Tim era um rapaz muito esperto, por viver em meio a vampiros ele foi obrigado a se proteger sozinho, não que Suzanne não o ajudasse, ela fazia tudo por ele, mas seu instinto humano de proteção não o deixara se apoiar apenas na ajuda de sua amada. Embora ele fosse inteligente, os vampiros eram superiores aos humanos, e isso fazia de Tim tão frágil quanto qualquer outro mortal, e Damon tinha artimanhas que facilitavam sua vida ou sua imortalidade.

Assim que sentiu o efeito da verbena diminuir, Damon esperou por Tim, ele sabia que logo o jovem rapaz apareceria para lhe aplicar outra dose do veneno. Esta era a chance para Damon persuadi-lo e fazê-lo abrir a porta para que ele fugisse. Quando Tim se aproximou, ele o fez.

Sem perceber o que estava fazendo, Tim abriu a porta, no inicio ele tentou lutar contra a vontade de Damon, mas ele não era tão forte assim, logo que a porta se abriu ele jogou Tim para longe, e enraivecido caminhou em sua direção com o intuito de acabar com sua vida.

- Não tão rápido! – Henry disse ao se colocar na frente de Tim que estava caído.

- Que surpresa vê-lo aqui! – Damon respondeu irônico – Já terminou o que comecei? Ou vai deixá-la morrer?

Henry avançou em cima dele o empurrando contra a parede, e com uma das mãos o segurou fortemente.

- Minha irmãzinha fez um bom trabalho com você! – Damon o provocou – E eu fiz um bom trabalho com Valerie!

Henry ficou ainda mais enraivecido, e o jogou contra a parede paralela. Damon bateu violentamente, mas ao cair no chão ele se levantou rapidamente, como se o choque com a parede não tivesse lhe feito nada, já na parede formou-se um buraco.

- Não permitirei que termine o que começou – Henry respondeu rispidamente – Ela pode até ser uma vampira, mas não será com seu sangue que isso ocorrerá.

- Você deveria ter ficado de fora disso tudo – Damon o ameaçou – Não tinha nada contra você. Eu queria terminar com isso agora, mas antes quero lhe colocar no seu devido lugar!

- Você não me assusta Damon! – Henry retrucou – Não a mais nada que você possa fazer contra mim, você já falhou com Valerie.

- Você não acha que se transformou há pouco tempo para esquecer-se de sua querida mamãe! – Damon fora sarcástico mais uma vez.

Henry sabia que ele usaria sua mãe para se vingar, por isso quando Damon fugiu pela janela, Henry foi atrás dele. Os telhados das casas servirão de pista para a perseguição entre Damon e Henry, embora barulhenta, os humanos não podiam ver nada, os vampiros eram muito velozes, tão velozes que era impossível aos olhos humanos de enxergá-los.

Henry se esforçou para alcançá-lo, mas falhou, Damon sumiu por entre os becos da grande vila. Naquele momento, Henry ficou diante de um grande impasse, ou ele voltaria a Daggerhorn para proteger sua mãe, ou ficaria para proteger Valerie, as duas opções eram injustas para ele.

Ao ouvir os ruídos provocados pela briga de Henry e Damon, Peter resolveu agir, em sua forma humana nada podia fazer para se proteger e proteger Valerie, então ele a carregou nos braços e desceu as escadas com o objetivo de fugir da mansão.

- Eu não posso te deixar lá fora! – Peter resmungava ao tentar encontrar um lugar protegido – O sol está se pondo e logo serei um lobo para te proteger.

Peter lembrou-se de Tim, ele saberia qual o melhor lugar para escondê-la. Muito machucado, Tim se levantou com a ajuda de Peter, ele indicou um lugar no jardim, onde teria mais verbenas. Peter os trancou numa pequena casinha onde as ferramentas de jardinagem eram guardadas, ele encheu o casebre de verbena, nenhum vampiro conseguiria se aproximar dela.

Peter se dirigiu a porta da frente da mansão, ele iria para a floresta onde esperaria pela lua cheia, mas antes de sair encontrou Henry.

- Para onde está indo? – Henry perguntou desconfiado – Por que a levou para o jardim?

Assim que sentiu o cheiro de Valerie, Henry correu em direção ao jardim, mas quando abriu a porta que o levava até ele, logo sentiu o efeito da verbena, que o deixou tonto.

- A verbena os protegeram! – Peter disse.

-O que pretende? – Henry perguntou.

- Matar Damon e Ketherine! – Ele respondeu com desdém – Valerie irá morrer! Não permitirei que façam o mesmo a Daggerhorn.

- Você já não matou Ketherine? – Henry perguntou preocupado.

- A deixei presa a uma mina cheia de verbena! – Peter disse orgulhoso – Assim que me transformar, terminarei o serviço.

- Você vai a Daggerhorn? – Henry perguntou – minha mãe está em perigo, Damon a matará.

- Então venha e lute comigo! – Peter não acreditou no que acabara de dizer – Eles ficaram bem.

Henry ficou em silencio ao analisar suas opções, logo Suzanne chegaria para ver Tim e mesmo que ela não possa se aproximar, ela impedirá que qualquer outro o faça, e Valerie nunca o perdoaria se deixasse de proteger Daggerhorn.

- Fechado! – Henry respondeu decidido.

Ambos correram em direção ao vilarejo, correram floresta adentro, a lua de sangue já estava aparecendo, deixando o céu vermelho. Somente quando Peter se transformou, ele pode acompanhar Henry como igual.

No sentindo contrário corria Suzanne, sem noticias do que se passara em sua ausência, ela corria ainda mais rápido, em busca de informações sobre Tim, ela estava disposta a enfrentar qualquer um, em nome de seu amor.

Enquanto isso, no casebre do jardim, Tim conversava com Valerie, naquele momento ela apresentou uma discreta melhora, deixando Tim mais animado.

- Tim! – Ela sussurrou.

- Estou aqui! – Ele respondeu e brincou – Um pouco machucado, mas ainda estou aqui!

- Tem algo errado! – Ela resmungou.

- O que há de errado? – Ele se preocupou e chegou mais próximo dela para ouvi-la melhor.

Com um grande esforçou, Valerie ergueu um dos braços e o colocou sobre sua própria barriga, e olhando para ela disse:

- Tem algo errado aqui... Tem algo dentro de mim, posso senti-lo.