Faltava pouco para chegarmos à praia, tão pouco que as aguas agora rasas começaram a atrapalhar o avanço do Bellum que arrastava o caso através do solo arenoso, até que finalmente o navio parou, e no segundo seguinte todas as tropas, filhos de Vulcano, Vênus, Febo e um único filho de Netuno se jogaram ao mar, visando apenas o território em que seus inimigos estavam. Eles iam pagar.

A agua do mar apesar de estar sob um sol escaldante,era fria. Para mim não fazia diferença, era até bom que eu estivesse em contato com a agua para recuperar as energias que perdi tentando salvar minha tropa de um ataque aéreo vindo do Acampamento Meio-Sangue.

Antes mesmo de chegar a praia que banhava o acampamento grego já era possível ouvir sons de batalha. Espadas em choque uma com a outra, gritos e até mesmo rugidos pertencentes a algum animal selvagem vinha de um bosque próximo dali.

Não pude deixar de notar que o Acampamento Meio-Sangue grego parecia mais confortável e receptível que o dos romanos, mas isso não me impediu de guiar uma tropa com mais de uma centena de jovens guerreiros fortemente armados e com sangue nos olhos, loucos por vingança, assim como eu para dentro do bosque.

O único presente dado por meu pai estava agora encalhado no mar, seria quase impossível retira-lo de lá, e mesmo que conseguíssemos, nem os filhos de Vulcano poderiam por o Grande Bellum em funcionamento novamente. Foi ai que lembrei que o Bellum não era o único presente que eu havia ganho.

Enquanto me esgueirava pelas arvores, puxei do interior de minhas roupas a pequena faca que eu havia encontrado na cama do chalé de Netuno, e assim que encostei nela, uma grande espada dourada apareceu em minhas mãos.

Não tive muito tempo para observar a espada, apenas a pus em posição e continuei liderando a tropa pelas arvores que circulavam o perímetro Leste do Acampamento Meio-Sangue. Apesar de volta e meia estarem sempre brigando e discutindo, os romanos trabalhavam muito bem juntos, guerreiros natos, nascidos para o campo de batalha.

Logo, chegamos ao final do bosque, e por entre as arvores onde continuávamos a nos esconder pude admirar o acampamento grego. Cerca de 15 ou 20 prédios em uma arquitetura obviamente grega, alguns Jônicos e outros Dônicos, alguns maiores que os outros, mas todos com a mesma grandiosidade. Os templos pareceriam ainda mais incríveis se não fosse pelos inúmeros jovens que os rodeavam, como uma central de comando. Então entendi que não era ali que a luta estava acontecendo, e sim no topo da colina que se ergui logo acima da planície em que um grupo de aproximadamente cem guerreiros entre garotos e garotas com armaduras e espadas recebiam instruções de um centauro enquanto a outra parte dos campistas gregos seguravam os romanos no topo da colina. Estávamos em uma incrível vantagem, bastava que eu desse a ordem e liquidaríamos nossos inimigos, era quase inacreditável o fato de termos entrado sem sermos vistos. Resolvi atrasar um pouco a ordem de ataque para tentar escutar o que o centauro, que parecia ser o líder estava dizendo.

-Temos a situação sobre controle.Os campistas romanos não conseguirão passar pela linha de bloquei que os filhos de Apolo fizeram, menos ainda com Festus pisoteando na maior parte deles. – dizia o centauro com uma voz calma e controlada que foi interrompido pela garota de cabelos loiros que esteve no ataque aéreo ao Bellum.

-Não podemos ataca-los, não agora que sabemos que Percy esta lá.

As palavras da garota pareceram não terem surtido o efeito que ela esperava, a maioria dos guerreiros subitamente achou mais interessante olhar os cordões de seus sapatos enquanto outros rolaram os olhos. Mas foi outra garota, um pouco mais jovem de cabelos negros e roupas punk que se pronunciou.

-Já falamos sobre isso, Annabeth. Você deve ter visto mal ou eu sei lá, não pode ser o Percy...

-Eu não vi mal!- falou a garota, Annabeth.-Sem duvida era ele, ou como os romanos poderiam ter navegado com um navio daquele tamanho sem um filho de Poseidon no comando, estou dizendo, era o Percy!

-Mas como ele poderia...- começou a garota punk, mas foi interrompida pela chegada de 5 adolescente que saíram correndo do bosque, eles estavam molhados e desesperados quando começaram a falar ofegando.

-Revistamos todo o navio. Não encontramos ninguém. Totalmente vazio.

O centauro ergueu-se ainda mais sobre suas patas e anunciou para seus guerreiros:

-Os romanos invadiram o acampamento, fiquem prontos para um ataque a qualquer momento!

Droga, parece que perdemos a chance de um ataque surpresa, mas em compensação eu ganhei mais perguntas que agora eu sabia que poderiam ser respondida pela garota que agora esquadrinhava todos os cantos que seus olhos cinzentos podiam ver, a tal Annabeth, um nome estranhamente familiar.