POV Lenna

Meu nome é Lenna. Não sei quem é o meu pai e não tenho sobrenome. Sou magra, baixinha, tenho o quadril largo, cintura fina, cabelos castanho-escuros lisos, olhos verdes caramelados e a pele clara.

Sou reclusa, um pouco atrevida e impertinente. Adoro passar um tempo em lagos ou riachos, amo o inverno e principalmente quando neva, não sinto frio, gosto de ficar sozinha e passo muito tempo pensando, gosto de escrever e cantar.

Estava indo para o acampamento meio-sangue junto com a Annalia e um sátiro. Anna e eu éramos amigas e vivíamos juntas no orfanato. Nós fomos reclamadas por nossos pais divinos, mas nos recusamos a ir para o acampamento. Até hoje.

Bom, desde que eu me lembro eu vivo no orfanato. Sempre fui tachada de “esquisita” e, devo confessar, nunca fui beijada. Eu cheguei no orfanato com uma pulseira de caveirinha que tem o meu nome entalhado e que se transforma numa espada.

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(n/a: essa é a pulseira)

Eu sabia que eu era uma semideusa desde que eu me lembro. Descobri isso através de cartas que eu recebia, e ainda recebo, cerca de uma vez por ano. Cartas sobre histórias de deuses e semideuses. Não sei de quem são essas cartas e nunca vi a minha mãe, mas sinto a presença dela.

Em uma dessas cartas continha a minha história. Fiquei sabendo que a minha mãe, Despina, que é uma deusa, engravidou de um mortal qualquer e que quando eu nasci o meu pai tinha sumido. Por isso eu tinha ido para um orfanato e não tinha sobrenome.

Eu escondi isso da Anna apesar de saber que ela era igual a mim. Ela descobriria na hora certa. E quando essa hora chegou, eu aproveitei e compartilhei a minha história também. Nós duas não queríamos ir para o orfanato e só o faríamos em caso de necessidade. Como agora.

Eu gosto de qualquer arma, mas prefiro as de ferro estígio. Na verdade, prefiro a minha espada que é de gelo estígio, com um metro de comprimento, muito fina, porém muito afiada. E que se transforma na minha linda pulseira.

O meu maior sonho era sair desse orfanato e conhecer quem me manda as cartas. Olhando pelo lado positivo: eu sai do orfanato. Olhando pelo lado negativo: eu vou para aquela droga de acampamento!

Eu adoro a cor escarlate e, por algum motivo, tenho fobia de abelhas. Adoro meus poderes também: consigo mexer com a água, transformá-la em gelo ou em neve e vice-versa, consigo congelar qualquer coisa e consigo destruir qualquer planta ou coisa do tipo. Poderes herdados da minha mamis Despina.

- Lenna. – Anna chamou.

- Fala.

- Será que lá é legal? – perguntou incerta.

Eu ri. – Fala sério Anna. A gente está indo para a droga de um acampamento onde todos são uma grande família feliz desgraçada. – respondi fria – Eu sou filha de uma deusa odiada por alguns e não estou com medo. Você que é filha de um dos três grandes e queridos está tremendo que medo!

- Desculpa se eu to insegura!

- Tanto faz. – sussurrei e liguei meu iPod.

É, eu estava odiando a nossa mudança.