Os meses passaram um tanto devagar, mas passaram.

Nós conseguimos gravar o CD, mas o lançamento seria adiado, já que eu me recusei a aparecer daquele jeito em público.

Os meninos estavam fazendo muitos shows e estavam pra lançar um CD também.

Bill parecia uma criança boba em casa, e eu não via a hora de voltar a ser magra.

Todos estavam sendo tão cuidadosos e atenciosos comigo. Eu estava amando tudo aquilo.

A gravidez era de risco, já que eram gêmeos, mas o meu obstetra havia me dito que eu não precisaria me preocupar com nada, já que estava tudo absolutamente bem. Ele só havia pedido que em momentos de estresse procurasse algum livro ou alguma outra coisa pra me acalmar, já que fumar eu não poderia.

Já estava no meio do oitavo mês e pra mim parecia que ainda duraria uma eternidade pra acabar.

Eu estava sentada na sacada, como sempre, lendo um livro de ficção e contemplando o belo jardim da casa quando senti uma dor repentina na barriga.

- Hey, vão com calma aí, são dois contra uma só e isso é injustiça!

E então veio outra dor, e alguns minutos depois outra, e novamente mais uma. Aquilo já estava me deixando um pouco apreensiva, até que senti minhas pernas ficarem molhadas.

Arregalei os olhos e me levantei, na esperança de achar alguém.

Entrei em casa, gritei e nada.

[Hanna Off]

[Tom]

Bill havia esquecido a carteira em casa, então peguei o carro e fui buscar.

Quando cheguei na porta ouvi alguém gritando vários nomes, inclusive alguns palavrões. Abri a porta e então Hanna apontou no topo da escada.

- Tom pelo amor de Deus me leva pro hospital rápido! – Falou parecendo um pouco agitada. –

Por um momento fiquei estático, mas despertei com um grito de dor dela.

Subi a escada correndo, a peguei em meus braços e fui o mais rápido que pude para fora, a colocando dentro do carro.

Eu tremia tanto que quase não consegui ligar o carro. Pisei fundo no acelerador ainda bastante assustado.

- Mas como é que você tava sozinha em casa?

- Eu tava lendo meu livro e de repente começou, ai! Tom acelera mais...

Finalmente chegamos ao hospital.

Para a nossa sorte o médico dela estava lá.

Eu estava tão nervoso que tinha me esquecido completamente de ligar para o Bill.

- Atende logo... – Falei enquanto andava de um lado para o outro. –

- Tom? Cadê voc... – O interrompi. –

- Bill, vem voando pro hospital!

- Mas o que aconteceu? – Perguntou preocupado. –

- Hanna, os gêmeos...Ah dá pra parar de perguntar e vir logo!

- Ok! – Desligou. –

Liguei para Helena e para minha mãe.

Não deu nem cinco minutos e Bill chegou uma pilha de nervos.

- Tom dá pra me falar o que ta acontecendo? – Se aproximou de mim segurando em meus braços. –

- Hanna entrou em trabalho de parto! – Falei ainda bastante nervoso. –

- E cadê ela? – Perguntou quase gritando. –

- Calma Bill! Ela acabou de ser levada para a sala de cirurgia, o médico dela disse que não poderia ser parto normal. – Expliquei enquanto tentava fazê-lo soltar meus braços. -

- Você já ligou pra mãe?

- Já e pra mãe dela também. Ah, olha elas alí... – Disse apontando pro fim do corredor. –

- Cadê a minha filhinha! – Helena apareceu também uma pilha. –

- Na sala de cirurgia... – Respondi ainda tentando me acalmar. –

- Quem é Bill Kaulitz? – O médico apareceu. –

- Sou eu. – Respondeu rápido. –

- Se quiser você pode entrar pra assistir o procedimento.

- Claro.

- Pode me acompanhar então, por gentileza.

Então os dois se afastaram.

Nós três ficamos na sala de espera. Helena ficava cochichando baixo sozinha, minha mãe ficava fitando o vazio sem piscar e eu batucava em minha perna tentando ficar mais calmo.

[Tom Off]

[Bill]

Eu sentia como se fosse explodir a qualquer momento.

Entramos na sala de cirurgia e ela estava lá com todas aquelas coisas assustadoras de hospital.

Assim que cheguei os médicos começaram o procedimento. Eu não queria ver exatamente tudo, já que cirurgias não são nada bonitas.

Uma eternidade depois o primeiro foi retirado. Então pude escutar o choro daquela coisa pequenina. Eu tremia tanto que quase não conseguia ficar de pé.

Alguns minutos depois o segundo foi retirado e então ouvi seu choro. Não pude conter minha emoção então as lágrimas começaram a escorrer em meu rosto sem parar. Hanna olhava pra mim e também chorava.

Longos minutos depois tudo estava quase terminado.

- Parabéns Kaulitz, é um belo casal de gêmeos! – Uma médica disse me guiando até onde eles haviam ficado, já que não daria pra eu pegar os dois de uma vez. –

Eles eram tão pequenos, tão frágeis. Não os peguei em meus braços, apenas toquei o rosto de cada um e deixei que eles fossem levados para o berçário. Hanna já havia os visto e já estava sendo deslocada para uma sala de recuperação.

Entrei na sala com ela.

- E então, os nomes? – Ela perguntou com a voz um tanto fraca. –

- O trabalho foi todo seu, você tem o direito de escolher. – Falei enxugando suas lágrimas. –

- Ashley e Erick. – Sorriu. –

[Bill Off]

[Tom]

Finalmente depois do que parecia ter sido uma eternidade o médico entrou na sala onde estávamos.

- E então? – Perguntei dando um salto do banco onde estava sentando. –

- É um belo casal de gêmeos. Tudo ocorreu bem e a mãe já está na recuperação. Os bebês já estão com ela e vocês logo poderão ir vê-los.

Eu tinha acabado de explodir. Abracei as duas com tanta força que quase me bateram.

Algum tempo depois nós pudemos ir vê-los.

Entramos na recuperação e eles estavam lá.

Os gêmeos já estavam dormindo.

- Tom, olha só isso! – Bill me chamou pra mais perto. –

Eram duas coisinhas bem pequenas, dava até certo medo de tocá-los.

- Muito obrigada Tom! – Hanna falou com um sorriso enorme. –

- Imagina... – Também sorri. –

- Olha só que coisas mais fofas! Hanna lembro quando você era desse tamanho e... – Hanna a interrompeu. –

- Ah mãe não começa! Eu acabei de ganhar um belo corte e, aliás, Bill se eu tiver que passar por isso de novo, arrebento você! – Falou e todos riram. –

[Tom Off]