A Vida de Um Arqueiro! escrita por Neko D Lully


Capítulo 9
Um dia de folga


Notas iniciais do capítulo

Ok, demorei, mas hoje vai dar pra atualizar um pouco essa pequena historia *pequena uma merda, isso daqui vai ficar cheia de capitulos, num ta nem na metade* beleza, vai demorar bastante para eu terminar, mas pelo menos, enquanto eu continuar avançando vai ficar bom. *quero ver*

Espero que ainda tenham leitores e que aproveitem o cap ^^



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A vida de um arqueiro!

Foi divertido, deveria admitir, o que havíamos feito com o general e acabou nos gerando um ponto bônus já que com esse problema o general bem sabia que tinha sido eu e chamara Hunter para uma reunião sobre o assunto. Eu poderia estar preocupada com isso, mas pelo sorriso que meu mestre tinha no rosto quando saiu hoje de manhã eu sabia que ele me defenderia. Acho que depois do que ele viu o general fazendo ele bem sabia que eu era inocente nessa historia, apenas tinha devolvido o que ele fizera. Sorri, agora eu e o Garoto Sem Cor, tínhamos um dia de folga e eu já até sabia a onde o levaria para termos um momento de diversão.

Não sabia bem porque, mas estava começando a gostar de ter todas aquelas pessoas do meu lado. Estrela Cadente, bem posicionada em meu ombro enquanto montava Nevasca, trotando suavemente por entre as árvores da floresta que tinha ao redor do reino, tinha sido minha primeira e única amiga por muito tempo e agora ambas nos encontrávamos no que aparentava ser uma verdadeira família. Não sei bem como explicar, mas o clima que nos rodeava enquanto cavalgávamos a caminho do local que eu me encontrava ansiosa para chegar era tranquilo e ansioso. Estrela Cadente tinha se familiarizado bastante com Nevasca, agora não se separavam e ambas me tratavam bem, conhecia a inteligência dos animais e elas eram a prova viva disso, sempre a meu lado me encarando com aqueles olhos cheios de um pensamento que só podia ser descrito como humano. Todavia companhias de animais já eram costumeiras para mim, o que realmente me assustava era esse carinho todo que estava passando a adquirir com o Garoto Sem Cor e com Hunter.

Hunter parecia um pai para mim agora, nos treinos ele era exigente, mas algumas vezes eu conseguia observar, como quando eu acertava, aquele orgulho paterno que eu nunca antes tinha conseguido sentir. Enquanto o Garoto Sem Cor aparentava ser um irmão mais velho para mim, sempre do meu lado querendo me proteger de tudo e todos... E eu começava a me sentir segura com eles, era divertido brincar e treinar com eles, deixava-me... Satisfeita, poderia se dizer. Com a sensação que não precisava de mais nada.

Antes que conseguisse pensar em mais alguma coisa as árvores se abriram a minha frente, mostrando a bela imagem que em algum outro momento de minha vida já tinha visto. Creio que tinha dez anos na época quando fugi das grandes muralhas do feudo onde vivia e atravessei a floresta, encontrando esse lugar tão incrível. Nem mesmo sei como ainda me lembrava do caminho, mas lá estávamos nos, diante de um enorme rio, banhado por uma bela cachoeira recheada por pedras.

Ouvi o Garoto Sem Cor abafar uma exclamação ao meu lado, enquanto encarava aquela bela paisagem. O sol da manhã ia de encontro direto com a água cristalina da bela cachoeira que desaguava nas águas correntes do rio, que, nessa parte, se estendia no que aparentava ser um lago, e continuava a correr por um fiapo escondido entre as árvores que o acompanhavam mais próximas em determinada região. A cachoeira era tão bela quanto o rio que tinha a minha frente, cheio de pedras que davam origem a uma areia rala e confortante. Naquela parte um enorme barranco íngreme se formava, o que era a causa da formação da cachoeira, desaguando furiosa sobre o rio. Salientado no penhasco se viam várias pedras marrons salpicadas com a água e alguns musgos, pontiagudas e bem firmes umas nas outras, dando um toque ainda mais mágico ao lugar. Estava tão belo quanto quando fui para lá da ultima vez.

- Minha nossa! Star, que lugar é esse? – questionou o Garoto Sem Cor ao meu lado, desmontando de seu pequeno cavalo e aproximando-se da beirada do rio largo. Sorri e o segui, aproximando-me também. Foi exatamente quando coloquei-me a seu lado que percebi, ou pelo menos fui reparar verdadeiramente, a diferença de nosso tamanho depois de tanto tempo. Eu era bastante pequena enquanto ele era bastante alto. Seus cabelos escuros pareciam tomar uma cor azulada com os raios do sol, sua pele morena reluzia tanto quanto o cabelo, e até mesmo sua roupa preta parecia clara com o sol quente da manhã.

- Eu o encontrei quando mais nova. Já que estamos de folga pensei em dar um pulinho aqui para nadarmos – dei de ombros, jogando a aljava e o arco no chão para começar a tirar a roupa. Vi como Nevasca, Gruter e Estrela Cadente já se encontravam bem acomodados na grama perto das enormes árvores que rodavam o local, descansando na sombra de suas copas como era de se esperar. Sorri, pareciam realmente cômodos com tudo aquilo, e realmente um pouco de descanso não faria mal a ninguém. Essa ideia parecia cada vez melhor com o tempo e o animo de saltar na água já estava ficando insuportável. Arranquei a blusa, a saia, tirei as botas e já estava prestes a me jogar para dentro d’água quando senti algo queimar-me as costas. – Algum problema?

O Garoto Sem Cor me encarava atentamente, com o rosto vermelho e o corpo tenso no lugar. Encarei-me, estava usando apenas uma faixa que cobria-me os seios e uma peça intima que tampava minha intimidade, não via nada que pudesse desencadear uma reação como a que o Garoto Sem Cor estava tendo. Todavia comecei a rir descontroladamente, divertida com tudo aquilo, voltando a adentrar na água.

- Vamos, não é possível que nunca viu uma garota semi nua na sua frente. – brinquei e vi como seu rosto ficava cada vez mais vermelho. Com certeza não queria saber de suas intimidades, quanto menos soubesse sobre essas coisas para mim era melhor, apesar de já ter meus dezesseis anos não me interessava por assuntos “familiares”, preferia conservar minha “juventude”. – Vamos! Não sabe o que esta perdendo, a água esta ótima!

- Você é louca sabia? – ri com o comentário, realmente eu tinha certos problemas, mas pensei que ele já tinha se acostumado com esse meu jeito de agir. Não demorou muito tempo para ele começar a tirar a roupa, jogando-a no chão, próxima as minhas. Ta, eu admito que quando ele fez isso meu rosto ardeu, mas que menina não ficaria assim quando tivesse um garoto lindo, porque sim, o Garoto Sem Cor era bonito, com o corpo moreno extremamente trabalhado pelos fortes exercícios que fazia.

Esperei até ele entrar na água e se aproximar, nadando calmamente pela água cristalina e gélida, usando apenas uma pequena peça intima que lhe cobria a masculinidade. Por ser mais alto que eu, conseguia tocar o chão que se encontrava abaixo de nós enquanto eu tinha que ficar me debatendo para permanecer flutuando com a cabeça fora d’água para poder respirar. E, quando já se encontrava bem próximo, com um sorriso travesso, lancei-lhe água no rosto, rindo de minha própria brincadeira.

- Ora, sua... - e em poucos instantes estávamos nós dois a brincar com a água, esguichando-a um no outro. Perambulamos por todo aquele riacho, rindo e nos divertindo, brincando na superfície e debaixo d’água. E não podia descrever algo melhor do que aquilo. Foi o melhor dia de folga que já tiramos e devo dizer que ficamos um pouco mais próximos depois daquilo. Nunca o vi rir tanto em um só dia, estava acostumada com seu rosto sério ou carrancudo, vê-lo sorrir era bem melhor e me contagiava.

Agora, pendurada em suas costas, quase adormecendo pelo calor do sol, já se aproximando do seu auge, sentia-me tranquila e renovada. O leve som da cachoeira me embalava e o movimento que o Garoto Sem Cor fazia para nadar me deixava quase em um estado grogue e sonolento, mas ainda mantinha alguns de meus sentidos atentos.

- Sou uma inútil, não sou? – a pergunta deve tê-lo pego de surpresa, tanto que parou de nadar e ficamos minutos sem soltar um som. A única coisa que ouvia era o som de nossas respirações e o movimento da água. Suspirei e abracei seu pescoço com um pouco mais de força, aquilo me incomodava mais do que imaginava. – Não precisa esconder isso de mim, pode dizer a verdade. Sei que causo muitos problemas para todos.

- Não se deixe enganar pelo que os outros falam, Star. – sua voz soara calma e sincera, mesmo assim não conseguia acreditar em meu companheiro. Algo dentro de mim, mesmo que tentasse negar, sabia que era verdade. Que eu era inútil e só atrapalhava, talvez o motivo de todas as minhas tentativas de aparecer fosse apenas para burlar esse fato irrevogável. Mas não adiantava. – Você é incrível, uma garota tão corajosa e carinhosa... Se tem alguém aqui que deve ser chamado de inútil esse alguém deveria ser eu. Nem minha família me quer mais, que dirá o reino.

- Como assim? Você tem pai e mãe, não tem? Como eles podem não te querer? É meio que o dever deles. – meus olhos, ainda sonolentos, encararam o pouco que dava para ver de seu rosto do ângulo que me encontrava. Uma sombra tinha se colocado ali e era como se a água tivesse ficado mais fria. Eu não sabia que a dor dele poderia ser tanta.

- Como já te disse, minha família é de um clã muito antigo de arqueiros. Tem formado arqueiros experientes a gerações, mas eu não sou, que digamos, o exemplo de um. – sua mão tocou a minha, brincando com meus dedos de maneira distraída e nervosa. Eu apenas escutava, mas algo me incomodava. Ele estava se apegando de mais a mim e eu não viveria muito. Teria que pensar mais nisso mais tarde. – Chegou o ponto, mais recentemente, por demorar tanto a me formar e por não ter o “talento nato” que meus irmãos tem, acabei por ser “retirado” da família. Não sou merecedor de sua honra. Então de certa forma sou igual você Star, sem sobrenome.

Fiquei em silencio, não conseguia compreender completamente a dor que ele sentia, todavia, sabia do que ele precisava. A rejeição, apesar de ter várias formas e vários motivos tinha a mesma solução que nada mais era do que encontrar aceitação. Seja de si mesmo com o de outras pessoas, eu sabia disso porque agora me sentia aceita e querida e a rejeição já não me era tão incomoda. O Garoto Sem Cor parecia ainda não ter reparado que queríamos ele na nossa família.

- Mesmo que alguém te negligenciou sempre a outros que vão querer-te como é. Eu e Hunter estamos aqui, tenho certeza que como seu mestre ele não desistiria de você tão cedo. Se não ainda não estaria sobre os cuidados dele. – seu rosto inclinou-se um pouco em minha direção, tendo os olhos azuis atordoados e surpresos enquanto eu apenas mantinha um leve sorriso no rosto. Ele sorriu também, e teria sido perfeito se minha doença não tivesse atacado novamente.

A água do lugar se manchou de sangue que escorria junto com a correnteza enquanto sentia meu coração doer. O desespero do Garoto Sem Cor ao meu lado não fora menos que a minha e de repente me vi puxada para baixo d’água. Minha respiração travou e por alguns instantes parecia que as dores tinham se misturado. Mas em poucos instantes o coração bateu mais rápido, o desespero e adrenalina de sair para respirar tomou meu corpo e logo estava a salvo de novo, se não morresse ali afogada. Novamente me senti puxada, dessa vez para fora d’água e o ar adentrou em minhas narinas tão rápido quanto meus pulmões poderiam suportar.

Engasguei enquanto sentia mãos em minhas costas, mas estava viva, estava bem, mais um dia vencido. O Garoto Sem Cor me apoiou com cuidado e me encarou preocupado enquanto eu apenas podia sorrir de maneira forçada tentando passar segurança. Odiava quando esquecia desse meu problema, sentir-me bem era proibido e eu bem sabia disso, mas não podia evitar. Estar em um clima tão bom era tão raro para mim, tão desejado...

- Tudo bem? – perguntou-me e tudo que consegui fazer foi assentir. Não demorou muito, então, para que trotes de cavalo fossem ouvidos e eu sabia, pelo som que fazia, que não eram Nevasca ou Gruter, era um cavalo mais pesado, mais robusto. Em poucos instantes o Brinquedo de Cachorro estava bem ali, na nossa frente, a encara-nos com um certo rubor nas bochechas. Vi o Garoto sem Cor se colocar a minha frente, não sei pra tampar o que, como já disso, não era algo muito invejável. Eu já tentei sorrir com desdém.

– Faz o que aqui Brinquedo de Cachorro?Não vai nadar né? Não queremos que essa correnteza te quebre ao meio igual a uma vareta.

Ele pigarreou constrangido e furioso. Não seor que parecia tão nervoso, mas deixe isso para lá. Ele ergueu o queixo e puxou um papel enrolado perfeitamente de dentro da bolsa, lendo em voz alta e clara como se estivesse se declarando para uma enorme multidão. Tive vontade de rir, mas o comunicado me chamou a atenção.

- O Barão Strong convoca ao arqueiro Hunter junto com seus dois aprendizes para participar da caça ao javali, que será realizada no dia de amanhã quando o sol raiar. A presença dos três junto com participantes da guarda real é obrigatória e sua presença no banquete com a carne do javali também. – o sangue esquentou, a animação me dominou e o coração tinha se acelerado de maneira tão exuberante que pensei que sairia do peito. Meus olhos brilharam e estava ansiosa para o que ocorreria amanhã. Seria incrível!

- Mas já estamos na época dos javalis? – questionou meu companheiro que ainda parecia alerta a minha frente, tampando meu corpo com o dele. Eu passei a sua frente, quase saltando para fora da água e o abraçando de emoção. Quem se importava se estava na época ou não? Era uma caça, uma caçada era tudo que eu esperava desde o momento que comecei a aprender todas essas coisas de arqueiro. Poderia provar a mim mesma que seria capaz de fazer tudo o que tinha aprendido.

- E daí se não esta na época? É uma caçada! Uma caçada! – exclamei alegre ainda abraçando-o com força. Estava ansiosa, empolgada, queria logo saber como seria a caça, queria ver como todos agiam em meio a pressão. Eu vivia em meio a pressão o tempo todo, sabia como pensar e ao mesmo tempo agir. – Não quer saber como seria usar de verdade todas as coisas que você aprendeu?!

- Não é bem assim, Star. Pode ser arriscado, já viu um javali? Eles são enormes, tem o triplo do seu peso. – sua voz era preocupada, ele me tocava parecendo estar com receio, mantendo-me sobre a agua durante nossa conversa. Eu não me importava com o Brinquedo de Cachorro, estava apenas feliz. Era uma das únicas vezes que estava realmente feliz. – Sabe o que ele poderia fazer com você?

- E quem se importa?! Fala sério, eu não vou perder essa nem mesmo se me prender na cama! – vi seu rosto corar, mas ele suspirou. Já me conhecia, se acostumava lentamente com meu jeito desvairado de ser. Eu não fugiria nunca de algo desse jeito, e o Barão tinha sido claro, nossa presença era obrigatória. Teríamos que ajudar.

Fiquei a sonhar o resto do dia com aquilo, até mesmo enquanto fazia a janta para todos da casa imaginava o que ocorreria no dia seguinte. Bem cedo sairíamos para pegar o javali que se encontrava nas redondezas oeste de todo o feudo, a floresta lá era mais alargada, tendo um lugar mais distanciado para o enorme porco correr. Eu nunca tinha visto um javali vivo, queria muito saber como era, como era o prazer de caçar, como era estar ali, com várias outras pessoas, sentindo-me útil.

- Está muito sonhadora, Star. O que aconteceu? – perguntou Hunter. Seu rosto mantinha-se imparcial, mas eu começava a nota-lo como um pai. Não sei, mas seu jeito preocupado, exigente e protetor me passava essa impressão. Eu apenas sorri, prestes a falar todas as minhas perguntas.

- Como é caçar? Hunter, o que faremos amanhã, como teremos que agir? – eu sentia meu rosto brilhar enquanto sentia a ansiedade de fazer algo novo, algo diferente. Hunter me encarou atento, eu queria poder ler seus pensamentos, tentar decifrar seu olhar a procura de alguma repreensão, de me achar insensível ou não sei. Já tinha visto tantos olhares, tantos me julgaram de tantas maneiras.

- Star, o que faremos é encurralar o animal, nós, arqueiros, estaremos como modo de defesa para caso o animal escapar da guarda real, que vai estar na frente. Não faremos muita coisa, então não espere muita emoção. – assenti, ainda empolgada. Mesmo que realmente não tivesse que entrar em ativa, não tivesse que atacar o animal ou ficar em perigo, queria ver como era, queria ver as habilidades de equipe. – Mas porque tanta ansiedade, Star?

- Apenas quero ver algo novo. – respondi dando de ombros, alegre.

- Sabe, Star, conheci uma vez uma menina igual a você. Tão animada para tudo, para conhecer o novo. Vocês teriam se dado bem. – sorri, era engraçado imaginar alguém que iria se dar bem comigo, apesar que agora tinha os dois homens sentados a mesa. Dois homens que agora me cuidavam tão bem. Minha família.

Fui dormir com isso na cabeça. Família... Realmente saberia o que era isso? Hunter e o Garoto Sem Cor passaram a ser... O que eles eram? Não queria chamar Hunter de pai, pois eu tinha um pai, só não sabia quem ele era. E o Garoto Sem Cor... Não sei, o carinho que ele me passava é muito grande, foi o primeiro humano que soube de minha doença, o primeiro a me oferecer ajudar. Mas não sei exatamente se poderia chama-lo de irmão. O que esses dois seriam para mim?

Acariciei o pelo de Estrela Cadente, adormecida em meu colo. A noite recaia sobre o lugar e logo saberia que a manhã tinha chegado. O coração batia acelerado pela ansiedade e isso me mantinha mais viva do que nunca. Toquei o vidro da janela, sonhando, imaginando. Assustei-me um pouco quando alguém bateu a porta, não esperava, estava tarde, não era para ninguém estar acordado.

- Entra. – murmurei no tom suficiente para que a pessoa do outro lado pudesse ouvir. Não me impressionei, no entanto, em ver o Garoto Sem Cor adentrando no quarto. Ele caminhou até onde eu estava, sentando na minha frente sobre a cama. Seu rosto quase completamente escondido pelas sombras encarava-me. Conseguia sentir seus olhos fitando-me atentamente. – Como sabia que estava acordada?

- Como se na animação que você estava você pudesse dormir. – ri baixinho. Ele tinha razão. O encarei por um tempo, tentando discernir seus detalhes em meio a penumbra. Pouca coisa, mas via. – Por que quer tanto essa caçada, Star? Apenas mataremos mais uma vida.

- Eu sei, desculpe se pareço tão insensível, mas é que... Você viu o que aquela doença faz comigo, eu sei que não tenho muito tempo, mas não me conformo em não ver nada antes. – vi que ia me contradizer, mas não deixei, continuei a falar. – Antes de perder pra essa doença, quero ver muitas coisas, quero viajar, quero ir pra fora do reino, quero... Quero mostrar a todos do que somos capazes. Eu e você. – ele me encarou, mais atento, estupefato. E nem eu mesma tinha me dado conta do que tinha falado até ter percebido que realmente era verdade. – Eu quero que sua família veja como você é incrível! Como é um bom arqueiro e que pode ser tudo o que quiser, quero viver até isso. Quero ser útil, uma vez em minha vida e ajudar alguém que gosto, alguém que cuidou de mim. Quero te ajudar, ser útil para você como esta sendo pra mim como meu amigo.

- Sabe que não precisa...

- Eu quero! Deixe-me ser útil pelo menos uma vez! – exclamei. Eu realmente queria, queria poder ajuda-lo. Sua dor tão parecida com a minha. Se pelo menos pudesse fazer isso... Ele tocou minha mão e pude ver o brilho de um sorriso em seu rosto.

- Você nunca vai ser inútil para mim, lembre-se disso. Mas prometa-me que não fará nada de estupido amanhã. – sorri, pensando que talvez pudéssemos cumprir a promessa dessa vez. Queria saber o que me esperava no dia seguinte, mas por enquanto, queria aproveitar o restinho do meu dia de folga.


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Notas finais do capítulo

O proximo vai ter um pouco mais de emoção e é quando as coisas começam a esquentar. Eu to aproveitando que essa semana ta um pouco tranquila para mim, pra eu poder adiantar algumas historias, e talvez volte do fundo do bau mais algumas deixadas de lado.

Bom espero que tenham gostado e que mereça comentários ^^
Bjão!!