[Tom]

Alguns meses se passaram e tudo estava na sua perfeita normalidade.

Bill havia deixado os gêmeos com a nossa mãe e fomos nos divertir com Gustav, Georg, Hanna, Sharon, Lunna e Jéssica, como há muito tempo não fazíamos.

Nós iríamos andar sem rumo, cada banda em um carro.

Hanna e eu dirigíamos.

Estávamos em uma rua deserta quando Hanna piscou os faróis e acelerou. Aquilo foi um convite pra eu acelerar também.

Eu já estava a uma velocidade um tanto alta de mais, então Hanna acelerou mais.

Ela parecia não se importar com a velocidade que estava. Foi quando ela parecia estar perdendo o controle do carro, tentou frear deixando marcas de pneu no asfalto. Mas aquilo não impediu que o carro batesse em um muro de concreto.

Os gritos de Bill eram ensurdecedores.

No mesmo instante parei o carro e então corremos os quatro em direção ao carro das meninas.

- Hanna! – Bill gritava correndo em direção ao carro. –

- Meninas vocês estão bem? – Me aproximei das meninas que estavam no banco de trás. –

- Acho que sim. – Lunna falava dela e de Jéssica. –

- Tom ela não responde! – Bill gritou já chorando muito. –

A batida não havia sido tão forte por ela ter tentado frear, mas a parte da frente do carro havia ficado bastante amassada.

Ela estava desacordada e com a cabeça encostada no volante. Sua testa parecia estar sangrando. Sharon estava no banco do passageiro e também desacordada.

- Tom! – Meu irmão gêmeo me olhou desesperado. –

- Acabei de ligar pra emergência e eles já devem estar chegando. – Georg me informou. –

Pela primeira vez na minha vida eu me senti desesperado e sem ação. O estado de Bill estava me fazendo ficar pior. Eu teria que me manter calmo, mesmo vendo meu irmão desabar na minha frente.

Logo o resgate chegou, retirou as quatro de dentro do carro e as levou pro hospital.

Nós quatro fomos de carro pra lá. Gustav teve que dirigir porque eu não conseguiria.

Assim que chegamos lá, um dos G’s ligou para a mãe de Hanna que chegou em poucos minutos também desesperada.

Bill não parava de chorar e estava extremamente inquieto. Eu estava quase explodindo por vê-lo daquele jeito.

Minutos depois Lunna e Jess saíram de dentro de uma das salas.

Um longo tempo depois um médico apareceu.

- As garotas estão bem. Sharon já está acordada, ela teve apenas uma pequena fratura no braço. Hanna bateu a cabeça com certa força no volante, nada grave, mas escapou por pouco por ter batido em uma região complicada da cabeça. Ela teve uma fratura no braço e na perna. Ainda está desacordada, mas acreditamos que dentro de poucas horas ela já esteja acordada.

- Doutor, mas não aconteceu nada mesmo com ela? – Helena perguntou preocupada. –

- Bom, por ter sido atingida em uma região complicada da cabeça, talvez ela saia com alguma seqüela simples, nada que uma boa recuperação não resolva. Mas só saberemos se aconteceu alguma coisa quando ela acordar. Nós informaremos quando isso acontecer. Com licença. – Se retirou do local. –

Para meu alívio Bill parecia ter ficado mais calmo.

[Tom off]

[Hanna]

Estava tudo muito confuso. Eu ouvia vozes distantes, tudo parecia estar girando e uma luz forte estava quase me cegando. Até que ouvi uma voz familiar chamando pelo meu nome.

- Mãe? – Perguntei ao reconhecer a voz. –

- Graças a Deus!

- Mãe onde é que eu to? – Disse tentando abrir mais os olhos e tentando sentar. –

- No hospital. – Respondeu. –

- Hospital? O que aconteceu? – Finalmente eu estava começando a enxergar melhor o ambiente. –

- Você acabou de sofrer um acidente de carro com as meninas.

- Acidente de carro? E por que é que isso aconteceu? Como é que as meninas estão? – Minha visão voltou e eu pude ver seu rosto. –

- Você e Tom começaram a acelerar. As meninas estão bem, só Sharon que quebrou um braço também. – Minha mãe estava sentada ao meu lado. –

- Tom? – Perguntei confusa. –

- Ai meu Deus...Espera só um minuto, já volto. – Então ela saiu do quarto. –

Comecei a olhar em voltar e então percebi que estava com um braço imobilizado e uma botinha em uma das pernas. Senti também minha cabeça doer então percebendo que a mesma estava enfaixada.

Alguns minutos depois minha mãe voltou acompanhada de um médico.

- Está tudo bem senhorita Simons? – O homem de branco perguntou. –

- Acho que sim...

- Precisarei fazer algumas perguntas com a ajuda de sua mãe, tudo bem? – Ele perguntou e eu apenas assenti com a cabeça. –

- Você se lembra do acidente?

- Não. – Respondi baixo. -

- Ok, lembra de alguma coisa antes do acidente? – Continuou a perguntar. -

- Acho que não...

- Hanna me diz que se lembra do Bill! – Minha mãe falou o interrompendo. -

A encarei assustada.

- Depende de que Bill você está falando... – Respondi bastante confusa.

Ela caminhou até a porta do quarto e a abriu, dando espaço para que alguém entrasse.

Meu coração disparou no mesmo instante.

- Isso só pode ser brincadeira! Mãe, como é que vocês conseguiram trazer ele aqui? – Falei espantada. –

- O conhece? – O médico perguntou. –

- Claro! Impossível esquecer Bill Kaulitz, o vocalista da minha banda favorita!

Então Bill ficou estático me encarando parecendo decepcionado.

- Filha, você tem certeza? – Minha mãe perguntou preocupada. –

- Vocês tão achando que eu sou louca ou isso é uma pegadinha? – Perguntei voltando a ficar bastante confusa. –

No mesmo instante pude ver algumas lágrimas escorrerem pelo rosto de Bill e o mesmo saindo do quarto sem dizer nada.