Quero te deixar saber o tamanho do meu ódio!”.

"Então diga o que você quiser..." A condenada cede, com a voz fraca.

"Eu irei. Eu vou te contar a minha história Bella... Você vai conhecer a vida de Amélia Lair, a partir do momento que ela começou a ser destruída. Tudo começou...”.

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