Fantasmas do Passado escrita por GabrielleBriant


Capítulo 14
O Começo




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CAPÍTULO XIV. O COMEÇO

“‘LADY VOLDEMORT’ INOCENTADA E FIM DO MISTÉRIO DAS ILHAS CANÁRIAS”

Elizabeth Riverside, mais conhecida com ‘Lady Voldemort’ foi inocentada com unanimidade na tarde de ontem. ... Os jurados disseram que ela apresentou argumentos válidos e que eles não tinham dúvida alguma da inocência dela. ... Arthur Weasley, Ministro da Magia, disse que ‘antes de morrer, Dumbledore assegurou a inocência da srta. Riverside’ e que ‘seria uma injustiça gigantesca condenar a mulher’. ... A maior surpresa nesse caso foi que, no julgamento, foi revelado que Riverside tinha se feito passar por Guinevere Chatèau-Briant por quinze anos, para se esconder daquele-que-não-deve-ser-nomeado e dos seus seguidores. Assim, o acidente ocorrido nas Ilhas Canárias, no ano passado, não passou de uma jogada estratégica para que a ‘Senhora das Trevas’ Voltasse ao seu velho posto. ... O veredicto está gerando controvérsias, já que quase toda comunidade bruxa quer a condenação da assassina.

Leia a cobertura total do julgamento na página 8.”

Ela entrou no Hospital St. Mungo´s ainda aflita. Acabara de ser inocentada de todos os seus crimes. Por unanimidade. Até o homem que tinha se colocado contra ela, votou na sua absolvição. Estava livre. Mal conseguia acreditar.

Minerva McGonagall, agora diretora de Hogwarts, caminhou para perto dela... E a sua absolvição se tornou num assunto irrelevante, quando ela se lembrou que Snape estava entre a vida e a morte.

- Onde está Severo?

- Em coma, ainda.

- Ele... – Suspirou, se controlando para não chorar. – Ele vai ficar bem?

- Ele logo estará bom. Não se preocupe. Agora, Guine... Desculpe, ainda vou demorar a me acostumar... Elizabeth, eu acho que você tem que ver os seus filhos.

- É... É! Eu irei para a França... Mas, será que posso dar uma olhadinha nele?... Só para ter certeza...

A velha sorriu e a levou até o leito onde Snape se encontrava. Deixou-a entrar só.

Severo se encontrava ainda descordado. Chegou bem perto. Olhou o rosto do amado. Viu que ele estava vivo. Sentiu que ele estava vivo. “Eu te amo”, sussurrou. Desaparatou.

XxXxXxX

Aparatou na frente da sua antiga casa, na França. Todos da casa já deveriam ter lido os jornais... Todos já sabiam que ela estava viva...

Mesmo assim, não quis desaparatar diretamente na casa... Não queria chocar as crianças. Teria que ir devagar.

Tocou a campainha. Uma mulher muito loira atendeu a porta.

- Oui?

- Posso entrar?

- Ah, ingléssa! – Forte sotaque francês. – A segnorra ten connvitt?

- Nunca precisei de convite para entrar aqui.

- Más ten une festá acontteçand’! Sô parra connvidad’s.

Elizabeth rolou os olhos.

- Eu estou avisando. Deixe-me entrar, e tudo ficará bem!

- Temmo qui non poss’ deixarr a segnorra entrrarr.

- Você tem lido jornais recentemente?

- Clarro qui sim.

- Então deve saber quem eu sou.

- Non.

- Elizabeth Riverside! Familiar? – A mulher fez uma cara de espanto que divertiu Elizabeth. – Essa mesmo. A que você está pensando. A assassina! – Ela apontou a varinha para a mulher, ameaçando-a. – Já matei muita gente, e não me importarei em matar mais uma...

A mulher, muito assustada, a deixou entrar. Olhou a decoração da casa... O vestido da mulher... Estava acontecendo um casamento. O casamento de Michael com a francesa medrosa.

A confusão na porta havia atraído a atenção de vários convidados, que a fitavam com espanto. E, obviamente, a reconheceram. Michael começou a se encaminhar para a noiva. Parou ao ver Elizabeth.

- Gwen?

Ela se limitou a sorrir, carinhosa. Ele abriu um largo sorriso e foi ao encontro de sua ex-mulher. Falou algumas coisas desconexas. A largou e começou a alisar o rosto dela, como se quisesse ter certeza de que ela estava inteira.

- Nunca, está me ouvindo? NUNCA mais me dê um susto desses! – O tom dele passou de carinhoso para inquisitório. – No que você estava pensando? Deixar-nos para seguir você-sabe-quem? Sabia que você quase foi condenada a passar o resto da vida em Azkaban? E não dava para, pelo menos, deixar um bilhetinho dizendo que estava viva? Nós não contaríamos a ninguém! E nos pouparia um bocado de sofrimento! Você tem noção d...

- Michael... MICHAEL! Quer parar com o interrogatório! – O homem, finalmente, parou de falar. – Estou feliz em te ver também! Agora, será que dava pra chamar as crianças?

Ele correu pelos cantos, procurando os filhos. Quando finalmente o reencontro aconteceu, uma decepção; a reação deles não foi tão boa quanto a de Michael: Chegaram para ela e nem a abraçaram... Como se estivessem com raiva da mãe...

E ela não podia culpá-los... Tentou se desculpar com poucas informações... Eles quase não prestaram atenção. Então percebeu que teria que contar a história inteira.

Levou os filhos, o ex-marido e a mulher dele – a mãe de uma amiga de Igraine – para o escritório. Contou toda a história dela, desde Hogwarts até a o dia de ontem, quando fora inocentada. Eles escutavam-na calados... Tristes? Surpresos? Decepcionados? Indiferentes? Ela não sabia. Igraine era a única chorava. E foi a primeira a falar, depois de um constrangedor minuto de silencio.

- Quer dizer que o que os jornais diziam, mãe, era verdade... Que você é uma assassina... Que você matava pessoas... Pessoas como o papai... E como nós... “Sangues-ruins”.

- Sim, Igraine, é verdade. E eu me arrependo muito... Em parte. Já fiz coisas terríveis e não tenho orgulho disso... Mas, se fosse para proteger vocês, faria tudo de novo.

- Mas... – Agora era Arthur que falava. – Elas morriam rápido... Ou você era... cruel?

- Isso dependia... – Não queria conversar sobre aquilo. Estava revivendo todo aquele inferno involuntariamente... E também não queria que os filhos soubessem de todas as atrocidades que cometera... Decidiu encerrar o assunto. – Meus filhos, por favor, tentem entender!... Ah, tanto faz... Bom, eu fui inocentada e agora vou voltar a viver em Londres. Queria muito saber se vocês querem vir morar comigo?

Ninguém falou nada...

Ah, mas o que ela estava esperando? É lógico que não queriam voltar com ela! Já estavam com as vidas encaminhadas na França! Teria que se conformar. Já era suficientemente bom saber que eles estavam vivos e bem. Esboçou um sorriso. Não deixou as lágrimas caírem.

- Vocês pelo menos me perdoam? – Silêncio. – Er... Então, tudo certo! Eu virei visitá-los aqui freqüentemente! – Não havia mais nada o que dizer. – Hum... Até mais, então... – Perto da porta, ela se voltou para o ex-marido. – Parabéns pelo casamento, Michael.

Saiu da casa. Assim que fechou a porta da frente, desabou em lágrimas. Sentou-se.

E sentiu uma mão no seu ombro. Era Arthur.

- É claro que te perdoamos, mãe! Mas vamos ficar aqui.

Ela deu o primeiro sorriso sincero dela dos últimos tempos, enquanto finalmente podia abraçou seus filhos.

Elizabeth ficou na França durante uma semana, tempo em que Michael estava de Lua de Mel com Gabrielle, a francesa dele. Assim que ele voltou, ela deixou a casa, dizendo que precisava buscar o perdão de mais uma pessoa.

XxXxXxX

Severo estava tomando banho, quando ouviu alguém bater insistentemente na porta da frente da Mansão Snape. Colocou um roupão, xingando. Entreabriu a porta. Assustou-se ao ver quem era.

- Elizabeth?

- Posso entrar?

Se dependesse dele, não. Mas decidiu deixar, mesmo que não quisesse a presença dela. Não queria... sentir. Suspirou. Abriu mais a porta e se afastou. Ela entrou apertando os braços. Estava nervosa.

- Como você está?

- Como assim?

- Ah, você sabe... Quando você saiu do hospital, como você está se sentindo, o que os curandeiros disseram...?

- Para que tanta preocupação?

- Eu me preocupo com você...

Semblante sarcástico.

- Isso é novidade!

- Quer responder?

- Sai do hospital anteontem. Os curandeiros disseram que eu estou ótimo e é exatamente assim que eu estou me sentindo. Satisfeita?

- Graças a Merlin! Você... se lembra de algo... daquela noite?

- Que noite? A da batalha?

- Sim.

- Me lembro que estava duelando e você me azarou. Como se não bastasse, me levou para o meio da floresta e me impediu de lutar!

Sorriso nervoso.

- Não foi bem assim.

- É o que eu me lembro.

- Bella estava atrás de você. Ia te matar.

- Ah, então a santinha me salvou.

Ela deu um passo na direção dele.

- Essa era a intenção.

- Foi para isso que você veio? Para jogar na minha cara que você salvou a minha vida? – Ela tentou falar, mas ele não deixou. Aproximou-se dela. – E o que você quer em troca? Que eu não vá até o ministério dizer que o seu discurso emotivo foi uma farsa? Que eu não te jogue em Azkaban com o meu depoimento? Fique tranqüila. Eu não farei isso.

- Severo, eu...

- Pronto, Elizabeth! Você já conseguiu! Eu não vou dizer nada! Pode ir embora agora!

- Não foi para isso que eu vi!

- Então para que foi?

- A sociedade me perdoou. Minha família me perdoou. Só falta você...

Ele sorriu, maldoso. Abaixou a cabeça, em negação. Foi até a porta.

- Pois vai ficar faltando, minha cara! – gesticulou para Elizabeth sair. – Se era isso...

- Severo... – Ela começou a ter vontade de chorar. Correu até ele. Cruzou os braços em volta do seu pescoço e encostou os seus lábios, bem de leve. Ele permaneceu estático. Tenso. Uma lágrima caiu. – O que você está fazendo?

Ele afastou o rosto do beijo daquela mulher.

- Eu me pergunto o mesmo.

- Nós estamos livres! Por que você está jogando isso fora?

- Nós estamos livres? – Ele se livrou do abraço dela e caminhou para o outro lado da sala. Socou uma mesa. – Por que, Elizabeth? Você deveria estar triste, sabia?... Perdeu o amor da sua vida... Perdeu o estilo de vida que TANTO necessitava...

- SEVERO! – Ela se irritou com o sarcasmo dele. – VOCÊ É UM IDIOTA!

- Como? – Ele disse, com a voz perigosamente macia.

- VOCÊ NÃO CONSEGUIRIA VER A VERDADE NEM SE ELA ESTIVESSE NUA, NA SUA FRENTE, DANÇANDO A MACARENA!

Ele se irritou. Começou a caminhar para perto dela.

- E QUE VERDADE EU NÃO ENXERGUEI, ELIZABETH?

- OS MEUS MOTIVOS!

Ela também começou a se aproximar.

- VOCÊ OS DEIXOU MUITO CLAROS PARA MIM!

Severo segurou os braços dela com muita força. Ele estava a machucando, mas ela não se importava.

- EU MENTI!

- EU TERIA PERCEBIDO SE VOCÊ TIVESSE MENTIDO!

- EU SOU OCLUMENTE, IMBECIL! E TE AMO! INFELIZMENTE, TE AMO!

- POR QUE ISSO AGORA? NÃO FOI VOCÊ QUE DISSE QUE O LORDE DAS TREVAS ERA O SEU MARIDO E DONO?

Ela se livrou dos braços dele, respirando com dificuldade. Virou-se. Respirou algumas vezes. Falou, baixo.

- E você se acha muito inteligente...

- O que disse?

Ela se virou novamente.

- Sabe qual foi a primeira coisa que Bella me disse quando voltei? Ela disse: “Você é muito parecida com uma pessoa que conheci... Por pouco não mato um comensal inocente...”.

- E daí?

- E DAÍ? E DAÍ QUE SE EU NÃO TIVESSE VOLTADO, VOCÊ, OS MEUS FILHOS E PROVAVELMENTE EU ESTARÍAMOS MORTOS!

- Por que você insiste nessa mentira sentimentalista? E o Lorde das Trevas jamais te mataria!

- Primeiro: Eu insisto por que é verdade! Segundo: É claro que ELE não me mataria! EU MORRERIA COM VOCÊ, SEU IMBECIL! – Ela se cansou. Suspirou. Estavam muito próximos. Perigosamente próximos. Se encarando. Ela desviou o rosto. – Imbecil.

- Como assim, você morreria comigo?

- É uma triste conseqüência de ser veela e dementador.

- Mentira. É só uma baboseira romântica de pessoas que não têm nada o que fazer, um conto para pessoas dormir... E, nas suas palavras, só funciona com almas-gêmeas.

- Eu fiquei extremamente fraca quando você estava em coma. Foi a confirmação do que eu já suspeitava.

Um momento de silêncio...

E uma chama de esperança queimou o coração de Elizabeth... Estaria ele acreditando?

- Elizabeth, o que você está dizendo... é verdade?

- Se quiser entrar na minha mente, eu não impedirei.

- Por que você não me contou?

- Ah, Sev! – Olhar anda mais triste. – Você, por acaso, me deixaria ficar com Voldemort se eu olhasse para você, com uma bala no meu estômago, e dissesse “Hey, Sev, você é o homem da minha vida e eu te amo mais do que tudo, mas eu vou ter que dormir com a coisa nojenta?”.

E ela estava completamente certa. Como não tinha imaginado isso antes, ele se perguntou?

Suspirou, quase aliviado...

E a abraçou forte, enquanto ela voltou a chorar.

Ele beijou a testa de Elizabeth, sussurrando.

- Desculpa.

- Pelo que?

- Por não ter visto que você estava mentindo, quando era tão obvio... E por não confiar em você...

- Me desculpa também!

- Pelo que?

- Por não ter dito “adeus” nenhuma das duas vezes em que eu fugi do perigo... Por ter mentido... Fingido... Por... não ter te dado filho que você tanto queria...

Ele escorregou os lábios para junto dos dela. Ficaram assim por um tempo: Com os lábios se roçando, suavemente. Um sentindo a respiração do outro... No silêncio... Que era interrompido apenas pelos soluços dela.

E, depois se permitiram um beijo de verdade. Demorado. Necessitado. Faminto. Quando terminou, estavam ofegantes. Corações acelerados. Querendo mais.

- Para o quarto?

- O quarto? Agora? – Ela olhou para o sofá. Depois olhou para Severo, insinuante. – Mas o quarto é tãããããããããããããão distante! – Ela mordiscou a orelha dele. – E eu preciso de você agora!

XxXxXxX

DESERTO DO KALAHARI, 326 ANOS DEPOIS.

Dois bruxos escavavam um ponto que se localizava exatamente no meio do Deserto do Kalahari. Depois de muito esforço, acharam uma caixa dourada, toda incrustada de pedras preciosas.

O bruxo mais alto foi abrir a caixa, mas o mais gordo o impediu.

- Não, seu idiota! Dê me isso aqui!

Ele obedeceu; passou a caixa para o bruxo mais gordo. De repente, o gordo executou o Feitiço do Corpo Preso no alto, que não teve nem tempo de tentar entender o que acontecia antes de ser paralisado.

Colocou a caixa no chão e fez uma série de feitiços nela.

Da fechadura da caixa, saiu uma sombra negra, espessa. Do corpo do bruxo alto, saiu uma sombra acinzentada. A sombra cinza entrou na caixa. A negra incorporou no homem alto.

O gordo desfez o feitiço que prendia o outro bruxo. Este se levantou. Olhou para as mãos, para o corpo. O bruxo gordo se ajoelhou e fez uma longa reverencia.

- Eu consegui, Milorde! Eu consegui!

- Estou vivo! Lorde Voldemort está... Vivo!

XxXxXxX

fim

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