Edward me deixou na clínica, e já me sentia bem melhor para fazer a cirurgia. Ela durou a tarde toda e ocorreu tudo bem. Minha clínica havia crescido muito e não só estavamos atendendo Forks como também as cidades vizinhas.

Precisava conversar com Edward a respeito de ele voltar a dirigir o hospital e sua clínica.

Peguei meu carro e não sei o porquê me deu vontade de ir até La Push visitar meu futuro sogro. Billy me adorava e dizia que eu era a nora que ele sempre pediu para um de seus filhos.

Na estrada que dava para a mansão deles havia uma BMW vermelha com a cobertura fechada, do Taylor, estacionada no acostamento. Havia uma gritaria lá dentro, comecei a pensar se meu cunhadinho estava aprontando no meio da estrada.

Diminui a velocidade a fim de dar uma “zoadinha” nele. Os gritos se tornaram mais nítidos e eu pude escutar uma parte da conversa.

-VOCÊ É LOUCO. ISSO NÃO SE VENDE PARA QUALQUER UM. AGORA MEU IRMÃO ESTÁ LÁ TENTANDO CONSERTAR A BURRADA QUE VOCÊ COMETEU. SE TE PEGAM NÃO SÓ EU, COMO JACOB TAMBÉM ESTARIAMOS FERRADOS. Você é um INÚTIL.

 O que era aquilo que eu estava escutando? Meu Deus, o que será que era que se pegassem a pessoa com quem Taylor estava gritando iria complicar os dois. Acelerei novamente e percebi que Taylor descobriu que eu havia visto e ouvido a gritaria, pois ele colocou a cabeça para fora e gritou meu nome.

Cheguei à casa de Billy, assim que escutou o barulho de meu carro saiu na porta e me recebeu de braços abertos e um grande sorriso no rosto.

-Minha filha, quanto tempo não te vejo.

-Estava com saudades de você Billy. Vim ver como você está.

-Ah, Bella. Este velho está cada vez mais cansado.

-Velho nada, ainda está na flor da idade. –Rimos um pouco e logo depois Taylor entrou pela porta da sala.

-Oi Pai, oi Bella. –Ele disse isso olhando no fundo de meus olhos tentando me persuadir?

-Oi filho.

-Oi, Taylor. –Soltei um sorriso tentando parecer normal com ele, e pareceu que ele havia acreditado.

Sentou com nó na sala e ficamos conversando durante um bom tempo.

-Bom, agora preciso ir, está ficando tarde e por mais que La Push fique perto de Forks, ainda tenho que pegar uma pequena estrada.

-Ok, irei subir também. Obrigado pela visita Bella e boa noite. –Vi Billy subir para o quarto e fui me despedir de Taylor que estava me olhando.

-Não, eu te acompanho até seu carro.

Quando chegamos à porta ele me olhou e disse com um sorriso de canto de boca.

-Acho que você escutou  minha “amiga” e eu nos divertindo no carro. –Cara de pau, aquilo não eram gritos de prazer e sim de ira.

-Não escutei não. Intimidades do meu cunhadinho ficam para ele. –Disse dando um sorriso sugestivo, tentando descontrair.

Ele riu e me viu partir no carro.

Eu estava muito intrigada com essa história, eu havia escutado e não parecia ser o que ele havia me contado.

Jake voltaria depois e eu tiraria a limpo essa história com ele.

Quando cheguei em casa, Edward estava adormecido em meu sofá com uma expressão tão serena que nem parecia que havia sofrido tudo o que sofreu a um pouco mais de um ano.

Lagrimas rolaram por meus olhos e quando eu menos percebi estava sendo abraça por um par de braços fortes e que me davam força.

-Shh...calma, está tudo bem. Eu não sei o que aconteceu já que chegou tarde, mas agora não precisa mais se preocupar.

-Obrigado mais uma vez. –Eu só tinha que agradecer por ele estar sempre presente em minha vida.

Quando me acalmei fui tomar banho e me deitar. Já havia comido na casa de Billy e Edward tinha me dito que já havia jantado.

Havia coisas muito estranhas na empresa do Taylor, por exemplo, eles nunca falavam sobre o que ela era e nunca mostrava a cede dela.

Adormeci pensando nessas coisas, mas quando acordei um cheiro de ovos com bacon entrava pela minha porta.

Edward estava a todo vapor na cozinha. Fiquei parada encostada no batente da porta, vendo aquele homem maravilhoso que eu chamava de irmão trabalhar em sua obra de arte comestível. Ele virou e me viu.

-Assim não tem graça. –Ele disse dando um sorriso e depositando um beijo em minha testa.

-Bom dia para você também. –Disse puxando uma cadeira e me sentando.

Edward terminou de preparar o café da manhã para vir sentar-se à mesa comigo.

-Bella, hoje dei uma olha em algumas casas no jornal. Acabei encontrando uma que fica um pouco afastada da cidade, mas é longe da minha antiga casa e de La Push.

-Já disse que pode ficar aqui o quanto quiser. E a propósito, temos que conversar sobre você voltar a dirigir sua clínica e o hospital.

-Não quero mais nada ligado ao passado.

-Isso não é certo. Alice não gostaria que você parasse de fazer o que gosta por lembranças. Pense, seria bom para você ocupar a mente e seu tempo. Não precisa voltar de uma vez, comece indo no hospital comigo para uma visita.

-Tudo bem você me convenceu, irei com você no hospital para ver como as coisas estão.

Tomamos o café da manhã e depois fomos nos arrumar para ir ao hospital. Edward depois iria dar uma passadinha na clínica dele.

Percebi no caminho que ele estava nervoso, já que ele não parva de falar um segundo.

-Edward, não precisa ficar tenso. Todos gostam de você e gostariam de rever seu amigo.

-Não sei qual será minha reação. A clínica e o hospital me trazem lembranças. Não sei se posso voltar a caminhar sozinho.

-Você nunca estará sozinho. Eu sempre estarei do seu lado te apoiando e te ajudando a se reerguer.

-Obrigado Bella. Você não sabe como é importante para mim. –Ele pegou minha mão e depositou um beijo nela.

Assim que entramos no hospital foi notável a cara de espanto de todos ao ver Edward, afinal ele nem esteve presente na inauguração do hospital.

-Edward! Que prazer revê-lo meu caro amigo. Disse o Dr. Moore estendendo a mão para que Edward apertasse. –Já tinha ouvido dizer que você tinha voltado.

-Prazer revê-lo também. Voltei faz alguns dias. –Estava visível que Edward estava desconfortável.

-Desculpe Dr., mas trouxe Edward aqui para mostrar-lhe alguns papéis. Com licença. –Peguei no braço de Edward e o levei em direção ao elevador que dava na minha sala da direção. –Pronto agora você pode se acalmar. –Disse enquanto a porta se fechava.

-Obrigado, até agora você só me socorreu.

Ele era tão fofo, torcia para que ele encontrasse outra mulher que o fizesse feliz assim como o meu homem estava me fazendo, tirando as últimas grosserias.

Depois de mostrar alguns papeis para Edward, o deixei em minha sala e fui para minhas consultas diárias.

Logo recebi a notícia que teria uma cirurgia pela manhã, isso me distraia e me fazia tão bem ter o contato com as pessoas e receber o carinho e confiança das famílias. Nunca nenhum paciente havia morrido em minhas mãos e era isso que eu temia, minha reação caso isso acontecesse.

O dia passou tão rápido que nem percebi. Fui embora de taxi, já que havia ido para o hospital com Edward.

Na minha secretária eletrônica havia uma mensagem de Jacob avisando que só chegaria no final de semana, nem me surpreendia mais os atrasos na data de volta dele estavam frequentes.

Fui tomar banho e comer algo, Edward ainda não havia chego então esperaria por ele que não tardou a chegar.

-Tenho uma notícia para você. –Ele chegou me dizendo com um sorriso no rosto. –Acabei de comprar minha casa.

-OH...mas que notícia legal. –Não era para eu estar feliz por meu amigo!? –Onde ela fica?

-No lado oeste da cidade. –Era o que eu temia. Muito afastado da cidade e do meu apartamento.  –Espero que você não fique triste, mas como a casa já é mobilhada me mudarei na parte da tarde.

Nem tive tempo de rebater a decisão dele, já que a campainha começou a tocar. Olhei para Edward com uma cara de “conversamos mais tarde” e fui atender a porta. Quando a abri nem acreditei, era Jake com um buquê de rosas na mão e um sorriso lindo estampado no rosto.

-Ahh...Jake. O que faz aqui? –Eu estava surpresa com o aparecimento repentino dele, já que era para ele voltar só no final de semana.

-Bella. Não gostou da surpresa? –Seu sorriso já foi murchando.

-Não, claro que não meu querido. –E dei um beijo nele de tirar o fôlego. Seus lábios e sua língua eram mais quentinhos no começo do namoro, agora parecia que estavam se transformando em blocos de gelo.

-Trouxe para você. -E me estendeu o buquê.

-Oh...que lindo amor. Não precisava.

Virei-me e Edward estava com a chave do carro na mão.

-Bella, irei passar a noite na minha nova casa. Até Jacob. –Eu fiquei o olhando entrar no elevador com uma cara incrédula, mas entendia os motivos que ele teve.

Jacob havia chego de mais uma de suas longas viagens e eu devia dar atenção a ele, foi o que eu fiz. Jantamos em meio às carícias e aos beijos e depois tivemos uma noite mágica. Nunca havia visto Jacob com tanto fogo igual a nossa última noite e acho que ele também nunca me viu assim, já que nem eu me reconheci.