Chance para Amar escrita por Sandrini Matyas Mazazrini


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Capítulo curto, mas prometo que compenso no próximo!



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A festa acabou tarde, eles mal tiveram chance de se despedir, sendo ela arrastada de um canto para outro. Milo voltou para seu templo com o coração na garganta. Como iria encarar Amelié da próxima vez? Será que ela iria querer vê-lo novamente depois do que aconteceu? As coisas iam ficar estranhas, certeza que iam.

Dormiu, e teve ótimos sonhos aquela noite. Sonhou com os beijos da morena em seus lábios, depois percorrendo seu corpo. Abraços, e apesar de tantos carinhos calientes, nenhum sexo. Apenas os dois corpos satisfazendo as saudades. E era a melhor coisa que já sentiu, mesmo sendo um sonho.

O celular tocou, despertando-o. Se recompôs como pode, atendeu o celular sem nem mesmo olhar quem ligava:

-Alô?

-Milo.

Nem precisava ter visto para saber quem era.

-Oi Amelié. – dizia tudo com cuidado, sentia um clima estranho entre eles, e não sabia como agir.

-Dormiu bem? Não te acordei, acordei?

-Não, não, na verdade acabei de acordar... – mentiu, feliz por ela estar conduzindo a conversa de maneira costumeira, assim não ficaria embaraçado tentando puxar assunto ou algo do tipo.

-Que bom! Eu... Queria conversar com você, mas não por telefone, só pessoalmente.

Sentiu um leve congelar sobre seu corpo. Conversar com ela pessoalmente, tão recente a noite do beijo! Não sabia se conseguiria, mas também pode ser que ela diria não sentir nada por ele, pode ser que ela pediria desculpas e diria que foi um engano tudo isso.

-Ehr... é sobre o que?

-Você sabe muito bem.

Agora ele pode sentir até seus ossos trincarem de frio. Teve medo. Medo de ela rejeitá-lo. Medo dessa dor em seu peito se alastrar. Medo do que aconteceu entre eles afastarem ela para sempre.

-Tudo... bem... – gaguejava –... Hoje?

-Não, irei trabalhar, mas amanhã sem falta. Encontra-me as duas, no parque?

-Cla... claro!

-Então, até amanhã.

-Até...

Mesmo com a ligação desligada, ele continuou com o celular encostado na orelha por um bom tempo. Iria se encontrar com ela, não sabia o que esperar, mas sabia exatamente o que faria agora!

Levantou-se rápido, tomou um bom banho e fez sua higiene, comeu algo rápido e saiu.

@@@@@@@@@@@@@

Kamus treinava seu cosmo na sua sala de estar. Tinha em mãos uma rosa, não do jardim de Afrodite, uma normal, sem veneno. Fitava os olhos em seu caule, e à medida que ia subindo o olhar, congelava a bela flor.

Sorriu satisfeito ao vê-la totalmente congelada, pensando que daria um belo arranjo de mesa...

-KAMUS! – Milo abria abruptamente a porta da casa do aquariano, fazendo-o derrubar a rosa que se espatifou em mil pedaços.

O ruivo massageou a região do terceiro olho com o indicador e o polegar, mostrando que estava visivelmente irritado, mas tentando se controlar.

-Sim, Milo?

-Preciso urgente de sua ajuda!!!

-Você precisa é de um psiquiatra! – gritou com o amigo, pela primeira vez em dias.

-É um caso muito sério!!

-Pra você, todo caso é sério! É Amelié de novo?!

-Sim! Ontem... na festa dela... nos beijamos...

-Oh, que novidade pra você. Milo, você tem um álbum de beijos, o que esse teve de diferente?!

-TUDO! – esbravejou, jogando as mãos para o alto. – Nunca senti algo como naquele beijo, Kamus! Foi como se fosse... Uma primeira vez, sabe? Mas nem na minha primeira vez eu senti algo daquele jeito! Foi... Único.

Kamus olhava para o loiro, intrigado. Nunca pensou que essas palavras fossem sair das bocas do grego, sempre achou que ele fosse um homem a morrer na vida boêmia. E agora ele estava ali, declarando seu amor por uma garota.

-E qual o problema nisso, Milo?

-E se ela não tiver sentido o mesmo? E se ela não gostar de mim como eu gosto dela? E se ela não... me amar como eu a amo? Você bem sabe como me é difícil afirmar uma coisa dessas!

-Eu sei, Milo, acalme-se. Olhe, você quer perde-la?

-Não! Nunca! Kamus, quando eu vejo o sorriso dela, eu penso que quero acordar todo dia e encontrar este sorriso ao meu lado.

-Então a solução é simples: converse com ela, se ela não quiser você, se não amá-lo, conquiste-a. Seja um homem! Li uma vez: homem não é aquele que conquista milhares de mulheres de uma vez, é aquele que conquista milhares de vezes uma única mulher.

Milo olhou para o amigo, levando em cheio aquelas sábias palavras. Conversar com o francês sempre ajudava, ele era um homem de grande conhecimento e tinha ótimos conselhos. Sorriu e se aproximou dele, abraçando-o fortemente.

-Obrigado, Kamus! Você é um amigo exemplar! Espero que um dia eu possa retribuir tudo que está fazendo por mim!

-Eu também... – disse um ruivo, com o olhar maligno.

-... Bom, já deu minha hora!

E assim, o furacão loiro saiu, mais uma vez, da casa de Aquário.

@@@@@@@@@@@

O dia anterior passou se arrastando, só esperando chegar aquele momento. Estava sentado num banco qualquer do parque, sem interesse em nada que passava na sua frente: crianças brincando, cães latindo, casais trocando beijos.

Tinha o corpo curvado para frente, com os cotovelos apoiados nas pernas. Não sabia o que pensar, era tanta coisa que passava pela sua cabeça, e o pensamento não se prendia a nada.

Até que ouviu uma voz perto de si:

-Oi, Milo.

Levantou a cabeça, sem maiores interesses. Encontrou uma moça loira, haviam saído juntos há muito tempo. Lembrava-se dela e da noite maravilhosa que tiveram, como esquecer? Mas era a ultima pessoa que esperava ver.

-Olá.... Berenice?

-Beatriz. – ela jogo algumas mechas do cabelo para trás, um movimento que antes era sedutor, agora lhe parecia vulgar.

-Você nunca mais ligou...

-Desculpe, Beatriz, mas agora eu estou ocupado, estou esperando alguém.

-Oh, mais um de seus casinhos?

-Ela não é um casinho. – respondeu sério, o tom de voz mais grosso do que esperava. – Está aqui ainda? Disse que estou ocupado! Conversamos outra hora, ou seja, desapareça!

-Ah, Milinho, não seja assim comigo! Já se esqueceu dos momentos ótimos que tivemos juntos? – fez beicinho.

O grego suspirou: - Não, não esqueci, mas isso não quer dizer que...

-Não seja assim, Milo. Eu topo sair a três, sei que você adora isso, então porque negar?

-Beatriz, não quero mais nada com você! – começava a alterar sua voz, tentando fazer com que ela saísse dali antes que Amelié aparecesse.

-Conceda-me um último beijo, então.

Ele não teve tempo para negar, no segundo seguinte a moça já estava debruçada sobre si, empurrando o loiro para se deitar no banco e os lábios colados.

Olhava para ela com indignação, percebendo um sombra ao lado do banco. Mirou quem era com o canto dos olhos.

Ah, não...!

-Amelié! – gritou, empurrando a mulher com mais força do que devia, fazendo-a cair do outro lado do banco.

-Tchau, Milo!

-Espere!

Levantou-se apressado, sem se importar com os olhares dos outros sobre si, e a moça ainda caída no chão.

-Não é nada disso que você está pensando!

-Não? O que é, então?!

-Por favor, me deixe explicar!

-Já vi explicações demais, Milo!

-Não, você entendeu errado!

-É o que todos dizem...

-Quer, por favor, esperar?!

Brigavam sem se olhar, até que ele conseguiu agarrar seu braço e a puxou, fazendo com que olhasse para ele. Mas largou-a logo em seguida, fitando o rosto vermelho e os olhos semicerrados, com as lágrimas correndo de raiva.

-Eu odeio você, Milo! Odeio você!

Gritou, enquanto arrancava o colar de safira que usava, jogando-o aos pés do loiro; dava largos passos para trás, voltando seu caminho apressadamente.

O cavaleiro levou a mão ao rosto. Faltou-lhe ar, faltou-lhe chão. Quase caiu de joelhos, não fosse forte para resistir a isso. Olhou para os dedos úmidos, constatou que... estava chovendo.

Olhou para o céu acinzentado. Um trovão preencheu lhe os ouvidos, enquanto mais algumas gotas caiam, molhando-o. Não se importava mais com o que aconteceria consigo.


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