Elena estava sentada em cima de uma pilha de sacos de areia, todos empilhados de modo desleixado, no porão da mansão do tio de Stefan e Damon, Zach, morto algum tempo antes.

Eles achavam que ela estava fora de casa. Na verdade, nem estavam pensando nela naquele momento. Estavam ocupados demais tentando matar um ao outro pelo amor de Elena para pensarem onde ela estava.

Ela estava cheia, cheia de tudo e de todos. Cheia de ser sempre o centro das atenções. Cheia de ter todas as suas decisões tomadas pelos outros. Então, claro, a única opção que restava era Elijah. Além de não poderem matar Klaus sem a adaga que agora o mantinha morto, ele poderia ser um grande aliado.

Ela fraquejou, apenas por um instante, antes de retirar a adaga de seu coração. Ela não tinha experiência no assunto, logo não sabia ao certo quanto tempo levaria para que ele voltasse a si. Porém não foi de imediato, por isso ela estava ali sentada, quieta, prendendo até sua respiração.

Um movimento repentino. Ele se contraiu. Começou a se contorcer.

E de novo.

Parecia estar em um lago, onde não poderia por a cabeça para fora e respirar.

Levantou-se e começou a bater em todos os cantos, de modo agoniado. Seus olhos que antes pareciam estar mortos agora procuravam por alguma coisa viva e acabaram por encontrar Elena, que estava encolhida num canto observando àquilo tudo. Ele chegou nela e sussurrou algo que ela não entendeu direito, mas que parecia com:

“ Entrar..... Me convide...”

Ela o encarou por um ou dois segundos sem entender direito o que se passava até que se deu conta: Depois de terem ‘matado’ Elijah, Damon e Stefan haviam passado a casa para o nome de Elena, de modo que ela teria que autorizar a entrada de qualquer vampiro que fosse entrar em sua nova casa. E Elijah, logicamente, não havia sido convidado para entrar, mas estava lá dentro. Por um instante ela achou aquilo de certo modo engraçado, pois nunca pensou que fosse possível, mas depois percebeu a gravidade do ocorrido e abriu a porta do porão, correndo, abrindo espaço para um Elijah que se dirigia, lenta e debilmente para a porta.

Elena seguiu-o, porém quando chegou ele já tinha conseguido sair da casa. E estava do lado de fora encarando Elena.

    - O que.... – começou, agora parecendo perfeitamente bem, como se não tivesse passado dias ‘morto’.

     - Elijah. Não dá mais para agüentar. Klaus está aqui. Tudo está uma enorme confusão e eu percebi, talvez depois do que deveria, que deveria refazer nossa aliança. Que nunca deveria tê-la terminado.  Elijah, você promete tudo o que prometeu da última vez? Me da sua palavra?

     - Claro que não.  Até porque, quem anda descumprindo promessas aqui é você.

Elena parou e pensou por um instante. Depois tirou a adaga do bolso de sua calça e a estendeu para Elijah.

     - E então? Você me dá sua palavra?

Ele pegou a Adaga de sua mão e refletiu pelo que pareceu meio segundo.

     - Você tem minha palavra.

E depois deu alguns passos para trás. Deixando uma Elena feliz e preocupada ao mesmo tempo. Feliz por ter realizado o que queria, sentindo-se autônoma de seus próprios atos. E ao mesmo tempo preocupada sem saber se ele iria ou não cumprir sua palavra.  Porém lá estava ele, sem fugir, esperando para falar com ela. Era um começo.

Ela foi até o meio da sala e fingiu pegar sua bolsa, enquanto pegava um objeto de seu bolso.

Quando Elijah estava saindo do porão, havia deixado um anel cair no chão. E ela o havia guardado em seu bolso. Então ela o pegou e começou a examiná-lo. Era um anel parecido com uma aliança, porém de prata, parecendo ser muito valioso, porém rústico. Não havia nada escrito ou estampado. Elena não entendeu direito, mas, por precaução, guardou-o. Quem sabe o que um anel de um original pode significar?

Então ela pegou sua bolsa e saiu, sem ligar para Damon Stefan ou quem quer que pudesse repreendê-la pelo que estava fazendo naquele momento.